segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Vénus Negra - Colonialismo e Racismo

Ainda não tinha visto este belo e impressionante filme - VÉNUS NEGRA.
Gostei. Gostei muito e recomendo.


 

 
Realizado pelo ator e realizador Abdellatif Kechiche (tunisino radicado na França), é um filme biográfico sobre a trágica história de Saartjes Baartman, uma mulher da tribo Khoikhoi que no início do século XIX e devido às suas características físicas específicas foi levada da África do Sul para ser exibida nos salões europeus sob o nome "Vénus Hotentote", com promessas vãs de uma vida dourada. Chegada à Europa, depois de viajar por toda a Inglaterra em espetáculos de aberrações, vai para França onde é estudada por alguns dos mais conceituados naturalistas e anatomistas da época que usaram as suas investigações para justificar a inferioridade dos negros, num esforço claro de legitimação do racismo e escravatura.
Saartjes, que sonhava ser artista na Europa, como foi na África, acabou escravizada e humilhada por todos: sai da África do Sul para Londres em 1810 com Cezar, que promete fazê-la rica através da sua dança. Ao invés disso, é coagida a apresentar-se em shows de mau gosto, saindo de uma jaula e simulando atacar o público como se fosse uma selvagem. Nesses espetáculos, é obrigada a usar roupa“colada ao corpo” que evidencia ainda mais as suas exuberantes formas, criando um ambiente de histeria coletiva e levando o público a tocá-la, a apalpá-la, gritando obscenidades.
É exposta de forma terrivelmente desumana, humilhante, sobretudo nas festas privadas da sociedade burguesa francesa do século XIX, promíscua, fútil e hipócrita, e mesmo quando é “apanhada” pelos cientistas, como o anatomista Georges Cuvier (François Marthouret), nem assim consegue ser tratada como um ser humano.
Saartje é objeto de uma curiosidade que desconsidera os seus pudores e a sua vontade. Os cientistas vêem nela não mais do que um animal exótico, uma situação que persistirá mesmo após a sua morte, em 1815.
O seu esqueleto e alguns dos seus órgãos ficaram em exibição no Museu do Homem, em Paris, até 2002, altura em que o presidente sul-africano Nelson Mandela requereu formalmente que os seus restos fossem enviados para o seu país natal.
Este filme atravessa uma série de temas, particularmente, o colonialismo, o racismo, o machismo e os Direitos Humanos.
Género: Drama
Classificação:M/12
Outros dados: FRA/BEL, 2009, Cores, 166 min.
 
NO

(texto adapt. de várias fontes da Web)


Filme Vénus Negra (legendado):


Ver aqui mais inf: http://ultimosegundo.ig.com.br/mostracinemasp/venus+negra+e+experiencia+torturante/n1237816687848.html

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

E quem avalia a troika?




Gostei deste post do blogue "O Jumento": E quem avalia a troika?

Dentro de dias voltarão a andar por aí aqueles três funcionários com ar de coronéis da SS a passear pela Paris ocupada para avaliarem o que o governo português fez nos últimos tempos. Depois elaboram um relatório elogioso, afirmando que a EDP está uma maravilha desde que o Catroga ganha cinquenta mil, que a RTP ficará bem entregue aos donos da comunicação social que ajudaram o Passos a chegar ao poder, mas que há uns pequenos deslizes que implicam umas medidazitas, coisa pouca que o povo pagará de boa vontade.

O ridículo de tudo isto é que não passa de uma encenação - a troika tem cá dezenas de funcionariozecos que mandam nos ministros, nos secretários de Estado e nos diretores-gerais, a coisa é tão pouco digna que até há governantes e diretores-gerais que usam a troika para ganharem vantagem sobre outros governantes e outros diretores-gerais.

Só que aquilo que era um processo de negociação entre entidades financeiras e um governo soberano há muito que deixou de o ser. O Gaspar descobriu que manda menos num país que entregou a soberania, o Passos Coelho aceitou fazer o papel de primeiro-ministro desde que o deixem vender aos amigos e a preços de saldo o que resta do património público e os rapazolas da troika brincam com um país e há muito que mandaram o memorando de entendimento para a reciclagem na Renova.

Dantes a troika negociava com todas as forças políticas e os indígenas exigiam a tradução do memorando para língua portuguesa. Agora já não há memorando, a troika manda através de memorandos e o primeiro-ministro tem para os dirigentes das organizações internacionais. A troika ignora que Portugal é um país soberano, que assinou um memorando de entendimento, que esse memorando não foi assinado apenas pelos partidos do governo (que nem sequer têm a maioria dos votos dos portugueses), que na base da negociação estava o respeito pela soberania e pela Constituição do país.

