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A minha esperança é que uma revolução que venha de dentro da própria Rússia, traga a mudança efetiva de regime e devolva o poder ao povo. Verdadeiramente.
A
contestação de rua, sobretudo de jovens, nas principais cidades, e apesar da
dura repressão, são um sinal inequívoco de uma mudança anunciada.
Assim ela
venha, rapidamente.
Nazaré Oliveira
Ver aqui:
https://exame.com/mundo/guerra-na-ucrania-mais-de-800-pessoas-sao-detidas-em-protesto-na-russia/
https://exame.com/mundo/guerra-na-ucrania-mais-de-800-pessoas-sao-detidas-em-protesto-na-russia/
https://pt.euronews.com/2022/02/25/protestos-na-russia-contra-a-guerra
https://www.publico.pt/2022/03/06/mundo/noticia/4300-detidos-russia-manifestacoes-guerra-1997793
https://www.tsf.pt/mundo/acordar-no-lado-errado-da-historia-portuguesa-conta-como-tem-sido-a-vida-em-moscovo-14663899.html
"A ONU
apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.916 civis mortos e 8.616
feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais".
Infelizmente, agravar-se-á este número com a mobilização de milhares de russos
decidida por Putin para continuar o seu programa de crueldade e morte contra
ucranianos e contra os que, mesmo russos, se opõem ao seu ideário extremista e
belicista.
Esta guerra que Putin iniciou, porque de guerra se trata, também nos diz
respeito e nos merece a maior atenção e apreensão, uma vez que estão em causa
valores e princípios completamente espezinhados pelo mesmo, como o respeito
pela soberania das nações, pela sua independência, pelas disposições da Carta
das Nações Unidas, pelos Direitos Humanos e pelo Direito Internacional.
Nada justifica o que está a acontecer, exceto o desejo imperialista de um homem
que, pela violência e pela força, negando a História recente da Europa a a
partir de 1989, quer fazer renascer os horrores pelos quais passaram as ditas
democracias populares e ressuscitar a velha e prepotente URSS.
Quem não critica abertamente Putin por tudo isto que tem feito também é como
ele.
Neste contexto, e perante os factos e esta terrível realidade, não há lugar
para os que, estranha e cobardemente se escondem na "abstenção" ou
comodamente se viram contra os países que estão a ajudar a Ucrânia.
Isto nunca foi operação militar especial, mas guerra. Guerra!
"Não há volta a dar-lhe": ou se é pela Rússia ou se é pela Ucrânia.
Nazaré Oliveira
Já agora, para consulta
É com choque e horror que testemunhamos os acontecimentos que se desenrolam na Ucrânia, iniciados por ordem do presidente russo, Vladimir Putin, de invadir o país.
O presidente Vladimir Putin está a abusar da História para justificar esta invasão e o ataque armado ao estado soberano da Ucrânia. Baseia-se numa visão unilateral da História que glorifica a Rússia e caracteriza erroneamente o povo ucraniano e o seu governo democraticamente eleito. Ele abusa da História para deslegitimar as atuais fronteiras da Ucrânia.
Putin, a sua liderança e os mídia controlados pelo Estado, promoveram o sentimento anti-ucraniano ao disseminar falsidades centradas numa narrativa de “desnazificação” do governo. A equação da atual administração e do povo da Ucrânia com nazis e colaboradores nazis é a-histórica. As alegações de que a Ucrânia não tem tradição de Estado são falsas.
A EuroClio posiciona-se firmemente contra o abuso da História – o uso da História com a intenção de enganar. O uso da violência que testemunhamos atualmente mostra até onde isso pode levar. Acreditamos que é imperativo que historiadores e educadores de História estejam vigilantes e se manifestem contra tais abusos sempre que possível, tanto dentro quanto fora dos ambientes educacionais.
Estamos solidários com o povo da Ucrânia, que viu o seu território invadido e a sua segurança ameaçada. Também estamos com todas as pessoas que, na Rússia, também estão em choque e protestam contra as ações do seu governo.
