domingo, 26 de junho de 2011

Mikhail Gorbachov - político de causas nobres

Texto escrito a propósito do "Conselho de Estado" em Arcos de Valdevez para a Agência Lusa. Infelizmente, Milkhail Gorbachov não esteve presente por motivos de saúde:

"Os adversários políticos de Mikhail Gorbachov criticam-no quando faz publicidade a pizzas ou malas de viagem, mas o antigo Presidente da União Soviética responde que o objetivo é conseguir meios para apoiar causas nobres.
Depois de ter abandonado o cargo de Presidente da URSS, em dezembro de 1991, Gorbachov criou uma fundação com o seu nome, que realiza um intenso trabalho de investigação histórica, nomeadamente no campo da publicação de documentos relativos à história da “perestroika”, processo de reformas ocorrido na URSS entre 1985 e 1991.
Gorbachov, que este fim de semana é homenageado em Arcos de Valdevez, participa também numa série de programas humanitários e ecologistas na Rússia e no estrangeiro.
Em 1993, Gorbachov criou, na Suíça, a Cruz Verde Internacional, análoga da Cruz Vermelha, mas no campo da ecologia.
A organização coloca como objetivos: “prevenir e resolver conflitos que surjam devido à deterioração da situação ecológica, prestar ajuda às pessoas que sofram devido a consequências ecológicas de guerras, elaborar normas jurídicas e éticas que se tornem a base da criação de um mundo ecologicamente seguro”.
A mulher do reformador soviético, Raísa Gorbachova, morreu de leucemia. Gorbachov decidiu criar uma Fundação para financiar o tratamento de crianças com cancro e investigação no combate a essa doença.
Entre 2006 e 2010, conseguiu juntar mais de 10 milhões de euros que foram empregues na aquisição de aparelhos modernos para dois hospitais pediátricos em Moscovo e São Petersburgo (este último com o nome de Raísa Gorbachova).
Parte do dinheiro foi entregue à Fundação Marie Curie, organização que se dedica a combater o cancro.
Iniciador da liberdade de imprensa na União Soviética, Gorbachov apoia alguns órgãos de informação independentes na Rússia, nomeadamente o jornal Novaya Gazeta, onde trabalhou Anna Politkovskaia, conhecida jornalista assassinada em 2007.
Mikhail Gorachov está também na origem do Fórum da Nova Política, organização criada em 2010 com vista à análise informal dos problemas internacionais.
A primeira assembleia do FNP realizou-se em Outubro do ano passado na Bulgária."
 
Obrigada, Zé Milhazes, pela partilha - http://darussia.blogspot.com/

sábado, 25 de junho de 2011

João Abel Manta - cartoon de intervenção

Sempre admirei os seus cartoons.
Autênticas lições de História de Portugal, particularmente, sobre o Estado Novo e sobre a Revolução de 25 de Abril de 74.

Alguns desses trabalhos notáveis:




riachos

Sempre adorei pequenos riachos desde criança. Ficar ao pé deles, sentada, vendo-os correr e saltar por entre as pedras macias e o verde feliz à sua volta.
A água límpida e fresca que passava, num cenário sublime de beleza e poesia, ligavam-me cada vez mais à deusa-mãe e ao fascínio da terra. 
Nos meses de Verão, na minha infância, nas minhas férias grandes, sentir esta frescura, esta melodia, seguir até perder de vista os "barquinhos" que passavam, ouvir rãs, pássaros, o silêncio, sentir o cheiro dos pinheiros e da terra acabada de regar...foi um privilégio!

(foto de JP Nascimento in http://trasmontesdepaisagens.blogs.sapo.pt/)


 

Ética para um jovem

[etica_para_um_jovem.jpg] 
Fernando Savater e o seu livro ÉTICA PARA UM JOVEM, da Editorial Presença, é um livro que leio e consulto muitas vezes.
Sempre gostei de Savater. Da forma simples, mas séria, como aborda problemáticas variadas da VIDA, do HOMEM, do SER... orientando a nossa reflexão para o entendimento da realidade actual, de um modo crítico, construtivo e motivador.
 Sentimo-nos lado a lado a conversar com ele, tal a sensação de proximidade que a envolvência das suas frases provoca!
Um excerto desta obra:

Qual é a recompensa mais alta que podemos obter de um esforço, uma carícia, uma palavra, uma música, um conhecimento, uma máquina, ou de montanhas de dinheiro, do prestígio, da glória, do poder, do amor, da ética ou do que bem mais quiseres? Previno-te de que a resposta é tão simples que se arrisca a decepcionar-te: o máximo que podemos obter seja do que for é a alegria. (...) O que é alegria? Um sim espontâneo à vida que nos jorra por dentro, um sim ao que somos, ou, melhor, ao que sentimos ser.

Nazaré Oliveira

O stress da cidade está a deixar uma marca no cérebro das pessoas

Assunto interessante mas muito preocupante!

A hora de ponta é só um exemplo do stress vivido na cidade, que infelizmente não acaba em cada experiência que se tem ou numa noite bem dormida. Foi isso que cientistas verificaram ao comparar pessoas que vivem em cidades com pessoas que vivem em zonas rurais. As primeiras reagem de uma forma diferente a experiências com stress. Esta diferença está marcada no cérebro, é mais profunda para quem nasceu e cresceu na cidade e está relacionada com doenças mentais como a esquizofrenia. O estudo foi publicado esta quarta-feira na revista Nature.

Há cada vez mais pessoas a viver em cidades 
Há cada vez mais pessoas a viver em cidades (Rui Gaudêncio)

“A nossa informação revela efeitos neuronais em pessoas que crescem e habitam em zonas urbanas quando enfrentam situações de stress social”, conclui o artigo escrito por uma equipa do Instituto de Saúde Mental da Universidade de Heidelberg, na Alemanha.

O efeito da cidade no ser humano está longe de ser uma novidade e sabe-se por estudos descritivos que existe uma maior tendência de doenças mentais nas regiões urbanas. As pessoas têm 21 por cento de probabilidade acrescida de ter problemas de ansiedade e 39 por cento de terem problemas de humor. “Viver na cidade aumenta o risco de depressão e ansiedade e o rácio de esquizofrenia é marcadamente maior em pessoas que nasceram e cresceram na cidade”, escrevem os investigadores Daniel Kennedy e Ralph Adolphs, num artigo de análise da Nature sobre o estudo publicado agora.

Na nova investigação, a equipa liderada por Andreas Meyer-Lindenberg foi analisar o cérebro de alemães que vivem em três contextos diferentes: regiões rurais, regiões urbanas com mais de 10.000 habitantes e regiões com mais de 100.000 habitantes.

Os cientistas aplicaram vários testes de stress social a mais de uma centena de participantes saudáveis. Nos testes, as pessoas tinham que resolver problemas matemáticos ou espaciais em tempo limite e tinham uma pressão acrescida: um feedback negativo dos investigadores.

Os cientistas mediram vários parâmetros fisiológicos e através de imagens de ressonância magnética verificaram a resposta neuronal aos desafios. Os testes conseguiram induzir o efeito de stress nos participantes a nível fisiológico e cerebral mas houve diferenças importantes. A região da amígdala tinha uma actividade maior nas pessoas que viviam em zonas urbanas mais povoadas do que nas que vivam em zonas rurais.

Problemas desde o nascimento

A amígdala é uma região que sinaliza os efeitos negativos e as ameaças do ambiente. Paulo Machado não ficou surpreendido com estes resultados. Para o investigador do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, “a experiência urbana é particularmente recente” na história do Homem, “é desafiadora” e pode fomentar o “desequilíbrio das pessoas”.

Segundo o especialista, esta resposta dos participantes é coerente face aos desafios que são colocados. “Está adaptada ao nível de stress que é imposto” nas regiões urbanas, disse o investigador, que não tem qualquer relação com o estudo, mas que o considera “altamente confirmatório” do que já se conhecia.

A análise cerebral também revelou que as pessoas que nasceram e cresceram em zonas urbanas tinham uma actividade anormal numa região específica do córtex durante as experiências. Esta região também está associada à resposta durante situações de stress num contexto social.

O que é que as cidades estão a fazer às crianças e aos adolescentes, quando estão nas escolas e mais protegidos de situações de stress? “As provas epidemiológicas sugerem que o efeito máximo acontece durante o nascimento, antes de chegarem aos jardins-de-infância – uma possibilidade é que a culpa seja do stress sofrido pelos pais”, explicou ao PÚBLICO Andreas Meyer-Lindenberg, coordenador da pesquisa.

Mais, o estudo mostra que nestas pessoas há uma ligação neuronal mais fraca entre a região da amígdala e a região do córtex. Esta ligação enfraquecida já era conhecida em doentes esquizofrénicos. Segundo o comentário de Kennedy e Adolphs, isto sugere “que neste circuito podem convergir um risco genético e um risco ambiental para o surgimento das doenças mentais”. Ou seja, se há uma tendência genética para alguém desenvolver algum tipo de doença mental, o ambiente stressante citadino pode dar um empurrão valente.

Esta questão é particularmente relevante para Paulo Machado. “Como nós hoje vivemos maioritariamente em cidades, isto deixa de ser um problema de uma minoria para passar a ser um problema de saúde pública”, explicou. Segundo o investigador, é preciso insistir neste estudos para tentar encontrar as causas directas de problemas que provocam o desequilíbrio e o stress nas pessoas. Um exemplo simples é o dióxido de carbono, que em maiores concentrações e durante largos períodos “aumenta exponencialmente a irritabilidade das pessoas”, disse o investigador português. Os taxistas ou condutores de transportes públicos estão especialmente vulneráveis a esta situação, que deve ser combatida. Já para a diminuição do stress, é preciso mudar o modo de vida, as rotinas, os horários, atitudes, comportamentos, o que é mais difícil.

“Nós não devemos olhar para estes estudos e dizer que alternativa é a não cidade. A cidade é uma das melhores invenções do homem”, disse. “O que precisamos é de uma verdadeira transformação do modo de vida urbano.”


Nicolau Ferreira, PÚBLICO, 22.6.11

No Ano Internacional das Florestas...



Copiaram?


Não percebo por que se perde tanto tempo com esta questão!
Tratando-se de alunos, de gente que presta provas, e é disto que falamos sejam do Centro de Estudos Judiciários, da Básica X,  da Secundária Y, do filho de A, do primo de B,  desta ou daquela terra, quando se apanham a copiar ou se provou que copiaram,  NÃO HÁ MAS NEM MEIO MAS.
ZERO VALORES! Que contam e deverão contar não só ao nível dos conhecimentos como, também, nas ATITUDES.
É assim que faz um professor, um avaliador e uma instituição séria perante um caso de clara desonestidade, ainda por cima, com o agravante de se tratar de homens e mulheres licenciados em Direito, desejosos de serem juízes e de julgar os outros,  considerando-se alguns,  tantas vezes só por isso,  superiores aos demais e grandes exemplos de sabedoria, rectidão e virtude.
Não pode haver argumentos abonatórios, nunca, para quem não está a levar a sério aquilo que lhe permitirá ser avaliado. E mais grave, muito grave mesmo, seria fazer de conta que isto não aconteceu!
Apesar de alguém ter decidido, quase de imediato, atribuir 10 a estes alunos,  felizmente que o assunto veio à praça pública para que houvesse um pingo de vergonha.
E se não se soubesse? Se ficassem mesmo com 10 valores mesmo tendo copiado?  Que Estado de direito é este? Que escola e que ensino é este?  Que país é este? Que justiça é esta?
Os encarregados de educação cujos filhos foram apanhados a copiar e que,  por isso mesmo,  tiveram zero nessas provas,    sofrendo ainda sanções disciplinares e comprometendo, inclusive, a sua aprovação final, como se sentirão neste momento? E os professores que os penalizaram?
Em democracia,  o cumprimento da Lei é para todos e a responsabilidade pelo funcionamento das instituições democráticas também.
Não pode haver INTOCÁVEIS. Já chega!
Constatar isto, mais uma vez, é uma vergonha. Muito maior do que aquela que sentimos quando a notícia saiu nos jornais.
Copiou? Provou-se? Zero!
O resto é conversa.

Nazaré Oliveira