Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atómica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
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segunda-feira, 4 de outubro de 2021
quinta-feira, 31 de maio de 2018
Aproveita o dia
Aproveita o dia*
Aproveita o dia,
Não deixes que termine sem teres crescido um pouco.
Sem teres sido feliz, sem teres alimentado teus sonhos.
Não te deixes vencer pelo desalento.
Não permitas que alguém te negue o direito de expressar-te,
que é quase um dever.
Não abandones tua ânsia de fazer de tua vida algo
extraordinário.
Não deixes de crer que as palavras e as poesias sim podem
mudar o mundo.
Porque passe o que passar, nossa essência continuará
intacta.
Somos seres humanos cheios de paixão.
A vida é deserto e oásis.
Nos derruba, nos lastima, nos ensina, nos converte em
protagonistas de nossa própria história.
Ainda que o vento sopre contra, a poderosa obra continua, tu
podes trocar uma estrofe.
Não deixes nunca de sonhar, porque só nos sonhos pode ser
livre o homem.
Não caias no pior dos erros: o silêncio.
A maioria vive num silêncio espantoso. Não te resignes, e
nem fujas.
Valorize a beleza das coisas simples, se pode fazer poesia
bela, sobre as pequenas coisas.
Não atraiçoes tuas crenças.
Todos necessitamos de aceitação, mas não podemos remar
contra nós mesmos.
Isso transforma a vida em um inferno.
Desfruta o pânico que provoca ter a vida toda a diante.
Procures vivê-la intensamente sem mediocridades.
Pensa que em ti está o futuro, e encara a tarefa com orgulho
e sem medo.
Aprendes com quem pode ensinar-te as experiências daqueles
que nos precederam.
Não permitas que a vida se passe sem teres vivido…
* de Walt Whitman
sábado, 17 de março de 2018
The Cinematic Orchestra - To Build a Home
To Build a Home
There is a house built out of stone
Wooden floors, walls and window sills
Tables and chairs worn by all of the dust
This is a place where I don't feel alone
This is a place where I feel at home
Wooden floors, walls and window sills
Tables and chairs worn by all of the dust
This is a place where I don't feel alone
This is a place where I feel at home
'Cause, I built a home
For you
For me
For you
For me
Until it disappeared
From me
From you
From me
From you
And now, it's time to leave and turn to dust
Out in the garden where we planted the seeds
There is a tree as old as me
Branches were sewn by the color of green
Ground had arose and passed it's knees
There is a tree as old as me
Branches were sewn by the color of green
Ground had arose and passed it's knees
By the cracks of the skin I climbed to the top
I climbed the tree to see the world
When the gusts came around to blow me down
I held on as tightly as you held onto me
I held on as tightly as you held onto me
I climbed the tree to see the world
When the gusts came around to blow me down
I held on as tightly as you held onto me
I held on as tightly as you held onto me
And, I built a home
For you
For me
For you
For me
Until it disappeared
From me
From you
From me
From you
And now, it's time to leave
and turn to dust
Compositores: Jason Angus
Stoddart Swinscoe / Patrick Watson / Philip Jonathan France / Stella Page
Letras de To Build a Home ©
Kobalt Music Publishing Ltd., Intrigue Music, LLC
The Pretenders - I'll Stand By You
Oh, why you look so sad, the tears are in your eyes,
Come on and come to me now, and don't be ashamed to cry,
Let me see you through, 'cause I've seen the dark side too.
When the night falls on you, you don't know what to do,
Nothing you confess could make me love you less,
Come on and come to me now, and don't be ashamed to cry,
Let me see you through, 'cause I've seen the dark side too.
When the night falls on you, you don't know what to do,
Nothing you confess could make me love you less,
I'll stand by you,
I'll stand by you, won't let nobody hurt you,
I'll stand by you
I'll stand by you, won't let nobody hurt you,
I'll stand by you
So if you're mad, get mad, don't hold it all inside,
Come on and talk to me now.
Hey there, what you got to hide?
I get angry too, well, I'm alive like you.
When you're standing at the cross roads,
And don't know which path to choose,
Let me come along, 'cause even if you're wrong
Come on and talk to me now.
Hey there, what you got to hide?
I get angry too, well, I'm alive like you.
When you're standing at the cross roads,
And don't know which path to choose,
Let me come along, 'cause even if you're wrong
I'll stand by you,
I'll stand by you, won't let nobody hurt you,
I'll stand by you.
Baby, even to your darkest hour, and I'll never desert you,
I'll stand by you.
And when, when the night falls on you baby,
You're feeling all a lone, you're wandering on your own,
I'll stand by you.