Os nossos pensamentos vão, em particular, para os nossos colegas na Ucrânia que estão em perigo e com quem trabalhamos há décadas para promover o entendimento mútuo por meio da Educação. Esperamos vê-los em breve, com segurança.
Que possamos testemunhar o fim deste sofrimento o mais cedo possível.
Artigo disponível em https://euroclio.eu/2022/02/27/statement-against-the-abuse-of-history-and-in-solidarity-with-the-people-of-ukraine/ (consultado dia 15.03.2022)
A religião e o poder sempre se imiscuíram. Toda a história das grandes religiões se confunde com a forma como exerceram poder sobre as pessoas. Eu tenho um respeito enorme por todas as religiões e até admiração pela forma como conseguiram agregar multidões, povos, países e continentes inteiros, à volta da reflexão sobre o certo e o errado. Na minha óptica enquanto ateu, as religiões tinham tudo para ser algo de maravilhoso, não fosse o “pequeno” pormenor que são sustentadas numa mentira. E esta influência que a religião tem sobre as pessoas depende da forma de como é manobrada pelos seus actores principais, por aqueles que se colocam numa posição de lideres de opinião e subsequentemente de controladores de acções dos crentes. Na minha muito humilde opinião, acreditar na reencarnação de humanos em animais, acreditar que Jesus é filho de deus, ou que Maomé falou com Alah dentro de uma gruta, ou deuses com trombas de elefante, são tudo histórias de encantar. Talvez na sua génese o Islão interfira mais na política de toda uma sociedade do que as suas principais rivais. Ainda assim o Islão difunde uma mensagem absolutamente humana e inspiradora de humildade, de cooperação, de bondade, que eu aprendi a admirar à semelhança da minha admiração por outras religiões. O grande problema das religiões reside nos dogmas e nas certezas absolutas. É o primeiro passo para todo um fim. Quando as pessoas acreditam cegamente, são manietadas, são moldadas à imagem de quem manda, e são persuadidas com muita força a fazer o que quer que seja. Porque vem de deus, e como tal nada se questiona. E é esta também a simples história do Estado Islâmico. Num país em desordem, com gente poderosa sedenta de vontade de regressar ao poder, o factor unificador é a palavra de deus, e a criação de um inimigo comum. A injustiça, a revolta, a pobreza, a humilhação, levam uma franja da população sunita a acreditar que a palavra de deus, vem deste grupo de radicais oportunistas, que rapidamente através dos seus dogmas de fé recolheram o apoio de gente suficiente para criar este poderosíssimo grupo que se vendia como lobo em pele de cordeiro. O extremismo, o fanatismo, o radicalismo vem do oportunismo de gente má, que usa pessoas de visão curta, sustentados nas suas certezas absolutas. Nos seus dogmas de fé. Que neste caso vêm das vozes que Maomé ouviu sozinho numa gruta.
Quem é o individuo que se junta ao Estado Islâmico? Segundo se sabe o seu líder Al-Baghdadi (agora morto) esteve vários anos preso, numa prisão militar americana, dizem que seria até uma espécie de informador para os americanos, mas certamente estava a camuflar a sua raiva e humilhação. A ele se juntam poderosos e gananciosos, revoltados e frustrados, com o apoio dos quadros sunitas que até há pouco tempo dominavam todo o Iraque. Mas eu penso que a reflexão mais importante está no controlo das massas, como é que se conquista o coração das pessoas cometendo crimes hediondos, sabendo que as pessoas na sua génese são boas. O comum dos mortais iraquianos foi persuadido com o radicalismo da palavra de deus, e uma arma na cabeça. São duas forças difíceis de questionar. Difíceis de resistir. E assim compreendem que entre os militantes e os militares do Estado Islâmico e o comum dos Iraquianos que por uma questão de sobrevivência e ignorância se submeteu ao jugo desta gente horrível e foi participante, facilitadora e conivente com todas as atrocidades deste grupo, mas eles próprios vítimas de uma lavagem cerebral e de uma coação moral/divina e ameaça física muito real, da sua pele e dos seus.
