domingo, 20 de janeiro de 2013

Orçamento da Assembleia da República para o ano de 2013



 


Pág.6626 - Diário da República, 1.ª série, N.º 222, de 16 de novembro de 2012
U.M. Euro
 
 

01. DESPESAS COM PESSOAL 42.174.204,00

01.01 Remunerações certas e permanentes 31.531.365,00

01.01.01 Titulares de órgãos de soberania: Deputados 9.803.094,00

01.01.01ª Vencimentos ordinários de Deputados 9.048.644,00

01.01.01b Vencimentos Extraordinários de Deputados 754.450,00

01.01.03 Pessoal dos SAR e GAB- Vencimentos e Suplementos 11.116.950,00

01.01.05 Pessoal além dos Quadros – GP´s 6.127.139,00

01.01.05ª Pessoal além dos Quadros – GP´s: Vencimentos 5.563.180,00

01.01.05b Pessoal além dos Quadros – GP´s: Sub.Férias e Natal 518.959,00

01.01.05c Pessoal além dos Quadros – GP´s:

Doença e Maternidade/Paternidade 21.500,00

01.01.05d Pessoal além dos Quadros – GP´s: Pessoal aguardando aposentação 23.500,00

01.01.06 Pessoal contratado a termo 186.000,00

01.01.07 Pessoal em regime de tarefa ou avença 243.200,00

01.01.08 Pessoal aguardando aposentação (SAR) 76.300,00

01.01.09 Pessoal em qualquer outra situação 978.540,00

01.01.11 Representação (certa e permanente) 1.216.479,00

01.01.12 Subsídios, Suplementos e Prémios (certos e permanentes) 33.000,00

01.01.13 Subsídio de refeição 683.393,00

01.01.13ª Subsídio de refeição (Pessoal dos SAR) 453.393,00

01.01.13b Subsídio de refeição (Pessoal dos GP´s) 3; 9 230.000,00

01.01.14 Subsídios de férias e de Natal (SAR) 1.017.270,00

01.01.15 Remunerações por doença e maternidade/paternidade (SAR) 50.000,00

01.02 Abonos Variáveis e Eventuais 4.195.074,00

01.02.02 Trabalhos em dias de descanso, feriados e horas extraordin. 470.000,00

01.02.02ª Trabalhos em dias de descanso e feriados (SAR) 130.000,00

01.02.02b Horas extraordinárias (GP´s) 3; 340.000,00

01.02.03 Alimentação, alojamento e Transporte 155.000,00

01.02.03ª Alimentação 87.000,00

01.02.03b Alojamento 33.000,00

01.02.03c Transportes 35.000,00

01.02.04 Ajudas de custo 3.060.412,00

01.02.04ª Ajudas de custo: Funcionários SAR e GAB 143.234,00

01.02.04b Ajudas de custo: Outras 10.650,00

01.02.04c Ajudas de custo: Deputados 2.906.528,00

01.02.05 Abono para falhas 5.000,00

01.02.08 Subsídios e abonos de fixação, residência e alojamento 23.500,00

01.02.12 Subsídios de Reintegração e Indemnizações por cessação 418.342,00

01.02.12ª Subsídio de reintegração (Deputados) 395.342,00

01.02.12b Indemnizações por cessação de funções 3.000,00

01.02.13 Outros suplementos e prémios 38.500,00

01.02.14 Outros abonos em numerário ou espécie 24.320,00

01.03 Segurança Social 6.447.765,00

01.03.01 Encargos com Saúde 486.650,00

01.03.01ª Encargos com a saúde (SAR) 326.150,00

01.03.01b Encargos com a saúde (GP´s) 40.500,00

01.03.01c Encargos com a saúde (Deputados) 120.000,00

DESPESAS CORRENTES

01.03.02 Outros Encargos com Saúde 1.000,00

01.03.02ª Outros encargos com a saúde (SAR) 1.000,00

01.03.03 Subsídio Familiar a crianças e jovens 35.575,00

01.03.03ª Subsídio familiar a crianças e a joven s (SAR) 28.830,00

01.03.03b Subsídio familiar a crianças e a jovens (GP´s) 5.225,00

01.03.03c Subsídio familiar a crianças e a jovens (Deputados) 1.520,00

02.02.01ª Encargos das instalações:

