domingo, 31 de março de 2013

Mensagem de Páscoa do Papa Francisco

 



  
Vaticano: Papa apela à paz na península coreana e condena tráfico humano
 
 
(Primeira mensagem pascal de Francisco passou em revista vários conflitos mundiais)

 
Amados irmãos e irmãs de Roma e do mundo inteiro, boa Páscoa!

Que grande alegria é para mim poder dar-vos este anúncio: Cristo ressuscitou! Queria que chegasse a cada casa, a cada família e, especialmente onde há mais sofrimento, aos hospitais, às prisões...

Sobretudo queria que chegasse a todos os corações, porque é lá que Deus quer semear esta Boa Nova: Jesus ressuscitou, uma esperança despertou para ti, já não estás sob o domínio do pecado, do mal! Venceu o amor, venceu a misericórdia!

Também nós, como as mulheres discípulas de Jesus que foram ao sepulcro e o encontraram vazio, nos podemos interrogar que sentido tenha este acontecimento (cf. Lc 24, 4). Que significa o fato de Jesus ter ressuscitado? Significa que o amor de Deus é mais forte que o mal e a própria morte; significa que o amor de Deus pode transformar a nossa vida, fazer florir aquelas parcelas de deserto que ainda existem no nosso coração.

Este mesmo amor pelo qual o Filho de Deus Se fez homem e prosseguiu até ao extremo no caminho da humildade e do dom de Si mesmo, até a morada dos mortos, ao abismo da separação de Deus, este mesmo amor misericordioso inundou de luz o corpo morto de Jesus e transfigurou-o, o fez passar à vida eterna. Jesus não voltou à vida que tinha antes, à vida terrena, mas entrou na vida gloriosa de Deus e o fez com a nossa humanidade, abrindo-nos um futuro de esperança.

Eis o que é a Páscoa: é o êxodo, a passagem do homem da escravidão do pecado, do mal, à liberdade do amor, do bem. Porque Deus é vida, somente vida, e a sua glória é o homem vivo (cf. Ireneu, Adversus haereses, 4, 20, 5-7).

Amados irmãos e irmãs, Cristo morreu e ressuscitou de uma vez para sempre e para todos, mas a força da Ressurreição, esta passagem da escravidão do mal à liberdade do bem, deve realizar-se em todos os tempos, nos espaços concretos da nossa existência, na nossa vida de cada dia. Quantos desertos tem o ser humano de atravessar ainda hoje! Sobretudo o deserto que existe dentro dele, quando falta o amor a Deus e ao próximo, quando falta a consciência de ser guardião de tudo o que o Criador nos deu e continua a dar. Mas a misericórdia de Deus pode fazer florir mesmo a terra mais árida, pode devolver a vida aos ossos ressequidos (cf. Ez 37, 1-14).

Eis, portanto, o convite que dirijo a todos: acolhamos a graça da Ressurreição de Cristo! Deixemo-nos renovar pela misericórdia de Deus, deixemo-nos amar por Jesus, deixemos que a força do seu amor transforme também a nossa vida, tornando-nos instrumentos desta misericórdia, canais através dos quais Deus possa irrigar a terra, guardar a criação inteira e fazer florir a justiça e a paz.

E assim, a Jesus ressuscitado que transforma a morte em vida, peçamos para mudar o ódio em amor, a vingança em perdão, a guerra em paz. Sim, Cristo é a nossa paz e, por seu intermédio, imploramos a paz para o mundo inteiro.

Paz para o Médio Oriente, especialmente entre israelitas e palestinos, que sentem dificuldade em encontrar a estrada da concórdia, a fim de que retomem, com coragem e disponibilidade, as negociações para pôr termo a um conflito que já dura há demasiado tempo. Paz no Iraque, para que cesse definitivamente toda a violência, e sobretudo para a amada Síria, para a sua população vítima do conflito e para os numerosos refugiados, que esperam ajuda e conforto. Já foi derramado tanto sangue… Quantos sofrimentos deverão ainda atravessar antes de se conseguir encontrar uma solução política para a crise?