Perto do hospital onde eu estava a trabalhar, havia uma prisão para todos os elementos pertencentes, ou amigos, ou suspeitos do Estado Islâmico. Talvez fosse melhor a morte. As condições de vida ou falta delas eram alucinantes. O cheiro a podridão era agoniante. Era uma espécie de pena de morte, sem premir o gatilho. O que esperar dum país em guerra, que não tem dinheiro para dar de comer ao seu povo, a contas com a pior batalha da história contemporânea, e com toda uma quantidade de gente cuja culpa era extremamente difícil de dissecar e mais ainda de perdoar...?
Várias vezes recebemos presos que estavam gravemente doentes no nosso hospital. É aqui que todas as questões se levantam. A ética a moral, a deontologia, e a bipolaridade de emoções que esta questão nos levantava. Quem é que quer salvar estes assassinos? Assassinos, supostos-assassinos, simpatizantes de assassinos, obrigados a ser assassinos... sei lá. O que é que eu sei? Tive vários destes doentes sob a minha responsabilidade porque nos chegavam ao hospital em estado crítico, quase a morrer. O quadro clínico era semelhante entre eles. As faltas de condição de higiene, e alimentação paupérrima levava-os a um extremo de franqueza, desnutrição e desidratação e com gastroenterites á mistura, estavam às portas da morte. Eu continha as lágrimas para os ver como pessoas depois de dias e dias a ouvir histórias de horror. Olhava-os nos olhos e em silêncio perguntava-lhes: “quem és tu?” ... mas desta pergunta nascia em mim outra pergunta em silêncio: “quem sou eu?” ... Entre lágrimas escondidas esforcei-me muito para lhes salvar a vida. Noites perdidas a examiná-los e reavaliá-los até que recuperassem forças para voltar para a prisão de onde talvez nunca saíram. Mas o que também é óbvio, é que eu sou um turista. E para eles? E para os iraquianos? Eu tive conversas e interacções com alguns dos enfermeiros dos cuidados intensivos cuja intensidade e a profundidade, dói. Dói muito. Porque não foi a minha família que foi torturada, violada e assassinada por este grupo de ódio. Foram as deles. Todos eles. Não havia ali ninguém sem uma história de sangue muito directa.
Cada vez que recebia um destes presos em estado crítico, eu sentava-me com os enfermeiros à conversa sobre estes dilemas éticos. E diziam-lhes... “eu sei que isto é complicado para vocês... eu nem me atrevo a imaginar o que vocês devem estar a sentir...” ... eu ainda acrescentava... “ se vocês não conseguirem cuidar destes homens, eu percebo, eu juro que eu percebo...” ... Eu via nos olhos deles lágrimas raiadas de sangue, mas várias vezes me repetiam... “Eles são seres humanos... nós vamos fazer o nosso trabalho” ... Eu não cabia em mim, em tanto orgulho, em tanta admiração, em tanta inspiração, em tanta humanidade... Foi talvez a maior lição que eu aprendi até hoje... Viver inspirado não tem preço...Enfrentando a crise climática numa jornada de autodescoberta
É em tempos de crise que descobrimos o que realmente importa para nós, quem realmente somos, como indivíduos e como sociedade. The Troublemaker investiga profundamente as ideias e emoções por detrás da onda internacional de protesto civil, nascida em virtude da crise climática que se vivemos. Através dos olhos de um líder visionário que co-fundou a ?Extinction Rebellion? e de um cidadão respeitador da lei inspirado a agir, The Troublemaker aspira a despertar o público da resistência passiva para uma defesa de afirmação da vida do nosso futuro. Agora que entendemos mais sobre como é uma "crise global", ela não pode mais ser ignorada.
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| Manifestantes derrubam a estátua do traficante de escravos Edward Colston no porto de Bristol, durante manifestação Black Lives Matter, em Bristol, na Inglaterra - Foto: Ben Birchall/PA via AP - |
Monstros de pedra
Um artigo de João Camargo in EXPRESSO de 26.06.2020
Uma das expressões mais claras da revolta contra o racismo que começou nos Estados Unidos e se expandiu por todo o mundo ocidental, foi a remoção e ataque a estátuas que representam directamente ou indirectamente a história colonial, esclavagista e racista sobre a qual se construiu muito do Ocidente. Sectores mais conservadores, tradicionais e a extrema-direita criaram uma onda de indignação. Para estes sectores, a destruição de estátuas e símbolos desse passado configura-se como uma crime indesculpável, pois ataca as identidades criadas com base em feitos históricos (reais, mistificados ou inventados) afirmados no espaço público como imortais através desses símbolos.
