sábado, 10 de agosto de 2013

Pouca vergonha (versão políticos ladrões)






Quando li esta notícia sobre o Brasil, neste jornal on-line, caramba, lembrei-me logo do nosso país!

De facto, as gorduras do estado, afinal, vão engrossando cada vez mais, e os que podiam cortar nas despesas e dar o exemplo não dão, pelo contrário, afrontam diariamente quem pobre é e cada vez mais pobre fica, assistindo-se ao descalabro e à afronta diária de ver que as mordomias são cada vez mais e para mais gente, mais onerosas para o Erário Público e descaradamente mostradas aos portugueses, nos jornais, nas TVs, como se fosse natural assistir-se a estes desfiles de pompa e circunstância, como se outra forma de gastar os dinheiros públicos não houvesse ou como se deles, afinal, o dinheiro fosse e a ninguém tivessem de prestar contas.

E isto é que é revoltante: não prestam contas a ninguém, abotoam-se com o que deles não é e fingem-se seres superiores face à arraia-miúda que neles votou, confiante em discursos eleitoralistas claramente fabricados num marketing perverso de gente que tudo faz para subir na vida, seja de que modo for, não para governar mas para mandar e exigir que se lhe obedeça.

Destruíram a classe média, os postos de trabalho, levaram à falência pequenas e médias empresas, reduziram drasticamente e roubaram salários e direitos constitucionalmente adquiridos aos mais pobres e vulneráveis da sociedade, apregoaram alto e bom som que gastámos demais e que vivemos acima das nossas possibilidades, camuflaram e protegeram bancos e banqueiros corruptos e acionistas sem escrúpulos que continuam descaradamente a promover e que escandalosamente amnistiam, e colocam essa gente em lugares-chave, ad eterno, desde amigalhaços  até comentadeiros de televisão ou colunistas de jornais que, estrategicamente, vão tentando justificar o injustificável e qualificar de natural o que inqualificável sempre será: a ignomínia e a podridão na Política que alastra cada vez mais.

Que pouca vergonha!

Alteram e criam leis ao ritmo dos seus interesses comezinhos para delas tirar o maior proveito pessoal ou corporativo e revogam as que empecilhos se tornam à sua febre de vencer, rápido e seguro, à custa do sacrifício de um povo que sistematicamente renegam e até humilham com este modus operandi político absolutamente intragável e reprovável em democracia.

Governantes sem princípios, seja onde for ou em que circunstâncias forem, que só se têm governado a si próprios, que merecem? Cadeia! Cadeia efetiva e sem saídas em liberdade sob pagamento de fiança que pagam a sorrir! Descaradamente a sorrir, claro!

Criminosos sem castigo? Impunidades? Em democracia não pode haver intocáveis.
Já chega!
Venham as eleições. Vamos a votos!

nazaré oliveira


Já agora:

http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=2152921&especial=Revistas%20de%20Imprensa&seccao=TV%20e%20MEDIA

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=2976312

http://blog.opovo.com.br/portugalsempassaporte/mais-de-metade-dos-deputados-portugueses-acumulam-funcoes-no-privado/

 

sábado, 3 de agosto de 2013

Zeca Afonso


Um concerto que uma despedida foi.
Memorável, único, emocionante, pela postura e força demonstradas por Zeca Afonso, pelas palavras ditas e pelas que, não sendo ditas se adivinhavam de despedida, dor, particularmente quando, neste tema que aqui publico, refere "que eu não volto a cantar".
Ainda hoje me perturba profundamente este momento.
Permanecerá, para sempre, este lutador, este homem que da música e do canto armas fez para combater o fascismo em Portugal.
Permanecerá, para sempre!





 

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Pouca vergonha (versão Miguel Relvas)

 
 



Continua o descalabro financeiro, social, político e, como vemos, também cultural e moral! VERGONHOSO!

Acabada de ler a notícia que nos dá conta que Miguel Relvas vai assumir o cargo de Alto-comissário da Casa Olímpica da Língua Portuguesa, criada no Brasil, fica-me a revolta, a revolta e o vómito que a falta de vergonha e a falta de Ética e de Moral deste governo me causam.

Colocar um homem que provocou o que nós tão bem sabemos e pelas razões que tão bem soubemos, neste lugar, para estas funções, é insultar os portugueses, a sua cultura, a Língua Portuguesa e até a nossa História, uma vez que, tal como se atreveram a dizer, “a ideia deste projecto é tornar a língua portuguesa uma das línguas de trabalho do Comité Olímpico Internacional que vigorará até ao final dos Jogos Olímpicos de 2016”. Vergonhoso!

Já não chegavam os casos de corrupção passiva e ativa que nos chegam e a morosidade cúmplice da Justiça cega, surda e muda que redige e aprova leis ao ritmo dos interesses corporativos e político-partidários, designadamente os atuais interesses eleitoralistas autárquicos, com tristes mas célebres candidatos cujo apego à cadeira do poder os leva a concorrer até a outras câmaras do país, ou até os que, vergonhosa e para sempre cadastrados como nocivos e potencialmente perigosos para a gestão do bem comum sorriem para as fotos de jornais e câmaras de TV, impunemente, branqueando a sua imagem continuamente apadrinhada pelo resistente e multifacetado caciquismo tradicional, como se nós é que fossemos (e muitos de nós são!) uma cambada de bananas que tudo aceita e a nada ou quase nada se opõe!

Mas a oposição, a demonstração da nossa oposição, deve ser rápida, firme, inequívoca.

Não pactuar com este tipo de situações, enfrentá-las e condená-las na rua, em manifestações, em ações de protesto, nas redes sociais, num artigo que se escreve, num comentário que se faz a uma notícia, num “like” ou “deslike”, num partilhar apressado que alerte consciências ou as crie, desesperadamente à procura de um caminho que não faça ruir de vez a democracia nem as conquistas de Abril ameaçadas.

Não sejamos cúmplices da desgraça muito menos da pouca-vergonha, venha ela de onde vier ou em que termos vier, mesmo que, como é o caso, se chegue ao cúmulo de se afirmar que "Como condições prévias, exijo fazê-lo a título não oneroso (…)”!

Ao ponto que se chega! Ao ponto que estamos a deixar que esta gente chegue!

Este indivíduo, que envergonhou o nosso país pelas razões que sabemos, que fez o que fez e como o fez, continua a envergonhar-nos e é publicitado, agora, no âmbito cultural e até cívico!

Vai divulgar a cultura dos países de língua portuguesa "promovendo para isso eventos culturais, encontros, exposições, seminários, palestras, fóruns, mostras, colóquios, vivências, festas e celebrações", reforçando o papel destes países no quadro das relações desportivas internacionais e do olimpismo em geral? Ele? Com que Moral? Porquê ele? Quem o promoveu, outra vez, ao arrepio das mais elementares regras da decência e da transparência?

É por causa de gente como esta, de atores e farsantes como este e de toda a comandita parasitária que os apoia e deles benefícios e mordomias recolhe, de governos como este e de políticos e instituições que os apadrinham, que cada vez mais pessoas se afastam da Política e desacreditam, até, os bons políticos que, felizmente, ainda vai havendo!

Felizmente, apesar da dura batalha que travamos para defender a democracia ameaçada, quer pela boçalidade e perigosidade dos cada vez mais ricos quer pela arrogância e mediocridade dos cada vez mais estúpidos.
 
 
Nazaré Oliveira

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Calinadas nos exames nacionais!




Ricardo Reis, heterónimo de Fernando Pessoa, passava a roupa a ferro e havia uma corrente artística chamada ‘pintelhismo’.
Estes foram os dois erros mais dramáticos dos exames nacionais deste ano. Nos testes ou nas aulas, os disparates são muitos: há quem tenha dito que Lenine e Stalone eram líderes comunistas e que Salazar foi um rei.
 

“ (...) E assim, Lídia, à lareira, como estando/deuses lares, ali na eternidade/Como quem compõe roupas/O outrora componhamos/Nesse desassossego que o descanso/Nos traz às vidas quando só pensamos/Naquilo que já fomos/E há só noite lá fora”.
O poema de Ricardo Reis, impresso no enunciado do exame nacional de Português do 12.ºano, fez a vida negra aos estudantes; foi-lhes pedido para explicitarem os valores simbólicos do espaço e do tempo em que ocorrem as recordações do passado, mas alguns dos alunos, em vez de se referirem à lareira como símbolo de tranquilidade e de segurança e à noite como tempo de eleição em Ricardo Reis para representar a velhice e a aproximação da morte, preferiram explorar uma interpretação mais livre.

Alguns responderam que Ricardo Reis “pôs-se à lareira porque tinha vindo do trabalho e estava cansado”. Outros optaram por argumentar que o heterónimo de Fernando Pessoa “esteve a compor a roupa” e foi para a lareira para “descansar das lides domésticas”. Houve quem dissesse que “tinha acabado de passar a ferro”.

E ainda: “O tempo em que ocorreram as recordações estava mau e por isso ele foi para a lareira”.

A má prestação generalizada nesta resposta, que valia quatro pontos e meio, contribuiu para que a média do exame de Português igualasse o pior resultado de sempre: 8,9 valores.
 
“Acho que as provas tinham duas ou três perguntas dúbias, que davam azo a respostas disparatadas. Essa, por exemplo, requeria um conhecimento simbólico que muitos dos alunos não possuem”, diz Ediviges Ferreira, da Associação de Professores de Português. A docente constata, porém, que apesar de as avaliações nos exames serem mais baixas, os estudantes não cometem tantas calinadas como no período de aulas. “Num teste já li que o sermão do Padre António Vieira não era actual porque hoje os peixes vivem em aquários e, durante a exibição do filme do Frei Luís de Sousa, quando o romeiro fala do Dia do Juízo Final, chegaram a perguntaram-me a que dia da semana calhava esse Dia do Juízo”, conta.

Mas nem só a língua portuguesa foi maltratada nos exames nacionais. A média de 12 das 19 disciplinas do secundário que contemplam exames nacionais foi negativa. O resultado da prova de Matemática foi o pior dos últimas sete anos: média de 8,2 com uma taxa de reprovações de 20%.

Já num exame do ensino profissional, na cadeira de História da Cultura e das Artes, um estudante, questionado sobre o papel das universidades na Idade Média, disse servirem para “conviver e socializar”. Outro, numa tirada para maiores de 18, confundiu a corrente artística do “pontilhismo” com “pintelhismo”.

Contudo, foi nas disciplinas científicas que se registaram os resultados mais fracos.
Física e Química A, com uma média de 7,8, continua a ser o exame mais aziago no universo do ensino secundário. Carlos Caldeira, da Sociedade Portuguesa de Física, diz que a cadeira é extremamente exigente, pois condensa a matéria das ciências experimentais com conhecimentos de cálculo matemático e de português. “No exame deste ano, muitos alunos falharam numa questão que lhes pedia para explicar a taxa de transferência de energia de uma cafeteira de água quente para o meio ambiente. Muitos deles sabiam a resposta mas careciam de capacidade argumentativa para invocar e desenvolver as leis, baseando-se em demasia no senso-comum”.

Irene Mota, professora de Física em Lisboa, não esquece o teste em que um aluno, a quem foi pedido para escrever sobre a gravidade lunar, respondeu: “Na Lua não há gravidade, mas sim ‘lunidade’”.

A maior sumidade na recolha dos disparates dos estudantes portugueses é Luís Mascarenhas Gaivão, 64 anos, que compilou em três livros – História de Portugal em Disparates, Nova e Inédita História de Portugal em Disparates e História Desatinada de Portugal – as alarvidades redigidas pelos seus pupilos durante os seus 26 anos de carreira.

“Há gafes que são muito frequentes. Uma delas está relacionada com o poder dos media e com o que os miúdos ouvem a toda a hora.
Se hoje perguntasse num exame quem é Jesus, muitos responderiam que é treinador do Benfica”, diz Gaivão. “No início dos anos 80, o treinador do Benfica era o Lajos Baróti e cheguei a ler respostas como ‘Portugal expulsou os espanhóis na Batalha de Lajos Baróti’, quando queriam dizer ‘batalha de Aljubarrota’”. “Também era conhecida como Batalha de Alves Barrota”, conta o professor.

Gaivão leu as coisas mais inacreditáveis; que os maiores monumentos manuelinos são “a Sé da Catedral, o Mosteiro do São Jerónimo e a Janela do Ventre do Cristo”, que “Marcello Caetano foi o Rei que sucedeu ao Rei Salazar” e que Humberto Delgado “foi o soldado português que se revoltou contra a República”. A este último, ouviu chamarem-lhe tudo: Alberto Delgado, Humberto Delegado e até Humberto Coelho. Tal como Zeca Afonso, que um rapaz chamou de “Seca Afonso” ou Otelo Saraiva de Carvalho, apelidado de “Otovelo” e “Hotelo”.

“A História é uma das disciplinas mais propícias às respostas disparatadas”, diz Gaivão. “Há uma grande confusão de tempos históricos, há muita dificuldade na análise do tempo recuado e muita tentativa de memorização sem compreensão dos factos”.

