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quinta-feira, 18 de abril de 2019

Maldita(s) guerra(s)!



A guerra é morte, destruição, perda.
Nesta foto, talvez das mais dramáticas que me chegaram, a dor da perda... O querer que num momento tudo mentira fosse e a vida não se esvaísse, assim, e viesse, retornasse, neste abraço que abraça a Humanidade exangue, e que é grito, revolta...

Malditos senhores da guerra!
 




Nazaré Oliveira

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Miguel Torga

Foto da minha coleção (Nature, my love, no Google+)




Coimbra, 14 de Junho de 1973 – Continuo numa espécie de sonambulismo, maravilhado diante de cada árvore, de cada pássaro, de cada flor, de cada mulher vestida e perfumada. Os sentidos como que convalescem das violências sofridas. Numa sensação reconfortante, reencontro pouco a pouco a medida familiar das coisas familiares, o ritmo da respiração e do sangue. (...) Vou vendo casas, caras conhecidas, monumentos, pombas, jardins. E tudo está certo dentro de mim, arrumado no seu compartimento emotivo ou sensorial. Sou mesmo um homem civilizado. Não parece, mas sou”.

Miguel Torga, Diário XII

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Pérolas da manhã

Um dos meus trabalhos in Nazaré Oliveira Photography


Clicar na foto para ampliar e apreciá-la melhor.

sábado, 10 de março de 2018

Dia Internacional da Mulher



Dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher... Todos os dias deveriam ser uma celebração à VIDA, mesmo quando há desânimo, raiva, injustiça e sofrimento.
Saibamos honrar quem nunca desistiu de lutar pela igualdade de género, com coragem e determinação, até à morte.


Calçada de Carriche (poema de António Gedeão)

Luísa sobe, 
sobe a calçada, 
sobe e não pode 
que vai cansada. 
Sobe, Luísa, 
Luísa, sobe, 
sobe que sobe 
sobe a calçada. 

Saiu de casa 
de madrugada; 
regressa a casa 
é já noite fechada. 
Na mão grosseira, 
de pele queimada, 
leva a lancheira 
desengonçada. 
Anda, Luísa, 
Luísa, sobe, 
sobe que sobe, 
sobe a calçada. 

Luísa é nova, 
desenxovalhada, 
tem perna gorda, 
bem torneada. 
Ferve-lhe o sangue 
de afogueada; 
saltam-lhe os peitos 
na caminhada. 
Anda, Luísa. 
Luísa, sobe, 
sobe que sobe, 
sobe a calçada. 

Passam magalas, 
rapaziada, 
palpam-lhe as coxas, 
não dá por nada. 
Anda, Luísa, 
Luísa, sobe, 
sobe que sobe, 
sobe a calçada. 

Chegou a casa 
não disse nada. 
Pegou na filha, 
deu-lhe a mamada; 
bebeu da sopa 
numa golada; 
lavou a loiça, 
varreu a escada; 
deu jeito à casa 
desarranjada; 
coseu a roupa 
já remendada; 
despiu-se à pressa, 
desinteressada; 
caiu na cama 
de uma assentada; 
chegou o homem, 
viu-a deitada; 
serviu-se dela, 
não deu por nada. 
Anda, Luísa. 
Luísa, sobe, 
sobe que sobe, 
sobe a calçada. 

Na manhã débil, 
sem alvorada, 
salta da cama, 
desembestada; 
puxa da filha, 
dá-lhe a mamada; 
veste-se à pressa, 
desengonçada; 
anda, ciranda, 
desaustinada; 
range o soalho 
a cada passada; 
salta para a rua, 
corre açodada, 
galga o passeio, 
desce a calçada, 
desce a calçada, 
chega à oficina 
à hora marcada, 
puxa que puxa, 
larga que larga, 
puxa que puxa, 
larga que larga, 
puxa que puxa, 
larga que larga, 
puxa que puxa, 
larga que larga; 
toca a sineta 
na hora aprazada, 
corre à cantina, 
volta à toada, 
puxa que puxa, 
larga que larga, 
puxa que puxa, 
larga que larga, 
puxa que puxa, 
larga que larga. 
Regressa a casa 
é já noite fechada. 
Luísa arqueja 
pela calçada. 
Anda, Luísa, 
Luísa, sobe, 
sobe que sobe, 
sobe a calçada, 
sobe que sobe, 
sobe a calçada, 
sobe que sobe, 
sobe a calçada. 
Anda, Luísa, 
Luísa, sobe, 
sobe que sobe, 
sobe a calçada. 


in 'Teatro do Mundo'

terça-feira, 11 de abril de 2017

Páscoa na aldeia

Fotografia da minha autoria. Clicar para ampliá-la.




PÁSCOA NA ALDEIA

Minha aldeia na Páscoa...
Infância, mês de Abril!
Manhã primaveril!
A velha igreja.
Entre as árvores alveja,
Alegre e rumorosa
De povo, luzes, flores...
E, na penumbra dos altares cor-de-rosa .
Rasgados pelo sol os negros véus.
Parece até sorrir a Virgem-Mãe das Dores.
Ressurreição de Deus! (...)
Em pleno azul, erguida
Entre a verde folhagem das uveiras.
Rebrilha a cruz de prata florescida...
Na igreja antiga a rir seu branco riso de cal.
Ébrias de cor, tremulam as bandeiras...
Vede! Jesus lá vai, ao sol de Portugal!
Ei-lo que entra contente nos casais;
E, com amor, visita as rústicas choupanas.
É ele, esse que trouxe aos míseros mortais
As grandes alegrias sobre-humanas.
Lá vai, lá vai, por íngremes caminhos!
Linda manhã, canções de passarinhos!
A campainha toca: Aleluia! Aleluia! (...)
Velhos trabalhadores, por quem sofreu Jesus.
E mães, acalentando os filhos no regaço.
Esperam o COMPASSO...
E, ajoelhando com séria devoção.
Beijam os pés da Cruz.



Teixeira de Pascoaes



domingo, 12 de março de 2017

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Uma foto do Salazarismo

Vidago,Trás-os-Montes, 1952 *


(Clicar para ampliar)



Uma foto bonita mas dramática. 
A realidade brutal do Salazarismo bem patente na miséria que crianças e mulher evidenciam, quer pelo semblante que mostram, quer pelas roupas que usam, quer pela posição de profunda humildade que deixam transparecer.

Não havia infância para os pobres! Não havia nada para os pobres exceto trabalho miserável, sofrimento e exploração... apesar do sorriso puro e do olhar inocente dos que sonhavam com um amanhã diferente.



Nazaré Oliveira

*Foto gentilmente cedida pelo João Rodrigues Silva

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Amados cães

Snoopy
Mousse


Se houver, como dizem que há, um Céu dos Cães, é lá que quero ter assento, a ver a luz a minguar no horizonte, com a sua palidez de crepúsculo num retrato da infância. 
Hei-de então bater à porta e pedir para entrar, e sei que eles virão, contentes e leves, receber-me como se o tempo tivesse ficado quieto nos relógios e houvesse apenas lugar para a ternura, carícia lenta a afagar o pêlo molhado pela chuva. 
Então, poderemos voltar a falar de felicidade e de mim não me importarei que digam: teve vida de cão, por amor aos cães.


José Jorge Letria in Amados Cães

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Natal, paz, harmonia

clicar para ampliar





Feliz Natal!
Paz para o mundo inteiro. 
Um abraço fraterno muito especial para tod@s os que sofrem os horrores da guerra e da indiferença.



Nazaré Oliveira