sábado, 25 de fevereiro de 2012

Zeca Afonso, até sempre!



Quem o ouviu e viu neste concerto, neste tema, neste momento, ainda o lembra mais.

O homem que sempre resistiu ao fascismo e lutou contra ele, vê-se e sente-se aqui, também, a lutar contra a doença, com um dos temas mais fantásticos que nos perturba os sentidos, a alma, tal a força que da sua voz brota e do seu peito sai.

É um dos trabalhos que mais me toca, talvez por isso.

O Zeca despedia-se de nós, não se despedindo, e nós dizíamos-lhe adeus como se um até amanhã fosse.

E foi, Zeca! E assim será, Zeca Afonso!



"Admito que a revolução seja uma utopia, mas no meu dia a dia, procuro comportar-me como se ela fosse tangível. Continuo a pensar que devemos lutar onde exista opressão, seja a que nível for", escreveu ele já na fase final da sua vida.


Para saber mais: http://esquerda.net/dossier/dossier-zeca-afonso

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O ovo da serpente

    

Foi fantástica a intervenção de António Esteves Martins, um dos melhores jornalistas que a RTP tem, quando ontem, em direto, entrou no programa Prós e Contras.
    
E a sua intervenção, lúcida, inteligente e de uma enorme sensibilidade, levou-me mais uma vez a uma reflexão sobre o momento terrível que vivemos, quer económico quer, sobretudo, social, lançando um olhar à História e, particularmente, à História recente de uma Europa que foi o palco principal das duas guerras mundiais.
   
Uma Europa dos mais fracos que se revê na Grécia, na Grécia do desespero, que afinal nosso desespero também é. Mas, o que mais dói e mais revolta é a prepotência e a arrogância de governos e de países, caso da Alemanha, para quem a dignidade deste povo, a sua História e a herança cultural da qual todos somos herdeiros não tem contado nem nunca, pelos vistos, vai contar.
   
Que decepção e que vergonha que é sentir que, afinal, a solidariedade tão apregoada, o mercado comum, a “união europeia”… nunca existiram e estão longe de um dia existir, porque, se é verdade que os verdadeiros amigos se vêem sobretudo nas más ocasiões, também está a ser verdade que “a Europa dos grandes” cada vez se aproxima mais daquilo que, ainda no século XIX a levou a um europocentrismo cada vez mais nocivo à paz mundial, agigantando-se depois no princípio do século XX com a pretensa superioridade não só económica como, sobretudo, cultural, que a levou a retalhar o mundo e a dividi-lo entre si, à custa de muito sofrimento, devastação e humilhação, como só o colonialismo europeu soube fazer, tornando-se um inferno para si e para os outros, desencadeando, inclusívé, a primeira guerra mundial.
   
A fome e sede de poder europeias não parara, nem mesmo a disputa que se fazia já entre os “grandes” países europeus, afinal, os que mais equipados estavam para roubar, explorar e humilhar os mais fracos, os mais pobres e os mais vulneráveis.
   
Tudo serviu para que a escalada para o poder se concretizasse e tudo serviu para que a jogada no xadrez político internacional pós-Conferência de Berlim pudesse fazer o que afinal foi feito: assumir uma hegemonia que pela força das armas se foi consolidando, impondo-se como “grandes” quem da paz armada à grande viveu, até ao dia em que, pelas rivalidades económicas, pelos nacionalismos, pela ganância e pelo poder, no ano de 1914, uma guerra mundial fazia eclodir no Velho Continente que ensombrava mas não surpreendia o Mundo.
   
E a Europa sofria. Sofria o Mundo.
   
O mundo “dos pequenos”. Os “pequenos” da Europa.
   
