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terça-feira, 4 de outubro de 2022

Rússia - A Revolução virá de dentro

 


A minha esperança é que uma revolução que venha de dentro da própria Rússia, traga a mudança efetiva de regime e devolva o poder ao povo. Verdadeiramente.

A contestação de rua, sobretudo de jovens, nas principais cidades, e apesar da dura repressão, são um sinal inequívoco de uma mudança anunciada.

Assim ela venha, rapidamente.


Nazaré Oliveira


Ver aqui:

https://exame.com/mundo/guerra-na-ucrania-mais-de-800-pessoas-sao-detidas-em-protesto-na-russia/

https://exame.com/mundo/guerra-na-ucrania-mais-de-800-pessoas-sao-detidas-em-protesto-na-russia/

https://pt.euronews.com/2022/02/25/protestos-na-russia-contra-a-guerra

https://www.publico.pt/2022/03/06/mundo/noticia/4300-detidos-russia-manifestacoes-guerra-1997793

https://www.tsf.pt/mundo/acordar-no-lado-errado-da-historia-portuguesa-conta-como-tem-sido-a-vida-em-moscovo-14663899.html

terça-feira, 27 de setembro de 2022

"Não há volta a dar-lhe": ou se é pela Rússia ou se é pela Ucrânia


"A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.916 civis mortos e 8.616 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais".
Infelizmente, agravar-se-á este número com a mobilização de milhares de russos decidida por Putin para continuar o seu programa de crueldade e morte contra ucranianos e contra os que, mesmo russos, se opõem ao seu ideário extremista e belicista.
Esta guerra que Putin iniciou, porque de guerra se trata, também nos diz respeito e nos merece a maior atenção e apreensão, uma vez que estão em causa valores e princípios completamente espezinhados pelo mesmo, como o respeito pela soberania das nações, pela sua independência, pelas disposições da Carta das Nações Unidas, pelos Direitos Humanos e pelo Direito Internacional.
Nada justifica o que está a acontecer, exceto o desejo imperialista de um homem que, pela violência e pela força, negando a História recente da Europa a a partir de 1989, quer fazer renascer os horrores pelos quais passaram as ditas democracias populares e ressuscitar a velha e prepotente URSS.
Quem não critica abertamente Putin por tudo isto que tem feito também é como ele.
Neste contexto, e perante os factos e esta terrível realidade, não há lugar para os que, estranha e cobardemente se escondem na "abstenção" ou comodamente se viram contra os países que estão a ajudar a Ucrânia.
Isto nunca foi operação militar especial, mas guerra. Guerra!
"Não há volta a dar-lhe": ou se é pela Rússia ou se é pela Ucrânia.


 Nazaré Oliveira


Já agora, para consulta

https://www.europarl.europa.eu/news/pt/headlines/world/20220127STO22047/de-que-forma-a-uniao-europeia-apoia-a-ucrania

 https://youtu.be/LI5dbfr3Xp0 


terça-feira, 16 de agosto de 2022

Incêndios em Portugal

 


Esta é a área ardida na Serra da Estrela.
Imaginem que ardia tudo desde o Parque da Nações até Cascais!!!
O combate aos incêndios passa pela prevenção, com muitas mais campanhas DURANTE TODO O ANO, nas escolas, junto das populações, mass media mas, sobretudo, por mais e melhores equipamentos e melhores salários dos bombeiros.
Se o recente contratado Sérgio Figueiredo vai ganhar mais do que o Medina, quanto deveria ganhar um bombeiro? Um professor? Um médico? Um enfermeiro? Um polícia?
Uma tristeza e uma revolta, estas decisões "vindas de cima"! Esta inversão de prioridades, esta falta de visão e sensatez política e social.
A extrema direita aproveitar-se-á de tudo isto para engrossar cada vez mais as suas hostes, para infortúnio da nossa democracia.
A quem pedir responsabilidades pelos próximos números da abstenção, pelos desafetos políticos, pela quebra de confiança no sistema pluripartidário?
Continuarei a lutar pela Democracia e pelo Estado de Direito. Sempre.

sábado, 15 de junho de 2019

Passear o cão


Quando as pessoas passeiam os seus cães deveriam também pensar nisto.