No memorando, sempre que as medidas correm o risco de ofenderem os princípios constitucionais, como é o caso da legislação laboral, afirma-se o princípio de que as medidas devem respeitar a Constituição da República. Mas quando o Tribunal Constitucional declarou inconstitucional o corte dos subsídios, uma medida que nem estava no memorando nem foi negociada com todas as partes do acordo, a troika, com a Comissão do Barros à frente veio logo castigar o país exigindo medidas equivalentes. Mas agora que o desvio das contas pública é colossal em consequência das decisões da troika ninguém exigiu nada.

A troika não vem a Portugal avaliar coisa nenhum e muito menos o país ou o comportamento do povo português. A troika aceitou violar a soberania de um país membro das organizações internacionais que a integram e o que vem fazer é avaliar a merda que tem feito. O que a troika vem cá fazer é avaliar as consequências de uma experiência ideológica que não respeita a vontade, a cultura e a lei constitucional de um país cujo povo foi transformado em cobaia de experiências económicas mengelianas. O que a troika vem fazer não é avaliação, é autoavaliação.

O problema é saber quem avalia a troika, quem dá a cara por aquilo que tem sido feito, se o Durão Barroso (o tal que fugiu para melhor ajudar Portugal) e os seus pares no BCE e na FMI ou se os palermas que andam por aí com ar de parvos. O problema é saber se a Comissão, o FMI e o BCE vão aceitar serem avaliados pelas consequências da experiência extremista, ilegal e abusiva que graças a um governo fraco, de idiotas ambiciosos e de estarolas estão fazendo em Portugal.

Vandana Shiva: não somos donos mas parte da Terra

Fantástica intervenção de VANDANA SHIVA!
Não deixem de ver, ouvir, refletir.

(Do Canal 2 da RTP)



Alemães deixam-nos buraco de 700 milhões

Quando soube que o consórcio alemão cobrou os mil milhões do preço de aquisição dos submarinos, mas não cumpriu o contrato de contrapartidas para a economia portuguesa, que termina a 4 de outubro, fiquei mais uma vez revoltada. REVOLTADA por saber que este é um entre muitos casos de pouca vergonha, de crimes sem castigo, de injustiça e de subversão de valores e de regras democráticas que, num estado que se autoproclama de Direito, vai descaradamente contra o que constitucionalmente adquirimos funcionando ao arrepio dos mais elementares deveres a que estamos obrigados pela Constituição de Abril. A que estamos obrigados TODOS, incluindo, claro, esta gente que através do voto ingénuo de alguma ingénua gente, fez carreira meteórica na política, ganhando, desse modo, muito e muito dinheiro, muito e muito poder, estatuto académico que de outra forma não conseguiriam e destaque que nunca na vida teriam se nas bancadas da Assembleia da República não estivessem, mesmo que de boca fechada os vejamos sempre, ou a dormir ou a bocejar, a ler os jornais, ao telemóvel, no Facebook ou até em casa ou nos seus escritórios ou empresas, pagos a peso de ouro, porque faltar é com eles (deputados) sim, e nós bem sabemos!
Faltam, pregam a moral e a austeridade mas não são exemplo disso, muito pelo contrário. Crise? Apertar o cinto? Isso é para os outros. Para o povão.
Depois vem o boss, com aquele arzinho de rapazinho que quer passar a ideia daquilo que nunca foi nem nunca conseguirá ser, emproado, pavoneando-se, com tiques cada vez mais acentuados de alguém que se apresenta envaidecido, ainda não sei bem porquê, arrogante q. b., como se os outros fossem uns parvalhões que não percebem nada de austeridade e que não percebem que, agora, têm de ser castigados porque gastaram mais do que aquilo que deviam ter gasto, como se fosse o povo o culpado da porcaria que a gestão danosa do Estado, há anos, vem fazendo, com as cedências promíscuas e criminosas que, essas sim, nos conduziram ao abismo, seja com gestores públicos, empresas públicas ou semiprivadas - PPP - deputados e ministros, conselheiros de estado, gabinetes e gabinetes de estado e de estados, cedências e mordomias gravíssimas (cujas consequências agora se tornaram mais visívies)à Banca, aos banqueiros, aos grupos económicos e aos mercados.
Que vergonha esta falta de vergonha! Este desrespeito pela Constituição, este querer ser mais do que aquilo que na realidade se é ou deve ser, subvertendo completamente o espírito da Revolução que em 25 de Abril de 1974 a esperança numa sociedade nova fez surgir, fazendo-nos acreditar que o fascismo não retornaria nem jamais alguém do povo seria aproveitado para um grupo de habilidosos singrar, oprimindo e despoticamente atuando e governando à boa maneira salazarista.
Tudo se faz e tudo se assina "a bem da nação" mas, cada vez mais são os casos de corrupção e de boas e grandes negociatas que o Estado faz e patrocina, como esta, da qual, garantidamente, o país não beneficia e o povo muito menos.
Neste caso que hoje falo, a penalização prevista no contrato assinado por Paulo Portas cobre apenas 10% dos 700 milhões em falta.
O Jornal de Negócios revela esta quinta-feira que o grupo alemão MPC Industries, dono na empresa Ferrostaal - cujos gestores acabaram condenados por subornarem governantes gregos e portugueses - está agora na corrida da privatização dos Estaleiros de Viana do Castelo. Imaginem!
Segundo o mesmo jornal, a empresa formou agora um consórcio com a Amal, a metalomecânica detida a 30% pela Espírito Santo Capital, detida pelo grupo financeiro do banco que financiou o contrato ruinoso dos submarinos e que viu outra empresa sua, a Escom, receber 30 milhões de euros do consórcio alemão para intermediar o negócio com o Estado português. Imaginem!
Foi com base nestes 30 milhões que sugiram as suspeitas dos subornos em investigação pela justiça.
Apesar da investigação datar de 2006, só esta quarta-feira a Procuradoria Geral da República anunciou que irá fazer "novas diligências" junto do então ministro da Defesa e líder do CDS Paulo Portas, que no fim do mandato entregou a uma empresa exterior ao Ministério a tarefa de digitalizar 61.893 páginas de documentos.