O professor levou centenas de vezes as mãos à cabeça, mas também se lembra de algumas gargalhadas. Leu que os primeiros colonizadores dos Açores tinham sido os “flamingos” e os “almaricanos” e que a Cabo Verde chegaram os “finlandésios”, que a União Nacional “era o livro do Salazar com as ideias dele” e que a PIDE “prendia os que estavam contra o Estado Novo e triturava-os”.
Mas a lista de imprecisões históricas é muito extensa. Dos quatro professores desta disciplina com que o SOL falou, todos tinham memória de disparates épicos: “Os escravos dos romanos eram fabricados em África, mas não eram de boa qualidade”; “Ao princípio os índios eram muito atrasados mas com o tempo foram-se sifilizando”; “Os utensílios usados no neolítico eram tachos e panelas”; “Os antigos egípcios desenvolveram a arte funerária para que os mortos vivessem melhor”; “Na II guerra mundial toda a Europa foi vítima de barbie (barbárie)” ou “Lenini e Stalone eram comunistas na Rússia”.
Estela Gaspar, professora de Lisboa, jamais esquecerá a resposta de uma aluna à pergunta: “Qual o ideal do homem do Renascimento?”. “O homem ideal do Renascimento é o João, do 10.ºA, porque renasceu para mim”.

Também em Geografia se cometem erros crassos. Este ano a média desceu de uma fasquia positiva (10,3) para a zona de chumbo (9,4). “O principal problema é não haver hábitos de leitura. Há alunos inteligentes que sabem a matéria mas perdem tudo por não terem capacidade de escrita”, diz Emília Lemos, presidente da Associação de Professores de Geografia. “Têm mais dificuldade com conceitos abstractos. Confundem o aquecimento global com o buraco do ozono. E as matérias em que erram mais são o estado do tempo e a circulação geral da atmosfera e a Política Agrícola Comum”. No entanto, há gafes em temas mais simples.
Emília Lemos já leu num teste que “os climas temperados não têm continentes a sul do Equador”. E, no passado, outros professores de Geografia embasbacaram-se com frases como: “A Latitude é um circo que passa por o Equador, dos zero aos 90º” e “o caudal de um rio, é quando um rio vai andando e deixa um bocadinho para trás”.
No ano passado, uma aluna da região norte do país teimou durante uma apresentação que Miami ficava na Alemanha.

Em alguns fóruns dedicados ao ensino, também há registos das respostas mais estapafúrdias nas matérias ligadas à Biologia e às Ciências Naturais. Frases como: “A Terra vira-se nela mesmo e a esse difícil movimento chama-se arrotação”, “as aves têm um dente na boca que se chama bico” ou “O coração é o único órgão que funciona 24 horas por dia”.

Mais do que as bacoradas, que a generalidade dos docentes atribui a lacunas de concentração, nervosismo, falta de bases de estudo e leitura e enunciados dúbios, os professores mostram-se preocupados com problemas mais estruturais, como a actualidade do sistema de ensino ou os erros derivados das transformações sociais.
 
Emília Lemos, por exemplo, considera que as empresas já não procuram as mesmas valências que as escolas privilegiam: “A nova geração está habituada a uma sociedade em que tudo se faz a uma grande velocidade e às consolas, em que se passa de nível num instante, num processo completamente diferente do da acumulação de saber, que é lento. Temos um sistema de ensino Fordista. Já não faz sentido ter os alunos sentados a ouvir o professor até às 17h. Isso já era!”, diz.
Por sua vez, Paulo Guinote, professor de Português e autor do blogue A Educação do Meu Umbigo, constata a emergência de alguns erros derivados das novas tecnologias da informação: “Em pequenos exercícios de produção escrita, como seja o pedido para escrever um convite ou uma pequena carta, foi-se tornando comum a escrita típica dos sms ou das mensagens de chat, incluindo abreviaturas como pk (porque), ou termos de origem inglesa, mais ou menos adulterados, como luv (love-amor)”.
 
 
31 de Julho, 2013, Tiago Carrasco
 

 

domingo, 28 de julho de 2013

"Democracia está em perigo"





O antigo Presidente da República Mário Soares considera que a "democracia está em baixa", porque as pessoas tem "muito medo", mas, adverte, o desespero é tal que aqueles que têm fome podem zangar-se.

Em entrevista ao jornal "Público", o histórico socialista afirma que os portugueses não reagem com veemência às dificuldades que estão a atravessar porque "há muito medo na sociedade portuguesa".

"É por isso que a democracia está em baixa, porque não havia medo e hoje há muito medo. As pessoas têm de pensar duas vezes quando têm filhos. Mas é uma coisa que pode levar a atos de violência", adverte. Mário Soares ressalva que é uma situação que não quer que suceda. No entanto, "pode acontecer, porque o desespero é tal que aqueles que têm fome podem zangar-se".

Fazendo um paralelismo sobre a reação dos portugueses às dificuldades que atravessam e o que se passa no Brasil, afirma que "no Brasil vieram para a rua de forma pacífica porque acham que há muita corrupção. Aqui, em Portugal, não há corrupção a rodos, porque a justiça não funciona. Ou por outra, a justiça só funciona para os pobres".