Água 80.000,00

02.02.01b Encargos das instalações: Electricidade 638.000,00

02.02.01c Encargos das instalações: Gás (fornecimento) 65.000,00

02.02.02 Limpeza e higiene 780.000,00

02.02.03 Conservação de bens 658.010,00

02.02.04 Locação de edifícios 72.015,00

01.03.04 Outras prestações familiares e complementares 307.325,00

01.03.04ª Outras prestações familiares e complementares (SAR) 211.100,00

01.03.04b Outras prestações familiares e complementares (GP´s) 81.500,00

01.03.04c Outras prestações familiares e complementares (Deputados) 14.725,00

01.03.05 Contribuições para a Segurança Social 2.790.890,00

01.03.05ª Contribuições para a segurança social (SAR) 379.120,00

01.03.05b Contribuições para a segurança social (GP´s) 1.116.000,00

01.03.05c Contribuições para a segurança social (Deputados) 1.295.770,00

01.03.06 Acidentes em serviço e doenças profissionais 219.530,00

01.03.06ª Acidentes em serviço e doenças profissionais (SAR) 219.000,00

01.03.06b Acidentes em serviço e doenças profissionais (GP´s) 530,00

01.03.09 Seguros 58.450,00

01.03.09ª Seguros (SAR) 500,00

01.03.09c Seguros (Deputados) 57.950,00

01.03.10 Outras despesas de segurança social – CGA 2.548.345,00

01.03.10ª Outras despesas de segurança social – CGA (SAR) 1.719.745,00

01.03.10b Outras despesas de segurança social – CGA (GP´s) 200.000,00

01.03.10c Outras despesas de segurança social – CGA (Deputados) 628.600,00

02. Aquisição de bens e serviços 16.324.860,00

02.01 Aquisição de Bens 1.501.292,00

02.01.02 Combustíveis e lubrificantes 115.290,00

02.01.04 Limpeza e higiene 65.000,00

02.01.07 Vestuário e artigos pessoais 80.000,00

02.01.08 Material de Escritório 249.570,00

02.01.08ª Material de escritório 63.030,00

02.01.08b Consumo de papel 51.540,00

02.01.08c Consumíveis de informática 135.000,00

02.01.09 Produtos químicos e farmacêuticos 9.000,00

02.01.11 Material de consumo clínico 4.000,00

02.01.13 Material de consumo hoteleiro 15.000,00

02.01.14 Outro material – peças 3.000,00

02.01.15 Prémios, condecorações e ofertas 81.710,00

02.01.16 Mercadorias para venda 293.250,00

02.01.17 Ferramentas e utensílios 2.000,00

02.01.18 Livros e documentação e outras fontes de informação 262.454,00

02.01.18ª Livros e documentação 60.950,00

02.01.18b Outras fontes de informação 201.504,00

02.01.19 Artigos honoríficos e de decoração 36.618,00

02.01.21 Outros Bens e Consumíveis 284.400,00

02.01.21ª Consumíveis de gravação audiovisual 36.000,00

02.01.21b Outros bens 248.400,00

02.02 Aquisição de Serviços 14.823.568,00

02.02.01 Encargos das instalações 783.000,00

02.02.05 Locação de material de informática 1.000,00

02.02.06 Locação de material de transporte 228.000,00

02.02.08 Locação de outros bens 719.300,00

02.02.09 Comunicações 804.800,00

02.02.09ª Comunicações – Acessos Internet 96.200,00

02.02.09b Comunicações fixas – Dados 30.000,00

02.02.09c Comunicações fixas –Voz 415.500,00

02.02.09d Comunicações Móveis 205.100,00

02.02.09e Comunicações – Outros serviços

(Consult./outsouc./etc) 12.000,00

02.02.09f Comunicações – Outros (CTT/Correspondência) 46.000,00

02.02.10 Transportes 3.588.892,00

02.02.10aTransportes: Deputados 3.317.379,00

02.02.10bTransportes: Outras situações 271.513,00

02.02.11 Representação dos serviços 178.160,00

02.02.12 Seguros 42.670,00

02.02.13Deslocações e Estadas 1.401.996,00

02.02.13aDeslocações – viagens 850.364,00

02.02.13bDeslocações – Estadas 551.632,00

02.02.14 Estudos, pareceres, projectos e consultadoria 406.400,00

02.02.15 Formação 157.450,00

02.02.16 Seminários, Exposições e similares 92.398,00

02.02.17 Publicidade 69.267,00

02.02.18Vigilância e segurança 180.000,00

02.02.19 Assistência técnica 2.287.198,00

02.02.20 Outros Trabalhos Especializados 2.329.786,00

02.02.20ª Outros trabalhos especializados Diários da Assembleia da República 35.055,00