Arrasados pela 1ª Guerra Mundial (1914 a 1918) que os velhos impérios centrais provocaram, nos quais se inclui, claro, o Império Alemão, o Mundo, a Europa, voltam a sentir os horrores da guerra quando, em 1939, desta vez de uma forma ainda mais trágica e hedionda, assistimos ao reforço do pior dos fascismos – o nazismo - animado pelos ideais de um monstro para quem a conquista de espaço vital e a crença na sua superioridade rácica também serviram para a afirmação da Alemanha face aos outros países e aos outros povos, nem que para isso se desprezassem os mais elementares direitos humanos, como o direito à dignidade e à vida, como, aliás, veio a acontecer.
   
Até onde vai a arrogância e prepotência de países como a Alemanha face às dificuldades económicas e financeiras de uma Grécia (e de nós próprios!) e à asfixia social e política que as suas exigências estão a provocar?
   
Este é o preço da hipocrisia.
   
O preço a pagar por uma Europa que, afinal, unida não tem sido, unida não tem querido ser e à mercê de vampiros continua.
   
Essa Europa seguidista, essa Europa servil à Alemanha e à sua líder, ao BCE, ao FMI, que aguardam o momento para desferir o golpe de misericórdia a quem tanto às suas mãos já sofreu, sobretudo desde a 2ª Guerra Mundial, e a quem tanto ainda devem mas vergonhosamente continuam a não pagar e a fingir desconhecer.
   
A Alemanha ainda não pagou a totalidade da sua dívida aos países que destruiu e pilhou durante a 2ª Guerra Mundial! E, no caso da Grécia, ascende a mais de 80 mil milhões de euros o valor da sua dívida ao Banco Central da Grécia, precisamente desde 1940!
   
E que falta de ética e de gratidão ter-se “esquecido” de quem a ajudou no derrube do “muro da vergonha”! De quem a ajudou na reunificação!


 De quem a ajudou a ser o que hoje é!   

 
Quando os ministros das Finanças da zona euro saudaram os significativos esforços já feitos pelos cidadãos gregos como consequência das medidas de austeridade, referindo, no entanto, que são necessários muitos mais para o país retomar o crescimento económico, revolto-me e pergunto:
   
Mais esforços? Até onde vai a resistência de um povo?
   
«O Eurogrupo está plenamente consciente dos significativos esforços já feitos pelos cidadãos gregos mas salienta também que são necessários mais esforços por parte da sociedade grega para fazer regressar a economia ao crescimento», declararam os ministros em nota divulgada em Bruxelas no final de uma longa reunião de mais de 13 horas.
   
Que cinismo! É esta a União Europeia que queremos?
   
O “ovo da serpente”em gestação?
   
Nazaré Oliveira

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Verão de 42

"VERÃO DE 42" - Dos filmes mais fantásticos que vi!
Um filme que marcou a minha adolescência, a minha juventude, o meu grupo de amigos.
Excelente em tudo, até na banda sonora que aqui vos deixo.


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Que horror!

O Grito, de Edvard Munch

Quando soube que uma mulher de 38 anos, mãe de seis filhos, morrera hoje num hospital da capital francesa na sequência dos ferimentos causados por auto-imolação, fiquei horrorizada.
Uma mãe que procurava alojamento e ateara fogo a si própria, ontem, num edifício municipal de Saint-Denis, a norte de Paris.

Uma mãe que havia sido desalojada. Que procurava um tecto para os seus filhos. Que procurava sobreviver, certamente, como certamente até aí tinha feito.

Matou-se. Matou-se.

Ao ponto que chegámos! Ao ponto que levaram esta mulher, esta mãe!

Não interessam os pormenores. Interessa, sim, que uma pessoa foi levada ao limite do desespero e da revolta, matando-se.

Certamente, desamparada na vida e pela vida. Certamente, desamparada por tudo e por todos. Sobretudo, por todos.

Que mundo este, em que vivemos, que a tal situação faz chegar uma jovem mãe!

