segunda-feira, 18 de julho de 2011
Poetas andaluces
Os AGUAVIVA, com o seu trabalho inesquecível POETAS ANDALUCES (1975)! Tantas vezes cantado e tocado no grupo de amigos!
Quem os ouvir, num ambiente sereno, compreenderá e sentirá a sua força e magia.
Quem os ouvir, num ambiente sereno, compreenderá e sentirá a sua força e magia.
domingo, 17 de julho de 2011
Onze milhões de pessoas precisam de ajuda no Corno de África
O Diretor Executivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Anthony Lake, chegou no dia 14/07 ao Quênia para ajudar a fortalecer a resposta dos organismos das Nações Unidas e seus parceiros para a crise humanitária no Chifre da África, que,alimentada pela seca, aumento dos preços dos alimentos e conflito na Somália, está afetando milhões de pessoas.
Após uma reunião realizada ontem (15/07) com agências da ONU e seus parceiros, Lake viajará amanhã para Turkana, distrito no noroeste do Quênia, onde a seca e o aumento dos preços dos alimentos tem aprofundado a pobreza crônica a um ponto de crise extrema e as taxas de desnutrição têm alcançado níveis de emergência.
Estima-se que mais de 11 milhões de pessoas necessitem de ajuda humanitária na região. Quase 500 mil crianças na Somália, na Etiópia e no Quênia sofrem risco de vida iminente devido à desnutrição. Além disso, mais de 1,6 milhão de crianças menores de cinco anos estão severamente desnutridas, segundo o UNICEF. Além das milhares de pessoas da Somália em busca de refúgio na Etiópia e no Quênia, milhões mais vivem no limiar da pobreza extrema e da fome, sofrendo as consequências da seca e o impacto das mudanças climáticas.
A agência pediu 31,8 milhões dólares para aumentar a assistência para o Chifre da África durante os próximos três meses, especialmente para as crianças, que estão sofrendo o impacto da crise. O UNICEF diz que as necessidades mais urgentes incluem alimentação terapêutica, suplementação de vitaminas, água e saneamento, medidas de proteção infantil e imunização.
Fonte:ONU
Professores, ensino, escolas, Finlândia.
E já agora... O SEGREDO FINLANDÊS
(…) Quando perguntámos a directores de escola o segredo do êxito escolar finlandês, responderam-nos: “Os professores, a qualidade dos professores.”E porquê? “Porque têm muito boa formação.”
Procurámos saber mais sobre essa formação. Têm todos formação superior. Os educadores de infância fazem um bacharelato (três anos); os professores dos primeiros seis anos do ensino básico têm uma formação de cinco anos em educação (mestrado). Os professores do 3.º ciclo e do secundário têm um mestrado na disciplina que ensinam e estudos pedagógicos.
A formação inclui observação de aulas nos três primeiros anos e um trimestre de estágio nos dois últimos anos. Tem uma forte componente didáctica graças à qual os professores são capazes de diferenciar métodos e materiais de acordo com as necessidades dos alunos.
Três conteúdos pedagógicos foram identificados como fundamentais:
- base social e ética do trabalho dos professores (por exemplo, competências de colaboração);
- compreensão do processo de aprendizagem;
- prevenção de dificuldades de aprendizagem.
Para outros, como um responsável da formação de professores de Helsínquia (segundo relato de Guy Lévy “Retour de Finlande” in Enjeux Pédagogiques, Bulletin de la Haute Ecole Pédagogique de Berne, du Jura et de Neuchâtel, Nov. 2008, n.º 10, pp. 26-27), o segredo residiria na abordagem sócio-construtivista subjacente ao ensino e aprendizagens dos alunos e que se concretizaria na sensibilização para a dimensão epistemológica de cada disciplina, nas “interrogações fundadoras”; no reconhecimento das representações dos alunos e no assentar nelas as novas aprendizagens; na dimensão social das aprendizagens, no aprender com os outros; na preocupação com o significado do que se aprende, do saber como pilar da dignidade humana; na pedagogia do risco que esta abordagem requer como requer uma atitude do professor que tem que reconhecer não saber tudo.
Como dizia o director da Escola Aurora: “Um dos aspectos mais importantes numa escola do século XXI é um professor não ter vergonha de não saber o que fazer com cada criança.”
