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terça-feira, 17 de setembro de 2024

Como é que a sociedade portuguesa vê a corrupção? (Trabalho da Fundação Francisco Manuel dos Santos)

 



Barómetro da Corrupção

Como é que a sociedade portuguesa vê a corrupção? A Fundação lança um novo barómetro para compreender o fenómeno, considerado um dos problemas mais graves que o país enfrenta. A maioria dos inquiridos acredita que a política corrompe, considerando a integridade dos candidatos fundamental na hora de ir às urnas. Entre nesta experiência interativa e conheça os resultados do inquérito.  infografia está disponível no final da página.
Para ler o relatório, clicar aqui

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Incêndios em Portugal

 


Esta é a área ardida na Serra da Estrela.
Imaginem que ardia tudo desde o Parque da Nações até Cascais!!!
O combate aos incêndios passa pela prevenção, com muitas mais campanhas DURANTE TODO O ANO, nas escolas, junto das populações, mass media mas, sobretudo, por mais e melhores equipamentos e melhores salários dos bombeiros.
Se o recente contratado Sérgio Figueiredo vai ganhar mais do que o Medina, quanto deveria ganhar um bombeiro? Um professor? Um médico? Um enfermeiro? Um polícia?
Uma tristeza e uma revolta, estas decisões "vindas de cima"! Esta inversão de prioridades, esta falta de visão e sensatez política e social.
A extrema direita aproveitar-se-á de tudo isto para engrossar cada vez mais as suas hostes, para infortúnio da nossa democracia.
A quem pedir responsabilidades pelos próximos números da abstenção, pelos desafetos políticos, pela quebra de confiança no sistema pluripartidário?
Continuarei a lutar pela Democracia e pelo Estado de Direito. Sempre.

domingo, 17 de março de 2019

A justiça climática é a luta pelo destino da Humanidade



Só faremos isto em conjunto, pela acção persistente e decidida de milhões de pessoas. “Vamos mudar o destino da Humanidade.”


15 de Março de 2019


Hoje é um dia histórico, com uma das maiores mobilizações globais de sempre, sobre qualquer tema que seja. É a maior mobilização de jovens e a maior mobilização pela justiça climática que alguma vez aconteceu. Todas as pessoas que mobilizaram, que convocaram e que hoje se juntam e se encontram nas ruas de mais de mil cidades por todo o mundo devem saber que fazem parte de um momento extraordinário. Começa uma nova História da justiça climática.

Durante as últimas três décadas, milhares de pessoas por todo o mundo empurraram um comboio pesado, o comboio da inércia, o comboio da conformação, o comboio do sistema, à procura de soluções e vontade política para resgatar a civilização. Muito mais grave do que a meia dúzia de negacionistas de alterações climáticas (com desproporcionado impacto mediático), foram mesmo os arquitectos das políticas dos últimos anos os grandes responsáveis por vivermos numa emergência climática sem paralelo na História da Humanidade.


“O desprezo pelos jovens, o desprezo pelas pessoas comuns, foi convertendo superficialmente milhares de milhões em cínicos, em hipócritas, em seres amorfos e autocentrados. O poder retirado pela economia e pela política às populações foi criando um espírito de derrota, de impotência, de conformação a tudo o que viesse de cima, à ordem e à obediência. Apesar de haver sempre quem resistisse, esse espírito imperou durante muito tempo.”


De nada serviram Barack Obamas, Justin Trudeaus ou Uniões Europeias a gritar o seu empenho no combate às alterações climáticas, de nada nos serviram as tintas verdes com que empresas destruidoras como a BP ou a Volkswagen se foram pintando porque, apesar de andarmos há décadas à procura de acordos para cortar as emissões de gases com efeito de estufa, 2018 foi o ano com o mais alto nível de emissões alguma vez registado. Nesse contexto de enorme frustração, de enorme contradição, empurrámos, contra o senso comum, contra a política banal, contra a TINA (There Is No Alternative), assistimos ao colapso em Copenhaga, exigimos que não houvesse mais explorações de petróleo, gás e carvão, se queríamos salvar o futuro da civilização. Às costas, levávamos a Ciência, a vontade e a certeza de que isto não podia acabar assim, que a Humanidade não podia ser só isto. 