Que terror este, em que vivemos, que a cada dia que passa mais vai tirando a quem quase nada de si possui! A dignidade e até a vida!



quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Querido pai




Partiste


tão trágica


e inesperadamente


que os meus olhos continuam a ver-te chegar


envolto em sorrisos de amor


trazendo nas palavras


e nos gestos


a simplicidade feita ternura



 
Nazaré Oliveira

        "In Pace" sempre para ti, pai! 
     Sempre com eterna saudade, pai!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

"Pietá" árabe

A "Pietá" árabe venceu o World Press Photo 2011


A imagem, vencedora do mais conceituado prémio de fotojornalismo do mundo, foi capturada pela mão do espanhol Samuel Aranda, durante os confrontos entre civis iemenitas e as forças do governo autocrático de Ali Abdullah Saleh.



Datada de 15 de Outubro, a fotografia foi tirada numa mesquita de Sanaa, capital do Iémen, que na altura fazia a vez de um hospital no acolhimento aos milhares de feridos dos confrontos políticos.

Ao retratar uma mulher vestida de negro a segurar nos braços um ente querido do sexo masculino, a imagem espelha o sentimento geral que cercou as revoltas árabes do último ano.

«Podemos nunca vir a saber quem é esta mulher que toma nos braços um parente ferido, mas estes dois desconhecidos, juntos, tornam-se a imagem viva da coragem dos vulgares cidadãos que protagonizaram um importante capítulo da história do Médio Oriente», justificou o presidente do concurso, Aidan Sullivan.

Sullivan afirmou ainda que a imagem assume contornos «quase bíblicos», notando-se uma certa semelhança com a composição da Pietá de Michelangelo, mas num cenário muçulmano.

«Vale para o Iémen como vale para o Egipto, para a Tunísia, para a Líbia, para a Síria, ou para tudo o que aconteceu durante a Primavera Árabe», acrescentou um dos membros do júri, Koyo Kouoh. «Mas mostra um lado intimista do que aconteceu ou está a acontecer nesses países e mostra o papel que as mulheres têm desempenhado, não só como prestadoras de cuidados mas como pessoas activas nos movimentos revolucionários».

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Na Grécia da crise


A propósito desta  notícia que li logo pela manhã, pensei, relativamente à Grécia:


Estão mal, muito mal, mas com a nobreza e dignidade necessárias para medidas destas tomarem em defesa dos mais vulneráveis.

 No meio de mais uma crise do capitalismo que trucida os países mais frágeis e os torna (tornou) cada vez mais dependentes dos grandes centros financeiros e políticos mundiais, a Grécia, apesar de tudo, não tem mostrado a arrogância de muitos dos nossos ministros nem da nossa governação, prepotente, tendenciosa, perversa, bem ao jeito de quem está na Política não com espírito de missão e dedicação ao outro, mas, numa posição de subalternidade que em nada honra o orgulho de um país e que em nada enobrece quem por “nós” delegado foi para nos representar em nome de valores como a democracia e a soberania nacional.

Como lacaios à espera da recompensa, perfeitamente esvaziados do QUERER e do SER, estão estupidamente servis a todas as ordens de comando do grande capital, mesmo com o sacrifício e a morte lenta do seu povo, ao qual tudo se lhe pede e tudo se lhe tira, até a vida ou a dignidade com que a vivem.

Formatados no servilismo que os tem caracterizado, moldado e estupidificado, os nossos governantes levarão bem fundo a nossa indignação mas, também, a nossa miséria, a nossa fome.

Servos e senhores. Senhores e servos.

Não se olha a meios para resolver (mais uma vez) os graves problemas sociais que políticas desastrosas assentes num capitalismo devastador e desumano têm provocado.

Não se tem olhado para a História e há quem interessado esteja que dela nos esqueçamos.

Mas as guerras mundiais, ambas despoletadas pela Europa e iniciadas na Europa jamais se esquecerão, como jamais se esquecerá a prepotência de uma Alemanha dos horrores que, sobretudo a partir dos anos 30 do século XX, para sempre nos perturbou.

E essa, foi também uma Alemanha de incumprimentos – a Alemanha de Hitler -, o monstro nazi que, também em nome da grandeza da nação e da conquista de “espaço vital” deixou atrás de si um lastro de sangue que jamais se esquecerá.