Infelizmente, continuo a ver muita gente com os animais à solta, mesmo animais de grande porte, fazendo com que outros acabem por se afastar com os seus animais, que levam à trela, temendo brigas entre eles (que acontecem e muitas vezes com um final infeliz).

Só pensam em si.
Esquecem-se que muitos animais, caso de cães resgatados da rua e em condições traumáticas brutais, dificilmente vão socializar como desejaríamos, porque até de outros cães receberam maus-tratos.

Quanto aos cocós que os donos fingem não ver para não terem de os apanhar, até porque lhes dá jeito que os seus animais andem soltos e tantas vezes fora do seu alcance, é uma vergonha aquilo a que tenho assistido! 

É uma vergonha aquilo que vejo, quer em passeios quer na relva dos jardins públicos.


Que fazer a esta gente?






quinta-feira, 18 de abril de 2019

Maldita(s) guerra(s)!



A guerra é morte, destruição, perda.
Nesta foto, talvez das mais dramáticas que me chegaram, a dor da perda... O querer que num momento tudo mentira fosse e a vida não se esvaísse, assim, e viesse, retornasse, neste abraço que abraça a Humanidade exangue, e que é grito, revolta...

Malditos senhores da guerra!
 




Nazaré Oliveira

quarta-feira, 6 de março de 2019

Rui Pinto



Independentemente da forma como o fez, criticável, claro, e punível, há que reconhecer o facto do Rui Pinto, corajosamente, ter permitido que mais uma vez os "fora da lei" em Portugal (neste caso, no futebol), possam ser conhecidos, denunciados e ir à barra do tribunal. Ninguém é intocável, num Estado de Direito! Nem futebolistas, nem presidentes de clubes, nem juízes nem ninguém. Haja Justiça e equidade na forma como se aplica.

Vergonhosa e escandalosa a Justiça em Portugal.
Banqueiros-ladrões, patrões-ladrões, pedófilos, homicidas, corruptos engravatados, traficantes de droga e de pessoas... "sacanas sem lei"em liberdade ou à boa vida... Este jovem, corajoso, inteligente, que denuncia e põe a nu estas fraudes e que a polícia e a Justiça por isso mesmo devia proteger, é ameaçado de morte. 
Felizmente, há organizações internacionais no terreno que o estão a proteger.

Em Portugal ainda há muito paleio, muitas "cabeças bem falantes" (mas não bem pensantes) em todas as áreas da vida nacional. Ainda há "muita parra e pouca uva"! Ainda há muitos seguidistas e apoiantes da máxima “olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço”.

Muit@s "comentadeiros", muitos especialistas em tudo menos em Ética. Muitos padrinhos e afilhados. 

Muito Carnaval TODO O ANO.

Como disse a eurodeputada Ana Gomes, as autoridades portuguesas esmifram-se para prender o "perigoso" whistleblower RuiPinto que denuncia corruptos, no entanto, deixam "tranquilitos e à solta criminosos e corruptores do gabarito de Ricardo Salgado e capangas!".