O desprezo pelos jovens, o desprezo pelas pessoas comuns, foi convertendo superficialmente milhares de milhões em cínicos, em hipócritas, em seres amorfos e autocentrados. O poder retirado pela economia e pela política às populações foi criando um espírito de derrota, de impotência, de conformação a tudo o que viesse de cima, à ordem e à obediência. Apesar de haver sempre quem resistisse, esse espírito imperou durante muito tempo. Chegados a um dia como hoje percebemos como era superficial esse espírito, e especialmente superficial a análise de que isso se poderia manter.

A temperatura média global nas últimas três décadas só tem comparação com o período interglacial do Eemiano, há mais de 115 mil anos. Haveria nessa altura, quanto muito, alguns milhões de seres humanos (menos do que os dedos de uma mão). O centro da Europa era uma savana, o Reno e o Tamisa tinham hipopótamos e crocodilos. O nível médio do mar era seis a nove metros mais alto do que hoje. Os cinco anos mais quentes desde que há registos são os últimos cinco (2016, 2015, 2017, 2018, 2014). Devido à queima massiva de gases com efeito de estufa que começou na Revolução Industrial e que disparou a partir do final da Segunda Guerra Mundial, criámos um clima em que nunca vivemos antes, diferente daquele em que foi possível inventar a agricultura, a escrita, a civilização. O capitalismo industrial fóssil acabou com o Holoceno, o período geológico dos últimos 12 mil anos que permitiu que a nossa espécie de instalasse e proliferasse por todo o planeta.

Mas a inacção garante-nos uma degradação muito maior do que esta, e cada dia, cada semana, cada mês em que a máquina industrial fóssil se mantém em produção máxima agrava o nosso futuro. Cada momento em que a máquina industrial fóssil se mantém em produção ficam em causa a viabilidade dos territórios em que habitamos hoje, a sua capacidade de nos continuar a sustentar, quer pela redução da capacidade de produção alimentar e da disponibilidade de água, quer pelos fenómenos climáticos extremos e a subida do nível médio do mar. A reacção perante este estado de coisas é uma manifestação de autoprotecção. Não estamos a defender a Terra, nós somos parte da Terra e estamos a defender-nos a nós mesmos.

Nomeada para o Prémio Nobel da Paz, Greta Thunberg, a jovem sueca de 16 anos que disse exactamente isto na cara das lideranças mundiais na Polónia, foi o ponto de apoio e a sua greve, todas as sextas-feiras frente ao Parlamento da Suécia, foi a inspiração para a greve mundial climática. Mais tarde, o colectivo que convocou esta greve diria em carta aberta publicada no The Guardian: “Vamos mudar o destino da Humanidade.” Não é menos do que isto o que precisa de acontecer. 

Esta chamada à acção colectiva retira o derrotista enfoque na acção individual que vigorou nas últimas décadas. Só faremos isto em conjunto, pela acção persistente e decidida de milhões de pessoas. Tentar reduzir o que acontece neste 15 de Março de 2019 a uma chamada para pequenas acções individuais ou locais é perverter o que está a acontecer: “Vamos mudar o destino da Humanidade.”

Tudo irá mudar nas nossas economias e nas nossas sociedades. Se não formos nós a organizar estas mudanças, será o novo clima, sem qualquer contemporização. Vivemos neste momento dentro do arranha-céus em chamas do capitalismo global e todos os alarmes estão a tocar. Não existe nenhum bombeiro mágico para apagar as chamas. Está na hora de sair e construir uma nova casa para a Humanidade.