I'll stand by you, won't let nobody hurt you,
I'll stand by you.
Baby, even to your darkest hour, and I'll never desert you,
I'll stand by you.
And when, when the night falls on you baby,
You're feeling all a lone, you're wandering on your own,
I'll stand by you.
I'll stand by you, won't let nobody hurt you,
I'll stand by you, baby even to your darkest hour,
And I'll never desert you,
I'll stand by you,
I'll stand by you, baby even to your darkest hour,
And I'll never desert you,
I'll stand by you,
I'll stand by you.
I'll stand by you, won't let nobody hurt you,
I'll stand by you, baby even to your darkest hour,
And I'll never desert you
I'll stand by you
I'll stand by you, won't let nobody hurt you,
I'll stand by you, baby even to your darkest hour,
And I'll never desert you
I'll stand by you
Compositores: Thomas Kelly / Christine Hynde / Billy Steinberg
Letras de I'll Stand By You © Sony/ATV Music Publishing LLC
sábado, 10 de março de 2018
Dia Internacional da Mulher
Dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher... Todos os dias deveriam
ser uma celebração à VIDA, mesmo quando há desânimo, raiva, injustiça e
sofrimento.
Saibamos honrar quem nunca desistiu de lutar pela igualdade de género, com
coragem e determinação, até à morte.
Calçada de Carriche (poema de António Gedeão)
Luísa sobe,
sobe a calçada,
sobe e não pode
que vai cansada.
Sobe, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe
sobe a calçada.
Saiu de casa
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Luísa é nova,
desenxovalhada,
tem perna gorda,
bem torneada.
Ferve-lhe o sangue
de afogueada;
saltam-lhe os peitos
na caminhada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Passam magalas,
rapaziada,
palpam-lhe as coxas,
não dá por nada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Chegou a casa
não disse nada.
Pegou na filha,
deu-lhe a mamada;
bebeu da sopa
numa golada;
lavou a loiça,
varreu a escada;
deu jeito à casa
desarranjada;
coseu a roupa
já remendada;
despiu-se à pressa,
desinteressada;
caiu na cama
de uma assentada;
chegou o homem,
viu-a deitada;
serviu-se dela,
não deu por nada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Na manhã débil,
sem alvorada,
salta da cama,
desembestada;
puxa da filha,
dá-lhe a mamada;
veste-se à pressa,
desengonçada;
anda, ciranda,
desaustinada;
range o soalho
a cada passada;
salta para a rua,
corre açodada,
galga o passeio,
desce a calçada,
desce a calçada,
chega à oficina
à hora marcada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga;
toca a sineta
na hora aprazada,
corre à cantina,
volta à toada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga.
Regressa a casa
é já noite fechada.
Luísa arqueja
pela calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
in 'Teatro do Mundo'
segunda-feira, 5 de março de 2018
terça-feira, 11 de abril de 2017
Páscoa na aldeia
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017
As palavras (Eugénio de Andrade)
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos, as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade
segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
Jorge de Sena e o Natal
Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm? Dos que não são cristãos? O de quem traz às costas as cinzas de milhões? Natal de paz agora nesta terra de sangue? Natal de liberdade num mundo de oprimidos? Natal de uma justiça roubada sempre a todos? Natal de ser-se igual em ser-se concebido, em de um ventre nascer-se, em por amor sofrer-se, em de morte morrer-se, e de ser-se esquecido? |
Natal de caridade,
quando a fome ainda mata? Natal de qual esperança num mundo todo de bombas? Natal de honesta fé, com gente que é traição, vil ódio, mesquinhez, e até Natal de amor? Natal de quê? De quem? Daqueles que o não têm, ou dos que olhando ao longe sonham de humana vida um mundo que não há? Ou dos que torturam e torturados são na crença de que os homens devem estender-se a mão? |
Jorge de Sena
José Fanha (org.)
De palavra em punho
Porto, Campo das Letras, 2004
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
Cada amigo nosso vale mais que um Pai Natal
OS AMIGOS
Quem faz o Natal para todos nós? São os amigos
Quem nos dá prazer e dá calor? São os amigos
A quem é que damos a ternura? É aos amigos
A quem é que damos o melhor? É aos amigos
.
Os amigos são o nosso bolo de Natal
Cada amigo nosso vale mais que um Pai Natal
É um irmão nosso que trabalha no Natal
E com suas mãos faz a diferença do Natal
.
O dinheiro pouco importa
O que importa é a verdade
E a prenda mais valiosa
É a prenda da amizade
.
