Dos poemas mais belos sobre A MÃE (AS MÃES)!
terça-feira, 13 de setembro de 2011
domingo, 11 de setembro de 2011
Pobres, Políticos, Seriedade
![]() |
| Mendigos à beira-mar, de P. PICASSO |
A sua leitura, como tantas outras leituras e pensamentos, levou-ma a escrever estas linhas pensando justamente que a pobreza não é inevitável e a ajuda e formas para a combater existem, do mesmo modo que o esbanjamento de uns é e será sempre desgraça de outros.
A indiferença dos grandes centros de decisão política e económica mundial perante as desigualdades cada vez mais contrastantes do mundo actual, o individualismo e arrogância dos países mais ricos, a sedução por carreiras na política e na banca rápidas, com ganhos escandalosamente fáceis, o fascínio pela mediatização meteórica de quem sempre à sombra esteve, a falta de formação política e cultural, a falta de seriedade, de humanidade, a indiferença dos governantes perante a adversidade do seu povo, o autoritarismo da sua acção e a forma como se continuam a apropriar do Poder, continuarão a demolir a democracia, alheios que estão ao clamor do povo a que pertencem, até ao dia em que esse mesmo povo os confronte, olhos nos olhos, com a real dimensão da sua perversidade e mesquinhez.
Este livro de Paul Collier levou-me, mais uma vez, a esta constatação e a esta angústia. Faz uma abordagem extraordinariamente inteligente e muito acessível da pobreza, um dos factores que mais conflitualidade gera no mundo actual e que mais se tem imposto para esta terrível diferenciação entre ricos e pobres (países e pessoas), trazendo para a reflexão a corrupção e aquela gente que continua a fazer da mesma o seu modus vivendi e modus operandi graças, claro, ao avolumar da miséria humana que vai provocando, à diferenciação social consequente e à conflitualidade interna e externa que naturalmente ocasionará, tornando cada vez mais instável as relações de vizinhança entre países e a concretização dos tratados de paz e de ajuda alimentar, entre outros, que garantam estabilidade e justiça para todos.
Mas muitos governantes continuam a servir-se das Política, melhor dizendo, acham-se políticos mas não são governantes e, nesse sentido, afastam-se premeditadamente e de forma vil de tomadas de posição que verdadeiramente visem o bem comum, o bem-estar do seu povo. E até falseiam, na prática, os acordos bilaterais efectuados, ferindo de morte e de cinismo a harmonia tão desejada, incentivando, com uma parcialidade política repugnante, as decisões acordadas quer se trate de situações de cessar-fogo, de acudir humanitariamente às populações, de as proteger e defender.
As relações internacionais não se compadecem da falta de integridade moral dos seus elementos, caso contrário, nada passará, como tem passado, de meros encontros ocasionais e promocionais.
Também considero que dentro das nações, sobretudo as que vivem mais profundamente esta tragédia e este drama da pobreza, o confronto entre reformadores e líderes corruptos está a ser ganho por estes últimos. E não estou a pensar só na África Subsaariana!
Embora compreenda que os conflitos armados actuais têm na sua base, quase todos, o problema da dependência do petróleo e a exploração de outros recursos naturais, continuo a considerar fulcral a má governação que deriva, naturalmente, da inexistência de bons políticos, leia-se, políticos sérios, seriamente envolvidos com o seu povo e não com a sua carreira e projecção política.
Políticos sérios que levem a sério ACÇÕES SÉRIAS, planeadas quer economicamente quer comercialmente e militarmente, no sentido de ajudarem, realmente, a combater os verdadeiros factores que tanta dor têm trazido a tanta gente por esse mundo fora, aos mais pobres, aos desfavorecidos de sempre da sorte e da vida.
De nada valerão os tratados de paz, ajudas humanitárias, sorrisos diplomáticos e fotos de conjunto se não houver seriedade na Política.
Jamais se resolverá a pobreza no Mundo e a injustiça no Mundo enquanto se continuar a fazer de conta que se faz aquilo que de facto, pouco ou nada se faz:
olhar para o outro e ajudá-lo, porque devo e posso, e não por mera atitude de caridadezinha política, como quem uma esmola dá porque da bajulação necessita e dela espera tirar proveito.
Nazaré Oliveira
Mais leituras:
http://www.whiteband.org/
http://www.worldmapper.org/textindex/text_poverty.html
http://www.madrimasd.org/blogs/universo/2008/10/16/103747
http://www.schwartzman.org.br/simon/causasp.html
http://www.monografias.com/trabajos12/podes/podes.shtml
http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1309943272N1oFR1kd5Wr48SW2.pdf
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/edicion_impresa/economia/pt/desarrollo/1046490.html
sábado, 10 de setembro de 2011
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Carta da PIDE sobre a fuga de 5.000 judeus alemães
6.09.1938 - Transcrição de uma carta confidencial escrita pela PVDE (P.I.D.E.) a alertar o MNE (Ministério dos Negócios Estrangeiros) sobre os perigos que se avizinham devido ao facto de 5.000 judeus irem deixar a Alemanha.