Sem entrar em profundidade na questão específica das estátuas e monumentos, que foi discutida durante as últimas semanas, enquadro-a na promessa do “regresso ao passado”, tão utilizada nas últimas décadas pelos sectores conservadores e pela extrema-direita como ferramenta de recrutamento e mobilização. Esta promessa tenderá a ter um papel crescente na política nacional e internacional. A promessa que fazem é de um regresso a um passado seguro, idealizado e místico. Quando Donald Trump promete “fazer a América grande de novo”, quando Jair Bolsonaro defende a ditadura militar de 1964, quando Marine Le Pen defende “Voltar a pôr França na ordem” ou, de forma mais simples, Viktor Órban diz STOP com uma mão levantada, devemos perceber do que estão a falar: parar e voltar para trás. Mas este regresso ao passado requer que esqueçamos o que foi o passado ou que mantenhamos uma visão “higiénica” do que foi o passado. Por isso mesmo é-lhes tão ofensiva a ideia de olhar para o passado com uma visão crítica ou, ainda mais, que sejam tiradas das praças e dos espaços públicos algumas das estátuas que perpetuam essa visão higiénica.
A estratégia da promessa do regresso ao passado tem o seu maior potencial quando existem crises sistémicas e repetidas, que agravam as tensões sociais e colocam os campos políticos em oposição cada vez mais directa. Não é por isso de estranhar a sua ascensão agora. Mas esta estratégia é principalmente uma expressão do poder das elites para conservar o seu status. Por isso mesmo percebe-se a oposição a qualquer revisão histórica e ainda mais à reparação histórica aos povos que foram sistematicamente oprimidos. Há uma tentativa de cobrir a estratégia com uma capa popular, apostando em pequenos conflitos sociais e criminais de expressão muitas vezes insignificante na sociedade, enquanto se ignoram os grandes temas que afectam o conjunto da civilização humana. Este é o teste do algodão para explicar a natureza da promessa: o regresso ao passado é apenas o regresso ao passado dos poderosos, não o regresso ao passado do povo e das pessoas normais. É um isco para as pessoas normais.
A confusão que estas forças políticas pretendem manter institucionalizada é a de que a história das elites é igual à história dos povos, que a história dos colonos é a história dos colonizados, que a história dos homens é a história das mulheres. São histórias diferentes, divergentes e muitas vezes de sentido totalmente oposto: o sucesso da elites fez-se à custa da opressão dos povos, o sucesso do colonialismo fez-se à custa da destruição de povos e civilizações inteiras, a subjugação das mulheres aos homens implicou apagá-las da história. Construir uma ideia de futuro conjunta implica olhar para o mundo e para o passado com outros óculos, com muito mais informação. Implica também deixar de venerar monstros de pedra, que os há, e muitos, pelas ruas e praças de todo o mundo. Isso não significa apagar a história, pelo contrário. Significa deixar de defender acriticamente uma história de exclusões, omissões e obliteração, o que faz sentido especialmente quando, na enorme maioria, a população hoje viva é descendente de quem foi esmagado.
Quanto pior for a situação económica, quanto pior a degradação ambiental, quanto mais se forem potenciando fenómenos históricos como migrações de massas e escassez, com mais veemência será feita a promessa do regresso ao passado. A promessa será feita mais alto, a sua proposta política será feita com mais violência (oratória e física), será exigido com mais força o apagamento das vozes e da história que não batem certo com a história que é contada pelas estátuas. Essa estátuas imortalizam um passado cujas vitórias existiram para pouco mais do que uma minúscula minoria. Quanto mais estiver abalado o capitalismo global, mais promessas serão feitas para manter a sua estrutura de privilégio. Já vemos no últimos anos o reforço da aliança entre o conservadorismo e a extrema-direita para conservar esse privilégio. Perante o regresso da História, as elites do capitalismo prometem defender um passado que está esculpido na pedra.