 
O montante de 1200 milhões de euros em contrapartidas que o consórcio alemão se comprometeu a dar à economia portuguesa, foi apresentado pelo Governo de Durão Barroso e Paulo Portas como um bom argumento a favor do negócio da compra dos submarinos por 1000 milhões de euros, mas o que faltou dizer na altura foi que o contrato assinado por Paulo Portas até permitia ao consórcio alemão dizer logo após a assinatura do contrato que não iria cumpri-lo em um cêntimo. A pena prevista no contrato por esse incumprimento é de apenas 10% do valor em falta, o que daria no máximo 120 milhões de euros, ou seja, quatro vezes o que os alemães entregaram à ESCOM para convencerem o lado português da sua proposta.
Agora o contrato de contrapartidas está à beira de terminar e segundo o Diário de Notícias, apenas 490 milhões tinham sido validados pela Comissão de Contrapartidas. Se for esse o valor confirmado a 4 de outubro, data em que o contrato termina, ficam 710 milhões de euros por cumprir, dos quais os alemães apenas são obrigados a pagar um décimo, ou seja, 71 milhões de euros.
No contrato assinado por Paulo Portas, o incumprimento do contrato de contrapartidas não podia ser invocado por Portugal como motivo para denunciar a compra dos submarinos. Imaginem! E foi essa a conclusão de dois pareceres da Procuradoria Geral da República, que confirmou não haver margem de manobra para o Estado anular o contrato ruinoso e devolver os submarinos à procedência!!!
Curiosamente, ainda esta semana o ministro da Defesa Aguiar Branco mandou regressar o segundo submarino comprado por Portas ao estaleiro alemão, por não ter passado nos testes da Marinha portuguesa. Tal como tinha acontecido ao primeiro submarino – o "Tridente" – agora é a vez do "Arpão" regressar à Alemanha para fazer reparações enquanto está assegurada a garantia, antes de ser feita a sua receção definitiva. No despacho publicado em Diário da República esta semana, o Ministério acrescenta que a receção definitiva "deveria ter ocorrido em 1 de julho de 2012”, mas que até dia 26 de julho o consórcio "não tinha cumprido todas as suas obrigações contratuais de garantia".
Imaginem!


E nós, como sempre, só sabemos da missa... metade! Uma metade monstruosamente revoltante!
Ângela Merkel sabe muito! Oh,oh, se sabe!

 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A neutralidade ajuda o opressor, nunca a vítima



“Embora haja muitas pequenas e fáceis ações que possamos realizar para ajudar os animais, duas coisas que já não são aceitáveis são a inação e a indiferença. Atingimos o ponto em que já chega, ou na verdade, em que o que já chega é demasiado - causamos muitíssimo sofrimento e dor desnecessários no mundo. Existem canários em minas de carvão por todo o mundo a dizerem-nos que há algo de profundamente errado.