No meio da crise actual e do desespero que a mesma tem causado, ainda há quem sensível seja e sensível se mostre perante o pior dos desesperos, que é dar dignidade a quem nem voz tem para se fazer ouvir.
Nazaré Oliveira

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Ajudem a Síria!

Incrível o que se faz! Até nos hospitais!

A Síria dos horrores!

Mais uma vergonha, o que está a acontecer na Síria! O massacre e a tortura dos que heroicamente, reivindicam a LIBERDADE, mas, sobretudo, a DIGNIDADE como país e como povo.

Que vergonha, a posição da Rússia na ONU!
A posição da Rússia e a posição da China.


Vejam a posição do representante da Rússia!

Na O.N.U., os demais membros permanentes - Estados Unidos, França e Reino Unido - tentaram convencer principalmente a Rússia a aceitar a resolução. As negociações duraram toda a semana e continuaram até ao último minuto, ganhando intensidade após a denúncia do massacre em Homs, possivelmente o episódio mais violento desde o início da revolta contra Assad, há 11 meses. "É um dia triste para o Conselho de Segurança, para os sírios e para a democracia", disse o embaixador francês na ONU, Gerard Araud.

Arevés do porta-voz Martin Nesirky, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou que o veto sino-russo à resolução "enfraquece o papel das Nações Unidas e da comunidade internacional neste momento em que as autoridades sírias deveriam escutar uma só voz, pedindo o fim imediato da violência contra o povo sírio".

Pouco antes da votação, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que o ataque em Homs mostrou a "brutalidade impiedosa" de Assad e fez um apelo para que o Conselho de Segurança aprovasse a resolução.

"Assad deve pôr fim agora à sua campanha de assassinatos e de crimes contra o seu próprio povo. Deve dar um passo atrás e permitir que comece de imediato uma transição democrática", afirmou Obama, em comunicado.

Em Munique, onde líderes participaram de uma conferência sobre segurança, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, teve uma discussão acalorada com o chanceler russo, Sergey Lavrov, tentando convencê-lo a apoiar a medida.

O ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, considerou o massacre em Homs de “crime contra a humanidade” e enviou um recado para a Rússia dizendo que “aqueles que bloqueiam a adoção da resolução da ONU estão a assumir uma responsabilidade grave e histórica”.

Lavrov, porém, afirmou que a Rússia via dois problemas "cruciais" na resolução da ONU: poucas ressalvas à atuação de grupos armados de oposição e o potencial para prejudicar o diálogo nacional entre as forças políticas.

De acordo com o relatório da Amnistia Internacional, os manifestantes internados em hospitais estatais da Síria estão a ser sujeitos a tortura por parte dos médicos e enfermeiros.

Pacientes de, pelo menos, quatro hospitais geridos pelo Governo, foram torturados e mal atendidos por parte do 'staff'.

Tendo estado envolvidos no tratamento de protestantes feridos durante as manifestações, houve trabalhadores desses hospitais que também foram presos e torturados.

O relatório da organização para os direitos humanos revela que o Governo da Síria está a utilizar este método repressivo como forma de esmagar a oposição.
 
De acordo com o The Guardian, as autoridades sírias parecem ter dado 'carta branca' às forças de segurança para identificarem e torturarem manifestantes feridos e hospitalizados.

Um médico do hospital militar da cidade de Homs garantiu à Amnistia Internacional que viu quatro médicos e mais de vinte enfermeiras a agredir pacientes.
 
Entrevistada pela AI, uma testemunha - que se encontrava na sala de espera do hospital de Tel Kelakh - conta que viu um homem inconsciente ser entregue no hospital após um confronto com as forças de segurança. Ao acordar «estava rodeado de sete ou oito seguranças e de algumas enfermeiras. Quando abriu os olhos e disse: 'Onde estou?', o grupo que o rodeava começou subitamente a agredi-lo».

Neste momento os feridos evitam os hospitais públicos e procuram tratamento em hospitais privados, caso tenham possibilidades para tal, ou em hospitais de campanha mal equipados e com poucas condições.

