segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Os “Vistos Gold” ou a lavandaria do chinês?





Estava-se mesmo a ver que isto ia acontecer. Era inevitável. Não só porque a instituição dos vistos Gold é uma porta aberta à corrupção, pois é conhecido o apetite da especulação imobiliária por dinheiro fácil, mas também porque é uma medida imoral e indigna.
É-o, porque enquanto milhares de imigrantes pobres morrem afogados no Mediterrâneo, e os que sobrevivem são recambiados de volta, aos imigrantes ricos dá-se asilo de condomínio privado e, é-o também porque, apesar de nos encherem os ouvidos com o escrutínio à origem do dinheiro, basta que este tenha passado por duas ou três offshore para se lhe perder o rasto.
Estamos, provavelmente, a lavar dinheiro proveniente de negócios ilícitos e de tráficos.
Isto é o ministro Portas a brincar ao capitalismo de vão de escada, a jogar ao monopólio. Não vale tudo para conseguir dinheiro e isto não é investimento coisíssima nenhuma, apenas foram criados meia dúzia de postos de trabalho nas condições já conhecidas.
É o sistema no seu pior.
Tanto os vistos Gold como o sorteio dos Audi, como forma de combate a fraude (?) e a evasão fiscal, são o grau zero da cidadania e da dignidade humana.
Tenho vergonha desta gente, tenho vergonha deste país!

Carlos Galvão

Lembranças do Verão*


 



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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O governo diz que procura proteger quem tem menos!



O Jornal I, através da Lusa, noticiava dia 11 deste mês que a ministra das Finanças dissera que o governo procurava "proteger quem tinha menos.
Só se for em sonhos, porque a realidade é bem dura e bem cruel.
"Proteger quem tem menos". Devem estar a gozar comigo. Conosco. Continuam a gozar conosco.
A pobreza a disparar para 2,88 milhões de pessoas e a situar-se em níveis superiores aos de 2008, e esta senhora a falar deste modo!
Esta ministra, esta mulher, faz que sabe mas não sabe. Aliás, aprendeu com quem a convidou! Com aquele arzinho de quem ninguém é melhor do que ela, olha-nos e fala-nos como se fosse dona da verdade e nós tivéssemos de a reconhecer como tal.
Que descarada! Que descarados! Dizer que "a classe média acaba por ser a grande sacrificada" em 2015, uma vez que o governo procura "proteger quem tem menos" e porque "não há muitos ricos em Portugal".
Sim, a classe média foi e continua a ser a grande sacrificada, mas daí a não haver muitos ricos em Portugal!...
Devem estar a gozar comigo. Conosco. Continuam a gozar conosco.
Nem sabem contar, fogo! Nem ver!


Nazaré Oliveira



quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Gorongosa National Park



Magnífica! Deslumbrante!

Isto sim! Os animais no seu habitat, livres, felizes.

Não aos zoos!

Como uma epidemia, crescem os abortos de meninas no leste europeu


ONU: Aborto de meninas espalha-se como «epidemia» no leste europeu
Mais uma notícia terrível que acabei de ler!
A ONU a comunicar que o aborto de meninas,  no leste europeu, se está a espalhar como uma «epidemia»!Terrível! 
Que monstruosidade! A matança de crianças só porque nasceram meninas!
Já não bastava sabermos que este crime se continua a praticar em regiões da Índia e da China e, agora, o leste europeu!

A prática do aborto de fetos do sexo feminino devido a uma preferência por rapazes é uma «epidemia» que está a espalhar-se além de países como a Índia e a China, atingindo agora nações do leste europeu, advertiu dia 10 de novembro, segunda-feira um alto funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU).

O chefe da divisão de género do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Luis Mora, disse que estudos realizados nos últimos anos identificaram que o desejo por bebés do sexo masculino e o acesso à tecnologia foram os principais responsáveis pelos mais elevados índices de selecção do género a nível global na região do Cáucaso, ao longo da fronteira da Europa-Ásia entre os mares Negro e Cáspio.
«Durante muitos anos, temos observado a preferência por rapazes e a selecção do género à semelhança do que acontece nos casos da Índia e da China», disse Mora num simpósio de quatro dias sobre o envolvimento de homens e rapazes na igualdade de género.
«Mas temos percebido nos últimos anos que a Índia e a China já deixaram de ser as excepções. Vimos como a discriminação, a preferência por rapazes e todas as questões relacionadas se têm progressivamente espalhado para países que nunca antes tínhamos pensado que poderiam praticar a escolha do género, como os países do Leste Europeu» afirmou.