02.02.20b Serviços de restaurante, refeitório e cafetaria 849.149,00

02.02.20c Outros trabalhos especializados 1.445.582,00

02.02.21 Utilização de infraestruturas de transportes 10.000,00

02.02.22 Serviços Médicos 28.200,00

02.02.25 Outros serviços 5.026,00

03. Juros e Outros Encargos 9.000,00

03.06 Outros Encargos Financeiros 9.000,00

03.06.01 Outros Encargos Financeiros 9.000,00

04. Transferências Correntes 46.450,00

04.01 Entidades não Financeiras 39.450,00

04.01.02 Entidades Privadas 39.450,00

04.01.02ª Grupo Desportivo Parlamentar 14.450,00

04.01.02b Associação dos Ex-Deputados 25.000,00

04.09 Transferências Correntes – Resto do Mundo 7.000,00

04.09.03 Países terceiros – Cooperação Interparlamentar 7.000,00

05. Subvenções 880.081,00

05.07 Subvenções a Instituições sem fins lucrativos 880.081,00

05.07.01 Subvenções aos Grupos Parlamentares 880.081,00

05.07.01ª Subvenção para encargos de assessoria aos deputados 679.136,00

05.07.01b Subvenção para os encargos com comunicações 200.945,00

06. Outras Despesas Correntes 3.307.248,00

06.01 Dotação provisional 3.000.000,00

06.01.01 Dotação provisional 3.000.000,00

06.02 Diversas 307.248,00

06.02.01 Impostos e taxas 100.000,00

06.02.03 Outras 207.248,00

06.02.03ª Quotizações 193.848,00

06.02.03b Outras Despesas correntes não especificadas 13.400,00

DESPESAS DE CAPITAL 3.874.390,00

07. Aquisição de Bens de Capital 3.354.390,00

07.01 Investimentos 2.194.390,00

07.01.03 Edifícios 440.000,00

07.01.06 Material de transporte 49.000,00

07.01.07 Equipamento de Informática 357.250,00

07.01.07ª Material de informática: HW de comunicação 192.250,00

07.01.07b Material de informática: Outro HW 165.000,00

07.01.08  Software de Informática 449.450,00

07.01.08b Software informático: Outro SW 449.450,00

07.01.09  Equipamento Administrativo 140.000,00

07.01.09ª Equipamento administrativo de comunicação 5.000,00

07.01.09b Outro equipamento administrativo 135.000,00

07.01.12 Artigos e objetos de valor 5.000,00

07.01.15 Outros Investimentos 753.690,00

07.01.15ª Equipamento Audiovisual 753.690,00

07.03 Bens de Domínio Público 1.160.000,00

07.03.02 Edifícios 1.160.000,00

08. Transferências de Capital 20.000,00

08.09 Resto do Mundo 20.000,00

08.09.03 Países terceiros e Og. Int. – Cooperação Interparlamentar 20.000,00

11. Outras Despesas de Capital 500.000,00

11.01 Dotação provisional 500.000,00

11.01.01 Dotação provisional 85 500.000,00

TOTAL DA DESPESA PARA FUNCIONAMENTO 66.616.233,00

Vejam agora, alguns dos valores a título de Subvenções Estatais :

05.07.01 Subvenções Políticas 63.315.219,00

05.07.01c Subvenções aos Partidos e Forças Políticas representados 14.510.941,00

05.07.01d Subvenções aos Partidos e Forças Políticas NÃO representados 342.518,00

05.07.01 e Subvenção estatal para campanhas eleitorais – FORÇAS POLÍTICAS 48.461.760,00

 

 

Para um órgão que DEFENDE os interesses do cidadão comum – Provedoria de Justiça –, vejam as correspondentes subvenções:

04.03.05.52.02 PROV. JUST. – Transferências OE-correntes 4.831.731,00

08.03.06.52.02 PROV. JUST. – Transferências OE-capital 63.100,00

Total para a Provedoria -  4.894.831,00

 

TOTAL DA DESPESA ORÇAMENTAL: 140.219.365,00



Listas Lagarde - a guardar evasores fiscais?