Nazaré Oliveira


domingo, 4 de novembro de 2018

Morreu Amal



Num título bem destacado, o JN noticia a morte de Amal Hussain, a menina de sete anos "escondida num corpo doente, de tão magro".
Mas a imagem, a imagem desta criança, igual a milhares de outras imagens de crianças cujas vidas mais morte são, faz-me doer a alma e o coração, angustia-me, revolta-me.
Sinto vergonha por esta sociedade tão desigual, tão sem dignidade, tão indiferente ao outro, que continua a deixar que milhões de pessoas inocentes morram sem alimentos ou sem medicamentos básicos, morram sem realmente ter vivido, tal a miséria e a privação extrema que passam.
"Não há carne. Só pele e osso", dizia a médica responsável.
Que realidade tão brutal e tão cruel.
Cruel e evitável, porque as malditas guerras a que assistimos, e cujas vítimas são esta pequenina Amal e milhares e milhares de outras crianças como esta, e milhares e milhares de mulheres e de homens inocentes, são feitas por sacanas sem lei que tudo fazem para ganhar cada vez mais poder e dinheiro, porque ter dinheiro é ter poder, poder perverso que cresce com a morte e destruição dos outros. Poder que cria desumanidades.
A fome no mundo continua a existir, a esta escala, porque não há vontade política para acabá-la.
Pobres inocentes nas mãos dos senhores da guerra que impunemente continuam a matar, a violar e a destruir a vida de quem nada fez para merecer este fim.
Malditas guerras.
“É uma daquelas fotografias que fazem olhar para o lado, porque custa a crer que seja real e porque realidades assim tão más não deviam afetar quem ainda não teve tempo para fazer mal na vida”.


Nazaré Oliveira



Artigo original: https://www.nytimes.com/interactive/2018/10/26/world/middleeast/saudi-arabia-war-yemen.html?smtyp=cur&smid=tw-nytimes

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

"Os profissionais da tourada são os que mais amam os animais"




Gente do pior que existe, do mais ordinário e abjeto que existe, quer quem promove estes espetáculos de dor e de morte quer os toureiros, cavaleiros, forcados...
 Quem assiste, aplaude ou os vê na TV...
Quem defende isto e escreve nos jornais... E quem publica...
Sim, as touradas & afins são espetáculos bárbaros, sanguinários, espetáculos de morte, morte lenta, morte de inocentes...
Mas a luta continua pelo fim destes espetáculos macabros!
Quanto sofrimento e dor para gáudio de psicopatas e gente perturbada (a todos os níveis)!
Meus queridos animais...

Nazaré Oliveira



Dizem que amam os touros (vídeo)







Que gente asquerosa! Que monstros!

Que gente sem um pingo de respeito por um ser inocente que agoniza, morre lenta e cruelmente às mãos do ódio, da indiferença, do sadismo e da humilhação de quem nos diz sempre que ama os touros ...

Maldita gente!

Criminosos sem castigo!

Torturam inocentes que nunca se podem defender dos seus impulsos assassinos!

Como é possível que ainda não tenham terminado estes “espetáculos” abomináveis? Como é possível que esta corja maldita faça isto a um pobre animal e delire de felicidade ao fazê-lo?

Dementes! Dementes perigosos que nem o ar que respiram merecem.

Meus queridos animais...



Nazaré Oliveira

terça-feira, 31 de julho de 2018

Campanha em Marrocos: "Sê um homem e cobre as tuas mulheres"




Logo pela manhã, esta notícia no DN dava conta de mais uma situação abominável à luz dos Direitos Humanos e da Igualdade de Género que sempre defenderei:

Em Marrocos, obcecados sexuais pertencentes a várias organizações conservadoras, incluindo a "consciência marroquina", a hashtag #konrajoulan ("sê um homem"), lançaram no facebook a campanha 'Sê um homem e cobre as tuas mulheres', acompanhada da imagem de uma figura de negro da cabeça aos pés, sobre fundo amarelo, e os dizeres "sê um homem e não deixes as tuas mulheres e filhas saírem vestidas de modo pornográfico".
Num dos posts, o primeiro comentário diz: "Sim, não queremos as nossas mulheres vestidas de puta.”

A dura realidade para milhares de mulheres, a dura luta que continua a ser travada contra culturas e mentalidades que estagnaram ao serviço do homem-macho e cada vez mais embrutecido pelo poder que julga ter por possuir um pénis e no qual fundamenta a legitimidade das suas monstruosas convicções sobre a relação homem-mulher.

