Fantástico! Adorável!
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Vénus Negra - Colonialismo e Racismo
Ainda
não tinha visto este belo e impressionante filme - VÉNUS NEGRA.
Gostei.
Gostei muito e recomendo.
Ver aqui mais inf: http://ultimosegundo.ig.com.br/mostracinemasp/venus+negra+e+experiencia+torturante/n1237816687848.html
Realizado pelo ator e realizador Abdellatif
Kechiche (tunisino radicado na França), é um
filme biográfico sobre a trágica história de Saartjes Baartman, uma mulher da
tribo Khoikhoi que no início do século XIX e devido às suas características
físicas específicas foi levada da África do Sul para ser exibida nos salões
europeus sob o nome "Vénus Hotentote", com promessas vãs de uma vida
dourada. Chegada à Europa, depois de viajar por toda a Inglaterra em
espetáculos de aberrações, vai para França onde é estudada por alguns dos mais
conceituados naturalistas e anatomistas da época que usaram as suas
investigações para justificar a inferioridade dos negros, num esforço claro de
legitimação do racismo e escravatura.
Saartjes, que sonhava ser artista
na Europa, como foi na África, acabou escravizada e humilhada por todos: sai da
África do Sul para Londres em 1810 com Cezar, que promete fazê-la rica através
da sua dança. Ao invés disso, é coagida a apresentar-se em shows de mau gosto,
saindo de uma jaula e simulando atacar o público como se fosse uma selvagem.
Nesses espetáculos, é obrigada a usar roupa“colada ao corpo” que evidencia
ainda mais as suas exuberantes formas, criando um ambiente de histeria coletiva
e levando o público a tocá-la, a apalpá-la, gritando obscenidades.
É exposta de forma terrivelmente desumana, humilhante, sobretudo
nas festas privadas da sociedade burguesa francesa do século XIX, promíscua,
fútil e hipócrita, e mesmo quando é “apanhada” pelos cientistas, como o
anatomista Georges Cuvier (François Marthouret), nem assim consegue ser tratada
como um ser humano.
Saartje é objeto de uma curiosidade que desconsidera os seus
pudores e a sua vontade. Os cientistas vêem nela não mais do que um animal
exótico, uma situação que persistirá mesmo após a sua morte, em 1815.
O seu esqueleto e alguns dos seus órgãos ficaram em exibição no
Museu do Homem, em Paris, até 2002, altura em que o presidente sul-africano
Nelson Mandela requereu formalmente que os seus restos fossem enviados para o
seu país natal.
Este filme atravessa uma
série de temas, particularmente, o colonialismo, o racismo, o machismo e os
Direitos Humanos.
Género: Drama
Classificação:M/12
Outros dados: FRA/BEL,
2009, Cores, 166 min.
NO
(texto adapt. de várias fontes da Web)
(texto adapt. de várias fontes da Web)
Filme Vénus Negra (legendado):
Ver aqui mais inf: http://ultimosegundo.ig.com.br/mostracinemasp/venus+negra+e+experiencia+torturante/n1237816687848.html
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
E quem avalia a troika?
Gostei deste post do blogue "O Jumento": E quem avalia a troika?
Dentro de
dias voltarão a andar por aí aqueles três funcionários com ar de coronéis da SS
a passear pela Paris ocupada para avaliarem o que o governo português fez nos
últimos tempos. Depois elaboram um relatório elogioso, afirmando que a EDP está
uma maravilha desde que o Catroga ganha cinquenta mil, que a RTP ficará bem
entregue aos donos da comunicação social que ajudaram o Passos a chegar ao
poder, mas que há uns pequenos deslizes que implicam umas medidazitas, coisa
pouca que o povo pagará de boa vontade.
O ridículo de tudo isto é que não passa de uma
encenação - a troika tem cá dezenas de funcionariozecos que mandam nos
ministros, nos secretários de Estado e nos diretores-gerais, a coisa é tão
pouco digna que até há governantes e diretores-gerais que usam a troika para
ganharem vantagem sobre outros governantes e outros diretores-gerais.
Só que
aquilo que era um processo de negociação entre entidades financeiras e um
governo soberano há muito que deixou de o ser. O Gaspar descobriu que manda
menos num país que entregou a soberania, o Passos Coelho aceitou fazer o papel
de primeiro-ministro desde que o deixem vender aos amigos e a preços de saldo o
que resta do património público e os rapazolas da troika brincam com um país e
há muito que mandaram o memorando de entendimento para a reciclagem na Renova.
Dantes a troika negociava com todas as forças
políticas e os indígenas exigiam a tradução do memorando para língua
portuguesa. Agora já não há memorando, a troika manda através de memorandos e o
primeiro-ministro tem para os dirigentes das organizações internacionais. A
troika ignora que Portugal é um país soberano, que assinou um memorando de
entendimento, que esse memorando não foi assinado apenas pelos partidos do
governo (que nem sequer têm a maioria dos votos dos portugueses), que na base
da negociação estava o respeito pela soberania e pela Constituição do país.
No memorando, sempre que as medidas correm o
risco de ofenderem os princípios constitucionais, como é o caso da legislação
laboral, afirma-se o princípio de que as medidas devem respeitar a Constituição
da República. Mas quando o Tribunal Constitucional declarou inconstitucional o
corte dos subsídios, uma medida que nem estava no memorando nem foi negociada
com todas as partes do acordo, a troika, com a Comissão do Barros à frente veio
logo castigar o país exigindo medidas equivalentes. Mas agora que o desvio das
contas pública é colossal em consequência das decisões da troika ninguém exigiu
nada.
A troika não vem a Portugal avaliar coisa
nenhum e muito menos o país ou o comportamento do povo português. A troika
aceitou violar a soberania de um país membro das organizações internacionais
que a integram e o que vem fazer é avaliar a merda que tem feito. O que a
troika vem cá fazer é avaliar as consequências de uma experiência ideológica
que não respeita a vontade, a cultura e a lei constitucional de um país cujo
povo foi transformado em cobaia de experiências económicas mengelianas. O que a
troika vem fazer não é avaliação, é autoavaliação.
O problema é
saber quem avalia a troika, quem dá a cara por aquilo que tem sido feito, se o
Durão Barroso (o tal que fugiu para melhor ajudar Portugal) e os seus pares no
BCE e na FMI ou se os palermas que andam por aí com ar de parvos. O problema é
saber se a Comissão, o FMI e o BCE vão aceitar serem avaliados pelas
consequências da experiência extremista, ilegal e abusiva que graças a um
governo fraco, de idiotas ambiciosos e de estarolas estão fazendo em Portugal.
Alemães deixam-nos buraco de 700 milhões
Quando soube que o consórcio alemão cobrou os mil milhões do
preço de aquisição dos submarinos, mas não cumpriu o contrato de contrapartidas
para a economia portuguesa, que termina a 4 de outubro, fiquei mais uma vez
revoltada. REVOLTADA por saber que este é um entre muitos casos de pouca
vergonha, de crimes sem castigo, de injustiça e de subversão de valores e de
regras democráticas que, num estado que se autoproclama de Direito, vai
descaradamente contra o que constitucionalmente adquirimos funcionando ao
arrepio dos mais elementares deveres a que estamos obrigados pela Constituição
de Abril. A que estamos obrigados TODOS, incluindo, claro, esta gente que
através do voto ingénuo de alguma ingénua gente, fez carreira meteórica na
política, ganhando, desse modo, muito e muito dinheiro, muito e muito poder,
estatuto académico que de outra forma não conseguiriam e destaque que nunca na
vida teriam se nas bancadas da Assembleia da República não estivessem, mesmo
que de boca fechada os vejamos sempre, ou a dormir ou a bocejar, a ler os
jornais, ao telemóvel, no Facebook ou até em casa ou nos seus escritórios
ou empresas, pagos a peso de ouro, porque faltar é com eles (deputados) sim, e
nós bem sabemos!
Faltam, pregam a moral e a austeridade mas não são exemplo disso, muito pelo contrário. Crise? Apertar o cinto? Isso é para os outros. Para o povão.
Faltam, pregam a moral e a austeridade mas não são exemplo disso, muito pelo contrário. Crise? Apertar o cinto? Isso é para os outros. Para o povão.
Depois vem o
boss, com aquele arzinho de rapazinho que quer passar a ideia daquilo que
nunca foi nem nunca conseguirá ser, emproado, pavoneando-se, com tiques cada
vez mais acentuados de alguém que se apresenta envaidecido, ainda não sei bem
porquê, arrogante q. b., como se os outros fossem uns parvalhões que não
percebem nada de austeridade e que não percebem que, agora, têm de ser castigados
porque gastaram mais do que aquilo que deviam ter gasto, como se fosse o povo o
culpado da porcaria que a gestão danosa do Estado, há
anos, vem fazendo, com as cedências promíscuas e criminosas que, essas sim, nos
conduziram ao abismo, seja com gestores públicos, empresas públicas ou
semiprivadas - PPP - deputados e ministros, conselheiros de estado, gabinetes e
gabinetes de estado e de estados, cedências e mordomias gravíssimas (cujas consequências agora se tornaram mais visívies)à Banca, aos banqueiros, aos grupos económicos e aos mercados.
Que vergonha esta
falta de vergonha! Este desrespeito
pela Constituição, este querer ser mais do que aquilo que na realidade se é ou
deve ser, subvertendo completamente o espírito da Revolução que em 25 de Abril
de 1974 a esperança numa sociedade nova fez surgir, fazendo-nos acreditar que o
fascismo não retornaria nem jamais alguém do povo seria aproveitado para um
grupo de habilidosos singrar, oprimindo e despoticamente atuando e governando à
boa maneira salazarista.
Tudo se faz e tudo
se assina "a bem da nação" mas, cada vez mais são os casos de
corrupção e de boas e grandes negociatas que o Estado faz e patrocina, como
esta, da qual, garantidamente, o país não beneficia e o povo muito menos.
Neste caso que
hoje falo, a penalização prevista no contrato assinado por Paulo Portas cobre
apenas 10% dos 700 milhões em falta.
O Jornal de Negócios revela esta
quinta-feira que o grupo alemão MPC Industries, dono na empresa
Ferrostaal - cujos gestores acabaram condenados por subornarem governantes
gregos e portugueses - está agora na corrida da privatização dos Estaleiros de
Viana do Castelo. Imaginem!
Segundo o mesmo jornal, a empresa formou
agora um consórcio com a Amal, a metalomecânica detida a 30% pela Espírito
Santo Capital, detida pelo grupo financeiro do banco que financiou o contrato
ruinoso dos submarinos e que viu outra empresa sua, a Escom, receber 30 milhões
de euros do consórcio alemão para intermediar o negócio com o Estado português.
Imaginem!
Foi com base nestes 30 milhões que sugiram as suspeitas dos subornos em investigação pela justiça.
Apesar da investigação datar de 2006, só esta quarta-feira a Procuradoria Geral da República anunciou que irá fazer "novas diligências" junto do então ministro da Defesa e líder do CDS Paulo Portas, que no fim do mandato entregou a uma empresa exterior ao Ministério a tarefa de digitalizar 61.893 páginas de documentos.
Foi com base nestes 30 milhões que sugiram as suspeitas dos subornos em investigação pela justiça.
Apesar da investigação datar de 2006, só esta quarta-feira a Procuradoria Geral da República anunciou que irá fazer "novas diligências" junto do então ministro da Defesa e líder do CDS Paulo Portas, que no fim do mandato entregou a uma empresa exterior ao Ministério a tarefa de digitalizar 61.893 páginas de documentos.
O montante de 1200 milhões de euros em
contrapartidas que o consórcio alemão se comprometeu a dar à economia
portuguesa, foi apresentado pelo Governo de Durão Barroso e Paulo Portas como
um bom argumento a favor do negócio da compra dos submarinos por 1000 milhões
de euros, mas o que faltou dizer na altura foi que o contrato assinado por
Paulo Portas até permitia ao consórcio alemão dizer logo após a assinatura do
contrato que não iria cumpri-lo em um cêntimo. A pena prevista no contrato por
esse incumprimento é de apenas 10% do valor em falta, o que daria no máximo 120
milhões de euros, ou seja, quatro vezes o que os alemães entregaram à ESCOM
para convencerem o lado português da sua proposta.
Agora o contrato de contrapartidas está à
beira de terminar e segundo o Diário de Notícias, apenas 490 milhões tinham
sido validados pela Comissão de Contrapartidas. Se for esse o valor confirmado
a 4 de outubro, data em que o contrato termina, ficam 710 milhões de euros por
cumprir, dos quais os alemães apenas são obrigados a pagar um décimo, ou seja,
71 milhões de euros.
No contrato assinado por Paulo Portas, o
incumprimento do contrato de contrapartidas não podia ser invocado por Portugal
como motivo para denunciar a compra dos submarinos. Imaginem! E foi essa a
conclusão de dois pareceres da Procuradoria Geral da República, que confirmou
não haver margem de manobra para o Estado anular o contrato ruinoso e devolver
os submarinos à procedência!!!
Curiosamente, ainda esta semana o
ministro da Defesa Aguiar Branco mandou regressar o segundo submarino comprado
por Portas ao estaleiro alemão, por não ter passado nos testes da Marinha
portuguesa. Tal como tinha acontecido ao primeiro submarino – o
"Tridente" – agora é a vez do "Arpão" regressar à Alemanha
para fazer reparações enquanto está assegurada a garantia, antes de ser
feita a sua receção definitiva.