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Greta Thunberg



quarta-feira, 13 de março de 2019

Greve estudantil PELO CLIMA




Greve estudantil climática soma cidades à convocatória


Está marcada para o mundo inteiro para a próxima sexta-feira. Em Portugal será a partir das 10.30. Há cada vez mais cidades com convocatórias de concentrações para a greve estudantil climática. Porque, dizem os jovens, “não há planeta B”.

teEmail
Os estudantes portugueses estão a responder ao apelo internacional para organizar uma greve climática estudantil que tem sido difundido com as hashtags #SchoolStrike4Climate e #FridaysForFuture.
Arouca, Aveiro, Arouca, Barcelos, Braga, Chaves, Coimbra, Covilhã, Évora, Faial, Faro, Flores, Fornos de Algodres, Funchal, Leiria, Lisboa, Ourém, Portalegre, Porto, Reguengos de Monsaraz, Santarém, Santa Maria, Setúbal, Tomar, Torres Vedras, Vila Real, Viana do Castelo têm já concentrações marcadas mas os organizadores convidam ainda mais a juntar-se à causa.
Nascido na sequência da intervenção de uma jovem sueca, Greta Thunberg, que protestou a partir de agosto em frente ao parlamento com o cartaz em que se lia “School Strike for Climate”, o movimento despoletou manifestações em vários ponto do globo: Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Finlândia, Itália, Irlanda, Reino Unido e Estados Unidos são apenas alguns dos exemplos.
Depois das manifestações em cada um dos países segundo os calendários decididos localmente, chegou o apelo para um dia de ação global a 15 de março. Um mapa provisório dos protesto pode ser encontrado aqui.(link is external)
 Em Portugal, os responsáveis pela convocatória fizeram um site (link is external)
no qual esclarecem que o movimento é “estudantil, internacional, pacífico e não-violento, determinado e organizado, descentralizado e apartidário”.



in https://www.esquerda.net/artigo/greve-estudantil-climatica-soma-cidades-convocatoria/60160

domingo, 4 de novembro de 2018

Morreu Amal



Num título bem destacado, o JN noticia a morte de Amal Hussain, a menina de sete anos "escondida num corpo doente, de tão magro".
Mas a imagem, a imagem desta criança, igual a milhares de outras imagens de crianças cujas vidas mais morte são, faz-me doer a alma e o coração, angustia-me, revolta-me.
Sinto vergonha por esta sociedade tão desigual, tão sem dignidade, tão indiferente ao outro, que continua a deixar que milhões de pessoas inocentes morram sem alimentos ou sem medicamentos básicos, morram sem realmente ter vivido, tal a miséria e a privação extrema que passam.
"Não há carne. Só pele e osso", dizia a médica responsável.
Que realidade tão brutal e tão cruel.
Cruel e evitável, porque as malditas guerras a que assistimos, e cujas vítimas são esta pequenina Amal e milhares e milhares de outras crianças como esta, e milhares e milhares de mulheres e de homens inocentes, são feitas por sacanas sem lei que tudo fazem para ganhar cada vez mais poder e dinheiro, porque ter dinheiro é ter poder, poder perverso que cresce com a morte e destruição dos outros. Poder que cria desumanidades.
A fome no mundo continua a existir, a esta escala, porque não há vontade política para acabá-la.
Pobres inocentes nas mãos dos senhores da guerra que impunemente continuam a matar, a violar e a destruir a vida de quem nada fez para merecer este fim.
Malditas guerras.
“É uma daquelas fotografias que fazem olhar para o lado, porque custa a crer que seja real e porque realidades assim tão más não deviam afetar quem ainda não teve tempo para fazer mal na vida”.


Nazaré Oliveira



Artigo original: https://www.nytimes.com/interactive/2018/10/26/world/middleeast/saudi-arabia-war-yemen.html?smtyp=cur&smid=tw-nytimes

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Ricardo Robles




Raquel Varela (facebook)
27 de Julho 2018 às 11:54

Rebentou o escândalo Robles, vereador da capital do Bloco de Esquerda. Comprou por 400 mil, fez 1 milhão de obras financiadas (fez questão de dizer com a CGD) e quer vender por 5,7 milhões. Explicou que é tudo legal. E é. Como é legal viver de juros da dívida pública ou colocar dinheiro em off shores e depois reinvesti-lo aqui na forma de empréstimos bancários para fazer,por exemplo, obras em casas a ser vendidas - será o próximo passo empreendedor do vereador do BE? É um escândalo mesmo, e é indiferente se foi a direita que o colocou cá fora e com que intenções porque os factos existem, independentemente do mensageiro.