Paz para a África, cenário ainda de sangrentos conflitos: no Mali, para que reencontre unidade e estabilidade; e na Nigéria, onde infelizmente não cessam os atentados, que ameaçam gravemente a vida de tantos inocentes, e onde não poucas pessoas, incluindo crianças, são mantidas como reféns por grupos terroristas. Paz no leste da República Democrática do Congo e na República Centro-Africana, onde muitos se veem forçados a deixar as suas casas e vivem ainda no medo.

Paz para a Ásia, sobretudo na península coreana, para que sejam superadas as divergências e amadureça um renovado espírito de reconciliação.

Paz para o mundo inteiro, ainda tão dividido pela ganância de quem procura lucros fáceis, ferido pelo egoísmo que ameaça a vida humana e a família – um egoísmo que faz continuar o tráfico de pessoas, a escravatura mais extensa neste século vinte e um. Paz para todo o mundo dilacerado pela violência ligada ao narcotráfico e por uma iníqua exploração dos recursos naturais. Paz para esta nossa Terra! Jesus ressuscitado leve conforto a quem é vítima das calamidades naturais e nos torne guardiões responsáveis da criação.

Amados irmãos e irmãs, originários de Roma ou de qualquer parte do mundo, a todos vós que me ouvis, dirijo este convite do Salmo 117: «Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom, porque é eterno o seu amor. Diga a casa de Israel: É eterno o seu amor» (vv. 1-2).

Aleluia! Aleluia!

sábado, 30 de março de 2013

Via Sacra

“Ecce Homo”( Portugal, 2ª metade do século XVI)
“Ecce Homo”( Portugal, 2ª metade do século XVI)


 
Bual
  
 
Portinari
 
Luiz Carlos de Andrade Lima

Aldo Locatelli  

Via Sacra (Buçaco)


Bual
  
Miguel Ângelo

  




Duro caminho de chegar à morte!
E dura condição
De ser nele,
Como eu,
Conjuntamente o Cristo e o Cireneu!

Condenado,
Açoitado,
...
A cair
E a sangrar
Sob o peso do lenho,
Se me quero sentir humano e ajudado,
O recurso que tenho
É cantar como um carro carregado.

É pedir a coragem dos meus passos
À força dos meus versos.
Versos que são apenas o sudário,
Solidário
E crispado,
Do meu rosto de carne, desenhado
No chão da caminhada.
Como ajuda que desse ao próprio corpo

A sombra por ele mesmo projectada.

 
 
 
in Miguel Torga - Antologia Poética, Publ. D. Quixote, pg. 197.

terça-feira, 26 de março de 2013

Maria Nazaré (curta metragem ESCSL)

Um excelente trabalho de Marta Drugg!


 
 

Maria e Nazaré são duas mulheres com vidas opostas. A única altura do dia em que elas se cruzam é no fim do turno da noite de Nazaré e no início do dia de Maria. A cidade de Lisboa é o quadro para este encontro, que é também um bom pretexto para se pensar o modo de vida.


Curta-metragem da ESCS de Lisboa, realizado por alunos de nacionalidades brasileira, cabo verdiana e espanhola.

Realização/Argumento: Marta Drügg
Guião: Marta Drüg e David Vallina
Produção: Melania Fernández
Captação/Fotografia: David Vallina
Edição: David Vallina
Som: William Melo
Edição som: William Melo e Emilio Pascual
Maria - Mariana Portugal
Nazaré - Elisabete Pedreira
Cadeira: Laboratorio Audiovisual
Professor: Ricardo Nogueiras

A nossa democracia


Oh, oh, a nossa democracia!
Realmente...





Diz-se muitas vezes em Portugal, creio que por preguiça, que «o governo foi eleito». Em bom rigor constitucional, não é verdade: o governo é nomeado pelo Presidente e apoiado pelo Parlamento. O que me irrita, porém, é que se insinua que os ministros foram «eleitos», quando em Portugal temos a péssima tradição de aceitar que haja ministros que nunca concorreram a eleições, e cuja ligação a partidos ou à própria política se desconhecia antes das eleições.