No despacho publicado em Diário da República esta semana, o Ministério
acrescenta que a receção definitiva "deveria ter ocorrido em 1 de julho de
2012”, mas que até dia 26 de julho o consórcio "não tinha cumprido todas
as suas obrigações contratuais de garantia".
Imaginem!
E nós, como sempre, só sabemos da missa... metade! Uma metade monstruosamente revoltante!
Imaginem!
E nós, como sempre, só sabemos da missa... metade! Uma metade monstruosamente revoltante!
Ângela Merkel sabe muito!
Oh,oh, se sabe!
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
A neutralidade ajuda o opressor, nunca a vítima
“Embora haja
muitas pequenas e fáceis ações que possamos realizar para ajudar os animais,
duas coisas que já não são aceitáveis são a inação e a indiferença. Atingimos o
ponto em que já chega, ou na verdade, em que o que já chega é demasiado -
causamos muitíssimo sofrimento e dor desnecessários no mundo. Existem canários
em minas de carvão por todo o mundo a dizerem-nos que há algo de profundamente
errado.
O laureado
Nobel e pacifista Elie Wiesel encoraja-nos: «Tomem partido. A neutralidade
ajuda o opressor, nunca a vítima. O silêncio encoraja o torturador, nunca o
torturado.» O silêncio é mortal para os animais. Há um sentido de urgência – o
tempo não está a nosso favor. A indiferença sai muito cara. Temos de agir agora
com compaixão e amor por este magnífico mundo.
Naturalmente,
não deveremos deixar que a raiva nos guie. Temos de nos manter ativistas com
compaixão, constantemente. É isso que nos dá verdadeiro impacto para
influenciar os outros, mas também nos ajuda a nós mesmos. Sermos bondosos
faz-nos sentir bem; é uma experiência profunda, e mesmo espiritual, espalhar a
compaixão, a bondade e o amor. E também é contagioso. Temos de ser bondosos e
simpáticos e cooperarmos uns com os outros, para podermos definir e trabalhar
com objetivos comuns, mesmo quando discordarmos a respeito da via exata. Nunca
poderemos ser demasiado bondosos, nem ninguém é perfeito. A humildade e a via
para avançar é reconhecermos as nossas próprias imperfeições, mesmo quando
procuramos a mudança nas ações dos outros. Devemos questionar a ação de uma
pessoa e não atacarmos as pessoas em si.
Todos os
dias, devemos procurar oportunidades para fazermos algo pelos animais e
criarmos oportunidades para que os outros o façam. Quando o fizermos,
precisamos de ser pacientes, pois, desde que estejamos a deslocar-nos na
direção certa, as coisas melhorarão para os animais e para a Terra. Tal como
vimos, o ativismo tem custos – como o assédio, a intimidação e a frustração - ,
mas estes são o preço de colocarmos as nossas crenças em ação para impedirmos a
crueldade e salvarmos vidas. Protestem suave, mas insistentemente; mudem tanto
as ações como os espíritos e os corações. As mudanças que são impostas têm em
geral pouca duração e fazem pouca diferença.
Muitas
vezes, são precisos numerosos esforços para acumular o ímpeto necessário para
produzir as profundas modificações na atitude e no espírito que faz
verdadeiramente a diferença. É importante ouvir todas as opiniões. Isto é
importante para ajudar a encontrar e a resolver as causas na raiz dos
problemas, mas é também uma tática inteligente. Temos de dominar os argumentos
dos opositores.
Apenas
conhecendo as táticas e os argumentos dos vossos opositores é que conseguirão
montar uma ofensiva com sucesso. (...) De facto, os
problemas respeitantes aos animais são tão vastos que exigem soluções
pró-ativas criativas mergulhadas em profunda humildade, compaixão, cuidado,
respeito e amor. Não podemos permitir que as nossas preocupações e os nossos
medos nos tornem inativos e pessimistas e não podemos ceder ao cinismo. (...) Precisamos
de nos concentrar em sermos positivos em tempos difíceis e desafiadores e não
deixarmos que a nossa frustração nos leve a melhor. Temos de agir localmente e
pensar globalmente.
Finalmente,
é essencial lembrar que cada indivíduo conta e que cada indivíduo faz a
diferença. Tal como observa Margaret Mead: «Nunca duvidem de que um pequeno
grupo de cidadãos refletidos e empenhados pode mudar o mundo. Na realidade, tem
sido a única coisa que o tem conseguido.» É também importante lembrar que
Gandhi tinha razão – por muito que as pessoas lutem contra vocês, se
acreditarem no que estão a fazer, acabarão por vencer.”
"Manifesto dos Animais", por Marc Bekoff
(2010)
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Subscrever:
Comentários (Atom)