Se a esquerda gastasse 5% do tempo a estudar a teoria do valor de Marx em vez de dedicar-se a ser uma espécie de braço da ONU, especializada em palavras bonitas e boas intenções, ninguém tinha dúvidas porque estamos perante um escândalo. Que no mínimo exigiria a demissão imediata do vereador eleito. Especulação imobiliária não é vender uma casa e comprar uma melhor, não é ir a um bom restaurante, não é fazer obras na casa de férias - tudo isso é fruto de rendimento do trabalho, do nosso trabalho, que varia consoante a formação e outros factores, e não do trabalho alheio. Especulação imobiliária é rentismo parasitário. Vou ser didáctica. O valor é distribuído a partir da produção real em renda, juro e lucro. Mas todo o valor tem origem no trabalho produtivo real. Se eu ficar a olhar para 6 milhões de notas e cuidar delas como o Zé das Medalhas, dar-lhes beijinhos e festinhas, cantar-lhes ao ouvido, 24 horas depois ou 24 anos depois eu tenho 6 milhões de notas. Nada mais. Dinheiro não faz dinheiro. Esse capital só se amplia se passar pela produção real. Para gerar uma mais valia de 4 milhões de euros é preciso esmifrar até ao tutano milhares de trabalhadores produtivos, industriais e outros, aqui ou na China - dinheiro que aqui chega para pagar estes especuladores Lisboetas ou Parisienses via Bancos. Na verdade Lisboa torna-se uma cidade insuportável mas o custo maior da especulação é a intensificação da exploração do trabalho produtivo que tem que pagar estes super-lucros - esse problema é tão ou mais grave do que a descaracterização da cidade e mesmo a falta de casas para quem trabalha. É levar os trabalhadores do mundo industrial - à escala mundial - à exaustão para fazer com que de 1 milhão se passe para 5 milhões. Robles propõe-se na verdade viver como António Mexia ou qualquer accionista de um Banco, à custa de (muito) trabalho alheio.

E não, a esquerda não é monástica. Não faz votos de pobreza. Viver bem do trabalho, com qualidade de vida, é urgente, precisamos de bem-estar e qualidade de vida sim. Mas viver de especulação é uma imoralidade. Legal, pois claro. Mas Robles tentou lavar a alma, explicando que as obras tiveram empréstimo de um banco público - a CGD, falida, recapitalizada com o dinheiro do SNS e da educação, assim é mais bonitinho o negócio. E, por fim, fez um acto de caridade, aluga uma das casas por 170 euros a uma pobre família, quem sabe se a uma família de um trabalhador produtivo?...Oh Dear, muito obrigada Senhor! Bem hajas pelo teu acto! Nós vos agradecemos. Do socialismo na gaveta ao socialismo no caixão.

Escusado será dizer que a direita tem pouco a queixar-se - criaram o monstro de que tudo é vendável, incluindo o direito à habitação e à cidade, inventaram a laboração contínua nas fábricas explicando que «tem que ser» porque «o país precisa», ou seja, as casas que se vendem por magia por 5 vezes mais de um dia para o outro são a tortura da linha de montagem de tipos que trabalham de sábado a sábado. O que é impressionante é que alguém de esquerda ouse desconhecer isto e ainda se arrisque a justificar o injustificável.

quarta-feira, 18 de julho de 2018

O governo português e a sua visão de democracia e equidade




O governo continua a dizer, a teimar, a mentir...

Não há dinheiro para pagar a quem deve?

Não há dinheiro  para devolver o que retiraram injusta e descaradamente aos professores (9 anos e mais de 4 meses) e outros trabalhadores, mas há dinheiro para estas mordomias, estas elites financeiras, assim, despudoradamente, como se tudo isto fosse indispensável e absolutamente vital para o país.