O alto-comissário da ONU para os direitos humanos calculou que pelo menos 2.600 pessoas já terão morrido na Síria desde Março, mês em que se iniciaram os protestos contra o regime e a subsequente repressão das forças de Bashar al-Assad, presidente do país.

O número foi revelado por Navi Pillay, alto-comissário da ONU para os direitos humanos que sustenta a informação em «fontes credíveis presentes no terreno», ao memo tempo que classifica a situação síria como «ainda terrível» à medida que as forças do regime prosseguem os seus actos de repressão.

A ONU intensifica o seu alerta pois, defende Pillay, o panorama agravou-se «desde que o Conselho de Direitos Humanos e o Conselho de Segurança aprovaram uma resolução na matéria».

As declarações, proferidas esta segunda-feira a partir de Genebra, sede da organização, surge no mesmo dia em que o seu conselho anunciou que três peritos independentes em direitos humanos vão coordenar uma investigação internacional na Síria incidente sobre os abusos de direitos humanos.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

No Dia Mundial da Luta Contra o Cancro




No Dia Mundial da Luta Contra o Cancro, quero homenagear todos os lutam contra este cobarde invasor e destruidor das suas vidas, e quero homenagear, também, todos os que estudam e tentam travar este temível e terrível adversário, procurando a sua cura através de um trabalho e de um estudo que, em Portugal, é "tão esquecido" e tão pouco divulgado nos media, ao contrário dos golos , dos jogos e vidas privadas de alguns futebolistas, treinadores, de alguns dirigentes de clubes, de alguns models, das novelas, da dita socialité, de certos e certas apresentadoras de TV, de certos e certas cantoras "feitas à pressa", de certos atores e atrizes, de muitos e muitos gestores e banqueiros, de muitos e muitos deputados e ministros, enfim, de um triste país, pequeno país, que se encosta às pequenas coisas de mesquinha gente, esquecendo quem GRANDE O FAZ OU VAI FAZENDO, discretamente, humildemente, quase em silêncio!

Uma palavra de apreço, também, para os médicos e enfermeiros que dedicadamente trabalham nos hospitais e que tornam melhores os dias dos doentes oncológicos e os ajudam a suportar uma dor que breve os levará, com um sorriso, com dignidade, mesmo sabendo que o fim do caminho se avizinha e que sempre deles se abeirou, sem esquecer os que fazem do voluntariado nesta área uma forma, também, de amarem e de se darem a quem mais precisa.

No entanto, tal como disse o Presidente do Colégio de Oncologia (3.2.2012), é lamentável que continue a não haver um plano nacional que identifique necessidades e meios para diagnosticar e tratar o cancro, lembrando que os doentes andam “perdidos" e sem orientações concretas sobre os tratamentos.
Jorge Espírito Santo (JES), chamou a atenção para o facto de, em Portugal, "a doença oncológica ser o parente pobre" da área da saúde, lembrando que “há muita coisa para fazer”, sobretudo numa altura dramática como a que vivemos, na qual serão (e já estão) a ser duramente e desumanamente tratados estes e outros doentes crónicos, sem meios para continuar os tratamentos, sem dinheiro para a compra de medicamentos, para o aluguer de táxis, ambulâncias, para pagamento de exames auxiliares de diagnóstico específicos, sem falar da fome que grassa já nas suas casas e da falta de condições que a invernia vem agravando, estes, estes pobres doentes condenados, são o pior dos rostos da desgraça à qual o capitalismo selvagem os lançou, o pior dos rostos de uma justiça social e de uma política económica e financeira que continua a não olhar a meios para atingir os seus fins, mesmo que esse fim seja o pagamento de uma dívida para a qual nunca contribuíram, desgraçadamente secundarizados que estiveram, sempre, das luzes da ribalta, sempre negadas, sempre vedadas, até no momento em que uma morte digna seria o mínimo que um país decente deveria facultar para quem sempre dedicado lhe foi e até servil.

