Quem o ouviu e viu neste concerto, neste tema, neste momento, ainda o lembra mais.
O homem que sempre resistiu ao fascismo e lutou contra ele, vê-se e sente-se aqui, também, a lutar contra a doença, com um dos temas mais fantásticos que nos perturba os sentidos, a alma, tal a força que da sua voz brota e do seu peito sai.
É um dos trabalhos que mais me toca, talvez por isso.
O Zeca despedia-se de nós, não se despedindo, e nós dizíamos-lhe adeus como se um até amanhã fosse.
E foi, Zeca! E assim será, Zeca Afonso!
"Admito que a revolução seja uma utopia, mas no meu dia a dia, procuro comportar-me como se ela fosse tangível. Continuo a pensar que devemos lutar onde exista opressão, seja a que nível for", escreveu ele já na fase final da sua vida.