Segundo anuncia o PÚBLICO de hoje, dezenas de altos quadros da empresa que herdou a gestão das dívidas do BPN têm ao seu dispor carros topo de gama, com várias regalias associadas, pagando o Estado a dois antigos responsáveis do núcleo duro de José Oliveira Costa um salário mensal em torno dos 12.600 euros.

“A empresa pública Parvalorem atribuiu a um grupo de altos quadros da empresa, ex-responsáveis do antigo BPN, 23 “viaturas familiares” topo de gama, a quem paga ainda o combustível até 300 euros por mês, bem como seguros e parques de estacionamento. As conclusões constam da auditoria da Inspecção Geral das Finanças à Parvalorem, que identifica práticas salariais em linha com as que estavam em vigor no BPN, antes da nacionalização (...) existem situações que superam os 6700 euros que o Presidente da República aufere mensalmente (...) 67 trabalhadores levam para casa menos de 1500 euros e 64 recebem entre 1500 euros e três mil euros.  Os restantes 44 ex-bancários têm salários acima dos três mil euros: 29 auferem entre três mil e cinco mil euros; 13 entre cinco mil e 10 mil euros. E há dois casos que se destacam a superar os 10 mil euros. Trata-se do ex-administrador do BPN Armando Pinto, que na Parvalorem dirige os serviços jurídicos, e do ex-director de informática de Oliveira Costa, Carlos Venda, que Francisco Nogueira Leite manteve no cargo, ambos com vencimentos a rondar os 12.600 euros.”
... Sem falar dos perdões de dívidas de 159 milhões e em prejuízos anuais superiores a 100 milhões de euros!

Mais um caso a merecer a profunda reflexão dos eleitores.

Que dizem os partidos que têm “aguentado” este governo (o BE e o PCP)?

E o Presidente da República?

Onde pára a decência, a ética política e a transparência que tanto apregoam?

 Que revolta e que vergonha para a nossa democracia!





Nazaré Oliveira



Ler também https://www.publico.pt/2018/07/08/economia/noticia/estado-da-bonus-de-meio-milhao-a-antiga-equipa-de-oliveira-costa-no-bpn-1837244

domingo, 1 de julho de 2018

Governo aumentou em mais de 50% os vencimentos de 3 membros do Conselho de Auditoria do Banco de Portugal




Ah, para estes já há dinheiro!...
Que pouca vergonha, Sr. Costa e Sr. Centeno! Que deceção! Que falta de Ética Política!
Infelizmente, há muita gente que não sabe destas "decisões". Continua o lema "jobs for the boys"...
Leiam. Leiam e divulguem*.