Exmo. Senhor Director Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros
Com referência ao ofício de V. Ex.ª nº 75-Proc.33, 1 de 3 do corrente, tenho a honra de sobre o assunto fazer referência ao nosso ofício nº 72/38 de 23 de Março de 1938.
Nestas circunstâncias, parece a esta polícia que os nossos consulados devem dificultar a imigração de judeus, tanto mais que a Itália deliberou ultimamente a sua expulsão, o que vem a engrossar a massa invasora.
É do nosso conhecimento que 5.000 médicos vão deixar a Alemanha. A sua fixação em Portugal seria funesta para os médicos nacionais.
A prática tem-nos demonstrado que o judeu estrangeiro é, por norma, moral e politicamente indesejável.
A Bem da Nação
(...)
P.S. : De acordo com a imagem que se apresenta (mapa), no período de 1938-1939 fugiram da Alemanha cerca de meio milhão de judeus que se espalharam por cerca de 30 países, a saber:
África do Sul, 26.100; Argentina, 63.500; Austrália, 8.800; Bélgica, 30.000; Bolívia, 7.000; Brasil, 8.000; Canadá, 6.000; Caraíbas, 3.500; Dinamarca, 2.000; Eslováquia, 5.000; Espanha, 3.000; Filipinas, 700; França, 30.000; Holanda, 30.000; Hungria, 3.000; Itália, 5.000 Japão (não contabilizado), antiga Jugoslávia, 7.000; Noruega, 2.000; Palestina, 33.400; Polónia, 25.000; Portugal, 12.000; Reino Unido, 52.000; Xangai, 20.000; Síria, 3.000; Suécia, 3.200; Suíça, 7.000; Uruguai, 20; USA, 102.200 e Venezuela, 600.
Clique para visitar o MUSEU VIRTUAL ARISTIDES SOUSA MENDES
Ler mais:
http://aeiou.expresso.pt/museu-virtual-aristides-de-sousa-mendes=s25139#ixzz1XLoHZAiS
http://www.annefrank.org/
Exmo. Senhor Director Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros
Com referência ao ofício de V. Ex.ª nº 75-Proc.33, 1 de 3 do corrente, tenho a honra de sobre o assunto fazer referência ao nosso ofício nº 72/38 de 23 de Março de 1938.
Nestas circunstâncias, parece a esta polícia que os nossos consulados devem dificultar a imigração de judeus, tanto mais que a Itália deliberou ultimamente a sua expulsão, o que vem a engrossar a massa invasora.
É do nosso conhecimento que 5.000 médicos vão deixar a Alemanha. A sua fixação em Portugal seria funesta para os médicos nacionais.
A prática tem-nos demonstrado que o judeu estrangeiro é, por norma, moral e politicamente indesejável.
A Bem da Nação
(...)
P.S. : De acordo com a imagem que se apresenta (mapa), no período de 1938-1939 fugiram da Alemanha cerca de meio milhão de judeus que se espalharam por cerca de 30 países, a saber:
África do Sul, 26.100; Argentina, 63.500; Austrália, 8.800; Bélgica, 30.000; Bolívia, 7.000; Brasil, 8.000; Canadá, 6.000; Caraíbas, 3.500; Dinamarca, 2.000; Eslováquia, 5.000; Espanha, 3.000; Filipinas, 700; França, 30.000; Holanda, 30.000; Hungria, 3.000; Itália, 5.000 Japão (não contabilizado), antiga Jugoslávia, 7.000; Noruega, 2.000; Palestina, 33.400; Polónia, 25.000; Portugal, 12.000; Reino Unido, 52.000; Xangai, 20.000; Síria, 3.000; Suécia, 3.200; Suíça, 7.000; Uruguai, 20; USA, 102.200 e Venezuela, 600.
Clique para visitar o MUSEU VIRTUAL ARISTIDES SOUSA MENDES
Ler mais:
http://aeiou.expresso.pt/museu-virtual-aristides-de-sousa-mendes=s25139#ixzz1XLoHZAiS
http://www.annefrank.org/
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Alunos - Faculdades de Medicina - Médicos
Infelizmente, no nosso país pensa-se que é pelas classificações muito altas que se exigem para as entrada nas Faculdades que se garantem, logo, futuros e bons profissionais, especialmente na área da saúde e particularmente em Medicina.