Não descobrimos o segredo finlandês mas: professores que não receiam enfrentar as suas dúvidas, uma extraordinária rede de apoios e uma atitude de responsabilidade positiva da escola face ao direito à educação de todos os alunos são certamente ingredientes do êxito escolar finlandês. ::
Parte do texto de Ana Maria Bettencourt, Maria Armandina Soares e Maria Emília Brederode Santos
Fotografias de Ana Maria Bettencourt
Artigo completo e ilustrado aqui:
Professores/Teacher grades: pass or be fired
Um artigo que me parece muito interessante para reflectir. Um tema que também domina a nossa actualidade.
By SAM DILLON
By SAM DILLON
Published: June 27, 2011
WASHINGTON — Emily Strzelecki, a first-year science teacher here, was about as eager for a classroom visit by one of the city’s roving teacher evaluators as she would be to get a tooth drilled. “It really stressed me out because, oh my gosh, I could lose my job,” Ms. Strzelecki said.
WASHINGTON — Emily Strzelecki, a first-year science teacher here, was about as eager for a classroom visit by one of the city’s roving teacher evaluators as she would be to get a tooth drilled. “It really stressed me out because, oh my gosh, I could lose my job,” Ms. Strzelecki said.
Her fears were not unfounded: 165 Washington teachers were fired last year based on a pioneering evaluation system that places significant emphasis on classroom observations; next month, 200 to 600 of the city’s 4,200 educators are expected to get similar bad news, in the nation’s highest rate of dismissal for poor performance.
The evaluation system, known as Impact, is disliked by many unionized teachers but has become a model for many educators. Spurred by President Obama and his $5 billion Race to the Top grant competition, some 20 states, including New York, and thousands of school districts are overhauling the way they grade teachers, and many have sent people to study Impact.
Its admirers say the system, a centerpiece of the tempestuous three-year tenure of Washington’s former schools chancellor, Michelle Rhee, has brought clear teaching standards to a district that lacked them and is setting a new standard by establishing dismissal as a consequence of ineffective teaching.
But some educators say it is better at sorting and firing teachers than at helping struggling ones; they note that the system does not consider socioeconomic factors in most cases and that last year 35 percent of the teachers in the city’s wealthiest area, Ward 3, were rated highly effective, compared with 5 percent in Ward 8, the poorest.
“Teachers have to be parents, priests, lawyers, clothes washers, babysitters and a bunch of other things” if they work with low-income children, said Nathan Saunders, president of the Washington Teachers Union. “Impact takes none of those roles into account, so it can penalize you just for teaching in a high-needs school.”
Jason Kamras, the architect of the system, said “it’s too early to answer” whether Impact makes it easier for teachers in well-off neighborhoods to do well, but pointed out that Washington’s compensation system offers bigger bonuses ($25,000 versus $12,500) and salary enhancements in high-poverty schools.
“We take very seriously the distribution of high-quality teachers across the system,” he said.
The evaluation system leans heavily on student test scores to judge about 500 math and reading teachers in grades four to eight. Ratings for the rest of the city’s 3,600 teachers are determined mostly by five classroom observations annually, three by their principal and two by so-called master educators, most recruited from outside Washington.
For classroom observations, nine criteria — “explain content clearly,” “maximize instructional time” and “check for student understanding,” for example — are used to rate the lesson as highly effective, effective, minimally effective or ineffective.
These five observations combine to form 75 percent of these teachers’ overall ratings; the rest is based on achievement data and the teachers’ commitment to their school communities. Ineffective teachers face dismissal. Minimally effective ones get a year to improve.
Impact costs the city $7 million a year, including pay for 41 master educators, who earn about $90,000 a year and conduct about 170 observations each. The program also asks more of principals. Carolyne Albert-Garvey, the principal of Maury Elementary School on Capitol Hill, has 22 teachers — she must conduct 66 observations, about one every three school days.
“I’ve really gotten to know my staff, and I’m giving teachers more specific feedback,” Ms. Albert-Garvey said. “It’s empowered me to have the difficult conversations, and that gives everyone the opportunity to improve.”
Several teachers, however, said they considered their ratings unfair.
A veteran teacher who said he did not want to criticize the school system openly, said that a month after he inherited a chaotic world history class from a long-term substitute, the visiting evaluator cut him no slack for taking on the assignment and penalized him because a student was texting during the lesson.