Quem faz das tristezas forças
E das forças alegrias
Constrói à força de Amor
Um Natal todos os dias.
Quem nos dá prazer e dá calor? São os amigos
A quem é que damos a ternura? É aos amigos
A quem é que damos o melhor? É aos amigos
.
Os amigos são o nosso bolo de Natal
Cada amigo nosso vale mais que um Pai Natal
É um irmão nosso que trabalha no Natal
E com suas mãos faz a diferença do Natal
.
O dinheiro pouco importa
O que importa é a verdade
E a prenda mais valiosa
É a prenda da amizade
.
Quem faz das tristezas forças
E das forças alegrias
Constrói à força de Amor
Um Natal todos os dias.
ARY DOS SANTOS e JOAQUIM PESSOA
*Ilustração de ©Steve Cox
sábado, 3 de dezembro de 2016
Mulheres de Atenas
Mulheres de Atenas Chico Buarque - Augusto Boal/1976 Para a peça Mulheres de Atenas de Augusto Boal | |
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas Vivem pros seus maridos, orgulho e raça de Atenas Quando amadas, se perfumam Se banham com leite, se arrumam Suas melenas Quando fustigadas não choram Se ajoelham, pedem, imploram Mais duras penas Cadenas Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas Sofrem por seus maridos, poder e força de Atenas Quando eles embarcam, soldados Elas tecem longos bordados Mil quarentenas E quando eles voltam sedentos Querem arrancar violentos Carícias plenas Obscenas Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas Despem-se pros maridos, bravos guerreiros de Atenas Quando eles se entopem de vinho Costumam buscar o carinho De outras falenas Mas no fim da noite, aos pedaços Quase sempre voltam pros braços De suas pequenas Helenas Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas Geram pros seus maridos os novos filhos de Atenas Elas não têm gosto ou vontade Nem defeito nem qualidade Têm medo apenas Não têm sonhos, só têm presságios O seu homem, mares, naufrágios Lindas sirenas Morenas Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas Temem por seus maridos, heróis e amantes de Atenas As jovens viúvas marcadas E as gestantes abandonadas Não fazem cenas Vestem-se de negro, se encolhem Se conformam e se recolhem Às suas novenas Serenas Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas Secam por seus maridos, orgulho e raça de Atenas 1976 © by Cara Nova Editora Musical Ltda. Av. Rebouças, 1700 Todos os direitos reservados. Copyright Internacional Assegurado. Impresso no Brasil |
domingo, 23 de outubro de 2016
terça-feira, 11 de agosto de 2015
sábado, 1 de agosto de 2015
Porque os outros se mascaram mas tu não...
Porque os outros se mascaram mas
tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem
perdão.
Porque os outros têm medo mas tu
não.
Porque os outros são os túmulos
caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu
não.
Porque os outros se compram e se
vendem
E os seus gestos dão sempre
dividendo.
Porque os outros são hábeis mas
tu não.
Porque os outros vão à sombra dos
abrigos
E tu vais de mãos dadas com os
perigos.
Porque os outros calculam mas tu
não.
Poema de Sophia de Mello
Breyner Andresen, Mar Novo
Fotografia da minha autoria
Fotografia da minha autoria
sábado, 6 de junho de 2015
Balada para a Ilha de Moçambique
BALADA PARA A VELHA ILHA
«Horas mortas, quando o luar
passeia,
As brancas tranças desfeitas,
pela areia,
Há sombras do passado a
deslizar
Por entre os muros, no cimo
dos portais,
Nas rochas e nas pedras
carcomidas,
Contando histórias velhas, já
perdidas
Na distância e na bruma do
não-mais.
Tinem ferros, há vozes e
canções,
Soluços e murmúrios de
orações
(Há quem afirme e teime que é
o mar... )
Subindo em espirais feitas de
mistério
Ao encontro dos passos de quem
passa.
Ecos dispersos de um
longínquo império,
roçar de sedas nos salões
desertos
dos seculares palácios sem
vivalma.
E dizem que de túmulos
abertos
Surgem guerreiros, bispos e
donzelas
Que vão depois seguindo, à
luz da lua,
Tacteando as paredes, rua em
rua,
Até que a aurora venha e se
debruce
Em rubores de menina, pelas
janelas.
E dizem mais... e contam... e
afirmam...
(Bem sei que é lenda. É lenda
e fantasia
— Mas que seria a vida sem o
sonho
E que seria duma velha ilha
Sem o perfume, a estranha
maravilha,
Da lenda a envolvê-la em
poesia? )»
Guilherme de Melo
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