Vangloriando-se e autopromovendo uma virilidade "assente na cobrição" e numa sexualidade claramente amputada de valores e princípios onde não há lugar ao diálogo nem ao prazer mas ao poder e ao autoritarismo assentes no pressuposto  de que ser homem e ter um pénis é o bastante para ser superior à mulher, subjuga-a, escraviza-a e esvazia-a completamente da dignidade e do respeito que sistematicamente lhe rouba através da violação, do assédio e obscenidades verbais proferidas e da menoridade cívica e intelectual com que é olhada e tratada. 

Felizmente que há organizações e gente corajosa e determinada, caso de Betty Lachgar, incansável nas petições e declarações enviadas ao Governo para que findem estas agressões consentidas e institucionalizadas. 

E tudo isto num país que continua a ser um dos destinos preferidos dos portugueses mas não o meu. 

Um país sobre o qual um inquérito da Unicef em 2014 revelou que mais de 63% das mulheres consideram que "por vezes se justifica" sofrerem algum tipo de violência física por parte dos cônjuges.

Um país no qual um programa da TV estatal mostrou, em 2016, como "disfarçar" com maquilhagem as marcas dessa violência, um país onde apalpões e piadas obscenas ditos por homens a desconhecidas na rua são de tal forma "normais" que os guias de viagem aconselham as turistas a nunca andar sós, a nunca entrar em cafés (considerados reino masculino) e a ter muito cuidado na praia...

Marrocos, um país aqui tão perto!

Segundo o PÚBLICO de ontem, esta campanha foi lançada no início de Julho para impedir as marroquinas de usarem biquíni ou fatos de banho e está a agitar as redes sociais.

'Sê um homem e cobre as tuas mulheres'?

Majda Avrani, mulher marroquina citada pelo DN, já lhes respondeu:

'Sê um homem e rala-te com o teu cu'.



Nazaré Oliveira



PS:
Não deixem de ler
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/29/internacional/1532873887_330458.html






sábado, 7 de julho de 2018

Deputados portugueses votaram a favor da crueldade e da tortura (touradas)



Sou contra a tortura, seja onde for e com quem for.
Num país que se diz humanista e desenvolvido, as touradas & afins não podem existir, no entanto, partidos houve que votaram pela continuação deste espetáculo abominável e sanguinário, demonstrando um insensibilidade atroz pelo sofrimento e pela dor causada a pobres animais que exploram e matam de forma cruel, premeditada, bem como, uma conceção de progresso e de Moral que me envergonha como cidadã e como pessoa.
Portugal é um país humanista?
Não, não é nem nunca será com a manutenção destas práticas, destes espetáculos, cínica e hipocritamente apoiados, inclusive, por uma certa Igreja Católica e por muitos católicos, muitos deles frequentadores da missa dominical, da Confissão e da Caridadezinha low cost e de outras práticas que mascaram completamente a verdadeira mensagem do Evangelho.
Muitos portugueses sempre tiveram muito jeito para se adaptar às circunstâncias, quando das mesmas podem retirar proveito, projeção ou ganhos. Quando se trata disso, vale tudo menos tirar olhos, e alguns, ao arrepio das mais elementares práticas cívico-humanistas que dizem defender na sua cartilha político-partidária e/ou na sua Profissão de Fé, vendem, se for preciso, a alma ao Diabo, para satisfação dos seus desejos mais recônditos e das suas frustrações e recalcamentos que despudoradamente escancaram, por exemplo, quando defendem, promovem e assistem a touradas e outros espetáculos de cruel assassinato de inocentes, vergonhosamente apoiados por gente que se apropria do Poder como se fosse seu, como é (foi) o caso daqueles deputados e deputadas que votaram na Assembleia da República contra a proposta abolicionista do PAN.
Vergonhoso. Inadmissível! Imperdoável”.
Sou contra a tortura, a crueldade, seja onde for e com quem for e, num país que se diz humanista e desenvolvido, as touradas & afins não podem existir, no entanto, a maioria dos ditos representantes do povo não pensaram assim.
Como referiu* André Silva, do PAN, afirmar que a tourada faz parte da identidade nacional é pretender que uma minoria da população que assiste a corridas de touros seja considerada mais “portuguesa” do que a grande maioria que não se revê neste tipo de espectáculos, o que é, no mínimo, desconcertante. A identidade de um povo cria-se a partir do que é pertença comum e não daquilo que nos divide, pelo que forçar a identidade tauromáquica à população portuguesa é ofensivo e contraproducente para uma desejada unidade nacional.