Another teacher who expects to lose her job next month because of low ratings said at a public hearing that evaluators picked apart her seventh-grade geography lessons, making criticisms she considered trivial. During the most recent observation, her evaluator subtracted points because she had failed to notice a girl eating during class, the teacher said.
“I’m 25 years in the system, and before, I always got outstanding ratings,” she said. “How can you go overnight from outstanding to minimally effective?”
A report issued by the Aspen Institute in March said one of Impact’s accomplishments was to align teacher performance with student performance, noting that previously 95 percent of Washington’s teachers were highly rated but fewer than half of its students were demonstrating proficiency on tests. Still, the report quoted teachers who complained of cold-eyed evaluators more interested in identifying losers than in developing winners.
“After my first conversation with my master educator, I felt it was going to be worthwhile — she offered me some good resources,” the report quoted one teacher. “My second master educator was kind of a robot, not generous in offering assistance, a much tougher grader.”
This month, Mary Gloster, who taught science in three states before she was recruited to Impact in 2009, was at Ballou High, one of the city’s lowest-performing schools, to share the results of some classroom visits.
She met with Mahmood Dorosti, a physics teacher who won a $5,000 award this spring. “Don’t even think about it — you’re highly effective,” she told him.
Next was Ms. Strzelecki, 23, who came to Ballou through Teach for America. The two sat at adjoining desks, with Ms. Strzelecki looking a bit like a doe in the headlights.
But Ms. Gloster, who had watched her teach a ninth-grade biology lesson the week before, offered compliments, along with suggestions about how Ms. Strzelecki might provide differentiated teaching for advanced and struggling students.
“You did a really good job, kiddo,” the evaluator ruled, grading her as effective, the equivalent of a B (the same rating she got on previous observations).
“What I liked about Mary was that I felt she was on my side,” Ms. Strzelecki said later. “Some teachers feel the master educators are out to get them.”
That is a common perception, said Mark Simon, an education analyst for the Economic Policy Institute, which receives teachers’ union financing. Ms. Rhee developed the system, he noted, during tough contract negotiations and did not consult with the teachers’ union in its design.
“That was a missed opportunity,” Mr. Simon said, “and it’s created a lot of resentment.”
C:\Users\User\Desktop\Teacher Evaluation System Examines Classroom Performance - NYTimes_com.mht
C:\Users\User\Desktop\Teacher Evaluation System Examines Classroom Performance - NYTimes_com.mht
sábado, 16 de julho de 2011
Roberta Flack
KILLING ME SOFTLY WITH HIS SONG
A composição que mais marcou a minha juventude! Cantei-a vezes sem fim com o meu grupo e ainda hoje a canto com a mesma alegria e emoção.
Combater o cancro
Já é possível pôr o sistema imunitário a combater o cancro
Comissão Europeia aprovou tratamento que duplica sobrevivência no melanoma avançado
Alexander Eggermont, director do Instituto Gustave Roussy, em Paris, começa por dizer que a novidade do ipilimumab não tem a ver com o melanoma, a forma de cancro de pele mais mortal.
Esta semana a Comissão Europeia aprovou o medicamento para o tratamento de segunda linha da fase avançada deste cancro, ou seja, para doentes com metástases em vários órgãos e que não reajam a nenhuma terapêutica. "É um anticorpo que consegue modular a resposta imunitária face aos tumores e mantê-la activa. Hoje sabemos que funciona contra o melanoma, que é apenas um entre os tumores candidatos. O que interessa é que conseguimos modular a resposta imunitária contra qualquer cancro."
Para Eggermont, que apresentou o medicamento numa conferência de imprensa em Paris, este tratamento, que agora fica disponível a nível europeu, depois de em Março ter sido aprovado pela FDA nos Estados Unidos, inaugura uma nova era na chamada imunoterapia, uma abordagem clínica que tenta estimular o sistema imunitário natural através de moléculas sintéticas.
A grande novidade foi publicada o ano passado na revista científica "The New England Journal of Medicine", mas é o corolário de um trabalho de 35 anos, algo que Eggermont considera particularmente interessante por ser o primeiro grande avanço clínico numa área em que não se viam novidades clínicas há quase tanto tempo como o que durou a pesquisa.