"Democracia está em perigo"

"Aos que roubam milhares de contos ao Estado, em bancos e fora de bancos, não lhes acontece nada", critica. Mário Soares receia que a seguir à crise política possa "vir uma revolução": "Eu esperaria que fosse pacífica, mas pode não ser". Pode também seguir-se uma ditadura, o que "era ainda pior", sublinha.

O antigo presidente considera que não existe uma relação entre o país e o Governo, que "ignora o povo", e que a "democracia está em perigo". "Neste momento, somos uma pseudodemocracia, porque a democracia precisa de ter gente que resolva os problemas", diz, questionando: "Quando o Presidente da República não é capaz de resolver nada a não ser estar de acordo com o Governo, e o Governo não faz nada porque não tem nada para fazer, nem sabe o que há-de fazer, o que é que se passa?"

Sobre o que faz a oposição, Mário Soares afirma: "protesta". "Eu não tenho nenhuma responsabilidade política, nem quero ter, mas penso, leio, escrevo e estou indignado, claro, porque estão a destruir o país", sublinha.

Críticas a Durão Barroso

Questionado pelo Público sobre se o Banco Central Europeu devia estar a emitir moeda, Mário Soares foi perentório: "pois claro". Não admite a saída do euro, frisando que é a "favor do euro e da União Europeia, embora não aceite que a chanceler Merkel seja uma pessoa não solidária com os outros países, é contra o espírito da União Europeia.

Relativamente ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, Mário Soares acusa-o de ser "um camaleão", considerando que Portugal não ganhou nada em tê-lo naquele cargo. "Foi só desprestigiante para Portugal. Nunca achei que ele podia ser bom. Avisei sempre, escrevi que era um grande erro. Diziam que era português, mas na Europa não há portugueses, nem de qualquer outro país, há europeus", comenta.

Mário Soares diz ainda que Durão Barroso "não pode" chegar ao cargo de secretário-geral da ONU, "depois de tudo o que disseram dele, a senhora Merkel, os franceses e tantos europeus". "Futuro político acho que não tem", remata.

Não há Justiça




Li, há pouco, este artigo.

É verdade, sim.
"Após ter semidestruído Portugal economicamente, socialmente, familiarmente, psicologicamente, com total impunidade e arrogância, Vítor Gaspar deixa, ao escapar-se, apontado um tiro de misericórdia aos idosos (e não só) ".

Falta só dizer que os ricos continuam ricos! E que lhe agradecem por tal.

De que é que este país está a precisar? De mudança. De políticos e de políticas. De uma revolução.

Uma revolução que reponha verdadeiramente aquilo pelo qual os nossos pais e avós lutaram e pelo qual lutei e continuarei a lutar: justiça!

Tanto comentador, tanto especialista a opinar sobre tudo e mais alguma coisa, tanto político com politiquices, tantas promessas por cumprir, tanta desgraça social, tanto roubo institucionalizado, tanta corrupção, tanto rico cada vez mais rico, tanta gente com fome, tanta gente endividada, tanta pobreza, tanta arrogância de uma minoria cada vez mais colada às elites governamentais, tanta humilhação dos mais fracos, dos mais vulneráveis, tanta calma aparente e tanto desespero já mal contido!
Eu queria ouvir a voz do povo porque a voz do povo é a voz da razão.
Eu queria ouvir a voz do povo porque é o povo que sofre, que chora a miséria e a penúria, o abandono e a indiferença.
Eu queria ouvir a voz do povo porque foi o povo o atraiçoado, o enganado e o ofendido.
Eu queria ouvir a voz do povo como “naquela manhã límpida e clara”, prenhe de esperança mas fortesna luta e no combate que afinal não terminou.

Completamente alheados da vida nacional cuja democracia em perigo colocaram, além da destruição do Estado Social assistimos cada vez mais à subserviência abjeta de um governo que não se inibe de matar o seu povo, lentamente, a troco desse servilismo hediondo que para o abismo, abruptamente, sem dó nem piedade, arrastou milhares e milhares de pessoas que do seu trabalho viviam, sem grandezas e sem mordomias.

Pedem-se sacrifícios aos sacrificados de sempre mas, quem lhos pede e exige, sacrifícios não fez nem fará. Porquê?
Por que razão continuamos a assistir a tudo isto?

Porque não há Justiça.
Singram as impunidades, a corrupção, as amnistias, a falta de Ética e de Moral.
Enoja-me este fazer de conta que não se está a ver aquilo que claramente visto é.


Nazaré Oliveira