O exemplo mais flagrante é Vítor Gaspar: antes da segunda quinzena de Junho de 2011, era um perfeito desconhecido da opinião pública. Fora do seu restrito círculo académico e tecnocrático, poucos saberiam quem era. O PSD não anunciara que seria ele o Ministro das Finanças (apostava-se em Catroga). Hoje, graças à tróica e à menoridade intelectual do Primeiro Ministro, será o homem mais poderoso de Portugal nas decisões executivas.

Uma lição que urge retirar é que não deveríamos tolerar que seja nomeado ministro quem não tenha sido eleito deputado na legislatura em que o governo assume funções. Porque faz parte da democracia poder escrutinar, questionar e testar quem poderá vir a ser poder antes de ser poder. Depois, já é tarde.
 
 

Hitler na escola





Absolutamente de acordo com Esther Mucznik, uma grande senhora, uma grande mulher que conheço pessoalmente, e com a sua indignação e revolta pelo sucedido.

De facto, ao ponto que chegámos e ao ponto que nos enterrámos, em termos de valores, ética, atitudes.

Não há vergonha, não, e continuamos a assistir à ditadura dos que, de forma prepotente, cobarde, só se impõem porque se escudam no poder que quase sempre usurparam, manipularam e ludibriaram em campanhas eleitorais de má memória.
Ou dos que, pela sua estupidez, mediocridade e demência política e social, nada entendem mas tudo fazem para parecer que entendem, acomodados que estão em cargos diretivos ad eterno, completamente alheados da realidade, da cultura, da política, fingindo o que não são nem nunca virão a ser,  perfeitamente entregues ao poder pelo poder e à sede de mandar, mas embrutecidos pela estupidez e até má formação que  muito a custo lá vão tentando esconder.

Claro que são apoiados sempre pelas sanguessugas e parasitas que com este desgoverno se vão safando, à espera de migalhas ou de lugares ou de cargos que em trabalho pouco ou nada custem!
São a imagem do país à deriva que vertiginosamente se perde no tráfico de inflûencias, na corrupção, na idiotice institucionalizada, nos compadrios, no nonsense político, porque de trabalho e seriedade pouco sabem ou, se sabem, disso não se interessam porque disso nada lhes vemos ou, se algo lhes vemos, vergonhosamente desaconselhado será pelos resultados que à vista estão.

Haja vergonha, acomodados! 
Acomodados que fingem não ver ou fingem não saber para se desculpabilizarem de uma intervenção cívica que não têm e da qual se arredam sistematicamente.
Tão grave é o que mal faz como o que mal deixa fazer impunemente. 
Que dirigentes estes e que cidadãos estes que isto consentem e continuam a consentir!

Até quando, portugueses?
 
Nazaré Oliveira

 

Hitler na escola

Há poucos dias, fui informada por professores de uma escola pública, em Portugal, de que no passado ano lectivo fora colocado um cartaz (ver abaixo) na entrada do edifício, nas paredes dos corredores e na sala de professores, apelando à inscrição dos alunos num “workshop de alemão”, como forma de “sobrevivência linguística”. Nada disto seria digno de nota se não fosse o facto de o apelo à inscrição invocar a submissão ao “Chefe”, neste caso o Führer em pessoa, retratado numa imagem a fazer a saudação nazi …

O cartaz acabou por ser retirado, não por iniciativa da direcção da escola ou de um repúdio generalizado, mas pelo protesto de um único professor, que, para além de exprimir a sua indignação junto da docente que autorizou tal cartaz, exigiu da direcção da escola que o mesmo fosse retirado. O que veio efectivamente a acontecer, juntamente com um pedido de desculpas da professora em questão, afirmando que "não fazia ideia de que o mesmo iria provocar tanta susceptibilidade”. Doce inocência, tranquila ignorância…