É difícil defender que o colonialismo e a escravatura, com a sua expressão intelectualizada no racismo, não foram fenómenos monstruosos. Há quem o faça, há quem tente relativizar a destruição sistemática de povos inteiros, a depredação de territórios e destruição de modos de vida e culturas, enquadrando-as num espírito de época ou, ainda mais grave, numa “natureza humana”. Há até a defesa de que os povos colonizados e escravizados nem sequer tinham uma cultura, seriam folhas em branco à espera de uma impressão civilizadora e evangelizadora do ocidente. Na altura, a desumanização destas pessoas era institucionalizada na ideia de que não teriam alma, sendo apenas animais sem pensamento, e que portanto privá-las de qualquer réstia de dignidade humana seria aceitável. Tudo isto era afirmado para garantir que tudo o que podia ser extraído destas pessoas e destes territórios não seria crime, mas apenas um negócio como tantos outros. Legitimado pelos intelectuais da altura, pelo clero, pela nobreza, pela academia, pelos exploradores, esta desumanização precisava ser explicada ao povo que iria, na prática, fazer o trabalho sujo de manter os ricos ricos, fosse porque meios fosse. Muita dessa teorização manteve-se ao longo da história e o trabalho de desconstruí-la está por fazer. Para atrasar e travar esse trabalho há monstros de pedra erguidos e lançando longas sombras pelas ruas e praças de todo o mundo.
A promessa de um regresso ao passado como futuro é, literalmente, a promessa de um futuro de monstros. Muito mais do que aquelas estátuas que são derrubadas, que são contestadas ou grafitadas, o que o regresso ao passado promete é a criação de novas estátuas de monstros, de novos monstros e monstruosidades para responder a um tempo de enorme incerteza. A defesa dos poderosos, a falta de imaginação, de coragem e - também - um legítimo medo de um futuro cheio de incertezas, leva à promessa e à defesa de um regresso ao passado, de um regresso à monstruosidade do passado. A única coisa que o conservadorismo e a extrema-direita têm para oferecer hoje à Humanidade são monstruosidades.
O medo do futuro é compreensível. Vivemos no meio de uma pandemia, estamos na segunda grande recessão global desde o início do século, o sistema financeiro sorveu continuamente os rendimentos de Estados e populações inteiras, vivemos na 6ª extinção em massa de espécies na História do planeta, a crise climática ergue-se sobre toda esta realidade e, se não for travada, desmantelará os sistemas que foram montados para a existência de civilização. Nesta realidade, o regresso ao passado pode até ser um apelo que ecoa dentro da cabeça das pessoas, mas não passa de uma ratoeira, explorando o medo para institucionalizar monstruosidades. Um regresso ao passado não garantirá travar nenhum dos problemas existenciais em que vivemos. Pelo contrário, anexada a esse regresso ao passado está a garantia de ignorar todos estes problemas urgentes: a extrema-direita e a direita conservadora rejeitam ou menosprezam todas estas temáticas existenciais. Para manterem a sua ligação directa com os donos do capitalismo global, precisam ignorar a necessidade de acabar com este sistema, com estes monstros de pedra que bloqueiam qualquer caminho para o futuro. A obsessão pelo passado (especialmente um que não passa de um mito) é uma ratoeira que não nos serve enquanto espécie.
Nota:
A imagem que documenta este artigo foi escolhida por mim em https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/06/11/estatua-de-escravocrata-britanico-derrubada-por-manifestantes-e-retirada-do-rio.ghtml
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| Disponível em https://www.publico.pt/2017/06/19/mundo/noticia/numero-de-pessoas-deslocadas-em-todo-o-mundo-bate-recordes-1776141 (consultado dia 15.06.2019) |
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Disponível em https://oglobo.globo.com/mundo/de-onde-vem-os-refugiados-por-que-17480704 (consultado dia 15.06.2019) |
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| Disponível em https://sicnoticias.pt/especiais/afeganistao-capital-dos-errantes/2019-01-28-Os-refugiados-em-Portugal-e-no-mundo (consultado dia 15.06.2019) |