O laureado Nobel e pacifista Elie Wiesel encoraja-nos: «Tomem partido. A neutralidade ajuda o opressor, nunca a vítima. O silêncio encoraja o torturador, nunca o torturado.» O silêncio é mortal para os animais. Há um sentido de urgência – o tempo não está a nosso favor. A indiferença sai muito cara. Temos de agir agora com compaixão e amor por este magnífico mundo.

Naturalmente, não deveremos deixar que a raiva nos guie. Temos de nos manter ativistas com compaixão, constantemente. É isso que nos dá verdadeiro impacto para influenciar os outros, mas também nos ajuda a nós mesmos. Sermos bondosos faz-nos sentir bem; é uma experiência profunda, e mesmo espiritual, espalhar a compaixão, a bondade e o amor. E também é contagioso. Temos de ser bondosos e simpáticos e cooperarmos uns com os outros, para podermos definir e trabalhar com objetivos comuns, mesmo quando discordarmos a respeito da via exata. Nunca poderemos ser demasiado bondosos, nem ninguém é perfeito. A humildade e a via para avançar é reconhecermos as nossas próprias imperfeições, mesmo quando procuramos a mudança nas ações dos outros. Devemos questionar a ação de uma pessoa e não atacarmos as pessoas em si.

Todos os dias, devemos procurar oportunidades para fazermos algo pelos animais e criarmos oportunidades para que os outros o façam. Quando o fizermos, precisamos de ser pacientes, pois, desde que estejamos a deslocar-nos na direção certa, as coisas melhorarão para os animais e para a Terra. Tal como vimos, o ativismo tem custos – como o assédio, a intimidação e a frustração - , mas estes são o preço de colocarmos as nossas crenças em ação para impedirmos a crueldade e salvarmos vidas. Protestem suave, mas insistentemente; mudem tanto as ações como os espíritos e os corações. As mudanças que são impostas têm em geral pouca duração e fazem pouca diferença.

Muitas vezes, são precisos numerosos esforços para acumular o ímpeto necessário para produzir as profundas modificações na atitude e no espírito que faz verdadeiramente a diferença. É importante ouvir todas as opiniões. Isto é importante para ajudar a encontrar e a resolver as causas na raiz dos problemas, mas é também uma tática inteligente. Temos de dominar os argumentos dos opositores.

Apenas conhecendo as táticas e os argumentos dos vossos opositores é que conseguirão montar uma ofensiva com sucesso. (...) De facto, os problemas respeitantes aos animais são tão vastos que exigem soluções pró-ativas criativas mergulhadas em profunda humildade, compaixão, cuidado, respeito e amor. Não podemos permitir que as nossas preocupações e os nossos medos nos tornem inativos e pessimistas e não podemos ceder ao cinismo. (...) Precisamos de nos concentrar em sermos positivos em tempos difíceis e desafiadores e não deixarmos que a nossa frustração nos leve a melhor. Temos de agir localmente e pensar globalmente.

Finalmente, é essencial lembrar que cada indivíduo conta e que cada indivíduo faz a diferença. Tal como observa Margaret Mead: «Nunca duvidem de que um pequeno grupo de cidadãos refletidos e empenhados pode mudar o mundo. Na realidade, tem sido a única coisa que o tem conseguido.» É também importante lembrar que Gandhi tinha razão – por muito que as pessoas lutem contra vocês, se acreditarem no que estão a fazer, acabarão por vencer.”

 

"Manifesto dos Animais", por Marc Bekoff (2010)

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Palavras de Miguel Portas

Parece que foi ontem, Miguel, que nos despedimos de ti!
Há muito que estava para publicar esta foto que os teus amigos puderam trazer no dia 24 de Abril deste ano. Esta foto e estas palavras.
Palavras de um GRANDE CIDADÃO QUE TAMBÉM SOUBE SER UM GRANDE POLÍTICO.

Não à redução de pena!

Duas das meninas encarceradas e mortas: Julie e Melissa

O assassino
A assassina




Há pouco, na TV, mais uma vez "o caso Marc Dutroux" e a lembrança daquela cave dos horrores. Falavam da redução da pena de Michelle Martin.

Meu Deus, como é possível reduzir-se a pena a alguém que foi cúmplice da crueldade e do assassínio de meninas, mortas lentamente e premeditadamente pelo seu marido, com o qual, inclusive, colaborou neste cenário macabro?

Como é possível (na Bélgica ou onde quer que seja), dar-se hipótese a "gente" assim de viver em liberdade, como se nada de medonho, hediondo e terrivelmente devastador tivesse acontecido? Como é possível fazer-se justiça não a fazendo, isto é, não a obrigando a cumprir? Quem devolve a vida àquelas meninas? Quem imagina o sofrimento e tortura por que passaram? E os seus pais? OS SEUS PAIS?

Quanta dor, quanta revolta, desespero inimaginável e angústia constante!

Numa sociedade que cada vez mais se arvora de igualitária e que cada vez mais prega a justiça, assistimos a casos como este onde os criminosos, simplesmente, passam pelas cadeias e delas saem a sorrir, como este monstro chamado Michelle Martin.

A sociedade atual cada vez engendra mais monstros destes. Que fazer? JUSTIÇA.

JUSTIÇA IMPLACÁVEL E EXEMPLAR PARA PEDÓFILOS!

Esta mulher não pode ver a sua pena reduzida seja sob que argumento for. Nunca!

O seu marido, Marc Dutroux, que ela sempre apoiou no seu macabro trabalho e sobre o qual nunca nem a ninguém denunciou, foi um assassino em série. Sequestrou e  abusou de 6 crianças das formas mais violentas que se possam imaginar.

A sua prisão, em 1996, nem por isso evitou que milhares e milhares de belgas, nesse ano, viessem para a rua e daí estendessem a sua revolta ao mundo inteiro através da "Marcha Branca" de 300.000 pessoas em  Bruxelas, uma vez que consideravam que semelhante (s) ato (s) de horror jamais poderiam  ser atenuados fosse pelo que fosse.

Este terrível assassino  era de tal modo  habilidoso e assustadoramente manipulador que foi capaz de convencer um psiquiatra de que era incapaz. Com isso, imaginem,  passou a receber uma pensão do governo. Recebia, até, sedativos, que mais tarde usou nas meninas sequestradas

Matou-as pela violência continuada dos abusos sexuais, psicológicos… matou-as à fome durante meses, sistematicamente  acorrentadas numa cave, numa cama,  tendo  algumas destas crianças sido enterradas vivas, com conhecimento da mulher .

 Centenas de vídeos pornográficos comerciais foram encontrados nas casas de Dutroux, juntamente com uma quantidade considerável de vídeos pornográficos que o mesmo tinha produzido com a sua mulher  Michelle Martin, a tal que a Justiça belga vai ajudar, reduzindo-lhe  a pena: “O tribunal de Mans, que se reuniu pela quinta vez, desde 2007, para decidir sobre o pedido de liberdade condicional de Michelle Martin acabou por autorizar a entrada da reclusa no convento das irmãs clarissas em Malone, perto de Namur, no sul do país, na condição de não se aproximar dos familiares das vítimas de Dutroux, que se opuseram à decisão judicial. A abadessa Christinne, das irmãs clarissas de Malonne, confirmou à France Presse que o convento está prestes a acolher a ex-mulher de Marc Dutroux.

Michelle Martin, 52 anos, está presa desde 1996 e cumpriu em 2004 metade da pena de trinta anos de cadeia a que tinha sido condenada.”

(Metade, não, pois só cumpriu 8 anos!)

E mais uma vez a ajuda da Igreja, a bênção da Igreja”, em cujo regaço, afinal, todos têm lugar.

Michelle Martin , a tal que cúmplice sempre foi de Dutroux e que como tal foi julgada (Dutroux recebera a sentença de prisão perpétua e Michelle Martin 30 anos).

Em 2011, o pedido de liberdade condicional foi aceite no Tribunal de Mons, facto que se transformou em assunto polémico na Bélgica. De acordo com o programa de reinserção da reclusa, a ex-mulher de Dutroux, que afirmou ter-se tornado "muito religiosa" na prisão, propôs residir num convento em França.

Que “santa”! Que arrependida, esta maldita mulher, figura-chave do caso Dutroux, conivente, presente e colaboradora em todos os seus atos macabros!

NÃO À REDUÇÃO DE PENA NEM À SAÍDA DA PRISÃO DESTA (TAMBÉM) ASSASSINA!

NÃO Á REDUÇÃO DE PENA em casos monstruosos como este, seja na  Bélgica ou em que lugar for! SIM À PRISÃO PERPÉTUA PARA CARRASCOS DE INOCENTES.

A VIDA DESTAS MENINAS JAMAIS voltará e a dos seus pais num inferno para sempre se transformou.

Esta é a União Europeia civilizada? Não, mas já era tempo que o fosse. No Direito e não só.




Nazaré Oliveira