Na verdade, não sabemos se é de ignorância que se trata ou de convicções ideológicas. Mas inclino-me mais para a primeira hipótese: no estado da educação em Portugal consequência das inúmeras e sempre mais “inovadoras” reformas do sistema educativo desde o 25 de Abril, do baixo nível de cultura geral de grande parte dos professores – com honrosas e importantes excepções –, da subalternização durante décadas das disciplinas de Ciências Humanas, em nome da “eficácia” e do “sucesso” das carreiras profissionais, a ignorância é certamente a hipótese mais plausível – mas totalmente inadmissível. É absolutamente inadmissível que alunos do 12.º ano, depois de terem estudado a Segunda Guerra Mundial nos currículos de História, elaborem um cartaz destes; é absolutamente inadmissível que professores de uma escola pública supostamente responsável por ensinar e educar permitam a colocação de um cartaz deste tipo; é absolutamente inadmissível que a direcção da escola não tenha, ela própria, tomado a iniciativa de o retirar imediatamente.

Só que, na realidade, esta ignorância ou ainda mais provavelmente esta indiferença é apenas o reflexo de algo muito mais profundo, muito mais atávico em Portugal e que não data nem de hoje nem do 25 de Abril. É aquilo que nós gostamos de chamar “tolerância” e que mais não é, na maior parte das vezes, indiferença, falta de princípios, desprezo pelas ideias e pelas convicções. Em nome de uma liberdade de expressão, tão instrumentalizada quanto pervertida, não se entende que sem ética nem moral esta não passa de um relativismo esvaziado de sentido. Sob a cómoda e aparentemente tão tolerante expressão “cada qual é livre de dizer o que quiser” esconde-se na maior parte das vezes a indefinição ética, a recusa tacticista de tomar partido, a indiferença e a contemporização com o inadmissível. É este encolher de ombros que levou o historiador Ian Kershaw a escrever que “a estrada de Auschwitz foi construída pelo ódio, mas o seu pavimento foi a indiferença”.

Exagero? Talvez, mas é com este encolher de ombros, em nome do “contraditório” (?!), do “Estado de direito e democrático” ou citando de peito cheio a famosa frase “Não concordo com o que diz, mas defenderei até à morte o seu direito de o dizer” que se defende a contratação do engenheiro Sócrates pela televisão pública portuguesa, sem se perceber que o que está em causa não é “o que ele diz”, mas a total imoralidade quer do convite, quer da sua aceitação. O ex-chefe do Governo de Portugal que durante seis anos nos conduziu de vitória em vitória até à situação actual, que fugiu para França e das responsabilidades que nunca reconheceu, e cujo único comentário que exprimiu a propósito do Memorando – que ele próprio assinou – foi que as dívidas não são para pagar, esse homem não merece um espaço de autopromoção numa televisão que é paga com o dinheiro dos contribuintes. No momento difícil que o país atravessa, esta contratação é escarnecer dos portugueses. Se não se percebe que ela nada tem a ver com a liberdade de expressão, é porque não se entende nada nem de ética, nem de princípios, e muito menos de liberdade.

 
Esther Mucznik  in PÚBLICO

sábado, 23 de março de 2013

Studying the humanities


Stanford Report, March 19, 2013

Rachel Maddow urges students to master the art of argument in her first return to Stanford

Stanford alumna and MSNBC television host Rachel Maddow insists that an education in the humanities is a crucial asset in today's job market, illustrating with her own story how the ability to make good arguments and write well powered her career in advocacy, activism and the national media.

By Benjamin Hein
The Humanities at Stanford
Speaking to members of the Stanford community, Rachel Maddow said that her education in the humanities was indispensable to her past and present success in advocacy and activism.
 