O Governo nomeou os três novos membros do Conselho de Auditoria do Banco de Portugal, aumentando o vencimento dos responsáveis em mais de 50%.
A notícia foi avançada pelo "Jornal de Negócios" e confirmada pela agência Lusa com o despacho de nomeação dos novos membros do Conselho de Auditoria, publicado esta sexta-feira em Diário da República e assinado pelo secretário de Estado Adjunto das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, e com os despachos de nomeação dos membros anteriores, assinados pela ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.
Os novos membros do Conselho de Auditoria do BdP são Nuno Fernandes, 'dean' (diretor) da Católica Lisbon School of Business and Economics (faculdade de Economia e Gestão), e Margarida Vieira de Abreu, investigadora e professora do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), que assumem os cargos de presidente e vogal, respetivamente.
António Gonçalves Monteiro mantém-se como vogal, mas na qualidade de revisor oficial de contas. É 'partner' da sociedade de revisores oficiais de contas da Moore Stephens, revisor oficial de contas da Câmara Municipal de Lisboa e presidente do conselho fiscal da Estamo - Participações Imobiliárias.
Os três responsáveis iniciaram a 01 de maio o mandato, que tem a duração de três anos.
"Pelo exercício das respetivas funções, é devida ao presidente e aos vogais do conselho de auditoria uma remuneração mensal, paga doze vezes ao ano, correspondente a 1/6 [um sexto] da remuneração mensal ilíquida fixada, respetivamente, para o governador e para os administradores do Banco de Portugal", lê-se no despacho de nomeação dos novos membros.
Isto significa que Nuno Fernandes receberá 2.821,14 euros ilíquidos, segundo a informação publicada pelo BdP para o salário do governador (16.926,82 euros brutos mensais),acima dos 1.602,37 euros brutos mensais que recebia João Costa Pinto, o ex-presidente do Conselho, que é economista e desempenhou várias funções no BdP (incluindo o cargo de vice-governador).
O despacho da ex-ministra das Finanças não refere se as remunerações seriam pagas a 12 ou a 14 meses, mas assumindo que é paga também em 12 vezes, isto representa um aumento de 76% na remuneração do presidente do Conselho de Auditoria.
Segundo o Negócios, os novos vogais vão receber 2.468,50 euros por mês. Assim, António Gonçalves Monteiro, que se mantém como vogal na qualidade de revisor oficial de contas, receberá mais 866,13 euros por mês (54%).
Já Margarida Vieira de Abreu receberá mais do dobro (1,05%) do que a anterior vogal Ana Paula Serra, que ocupava a mesma posição e que auferiu 1.201,78 euros ilíquidos mensalmente.
Confrontado pelo Jornal, o Ministério das Finanças disse apenas que "a remuneração (bruta) dos membros do Conselho de Auditoria do BdP foi aproximada da remuneração (bruta) auferida pelos membros das comissões de fiscalização dos outros supervisores financeiros".

*Notícia publicada no JN de 4.05.2018

terça-feira, 7 de novembro de 2017

A minha resposta ao Provedor da RTP sobre as touradas



Carta proposta pelos amigos Marinhenses contra as touradas, que enviei para o Provedor da RTP:

Exmo. Sr. Provedor

Acabei de saber, via redes sociais, que o Presidente do Conselho de Administração da RTP tomou partido a favor da tauromaquia, durante uma entrevista no decorrer da tourada emitida pelo canal 1 em 12/10/2017. Referindo-se às touradas, não só proferiu afirmações como é um “bom espectáculo” e é “um espectáculo familiar”, como deu a entender que a RTP as vai continuar a emitir, dizendo que “é uma parceria para continuar”.

Considero inadmissível que, perante um tema tão fracturante como a tauromaquia, e num contexto em que o processo mais volumoso de queixas que existe na RTP é o que respeita à emissão de touradas, um membro do conselho de administração tenha a atitude que acabei de descrever.

Manifestada que está a minha indignação, peço a V. Exa. que faça o que for possível para que, enquanto a RTP não deixar de emitir touradas, representantes dessa estação de televisão não aproveitem a emissão das mesmas para se mostrarem e para tentarem beneficiar a indústria tauromáquica. Parece-me que é o mínimo que se deve exigir.

Com os melhores cumprimentos,

Nazaré Oliveira


Resposta que a RTP me enviou a 16 outubro:

RTP - Provedor do Telespectador  

Exmo(a) Senhor(a)

Encarrega-me o Senhor Provedor do Telespetador de lhe transmitir a seguinte resposta:
Agradeço a sua mensagem.
O Presidente do Conselho de Administração da RTP, Gonçalo Reis, exprimiu a sua opinião favorável às touradas, congratulou-se com a sua transmissão televisiva e sublinhou que a parceria Campo Pequeno-RTP “é para continuar”. Mas também referiu com clareza que a decisão de transmitir touradas é da responsabilidade do Diretor de Programas. Este já exprimiu publicamente que, pessoalmente, é contra as touradas. A intervenção do presidente da RTP não é decisiva, mas vem colocar mais pressão sobre o Diretor de Programas da RTP1 para que continue a transmitir touradas.
Darei conhecimento da sua queixa a quem de direito e penso tratar esta questão em próximo programa Voz do Cidadão.
m/ cumprimentos,

Jorge Wemans
Provedor do telespetador”

Susana de Faria
Gabinete de Apoio aos Provedores


 A minha resposta ao Provedor do Telespectador, dia 17 outubro 2017



Exmo Senhor Provedor do Telespectador da RTP Jorge Wemans

Muito obrigada pela sua resposta.

Considero, mais uma vez o digo à RTP, que é inadmissível a transmissão de espectáculos como este, claramente ofensivos do respeito que nos merecem todos os animais e da dignidade com que todos devem ser tratados.
No século XXI, como telespectadora dos canais da RTP, é terrível constatar que, a este nível, a RTP continua a insistir em espectáculos  degradantes, contribuindo, neste caso, para a defesa e promoção das touradas.

Num país que se pretende desenvolvido e atendendo ao papel importante que a RTP tem (deve ter) na cultura portuguesa, é sinónimo de retrocesso e até de confronto com os seus telespectadores manterem/insistirem na transmissão destes espectáculos.

Inqualificáveis, as declarações do senhor Gonçalo Reis, Presidente do Conselho de Administração da RTP!

Espero sinceramente que, tal como refere no email que me enviou, dê conhecimento da minha queixa a quem de direito, e que trate esta questão num próximo programa Voz do Cidadão.

Considero, também, que o próprio Conselho de Administração da RTP deveria tomar uma posição sobre o seu Presidente, cujas declarações públicas são, claramente, um atentado às boas práticas de quem, num cargo como esse, deveria ser ponderado, respeitador e não desafiante e provocador.

Com os meus cumprimentos


Nazaré Oliveira

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Cremos haver avançado, mas, de facto, retrocedemos (J. Saramago)



“Cremos haver avançado, mas, de facto, retrocedemos. E cada vez se irá tornando mais absurdo falar de democracia se persistirmos no equívoco de identificá-la com as suas expressões quantitativas e mecânicas, essas que se chamam partidos, parlamentos e governos, sem proceder antes a um exame sério e conclusivo do modo como eles utilizam o voto que os colocou no lugar que ocupam. 

Uma democracia bem entendida, inteira, redonda, irradiante, como um sol que por igual a todos ilumine, deverá, em nome da pura lógica, começar por aquilo que temos mais à mão, isto é, o país onde nascemos, a sociedade em que vivemos, a rua onde moramos. Se esta condição primária não for observada (e a experiência de todos os dias diz-nos que não o é), toda a fundamentação teórica e o funcionamento experimental do sistema estarão, desde o início, viciados e corrompidos. 

Os povos não elegeram os seus governos para que eles os “levassem” ao mercado, mercado que condiciona por todos os modos os governos para que lhe “levem” os povos.

Nos tempos modernos, o mercado é o instrumento por excelência do autêntico, único e insofismável poder realmente digno desse nome que existe no mundo: o poder económico e financeiro transnacional e pluricontinental, esse, que não é democrático porque não o elegeu o povo, que não é democrático porque não é regido pelo povo, que não é democrático porque não visa a felicidade do povo.” 



José Saramago

segunda-feira, 17 de julho de 2017

domingo, 25 de junho de 2017

A Verdadeira Origem da crise financeira e o futuro da economia global



Neste livro excepcional, o ex-ministro grego das Finanças no governo do Syriza, Yanis Varoufakis, um dos maiores expoentes antiausteridade na Europa, destrói o mito de que a regulamentação dos bancos é ruim para a saúde económica. Com rigor e profundidade, ele demonstra como a ganância global do sector financeiro foi a principal causa da última crise económica. Para ilustrar, Varoufakis recorre à imagem mitológica do Minotauro: uma monstruosidade financeira que não deveria existir e, por tal motivo, vive reclusa em um labirinto, exigindo periódicos sacrifícios dos humanos. Após a bulimia que causou o colapso de 2008 – uma crise pior que a Grande Depressão de 1929 e mais dramática internacionalmente que a crise do petróleo nos anos 1970 –, a besta se reergue levantando junto novas dúvidas: como os principais responsáveis pela crise saíram ainda mais poderosos? O que levou os Estados a torrarem suas reservas e comprometerem seus orçamentos para salvá-los? Varoufakis explica com clareza a falência deste complexo sistema que nos jogou na presente crise. E mais do que identificar o caminho deste processo kafkiano, aponta as saídas para reintroduzir a racionalidade numa ordem económica altamente irracional, jogando luzes neste labirinto histórico no qual se encontram não apenas os gregos, mas também todo mundo, inclusive os brasileiros.

Os economistas heterodoxos estão em moda. Primeiro o Pikkety, sobre a desigualdade, e agora é o Varoufakis, com um relato alternativo sobre a crise económica. – El País

Um escritor lúcido e cativante que faz críticas astutas ao modelo económico que causou o colapso financeiro e a amarga recessão mundial. Seu argumento tem uma envergadura ambiciosa. – The Times


Um livro espirituoso. O Minotauro Global é uma besta económica mantida enjaulada só pela constante movimentação mundial de dinheiro via Wall Street. – The New Yorker


Um ciclo económico está chegando ao fim. Ele começou no início dos anos 1970 com o nascimento do que Varoufakis chamou de “Minotauro Global”, o monstro motor que fez a economia mundial funcionar entre o começo dos anos 1980 até 2008. - Slavoj Zizek


O livro é uma daquelas publicações raríssimas que podemos dizer ser urgente, oportuna e absolutamente necessária. - Terry Eagleton



Sobre o autor
Yanis Varoufakis é um economista académico e blogueiro,  greco-australiano, nascido em 24 de março de 1961 em Atenas, na Grécia.
Realizou seus estudos superiores nas universidades de Essex e Birmingham, no Reino Unido, entre 1978 e 1987, mantendo em paralelo ativa militância política. Lecionou em importantes instituições de ensino superior britânicas, destacando-se nas áreas de Economia Política e Teoria dos Jogos, até se radicar na Austrália, em 1987, onde obteve cidadania.
 Retornou à Grécia em 2000. Tornou-se professor da Universidade de Atenas e ativo membro da esquerda do Partido Socialista Pan-helénico (Pasok), com o qual rompeu devido à guinada ideológica da agremiação que resultou no desastroso governo do primeiro-ministro Georgios Papandreu. Com o estouro da crise económica global, em 2008, Varoufakis passou a ser uma das vozes mais firmes contra as políticas de austeridade. No  seu blog, intitulado Thoughts for the post-2008 world (hospedado no endereço yanisvaroufakis.eu), criticou ferozmente as medidas governamentais que puniram populações mais carentes.
 Filiou-se na Coligação da Esquerda Radical (Syriza), colaborando com os esforços contrários às medidas de austeridade que foram particularmente perversas na Grécia.
No início de 2015, foi eleito membro do parlamento grego e logo convidado pelo PM Alexis Tsipras para ocupar o cargo de ministro das Finanças, enquanto seu país vivia às voltas com a asfixia económica promovida pela troika – como é conhecido o grupo formado pela Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu.
Sem o apoio do resto do governo para enfrentar as imposições da troika, deixou o governo na esteira da vitória do “não” na famosa consulta popular realizada em 5 de julho de 2015, quando os gregos se recusaram a aprofundar as medidas de austeridade impostas pelas autoridades europeias.
Nas eleições antecipadas de setembro de 2015, resolveu não integrar o seu antigo partido e apoiou deputados da recém-criada Unidade Popular (um racha anti austeridade do Syriza).
Convicto de que a solução para a crise europeia não será resolvida isoladamente por cada país, Varoufakis empenhou-se nos últimos meses na construção do Democracy in Europe Movement 2025, o DiEM (diem25.org/), uma iniciativa pan-europeia, horizontal e em rede que visa democratizar o continente ao longo dos próximos dez anos, lutando ao lado dos movimentos sociais contra a extrema-direita nacionalista e a tecnocracia da atual União Europeia.

O Minotauro Global – A Verdadeira Origem Da Crise Financeira E O Futuro Da Economia Global, de Yánis Varoufákis.


Ver artigo sobre esta obra em http://www.outraspalavras.net/outroslivros/para-entender-o-coracao-da-crise/