Vergonhoso. Vergonhoso e imperdoável o que aconteceu na dita "casa da democracia": o projecto do PAN para a abolição das touradas foi chumbado com os votos contra do PS, PCP, PSD, CDS e do deputado Carlos Matias do BEe com os votos a favor do Bloco de Esquerda, do Partido Ecologista Os Verdes, de oito deputados socialistas e a abstenção de outros 12.

Continuaremos a luta, a luta por um país e um mundo melhor, onde a harmonia entre todos os seres exista, contra a mediocridade moral e política que nos tem governado e contra o atraso civilizacional que nos provoca.

Um país não se vê e não se mede só pelos números, estatísticas, economia e finanças. Um país, verdadeiramente, vê-se pela forma como incentiva, motiva e promove a Educação Cívica, a Cidadania ativa e exigente, a Ética e a Moral Política e a formação para os valores e Direitos Humanos.

Nas eleições, ajustarei contas com essa gente sádica e cruel. Eu e os milhares de abolicionistas portugueses.



Nazaré Oliveira






Para mais leituras:



sexta-feira, 29 de junho de 2018

A Rússia e o mundial de Futebol - 2018




A Rússia e o Mundial da Vergonha, manchado com sangue de inocentes, mais uma vez.
FIFA, UEFA... Ninguém sabia? Ninguém soube disto? Ninguém condenou?
Pobres animais nas mãos desta corja humana que fechou os olhos a este massacre.
E os jogadores? As seleções?
Tudo calado. Tudo calado.
Tudo embriagado com a bola, com os milhões, com a aparente normalidade, com a hipocrisia política e social tão sub-repticiamente escondida à custa de um acontecimento desportivo que se quis organizar, nem sempre em nome do espírito do Desporto, nem sempre em nome de um desejo de Paz e Concórdia entre as nações, nem sempre em nome da Verdade que a todo o custo se esconde.
Crueldade  e massacre no campeonato mundial de futebol, como se o futebol valesse mais do que estas vidas.



Nazaré Oliveira


sábado, 23 de junho de 2018

Professores em luta


A RTP notícias on-line, refere que o ministro da Educação desafiou os sindicatos dos professores a regressarem à mesa de negociações, e que o apelo de Tiago Brandão Rodrigues surge numa altura em que a paralisação dos docentes já levou ao adiamento de milhares de reuniões de conselhos de turma e com muitos alunos a realizarem os exames sem nota atribuída.

Desafiou os sindicatos? Há quanto tempo andam os sindicatos a solicitar ao governo que reponha a legalidade e cumpra a sua palavra? Há quanto tempo anda o governo a responder com evasivas e a não querer restituir aos professores o que aos professores deve?