Asked by students what kind of major she looks for in a successful job candidate, Rachel Maddow, the popular television host and best-selling author, did not hesitate in her answer. "I look for people who have done mathematics. Philosophy. Languages. "And really," she concluded, "History is kind of the king."
After earning her bachelor's degree from Stanford in public policy in 1994 and winning a Rhodes Scholarship to study at Oxford University, Maddow spent the next decade raising awareness about HIV/AIDS and fighting for health reform in British and American prisons. She said to make an impact in the world and to change hearts and minds, she needed to know how to convince others and how "to make good arguments."
And that meant knowing how to write well. On Saturday, during an evening conversation with students and other Stanford affiliates, Maddow said that an education in a humanities subject was indispensable to her past and present success in advocacy and activism. The event was organized by Stanford's "Ethics in Society" program.
While a student at Stanford, Maddow took numerous classes in humanities subjects, including philosophy and history. It was at Stanford, she said, that she learned how to structure and present a persuasive argument.
In today's tough job market, she said, perfecting this skill is a must.
"Most people can't write," she said. "Only one in 50 resumes is somebody who can write."
Poor reasoning is not a winning argument, neither for employment nor, in fact, for anything in life. Learning how to write a resume that reasons its way from A to B to C to D is very important, she said. And this, she insisted, is the skill taught in the humanities.
Studying the humanities in Silicon Valley
At Stanford, only about 9 percent of undergraduate students major in a humanities subject – a surprisingly low number given a world-class faculty and programs that consistently rank among the top three in the country. Many incoming students are drawn to the boom in Silicon Valley and a career in the technology sector. In past years, the largest and fastest growing major on campus has been computer science, with class enrollments frequently exceeding 1,000 students.
Maddow, who noted that she likes "techies," sees great value in an education in technology and engineering.

Rachel Maddow, right, with Rob Reich, associate professor of political science.
 
But she also insisted that an education in the humanities is equally, if not more, important. "We need people who are good at explaining facts, who are good at editing, and who can visualize things in creative ways. We need good artists and we need good writers."
Above all, she said, we need people who can create things, who can come up with new content.
"It's not to say that technological innovation is not a creative enterprise," she added. "Google changed the world, absolutely. But it didn't make the world. It organized it.
"And that's great, but if you're not creating things, and all you do is organize other people's stuff, then you're Wikipedia. And Wikipedia is awesome, but who is going to write the stuff that goes into Wikipedia?"
Nonetheless, Maddow praised technology for revolutionizing the way people can access content and locate facts: "The landscape for new cultural creation has never been richer because of technological and organizational advances."
In the end, however, content creators win the day. "I need good writers rather than good web designers. And they are much harder to find."
A career in activism

Ever since she arrived at Stanford, Maddow has been a passionate activist for gay rights causes and national health care reform. As one of only two openly gay students in her undergraduate cohort, Maddow experienced first-hand the profound alienation from society that gay people faced at the height of the HIV/AIDS epidemic. She quickly became engaged in numerous AIDS-related organizations and eventually wrote an honors thesis on the dehumanization of HIV/AIDS victims.
More recently, Maddow has revisited the dehumanization of marginalized groups in American society, especially the gulf between civilians and soldiers who fought in Iraq and Afghanistan.
In her new best-selling book, Drift: The Unmooring of American Military Power, she highlights how the alienation felt by many veterans today approaches the experience of AIDS victims during the 1990s.
Americans do not share in the sacrifices made by U.S. armed forces, she said.
"Going to war, being at war, should be painful for the entire country, from the start. Freedom isn't free shouldn't be a bumper sticker – it should be a policy," she writes in Drift (Crown Publishers, 2012).
At its core, Maddow's argument is a deeply historical one. Drift, she said, tells the story of how the nation has drifted away – both for economic and political reasons – from the constitutional mechanisms that govern engagement in war.
Advice for Stanford's students
Over the remainder of the evening, Maddow shared life lessons with students in the audience.
She encouraged undergraduates to major in something that is not interdisciplinary and instead to "dive deep into one single subject" at least once before completing college. Writing an honors thesis, for example, teaches the analytical rigor of long-form writing, a first and crucial step to learning how to be persuasive.
Asked about her experience in coming out as an openly gay student, Maddow responded that she thought of it as an ethical responsibility. "If you come out, you are making the same step marginally easier for others, as others did before you.
"If you do not pay that back to the universe, then the universe Will. Kick. Your. Ass."
 