Mora disse que o facto de o feticídio feminino estar a acontecer em países que, anteriormente, não tinham histórico de tais práticas, como a Albânia, Kosovo e Macedónia, indicava que a discriminação de género era uma «epidemia», comparando-a ao vírus mortal ébola.
De acordo com um estudo de Agosto de 2013 da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, biologicamente 105 meninos nascem para cada 100 meninas.
No entanto, na Arménia e no Azerbeijão mais de 115 meninos nascem para cada 100 meninas, e na Geórgia a proporção é de 120 homens para cada 100 mulheres.
Como resultado, o UNFPA estima que em países como a Arménia haverá falta de cerca de 93 mil mulheres em 2060 se a elevada taxa de selecção de gênero no pré-natal permanecer inalterada.
Especialistas em género afirmam que a estrutura patriarcal é uma das principais razões para a proporção sexual enviesada.
Uma «cultura do aborto» herdada do período soviético e o fácil acesso a tecnologias que permitem aos pais saber o sexo do seu filho antes do nascimento são outros factores importantes.

«Acho que isto é um aviso», disse Mora. «Por detrás dessa situação há uma forte e grave advertência sobre como as desigualdades de género, a violência, a preferência por rapazes e outras práticas nocivas podem realmente tornar-se universais», salientou.




in  http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=744224

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A República Popular de Angola é isto?



 



 
Segundo a Rádio Renascença de hoje, a empresária angola Isabel dos Santos, a filha do Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, do MPLA, anunciou o lançamento de uma oferta pública geral e voluntária sobre a Portugal Telecom (PT) SGPS, oferecendo 1,35 euros por acção.
 Neste artigo da RR, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a “Terra Peregrin”,  empresa de Isabel dos Santos, fez o anúncio preliminar de lançamento da OPA."
A contrapartida oferecida, a pagar em numerário, é de 1,35 euros por acção", e esta contrapartida representa um prémio de cerca de 11%, uma vez que na sexta-feira a PT encerrou o dia a desvalorizar 2,64% para os 1,217 euros por acção.
 "É entendimento da oferente que a contrapartida se encontra devidamente justificada e é equitativa, tendo em conta a instabilidade e volatilidades acentuadas verificadas no preço de mercado das ações nos seis meses anteriores", considera a Terra Peregrin.
 Para que a OPA seja considerada bem-sucedida, a empresa de Isabel dos Santos terá de adquirir pelo menos 50,01% das ações e dos direitos de voto correspondentes ao capital social da PT SGPS.
 É mesmo verdade e, perante mais esta entrada triunfal de Isabel dos Santos na nossa economia, apetece-me dizer que o neocolonialismo, afinal, não acabou. Pelo contrário, está cada vez mais à vista e made in Angola!
Incrível as voltas que a História do colonialismo português tem dado!

Agora, instalado e bem no poder, José Eduardo dos Santos já está de bem com o colonialismo e com os novos colonialistas!Claro, ele e a sua família mais os influentes do seu partido e afins, num despudorado centralismo democrático a persistir nestes tempos de caos e de promiscuidade na política angolana, corrupta, inaceitável, lá como  cá.

Que pouca vergonha! Membros do governo de Angola e madame Isabel dos Santos, tenham vergonha! Olhem para o vosso povo, e não só o de Luanda cujas mazelas já não se conseguem esconder, nem de turistas nem da imprensa estrangeira.

Mazelas e injustiças provocadas pela vossa ganância, a vossa cegueira pelo vil metal, pelo luxo, pelo vosso apetite voraz pela riqueza, ostentação, luxúria, despesismo imoral e criminoso em cenários de pobreza e desigualdade social que tanto se combateu no colonialismo mas que aos vossos olhos, agora, invisíveis se tornam.

Quando o povo e a sua pobreza não são a prioridade de um governo, quando o povo e a sua pobreza são um empecilho para o enriquecimento dos seus governantes, meus senhores, estamos perante a mais requintada e mais cruel das ditaduras: a da arrogância mas, também, a da indiferença. 

Olhem pelos velhos, crianças, mulheres, jovens, cujo futuro continuais a não querer que aconteça, comprometendo-o numa visão e conceção de estado claramente colonialista, aquela visão e aquele estado que combatestes para, afinal, do modelo vos apropriardes, traindo o vosso povo, a vossa História e os verdadeiros combatentes de Angola que durante a guerra colonial e contra o Estado Novo, sempre acreditaram que os colonistas eram os portugueses de Salazar e não vocês, perversamente à espera de uma República Popular de Angola que mais não é, agora, do que a Angola do MPLA, da oligarquia do MPLA, ao serviço do capitalismo que tanto dizíeis combater mas do qual jamais vos afastastes, pelo contrário.

Pós independência de Portugal (e ainda bem que isso aconteceu porque isso sempre defendi) a democracia em Angola era uma esperança cada vez mais próxima de concretização, quer para angolanos quer para portugueses como eu.E agora? Que é feito dessa esperança? Quem a  tira quem a rouba quem a esconde quem a mata? O povo não é, seguramente. 

Que revoltante ver o beija-mão do governo português a Isabel dos Santos!

E nós a assistir!



Nazaré Oliveira

domingo, 9 de novembro de 2014

O muro que dividiu Berlim de 1961 a 1989






No dia 9 de Novembro, faz 25 anos que as autoridades da Alemanha de Leste finalmente cederam à pressão dos seus cidadãos e os autorizaram a deslocar-se livremente entre Berlim Leste e Berlim Ocidental.
Em 1989, após a incredulidade inicial face a essa notícia, rapidamente se multiplicaram as manifestações de regozijo nas ruas e se formaram longas filas para visitar o «outro lado», dando origem a não poucos reencontros emotivos. Esse dia marcou o culminar de uma série de movimentos de contestação, muitos deles clandestinos, contra os regimes comunistas da Europa de Leste.
O Muro de Berlim dividiu a cidade em duas partes desde 1961.
Os primeiros sinais de mudança surgiram em 1988, quando, após uma série de greves, o governo polaco aceitou entrar em conversações com o movimento Solidariedade. Depois disso, rapidamente as vagas de contestação se propagaram pelo resto da Europa de Leste.
Em Maio de 1989, a Hungria abriu as suas fronteiras com a Áustria, criando uma primeira brecha na cortina de ferro. Em Agosto do mesmo ano, dois milhões de pessoas dos três países Bálticos (Letónia, Estónia e Lituânia) deram as mãos para formar um cordão humano de 600 km entre as suas capitais e chamar assim a atenção para a sua ânsia de independência.
Em 3 de Outubro de 1990, a Alemanha de Leste e a Alemanha Ocidental foram formalmente reunificadas e o território da antiga Alemanha de Leste integrado na UE. À medida que outros regimes comunistas se foram desmoronando e sendo substituídos por governos livremente eleitos, começaram a ser tomadas medidas para os ajudar a satisfazer os critérios de adesão à UE: instituições democráticas estáveis, o Estado de Direito, a protecção dos direitos humanos e uma verdadeira economia de mercado.
Desde então, dez antigos países comunistas cumpriram esses critérios. Em 2004, aderiram à UE a República Checa, a Polónia, a Letónia, a Lituânia, a Estónia, a Hungria, a Eslováquia e a Eslovénia. Em 2007, foi a vez da Roménia e da Bulgária.
Os cidadãos europeus podem actualmente viajar, trabalhar e estudar livremente em 27 países, as empresas beneficiam de um mercado europeu cada vez mais integrado e a Eslováquia e a Eslovénia adoptaram o euro, a moeda única europeia.
Tudo isto tem contribuído para a paz e a estabilidade na Europa, que a UE se esforça por preservar.

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