O medicamento permite duplicar a sobrevivência a um ano nos doentes com melanoma avançado, de 23,5% para 45,6%, e conseguiu, nos primeiros doentes tratados há quatro anos, manter uma sobrevivência estável na ordem dos 25%, independente da idade, sexo ou de o cancro estar associado a uma mutação genética no gene BRAF, algo que acontece em metade dos casos.
Na base do ipilimumab está o conceito de anticorpo monoclonal, a técnica desenvolvida nos anos 70 para replicar anticorpos humanos destinados a alvos moleculares específicos, ideia que valeu a Niels Jerne, Georges Köhler e César Milstein o prémio Nobel da Medicina em 1984.
Neste caso, o que os investigadores desenvolveram foi uma molécula, também conhecida por MDX-010, que reconhece uma proteína específica com um papel importante no sistema imunitário: ajuda a equilibrar a produção de células T, os soldados que vão atacar invasores (vírus ou células cancerígenas), para que se desenvolvam apenas os anticorpos necessários e o corpo adquira memória imunitária, em vez de aumentar de tal forma os anticorpos que podem surgir doenças autoimunes.
O problema, explica Eggermont, é que no caso do cancro a resposta imunitária normal não é suficiente. Depois de uma activação artificial do sistema imunitário, já conseguida noutras abordagens da imunoterapia, como o uso de interferão, por exemplo, na hepatite, ou de outros anticorpos em tumores linfóides ou no cancro da mama, havia uma tendência natural para a resposta imunitária ser suprimida, graças então ao papel dessa proteína-travão chamada CTLA-4.
"O que este medicamento faz é travar essa inibição: inibe o inibidor", diz o especialista. Assim, aumenta-se de forma mais sustentável a activação e a proliferação das células T e os tumores e metástases tendem a diminuir perante o ataque continuado, como demonstraram os ensaios clínicos que levaram à aprovação do medicamento.
Neste momento estão em curso ensaios clínicos para o uso da mesma molécula em fases avançadas do cancro do pulmão, do pâncreas e da próstata ou em doentes com grandes probabilidades de desenvolver metástases. Apesar de os resultados ainda não serem conhecidos, os resultados preliminares de um ensaio clínico para doentes com cancro da próstata metastizado, divulgados em 2009, revelaram melhorias significativas no estado de saúde de um quinto dos participantes.
Além da Bristol-Myers Squibb (BMS), que agora passará a comercializar este medicamento também na Europa, a Pfizer tem em estudo uma molécula semelhante, com o mesmo alvo. Para já, contudo, o único tratamento disponível é este, destinado a doentes em fases avançadas de melanoma.
Passa por quatro infusões, num espaço de três meses, que produzem efeitos a longo prazo mas podem envolver efeitos secundários graves do foro imunitário, como problemas do tracto intestinal, do tubo digestivo e do fígado.
A farmacêutica diz que, embora tenha havido sequelas fatais, poucas são crónicas. Foi criado um website onde os médicos que pretendam iniciar o tratamento nos seus doentes têm apoio 24 horas por dia para saber como actuar quando reportam efeitos adversos.
Caroline Robert, também do Instituto Gustave Roussy, onde foram realizados parte dos ensaios clínicos na Europa, explica que a grande vantagem deste medicamento tem sido o efeito duradouro observado e haver a garantia de que pelo menos em alguns doentes funciona, quando até aqui os 25% que sobreviviam ao primeiro ano eram quase um milagre.
"Dizemos sempre que um doente não é uma estatística, mas estatisticamente as abordagens até aqui não funcionavam. Não podemos ainda falar de cura, mas com este tipo de resposta esperamos curar alguns doentes."
Esta semana a Comissão Europeia aprovou o medicamento para o tratamento de segunda linha da fase avançada deste cancro, ou seja, para doentes com metástases em vários órgãos e que não reajam a nenhuma terapêutica. "É um anticorpo que consegue modular a resposta imunitária face aos tumores e mantê-la activa. Hoje sabemos que funciona contra o melanoma, que é apenas um entre os tumores candidatos. O que interessa é que conseguimos modular a resposta imunitária contra qualquer cancro."
Para Eggermont, que apresentou o medicamento numa conferência de imprensa em Paris, este tratamento, que agora fica disponível a nível europeu, depois de em Março ter sido aprovado pela FDA nos Estados Unidos, inaugura uma nova era na chamada imunoterapia, uma abordagem clínica que tenta estimular o sistema imunitário natural através de moléculas sintéticas.
A grande novidade foi publicada o ano passado na revista científica "The New England Journal of Medicine", mas é o corolário de um trabalho de 35 anos, algo que Eggermont considera particularmente interessante por ser o primeiro grande avanço clínico numa área em que não se viam novidades clínicas há quase tanto tempo como o que durou a pesquisa.
O medicamento permite duplicar a sobrevivência a um ano nos doentes com melanoma avançado, de 23,5% para 45,6%, e conseguiu, nos primeiros doentes tratados há quatro anos, manter uma sobrevivência estável na ordem dos 25%, independente da idade, sexo ou de o cancro estar associado a uma mutação genética no gene BRAF, algo que acontece em metade dos casos.
Na base do ipilimumab está o conceito de anticorpo monoclonal, a técnica desenvolvida nos anos 70 para replicar anticorpos humanos destinados a alvos moleculares específicos, ideia que valeu a Niels Jerne, Georges Köhler e César Milstein o prémio Nobel da Medicina em 1984.
Neste caso, o que os investigadores desenvolveram foi uma molécula, também conhecida por MDX-010, que reconhece uma proteína específica com um papel importante no sistema imunitário: ajuda a equilibrar a produção de células T, os soldados que vão atacar invasores (vírus ou células cancerígenas), para que se desenvolvam apenas os anticorpos necessários e o corpo adquira memória imunitária, em vez de aumentar de tal forma os anticorpos que podem surgir doenças autoimunes.
O problema, explica Eggermont, é que no caso do cancro a resposta imunitária normal não é suficiente. Depois de uma activação artificial do sistema imunitário, já conseguida noutras abordagens da imunoterapia, como o uso de interferão, por exemplo, na hepatite, ou de outros anticorpos em tumores linfóides ou no cancro da mama, havia uma tendência natural para a resposta imunitária ser suprimida, graças então ao papel dessa proteína-travão chamada CTLA-4.
"O que este medicamento faz é travar essa inibição: inibe o inibidor", diz o especialista. Assim, aumenta-se de forma mais sustentável a activação e a proliferação das células T e os tumores e metástases tendem a diminuir perante o ataque continuado, como demonstraram os ensaios clínicos que levaram à aprovação do medicamento.
Neste momento estão em curso ensaios clínicos para o uso da mesma molécula em fases avançadas do cancro do pulmão, do pâncreas e da próstata ou em doentes com grandes probabilidades de desenvolver metástases. Apesar de os resultados ainda não serem conhecidos, os resultados preliminares de um ensaio clínico para doentes com cancro da próstata metastizado, divulgados em 2009, revelaram melhorias significativas no estado de saúde de um quinto dos participantes.
Além da Bristol-Myers Squibb (BMS), que agora passará a comercializar este medicamento também na Europa, a Pfizer tem em estudo uma molécula semelhante, com o mesmo alvo. Para já, contudo, o único tratamento disponível é este, destinado a doentes em fases avançadas de melanoma.
Passa por quatro infusões, num espaço de três meses, que produzem efeitos a longo prazo mas podem envolver efeitos secundários graves do foro imunitário, como problemas do tracto intestinal, do tubo digestivo e do fígado.
A farmacêutica diz que, embora tenha havido sequelas fatais, poucas são crónicas. Foi criado um website onde os médicos que pretendam iniciar o tratamento nos seus doentes têm apoio 24 horas por dia para saber como actuar quando reportam efeitos adversos.
Caroline Robert, também do Instituto Gustave Roussy, onde foram realizados parte dos ensaios clínicos na Europa, explica que a grande vantagem deste medicamento tem sido o efeito duradouro observado e haver a garantia de que pelo menos em alguns doentes funciona, quando até aqui os 25% que sobreviviam ao primeiro ano eram quase um milagre.
"Dizemos sempre que um doente não é uma estatística, mas estatisticamente as abordagens até aqui não funcionavam. Não podemos ainda falar de cura, mas com este tipo de resposta esperamos curar alguns doentes."
por Marta F. Reis, Publicado em 16 de Julho de 2011 - jornal i
Quando li esta notícia fiquei tão feliz!
Feliz por saber que a luta contra o cancro não pára nem parará, e que gente fantástica como a que é referida, com o seu estudo e dedicação, inteligência e humanidade, nunca desistem de procurar a cura para este flagelo terrível.
Desconhecidos por quase todos, trabalham horas e horas nos seus laboratórios e dedicam grande parte das suas vidas à investigação científica posta ao serviço do bem comum e da Vida, sejam médicos, farmacêuticos, biólogos e tantos outros, discretamente metidos nos laboratórios, persistentes e combativos no seu trabalho contra o mal, contra a doença e contra a morte.
Nem sempre nas melhores instalações e condições mas sempre com a mesma seriedade e vontade de servir o outro e a Humanidade.
Nem sempre reconhecidos no mérito e excelência desse trabalho incomparável, postos completamente na sombra a favor de jogadores e treinadores de futebol, dirigentes desportivos, gestores, políticos, actores, cantores, apresentadores e tantos e tantos protagonistas da estupidez e da futilidade que por aí grassam.
Com ordenados milionários e mordomias perfeitamente obscenas, como se o país sem eles nada fosse e como se deles viesse aquele orgulho nacional completamente distorcido pela máquina propagandística e pelo marketing de ocasião bem à maneira lusitana.
Tudo continuará mal se continuar o lema “dai-lhes pão e dai-lhes circo” e o país não souber estabelecer prioridades para atingir um patamar que nos dignifique, que nos torne sabedores e críticos do nosso próprio caminho.
Quem sabe do que falo compreende as minhas palavras e a minha revolta.
Quem sabe do que falo sabe que é verdade esta falta de respeito e de reconhecimento para quem dele nunca deveria carecer.
Quem sabe do que falo sabe que enoja esta forma escandalosa de subalternizar o mérito e a excelência face ao mediatismo da estupidez e ao enaltecimento dos medíocres.
Somos diariamente inundados com revistas, jornais e programas de televisão popularuchos, que trazem as capas do costume, com as caras do costume, com os programas do costume, com as parvoíces virulentas do costume, que se escondem atrás de rostos patéticos rendidos aos botoxs, com gestos ensaiados de quem nunca nada fez de útil e que nunca nada de útil fará ou dirá, arrotando a dinheiro mas com um entorpecimento mental e intelectual de tal modo, que muito têm ajudado, também, na aproximação ao abismo e à inevitável letargia cultural e política cada vez mais alastrante.
Numa altura em que tanto se fala de Economia, Finanças, “ratings”, Moodys, crise financeira, negócios, analistas, bancos, acções, Bolsas, juros, investimentos, mercados, eu não esqueço o sofrimento de milhares e milhares de pessoas e das suas famílias, por causa do cancro. Nem da falta de investimento, prioritário, sim, na Saúde (e Educação).
Doença cobarde, silenciosa, traiçoeira, que destrói, mata, rouba e nos mergulha na pior das angústias: a ausência para sempre dos que à nossa vida tanta falta fazem, tragicamente levados por um cancro que desfez sorrisos, gestos, palavras e sonhos.
Apesar do trabalho de investigação oncológica, notável entre nós e noutros países (ver links), num esforço brutal para salvar vidas condenadas pelo cancro, nem sempre surge um “final feliz”.
E a revolta, a raiva, o grito e o desespero, acordam em nós a vontade cada vez maior de combater o brilho efémero de uma sociedade que não sabe reconhecer nem aplaudir quem verdadeiramente a serve com rectidão e humildade.
E a revolta, a raiva, o grito e o desespero, acordam em nós a vontade cada vez maior de combater o brilho efémero de uma sociedade que não sabe reconhecer nem aplaudir quem verdadeiramente a serve com rectidão e humildade.
Gente que quase ninguém conhece, que não ganham ordenados milionários nem têm “direito” a interrupções televisivas ou aberturas de telejornais, sem fotografias nas primeiras páginas dos jornais, mas gente que trabalha para fazer de todas as vidas uma passagem feliz.
Para mim, sempre estiveram e sempre estarão em primeiro lugar. Sempre os aplaudi de pé.
Nazaré Oliveira
consultas muito interessantes aqui:
consultas muito interessantes aqui:
Subscrever:
Mensagens (Atom)