Benjamin Hein is a doctoral candidate in history at Stanford. For more news about the humanities at Stanford, visit the Human Experience


Ai se Passos Coelho fosse honesto!

Achei este artigo muito simples mas muito certeiro e objetivo.
Que dizem?



SE Passos Coelho começasse por congelar as contas dos bandidos do seu partido que afundaram o país, era hoje um primeiro-ministro que veio para ficar.


Se Passos Coelho congelasse as contas dos offshore de Sócrates que apenas se conhecem 380 milhões de euros (falta o resto) era hoje considerado um homem de bem.


Se Passos Coelho tivesse despedido no primeiro dia da descoberta das falsas habilitações o seu amigo Relvas, era hoje um homem respeitado.


Se Passos Coelho começasse por tributar os grandes rendimentos dos tubarões, em vez de começar pela classe média baixa, hoje toda a gente lhe fazia uma vénia ao passar.


Se Passos Coelho cumprisse o que prometeu, ou pelo menos tivesse explicado aos portugueses porque não o fez, era hoje um Homem com H grande.


Se Passos Coelho, tirasse os subsídios aos políticos quando os roubou aos reformados, era hoje um homem de bem. Se Passos Coelho tivesse avançado com o processo de Camarate, era hoje um verdadeiro Patriota.


Se Passos coelho reduzisse para valores decimais as fundações e os observatórios, era hoje um homem de palavra. Se Passos Coelho avançasse com uma Lei anti- corrupção de verdade doa a quem doer, com os tribunais a trabalharem nela dia e noite, era já hoje venerado como um Santo.


Etc. etc. etc.


Mas não!


Passos Coelho é hoje visto como um mentiroso, um aldrabão, um yes man ao serviço das grandes empresas, da srª Merkel, de Durão Barroso, de Cavaco Silva, manipulado a torto e a direito pelo maior vigarista da história das falsas habilitações - Miguel Relvas -e um robot do robot sem alma e coração - Vítor Gaspar.


 
Joaquim Letria

O povo que possui as melhores escolas



Alunos de uma escola francesa no início do séc. XX
 

No quadro de ardósia:
O povo que possui as melhores escolas é o primeiro entre todos os povos; se o não é hoje, sê-lo-á amanhã.

Buigny-los-Gamaches, Somme. Dezembro.
 
 

quinta-feira, 21 de março de 2013

Viva a Primavera! Viva a Poesia!


Viva a Poesia e a Primavera!
Três magníficos poemas sobre a Primavera de três magníficos poetas portugueseses:







Depois do Inverno, morte figurada,

A primavera, uma assunção de flores.

A vida

Renascida

E celebrada

Num festival de pétalas e cores.

 

Miguel Torga

 

Olhos postos na terra, tu virás

no ritmo da própria primavera,

e como as flores e os animais

abrirás as mãos de quem te espera.

 

Eugénio de Andrade

 
 
Era preciso agradecer às flores

Terem guardado em si,

Límpida e pura,

Aquela promessa antiga

Duma manhã futura.

 

Sophia de Mello Breyner

 

quarta-feira, 20 de março de 2013

Quem provocou esta austeridade está na boa!

Intervenção a não perder!
Dá que pensar, sim, que quem a fez esteja (bem) à margem do sofrimento que a maldita (nos) tem provocado! E isso é uma monstruosidade e uma impunidade que não pode nem deve continuar.
Esta injustiça, absolutamente abominável numa sociedade que se diz democrática, já há muito que reclama por uma resposta forte e inequívoca de todos nós mas, sobretudo, dos nossos representantes.
Infelizmente, muito poucos desses representantes têm sido dignos do voto que lhes delegámos! A começar pelo Presidente da República.
Estamos ainda muito mansos e muito  contemplativos.
Quando chegará o DIA D?
 


 

domingo, 10 de março de 2013

Excelente intervenção na Assembleia da República!



Uma intervenção de Ana Drago. Excelente!

Parabéns, Ana Drago!