Este país não está a ser sério nem justo com as políticas de saúde que tem implementado! Sobretudo para com os doentes oncológicos e os doentes crónicos!
No caso dos doentes oncológicos, a Liga Portuguesa Contra o Cancro - Núcleo Regional Norte (LPCC/NRN)e, refere que Portugal gasta muito menos com um doente oncológico do que a média da União Europeia.

Segundo um estudo divulgado em 2009, a verba aplicada em Portugal em doentes de cancro representava 3.9 por cento do orçamento para a saúde, contrastando com os 8.15 por cento que representam os gastos com as doenças cardiovasculares e, de acordo com os números do INE relativos a 2010, os cancros na laringe, brônquios e pulmão são os que provocam mais mortes em Portugal (4.046), seguindo-se o cancro do cólon (2.650 mortes), do estômago (2.323), do tecido linfático (2.009) e da próstata (1.786 casos mortais registados).

«Os recursos que são consumidos no combate ao cancro - desde a prevenção até aos cuidados paliativos - são muito mais baixos do que o impacto que a doença tem na sociedade», defendeu JES.
Lembrando o «bolo global da área da saúde», o especialista critica o facto de a fatia gasta com o cancro ser «muito mais pequena do que o impacto da doença na sociedade».

Recordo que, segundo dados da Liga Portuguesa Cotra o Cancro, em 2010 morreram 42 mil pessoas, mais 20 por cento do que no ano anterior, e deverá «dentro de cinco a seis anos» tornar-se na principal causa de morte no país, ultrapassando as doenças cardiovasculares.
Três anos passados sobre a divulgação da Carta de Princípios de Coimbra e terminada a vigência dos quatro Planos Oncológicos Nacionais, “não temos nada para os substituir”, disse JES, acrescentando que "não se pode intervir numa área tão importante como o combate ao cancro sem envolver todos os atores: a ordem, as sociedades científicas e os doentes”.

E a sensibilização e sensatez dos nossos políticos, digo eu, quando propõem e, sobretudo, quando votam medidas legislativas que continuam a penalizar quem mais penalizado não pode estar – os condenados com esta doença (o cancro) – e o sofrimento horrível e indescritível dos seus familiares que, em silêncio, sufocam a dor e a raiva de uma morte anunciada.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Uma das notícias mais tristes que li!

Esta é uma das notícias mais tristes que tenho lido!
Ao que levou a pressão que exerceram sobre este homem e sobre o seu companheiro de sempre, o seu cão, que teve de eutanasiar!

Por que é que as pessoas não compreenderam que este homem era um homem de caráter, de valores, para quem "abater o seu amigo" seria, também para ele, o fim?

E foi.

Pôs termo à vida depois de ter sido pressionado a fazer o que fez ao seu (inocente) animal.

Chorei, confesso-vos, como sempre choro quando a revolta de outro modo não posso exteriorizar.


Nazaré Oliveira

1/28/2012 7:12 AM PST BY TMZ STAFF
Struggling Soap ActorCommits Suicide AfterEuthanizing Beloved Dog
Nick Santino and his beloved dog


A soap actor killed himself this week on his 47th birthday ... hours after he was forced to put his beloved dog to sleep under pressure from his Manhattan condo.

According to the NY Post the building had a ban on pit-bulls, but Nick Santino's dog had been grandfathered in ... which didn't sit well with some of the neighbors. Some claimed the dog was loud and aggressive, but others said building management was just harassing Santino ... trying to force him to get rid of the dog.

Santino had Rocco put to sleep on Tuesday -- for some reason he felt that was his only option.

According to the paper, a tearful Santino brought dog treats to the doorman and said, "Give these to the other dogs. Rocco is no more."

Later that day Santino left a suicide note that read, "Today I betrayed my best friend and put down my best friend ... Rocco trusted me and I failed him. He didn't deserve this."

Santino -- who has appeared on "All My Children" and "The Guiding Light" -- OD'd on pills early the next morning.

Rocco was cremated and friends told the Post Santino will be too.