Nesta classe laboral - os professores - muit@s têm sido os que, com sacrifício e determinação, têm estado nesta luta pelos seus direitos legítimos roubados há quase 10 anos, como se nesse período tivessem estado "a fazer de conta" ou sequer desaparecido.
Nesse tempo, que o governo pretende apagar, os professores trabalharam com afinco, seriedade e dedicação. Os professores mantiveram as escolas a funcionar honesta e responsavelmente, certos, porém, de que jamais alguém iria utilizá-los como, pelos vistos, utilizaram, como se pode concluir pelas afirmações que têm sido proferidas, pelo menos, ao longo destas últimas semanas.
Muitos portugueses, paradoxalmente, continuam a considerar que os professores são efetivamente importantes na sociedade e que ser professor é uma das profissões mais nobres e uma das mais nobres missões, no entanto, quando estão em luta, sejam associações de pais, Confederações de Pais, associações de estudantes ou até simples cidadãos, não lhes poupam as suas críticas mordazes e a sua cáustica apreciação.
Professores, sim, mas caladinhos, como no salazarismo, a guardar as crianças, a “comer e calar”...
É triste, passados 44 anos, continuarmos a ver tratados, de forma hostil e claramente desrespeitosa, peças-chave da formação e do progresso de um país.
A acrescentar a esta revolta, a esta indignação, o estaticismo e o conformismo de colegas de trabalho que se encostam despudoradamente às lutas que travamos (e temos travado) para da mesma usufruir (como sempre), agarrados que estão a princípios estranhos de uma estranha apatia que tanto mal nos tem causado, a nós, professores, e à própria democracia. 

Já agora, para quem não sabe ou critica sem saber*:
1. Os professores não progridem automaticamente nem apenas com base no tempo de serviço. Existem numerus clausus  (na progressão aos 5.º e 7.º escalões) e existe avaliação dos professores para mudar de escalão (mínimo de Bom, com observação de aulas no trânsito para o 3.º e 5.º escalões), além da obrigação de frequentar com aproveitamento ações de formação;
2. Com o que foi dito no ponto anterior, muitos professores nunca chegarão a escalões superiores;
3. Grande parte dos professores está há mais de uma década no primeiro escalão da carreira, mesmo tendo sido avaliados com Bom, Muito Bom ou Excelente, frequentado com classificação ações de formação, entre outros;
4. Os professores deste país não ficam de férias assim que as aulas acabam! Se assim fosse quem é que atribuía as notas? Quem é que realizava os Conselhos de Turma? Quem é que fazia os horários? Quem é que fazia as planificações e articulações curriculares? Quem preparava o ano letivo seguinte? Tudo isso é feito durante o mês de julho e em alguns casos em agosto;
5. Os professores só podem ter férias no mês de agosto, o que muitas vezes prejudica a sua vida pessoal, como é fácil compreender;

Nazaré Oliveira


Para saber mais, consultar:

https://www.dn.pt/portugal/interior/quem-tem-razao-na-luta-dos-professores-juristas-divididos-9412071.html
https://www.esquerda.net/opiniao/professores-em-tempo-de-uniao-e-luta/55758*
https://www.spgl.pt/em-defesa-das-suas-carreiras-professores-voltarao-a-luta

https://www.spgl.pt/greve-de-hoje-foi-um-importante-momento-de-uma-luta-que-os-professores-irao-continuar

terça-feira, 19 de junho de 2018

Ministro da Educação



Continuam a colocar pessoas à frente do Ministério da Educação sem saberem, minimamente, o que se passa nas escolas e o que se tem passado com os professores.
Um Ministro da Educação tem que conhecer, NO TERRENO, quer escolas quer professores quer alunos.
Muitos deles nem uma aula deram!
Só tecnocratas (e maus), que cada vez mais infernizam o dia a dia de quem ensina.
Só faltava, agora, não considerarem quase 10 anos na carreira dos professores! Apagá-los, como se tivéssemos estado a fazer de conta...


Com que direito? 

Nazaré Oliveira

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Vale do Tua - Um ecossistema em perigo iminente





Quem como eu, desde a minha infância, fazia viagens pela Linha do Tâmega, Linha do Corgo, Linha do Tua, Linha do Douro…viagens de sonho que poucos portugueses conheceram, certamente se recorda das paisagens únicas que do comboio se viam. 

De Chaves, Vidago… a Vila Real… de Vila Real até ao Porto…Que saudades!

Por montes e vales, aqui e além salpicados pelo brilho dos rios que preguiçosamente serpenteavam por entre a pedernia, eu tive o privilégio de ver e sentir o trabalho do Homem, contra a dureza da terra, o sol abrasador, pelo pão e pelo vinho, pela Vida.
Num cenário mágico de linhas ondulantes, os socalcos percorriam em espiral os declives das serras num abraço fraterno entre o céu e a terra, numa mística única que nos arrebatava e extasiava para sempre.