Que falsa verdade! Tantos jovens VERDADEIRAMENTE VOCACIONADOS para abraçar uma profissão voltada para os outros a verem-se obrigados a sair do seu país para se realizarem! Tem sido um exagero! Afinal, o que isto demonstra é a falta de confiança, também, nas Faculdades de Medicina, no ensino superior, pois, a partir do momento em que os alunos entrassem (com médias razoáveis, claro!), EXIGÊNCIA e RIGOR, quer para alunos quer para PROFESSORES, deveria ser um ponto de honra, e assim, sem dúvida alguma, garantir-se a formação pedagógica e científica que permitisse ao nosso país ter quadros de excelência, na Medicina como noutras áreas profissionais, sem chegarmos ao descalabro de “importar” profissionais “de fora”, sem outros dados da sua formação profissional a não ser a sua nota final de curso, e pouco mais, mesmo com os tais pedidos de equivalência ou “estágios e orientações acompanhados”, aqui em Portugal, e que afinal lhes garantem trabalho e valorização profissional.
Não se veja nas minhas palavras qualquer assomo de xenofobia, pelo contrário, mas, simplesmente, o injusto que é e que sinto ver o exagero nas fasquias que se colocam quanto às médias para as entradas em Medicina, no nosso país, e, paradoxalmente, ver facilitismos nas entradas de alunos estrangeiros nas nossas Universidades e nas contratações de médicos de outros países, com as desconfianças perfeitamente legítimas sobre o seu processo de entrada ou de formação.
Sim, alguém sabe com que nota entraram esses alunos e esses médicos que agora são aceites e contratados, venham da Colômbia, Espanha, Cuba, Moldávia ou de outro país? E se são, realmente, alunos e profissionais aos quais se lhes aplicou o que aos nossos se aplica?
Não é justo estar-se a travar a entrada dos nossos jovens por causa de classificações que, estamos fartos de saber, estão inflacionadas, quer por certas escolas privadas quer por certas escolas públicas, umas e outras com muita gente a ensinar e a avaliar nem sempre da forma mais profissional, séria e rigorosa, fazendo tantas vezes com que a diferença de 2 ou 3 décimas na classificação final dos alunos seja o passaporte para o desespero, a frustração e a angústia dos nossos jovens e famílias e, por causa disto, vá depois permitir a entrada de outros, sabe Deus como, revoltando-nos, isto é, revoltando-me.
O nosso sistema, também neste âmbito, é perverso. Injusto e perverso.
A qualidade e rigor que se pretende na carreira médica ou noutra, não se mede unicamente pelos 20 valores, 19,3 ou 17,8 .....com os quais entram (quando entram!) mas por todo um desempenho e percurso no secundário e, sobretudo, no UNIVERSITÁRIO.
Deixem-se de manias! E de falsas verdades!
Haja bons professores, claro, mas bons governantes e orientações políticas e políticas educativas sensatas.
Por exemplo, em vez de tantos estádios de futebol, muitos deles às moscas por causa dessas manias, fizessem mais faculdades de Medicina, investissem mais em equipamentos médico-hospitalares, na formação rigorosa de professores, na contratação de muitos mais professores e com salários mais dignos!
No fim ninguém se interessa se o aluno sai com 10 ou 11 valores, não é verdade? Que é o caso de muitos dos estrangeiros que têm de ser contratados por causa deste estúpido funil, pretensiosamente exigente, que as Faculdades portuguesas têm e que trava a entrada de jovens que querem mesmo fazer Medicina por vocação e não para fazer dinheiro (como muitos deles pensam, e nós sabemos, sobretudo os filhos daqueles que, porque o têm, colocaram os seus educandos em explicações a praticamente todas as disciplinas, pagas a “peso de ouro”e a alguns desde o 1º ciclo, pois não querem por nada deste mundo privar os seus meninos desta entrada “triunfal” nas Faculdades de Medicina… em Portugal!). Coitado de quem não tem dinheiro mas tem inteligência e vocação!
O dinheiro não compra tudo e, seguramente, não compra a VOCAÇÃO porque esta nunca estará à venda. Mas, no fundo, é o dinheiro, sempre o dinheiro, a ditar as regras do jogo.
Até quando?
Tanto jovem vocacionado e bons alunos no secundário a não poderem continuar a estudar em Portugal, ou mesmo a virarem-se para outros cursos, porque os seus pais não podem, de maneira alguma, “competir” com este estado de coisas e esta gente, por causa disto e muito mais, apesar de SENTIREM PROFUNDA E SERIAMENTE O APELO DESTA CARREIRA, quer no plano científico quer humano.
Tanta injustiça!
Tantas manias corporativas! Tantas manias!
Nazaré Oliveira
Que falsa verdade! Tantos jovens VERDADEIRAMENTE VOCACIONADOS para abraçar uma profissão voltada para os outros a verem-se obrigados a sair do seu país para se realizarem! Tem sido um exagero! Afinal, o que isto demonstra é a falta de confiança, também, nas Faculdades de Medicina, no ensino superior, pois, a partir do momento em que os alunos entrassem (com médias razoáveis, claro!), EXIGÊNCIA e RIGOR, quer para alunos quer para PROFESSORES, deveria ser um ponto de honra, e assim, sem dúvida alguma, garantir-se a formação pedagógica e científica que permitisse ao nosso país ter quadros de excelência, na Medicina como noutras áreas profissionais, sem chegarmos ao descalabro de “importar” profissionais “de fora”, sem outros dados da sua formação profissional a não ser a sua nota final de curso, e pouco mais, mesmo com os tais pedidos de equivalência ou “estágios e orientações acompanhados”, aqui em Portugal, e que afinal lhes garantem trabalho e valorização profissional.
Não se veja nas minhas palavras qualquer assomo de xenofobia, pelo contrário, mas, simplesmente, o injusto que é e que sinto ver o exagero nas fasquias que se colocam quanto às médias para as entradas em Medicina, no nosso país, e, paradoxalmente, ver facilitismos nas entradas de alunos estrangeiros nas nossas Universidades e nas contratações de médicos de outros países, com as desconfianças perfeitamente legítimas sobre o seu processo de entrada ou de formação.
Sim, alguém sabe com que nota entraram esses alunos e esses médicos que agora são aceites e contratados, venham da Colômbia, Espanha, Cuba, Moldávia ou de outro país? E se são, realmente, alunos e profissionais aos quais se lhes aplicou o que aos nossos se aplica?
Não é justo estar-se a travar a entrada dos nossos jovens por causa de classificações que, estamos fartos de saber, estão inflacionadas, quer por certas escolas privadas quer por certas escolas públicas, umas e outras com muita gente a ensinar e a avaliar nem sempre da forma mais profissional, séria e rigorosa, fazendo tantas vezes com que a diferença de 2 ou 3 décimas na classificação final dos alunos seja o passaporte para o desespero, a frustração e a angústia dos nossos jovens e famílias e, por causa disto, vá depois permitir a entrada de outros, sabe Deus como, revoltando-nos, isto é, revoltando-me.
O nosso sistema, também neste âmbito, é perverso. Injusto e perverso.
A qualidade e rigor que se pretende na carreira médica ou noutra, não se mede unicamente pelos 20 valores, 19,3 ou 17,8 .....com os quais entram (quando entram!) mas por todo um desempenho e percurso no secundário e, sobretudo, no UNIVERSITÁRIO.
Deixem-se de manias! E de falsas verdades!
Haja bons professores, claro, mas bons governantes e orientações políticas e políticas educativas sensatas.
Por exemplo, em vez de tantos estádios de futebol, muitos deles às moscas por causa dessas manias, fizessem mais faculdades de Medicina, investissem mais em equipamentos médico-hospitalares, na formação rigorosa de professores, na contratação de muitos mais professores e com salários mais dignos!
No fim ninguém se interessa se o aluno sai com 10 ou 11 valores, não é verdade? Que é o caso de muitos dos estrangeiros que têm de ser contratados por causa deste estúpido funil, pretensiosamente exigente, que as Faculdades portuguesas têm e que trava a entrada de jovens que querem mesmo fazer Medicina por vocação e não para fazer dinheiro (como muitos deles pensam, e nós sabemos, sobretudo os filhos daqueles que, porque o têm, colocaram os seus educandos em explicações a praticamente todas as disciplinas, pagas a “peso de ouro”e a alguns desde o 1º ciclo, pois não querem por nada deste mundo privar os seus meninos desta entrada “triunfal” nas Faculdades de Medicina… em Portugal!). Coitado de quem não tem dinheiro mas tem inteligência e vocação!
O dinheiro não compra tudo e, seguramente, não compra a VOCAÇÃO porque esta nunca estará à venda. Mas, no fundo, é o dinheiro, sempre o dinheiro, a ditar as regras do jogo.
Até quando?
Tanto jovem vocacionado e bons alunos no secundário a não poderem continuar a estudar em Portugal, ou mesmo a virarem-se para outros cursos, porque os seus pais não podem, de maneira alguma, “competir” com este estado de coisas e esta gente, por causa disto e muito mais, apesar de SENTIREM PROFUNDA E SERIAMENTE O APELO DESTA CARREIRA, quer no plano científico quer humano.
Tanta injustiça!
Tantas manias corporativas! Tantas manias!
Nazaré Oliveira
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