O Parlamento grego decidiu que o ex-ministro das Finanças Giorgos Papaconstantinou será ouvido para responder às acusações de ter manipulado a apelidada "lista Lagarde".
Papaconstantinou é suspeito de ter modificado a lista de cerca de 2000 nomes de gregos com depósitos avultados no banco suíço HSBC não declarados ao fisco grego.


A lista, entregue pela então Ministra das Finanças do Governo Sarkozy, "perdeu-se" na altura, entre a gaveta do ministro e os corredores do poder, tendo sido recriada por Evangelos Venizelos, sucessor de Papaconstantinou.

As autoridades gregas, que pediram entretanto a lista original às autoridades francesas, notaram que três nomes na lista original estavam ausentes da oficiosa: o de uma prima de Papaconstantinou, do marido desta, e ainda da mulher de outro primo do então ministro. Tudo em família, portanto.
O Parlamento e as autoridades gregas cedem assim à intensa pressão do povo grego, que compreensivelmente não se conforma com a complacência das autoridades para com os milhares de milhões criminalmente evadidos ao fisco pelas suas elites, enquanto vê o seu nível de vida degradar-se drasticamente e a economia do país arrasada, após anos de austeridade imposta pela Europa e pelo FMI.

E em Portugal?
Poucos parecem preocupar-se em saber se o Governo português recebeu ou não também a sua "lista Lagarde" (eu enviei duas cartas a Christine Lagarde sobre o assunto - vd abaixo).
Mas sabemos que o Ministro Teixeira dos Santos teve acesso à lista de portugueses com contas parqueadas no Liechtenstein.
Em vez de serem tornadas publicas estas listas - tal como pedi na altura a Teixeira dos Santos, e também a Vitor Gaspar (vd abaixo) - continuamos sem saber que diligências tomou o Estado português para recuperar esses activos que tanta falta fazem ao erário público. Se é que tomou alguma.

Sabemos também que, em virtude do acordo de troca de informação fiscal celebrado com a Suíça, Portugal poderia ter acesso às contas de portugueses em bancos naquele país, informação imprescindível para o Ministério Público poder agir com processos-crime.
Mas não: o Governo de Passos Coelho preferiu, com o RERT III, oferecer amnistia fiscal a todos os evasores, garantindo-lhes sigilo no que respeita à sua identidade e origem dos capitais, mediante o pagamento de uma taxa de...7,5%!!! o que muitos fizeram, convenientemente, antes de o Acordo com a Suíça entrar em vigor.
Como aparentemente fez Ricardo Salgado, o CEO do BES, que, segundo o Jornal I de ontem, invoca "esquecimento" para não ter declarado ao fisco a bagatela de 8.5 milhões de capitais próprios...
Segundo o "Sol" de 21.12.12 "Ricardo Salgado foi prestar declarações no processo Monte Branco, esta terça-feira, para esclarecer milhões de euros que colocou no estrangeiro até 2010 e que não declarara ao Fisco. Trata-se de capitais movimentados para fora de Portugal através dos serviços da Akoya Asset Management, fundada em 2009, e do seu líder, o suíço Michel Canals".

A Akoya é considerada a maior rede de fraude fiscal e de branqueamento de capitais que operou em Portugal. Por acaso conta entre os seus accionistas o Sr. Alvaro Sobrinho, da Newshold que quer fazer negócio com o Ministro Miguel Relvas e comprar a RTP (vd D.Economico de 28.12.12) Tudo imaculado, está bem de ver.

Segundo o Jornal I, o esquecido banqueiro Salgado teve de corrigir por diversas vezes a declaração de IRS que fez em 2011 e por isso terá acabado por pagar 4,5 milhoes de euros.
Claro que tudo isto só se sabe porque o MP abriu a investigação "Monte Branco" e topou que o Dr. Salgado e a Akoya tinham relações...