Eu via e sempre vi com os olhos e com o coração.

Menina curiosa, que tudo olhava, sentindo, estendia o meu olhar até ao fundo dos vales e aí me prendia, numa geometria mais-que-perfeita da Natureza, como se nada de mais belo pudesse existir ou voltar a ver.

Perdia o meu olhar no verde dos pinheiros, das urzes e das flores silvestres, tantas, à nossa passagem e ao nosso olhar, vagarosamente acompanhado pela máquina que subia, subia, seguia, seguia, puxando, puxando, carruagens felizes com gente como eu.

Numa tela colorida pelo sol quente, muito quente, e que uma pequena aragem perfumava, chegava até mim aquele aroma magnífico de pinheiros, giestas e urzes em flor, como uma saudação ou abraço.

Parar nas estações da CP ao longo destas linhas, era uma lição de História. História de Arte. História da Vida e de vidas.
E o meu olhar prendia-se cada vez mais a tudo isto, tal a beleza e a diversidade de cores, sons, cheiros e emoções!

Nesta altura, ainda pequenita, não tinha máquina fotográfica, não tinha dinheiro nem mesada, ainda não havia televisão na minha terra, não tinha bicicleta, não sabia o que significava passar férias "fora", sabia que era duro viver em Trás-os-Montes, que havia uma capital que era Lisboa, que conhecia o mar e que o mar era lindo, sim, mas era longe, na terra da avó. Sabia que os meus pais eram os meus heróis e iam continuar a sê-lo, pela luta que travavam e pelo esforço que faziam para sermos crianças felizes, ainda que para isso sentissem no corpo e na alma a dureza de um regime que lhes negou sempre uma vida sem inquietações, a paz e o sossego. Conseguiram fazer de nós  crianças deslumbradas com as maravilhas da mãe-terra, encantados que ficávamos com as coisas simples, puras, vibrando com a Natureza como quem sorve a última gota de vida, abraçando-a com os olhos e guardando-a na alma. 
Vidago, Chaves, Vila Real, Porto – as terras que me viram crescer até aos 10 anos, altura em que foi preciso sair, partir, fugir.

Mas estas imagens mantiveram-se e mantêm-se vivas. Estas paisagens, estas cores, o aroma intenso que do verde se soltava… e o vento a sussurrar aos pinheiros… o cinzento matizado do granito, o azul brilhante dos rios onde o sol poisava, sorrindo, os azulejos das estações, os comboios, a fagulha que teimosamente entrava nos olhitos, o carvão que enfarruscava o rosto… Oh, máquinas a carvão! O “Texas” e não só!

No fundo, fui uma menina com uma infância feliz.

Enchi o coração com a beleza das serras e dos montes, brinquei na rua, a cantar, saltar à corda, à bilharda, à macaca, com amiguinhos, cães, gatos, burros, cavalos, pintainhos, bois e boizinhos, sem horas, sem medos, sem fome, no riacho que a cantar me encantava e onde barcos de folhas pousava com risos e sonhos pequeninos da minha enorme alegria!

E que bom que era ir até lá, sobretudo ao fim da tarde, das tardes quentes de Verão!

Que bom que era o cheirinho a terra molhada quando as regas começavam nas hortas e, num manto de trevos e erva fresca, sentar-me para ver os sapos, as rãs, peixes cintilantes, melros, andorinhas, pardais, lagartos, lagartixas, abelhas, borboletas multicores, pequenos insectos... e vê-los livres, livres, iguais a mim.

As lavadeiras apanhavam já a roupa que corara, brilhara e secara  no cimo de pedras e arbustos!

Ao longe, na pequena ponte, passava o comboio.

Eu acenava-lhe e dizia "Até amanhã!”




Nazaré Oliveira





Para conhecer mais:

Fotos de: