Sou contra a tortura, seja onde for e com quem for.
Num país que se diz
humanista e desenvolvido, as touradas & afins não podem existir, no
entanto, partidos houve que votaram pela continuação deste espetáculo
abominável e sanguinário, demonstrando um insensibilidade atroz pelo
sofrimento e pela dor causada a pobres animais que exploram e matam de forma
cruel, premeditada, bem como, uma conceção de progresso e de Moral que me
envergonha como cidadã e como pessoa.
Portugal é um país
humanista?
Não, não é nem nunca
será com a manutenção destas práticas, destes espetáculos, cínica e
hipocritamente apoiados, inclusive, por uma certa Igreja Católica e por muitos
católicos, muitos deles frequentadores da missa dominical, da Confissão e da
Caridadezinha low cost e de outras práticas que mascaram completamente a
verdadeira mensagem do Evangelho.
Muitos portugueses
sempre tiveram muito jeito para se adaptar às circunstâncias, quando das mesmas
podem retirar proveito, projeção ou ganhos. Quando se trata disso, vale
tudo menos tirar olhos, e alguns, ao arrepio das mais elementares práticas
cívico-humanistas que dizem defender na sua cartilha político-partidária e/ou
na sua Profissão de Fé, vendem, se for preciso, a alma ao Diabo, para
satisfação dos seus desejos mais recônditos e das suas frustrações e
recalcamentos que despudoradamente escancaram, por exemplo, quando defendem,
promovem e assistem a touradas e outros espetáculos de cruel assassinato de
inocentes, vergonhosamente apoiados por gente que se apropria do Poder como se
fosse seu, como é (foi) o caso daqueles deputados e deputadas que votaram na
Assembleia da República contra a proposta abolicionista do PAN.
Vergonhoso.
Inadmissível! Imperdoável”.
Sou contra a tortura,
a crueldade, seja onde for e com quem for e, num país que se diz humanista e
desenvolvido, as touradas & afins não podem existir, no entanto, a
maioria dos ditos representantes do povo não pensaram assim.
Como referiu* André
Silva, do PAN, afirmar que a tourada faz parte da identidade nacional é
pretender que uma minoria da população que assiste a corridas de touros seja
considerada mais “portuguesa” do que a grande maioria que não se revê neste
tipo de espectáculos, o que é, no mínimo, desconcertante. A identidade de um
povo cria-se a partir do que é pertença comum e não daquilo que nos divide,
pelo que forçar a identidade tauromáquica à população portuguesa é ofensivo e
contraproducente para uma desejada unidade nacional.
Vergonhoso. Vergonhoso
e imperdoável o que aconteceu na dita "casa da democracia": o
projecto do PAN para a abolição das touradas foi chumbado com os votos contra do PS, PCP, PSD, CDS e do deputado
Carlos Matias do BE, e
com os votos a favor do Bloco de Esquerda, do Partido Ecologista Os Verdes, de
oito deputados socialistas e a abstenção
de outros 12.
Continuaremos a luta, a luta por um país e um mundo melhor, onde a
harmonia entre todos os seres exista, contra a mediocridade moral e
política que nos tem governado e contra o atraso civilizacional que nos provoca.
Um país não se vê e
não se mede só pelos números, estatísticas, economia e finanças. Um país,
verdadeiramente, vê-se pela forma como incentiva, motiva e promove a Educação
Cívica, a Cidadania ativa e exigente, a Ética e a Moral Política e a formação
para os valores e Direitos Humanos.
Nas eleições, ajustarei
contas com essa gente sádica e cruel. Eu e os milhares de abolicionistas
portugueses.
Nazaré Oliveira
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