Parabéns pela lucidez e inteligência desta intervenção, mas, sobretudo, obrigada, Ana Drago, pela forma absolutamente realista, séria e digna com que o drama dos mais pobres é aqui tratado, drama dos que já a custo sobrevivem.

Afinal, é e continua a ser o drama de todos os que, como eu, fomos e continuamos a ser roubados indecente e injustamente nos nossos direitos, liberdades e garantias fundamentais, constitucionalmente adquiridas, em nome de interesses políticos que, seguramente, ao nosso país bem não trazem nem paz social deixam antever.

Governa-se a pensar na troika, a pensar nos bancos, para a troika e para os bancos.

Esquece-se o país e o povo.

A arraia-miúda, claro!
 
 
 

 

sábado, 9 de março de 2013

Maria da Fonte


Em jeito de homenagem às mulheres, ontem, hoje e sempre! Em todo o mundo!



MARIA DA FONTE

 
 

Mais do que uma revolta, MARIA DA FONTE significa e sempre significará a revolta das mulheres contra a tirania e a injustiça.
Habitualmente ligada à revolta popular ocorrida no Minho e assim chamada por ser oriunda de Fonte Arcada, dá-se na primavera de 1846 contra o governo cartista presidido por Costa Cabral, sobretudo, contra as leis da saúde de novembro de 1845 que, entre outras disposições, proibiam os enterramentos nas igrejas como sempre se fizera até aí, confinando-os aos cemitérios.

De facto, as mulheres minhotas protestaram pela primeira vez em 19 de março na aldeia de Santo André de Frades, concelho de Póvoa do Lanhoso, quando, após obrigarem o pároco a sepultar na igreja uma mulher recentemente falecida, as autoridades decidiram exumar o corpo no cumprimento da lei. Logo os sinos tocaram a rebate e um grupo de camponesas obrigou à fuga das autoridades com risco das próprias vidas e, de uma forma aparentemente espontânea e genuinamente popular, os protestos foram-se repetindo até meados de abril quando passaram a ser direcionados para os funcionários da Fazenda que faziam um levantamento de bens para efeitos do lançamento de impostos.
 
Num misto de anarquia e defesa de dignidade, houve em Vieira do Minho novos protestos mas assumindo já o carácter de uma revolta, com mulheres a assaltarem a Administração e a destruírem os arquivos, depressa se alastrando esta pelo resto do Minho e Trás-os-Montes.

Mas esta revolta foi muito mais do que isto: foi o culminar das tensões sociais resultantes das guerras liberais, exacerbadas pelo grande descontentamento popular gerado, entre outros motivos, pelas novas leis que se lhe seguiram de recrutamento militar e por alterações fiscais prejudiciais ao povo.

A instigadora dos motins iniciais terá sido essa mulher do povo chamada Maria, e que, por ser
daquela freguesia de Fontarcada, ficou com a alcunha de Maria da Fonte e, como a fase inicial do movimento insurrecional teve uma forte componente feminina acabou por ser esse o nome dado à revolta. O próprio Costa Cabral reconheceu que esta sublevação em curso no Minho foi uma revolução diferente de todas as outras, porque todas as outras revoluções tinham tido, de alguma forma, um princípio político, mas, esta, era feita por mulheres (e homens) de saco ao ombro, foice na mão, ancinhos, paus, alavancas, chuços, espingardas e tudo o que podiam apanhar para dar cabo dos que os oprimiam.

Para ele, era uma revolta “sem chefe”, com duas mil e quatrocentas a três mil pessoas, armadas daquele modo, mas foi muito mais do que isso: foi a voz do povo que se fez ouvir através da voz de mulheres, centenas e centenas de mulheres que da vida o duro trabalho sentiam mas também o da injustiça e da desigualdade social.
Maria da Fonte representou e ainda representa a Mulher Portuguesa simples, destemida, e que se for preciso em armas pegará contra a injustiça e contra a opressão, assumindo com coragem e determinação o confronto popular contra “os cabrais”.

Daquele e do nosso tempo.