O que continua a não se saber é quanto o Dr. Salgado poupou por ter transferido tudo o que transferiu para o exterior, durante anos, sem nada declarar ao Estado, só corrigindo quando foi apanhado pelo MP e, presume-se, pagando apenas 7,5% de imposto, taxa para proteger os ricos evasores fiscais no esquema engendrado no OE 2012 pelo Governo de Passos/Gaspar/Portas e Paulo Nuncio, o Secretário de Estado do Tesouro - e do CDS/PP - especialista na matéria.

Mas não era elementar, até para a credibilidade e descanso do BES, que o Dr. Salgado explicasse a que montante depositado no exterior corresponde a quantia de 4,5 milhoes que pagou ao fisco, em correcção do seus "esquecimentos"?

E não era elementar que o Governo prestasse contas aos portugueses sobre as quantias que o Estado cobrou e deixou de cobrar, ao deixar corrigir os "esquecimentos" do banqueiro Salgado?
E que montante afinal deixou que ele mantivesse a bom recato em cofres no exterior do país?
E com que justificação, quando sobrecarrega violentamente os contribuintes que nunca se "esqueceram" de pagar impostos e que ganham o que o Dr. Salgado pode gastar em amendoins?

É que quando o Estado impõe os níveis confiscatórios e iníquos de impostos que Gaspar/Coelho/Portas impuseram este ano às classes médias e pobres, era elementar tornar transparentes as doçuras por eles oferecidas ao banqueiro Salgado...


Carta a Teixeira Santos:
http://www.anagomes.eu/PublicDocs/5c2d7dc4-0c28-47aa-b7c0-967a30208be6.pdf

Carta a Vitor Gaspar: http://www.anagomes.eu/PublicDocs/8ca362d1-55fb-4ba3-bf9e-fc8a8ec46d27.pdf

 Publicado pela Dra. Ana Gomes no seu blogue Causa Nossa, 18.1.2013.

 Á AGORA, VALE A PENA LER, TAMBÉM, ESTE BELO POST SOBRE ESTE "BELO" ASSUNTO:
http://puxapalavra.blogspot.pt/2013/01/o-destaque-de-1-pagina-do-i-para-um-sr.html

 

sábado, 19 de janeiro de 2013

Contra o tráfico de pessoas

Divulga, esclarece!
São breves minutos que podem fazer toda a diferença!


 

A Fome


Este país está um nojo

"Retirantes", de Portinari.


Li esta notícia:


Apesar de nos colocarem a ferro e fogo, numa austeridade que já está a matar gente à fome e a tornar cada vez mais próximo o abismo para a democracia portuguesa, vale a pena pôr os olhos naquele homem – Rafael Correa – um político, um Presidente da República preocupado verdadeiramente com o seu povo e com a coesão social, sem a qual nenhum país se desenvolverá, porque interessado sempre se mostrou e parte ativa da mesmo se tornou, jamais subordinando a soberania aos ditames da Finança Mundial.

Fantástico!

Atuante, sério, numa clara demonstração de como deve agir quem eleito democraticamente é para prestar um serviço que todos dele se espera, isento, determinado, cumpridor, Rafael Correa mostra-nos como fez perante um drama que também viveu mas que nós continuamos a viver, numa clara tragédia nacional, porque do aniquilamento de um povo se trata.

Clarividente, inteligente, com sentido de responsabilidade política e sentido de estado, recusou-se a hipotecar o país e as suas gentes em nome da ditadura financeira e da Economia desumanizante que se alastra cada vez mais com o apoio de governos como o nosso que, servindo-se do voto popular, dele fizeram o que muito bem entenderam em nome de um protagonismo internacional oco, bem visível nos discursos e nos sorrisos com que abraçaram e abraçam medidas que só aos grandes da Europa têm interessado, mesmo quando alguns desses grandes nem Moral nem Ética têm tido ao longo da História deste velho continente, muito pelo contrário.

Com uma subserviência e obediência cega cada vez mais insuportáveis perante as exigências do FMI, Banco Central Europeu e Banco Mundial, vivemos em Portugal, isso sim, muito abaixo das nossas possibilidades de sermos nós próprios senhores do nosso destino.

Desmoralizam-nos. Dececionam-nos. Infernizam as nossas vidas.

O nosso governo nunca se mostrou interessado em negociar a dívida mas em cumpri-la. Nunca se mostrou interessado pelo povo mas em sacrificá-lo.

Vivemos aterrorizados com o presente porque aterrador se mostra o futuro. Aliás, não vivemos: vamos morrendo lentamente para que um bando de abutres sobre nós poise e nos sugue cada vez mais.

Deixaram que de nós fizessem o que agora já somos: NADA!

Este país está um nojo, um caos, um autêntico lamaçal onde só se mexe a escumalha que se safa sempre com a infelicidade dos outros e à custa dos quais sempre enriquece e enriqueceu.

Entregues a gente que se aproveitou do voto popular para nos representar, estamos prisioneiros de uma corja que até a soberania vai vendendo para ficar bem na fotografia, salvar a pele, os amigos, as empresas dos amigos, os gestores amigos, os diretores amigos, os compadres, os ladrões, os amigos dos ladrões, os advogados desses ladrões, os criminosos, os defensores desses criminosos, os corruptos, os que vivem à custa deles, os bancos, os acionistas, os agiotas, os banqueiros, os políticos sem escrúpulos, os falsos pobres, os falsos justos, os aldrabões e os seus cúmplices e todos os parasitas que sobrevivem sempre às crises porque delas proveito sempre tiram e tirarão, nem que para isso vendam a alma e o país ao Diabo.

Levanta-te, meu povo!
 
 
Nazaré Oliveira
 
 
 

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A Bela Arrábida

Programa emitido pela SIC no dia 6 de Janeiro de 2013, com realização de Luís Quinta e Ricardo Guerreiro, produzido pela TRADIVÁRIUS e patrocinado pela AMRS (Associação de Municípios da Região de Setúbal).
A Bela Arrábida!




 

Venha a luta!

 
"1900", de Bernardo Bertolucci, foi dos filmes que mais me marcaram (e marcam). Uma obra-prima. Uma lição de História
Neste apontamento do mesmo, chega a ser perturbadora a relação que com ele imediatamente estabelecemos com a atualidade! Pela injustiça social, pela forma vil como se trata a pobreza e se desumaniza a vida de quem a custo se levanta para enfrentar a sombra dos dias na esperança da luz que tarda mas sempre se espera.
É preciso enfrentar, sim, com determinação, aquilo que nos roubam sistematicamente e nosso é. 
É preciso enfrentar, sim, o autoritarismo fascizante de quem como peças de um jogo perverso nos manipula e gasta, até  à exaustão, humilhando e ferindo a dignidade, ora roubada ora violada, de quem da vida dor e sacrifício tirado tem.
Não chega o sonho. Venha a luta.
Venha a determinação de a querer e de nela acreditar.
 
 
 
(Um excerto fantástico deste filme!)
 
 
 
 
Para quem se interessar, aqui fica a sinopse deste filme e o link da 1ª parte (integral):

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Dispensar 50.000 professores?




Com a devida vénia, aqui publico uma mensagem que recebi da Associação de Professores de História (A:P:H:):


Dispensar 50.000 professores?A Associação de Professores de História manifesta-se frontalmente contra a notícia veiculada acerca da necessidade em dispensar 50.000 professores (ver em http://economico.sapo.pt/noticias/fmi-propoe-dispensa-de-50-mil-professores-e-novo-corte-nas-pensoes_159819.html e enviou para a LUSA o seguinte texto:

Explicita-se que “No relatório é referido que os polícias, os militares e os professores “continuam a ser um grupo privilegiado na sociedade”, que os médicos têm salários excessivamente elevados (principalmente devido ao pagamento de horas extraordinárias) e os magistrados beneficiam de um regime especial que aumenta as pensões dos juízes em linha com os salários”.

Relembramos o último relatório da OCDE que afirma que os professores portugueses são, na Europa, os que trabalham mais horas por menos dinheiro.

Em Portugal já houve momentos em que se discutiu o papel do professor na gestão da mudança económica, social e cultural. Mas de uma maneira geral e sempre que ocorreram grandes alterações sociais, instabilidade económica e descrença perante o futuro, o professor apareceu como responsável direto pelas deficiências na qualidade da formação, logo na preparação das novas gerações e, assim também, no seu desemprego e consequente agravamento das condições económicas e sociais (ver, a propósito, Martin Lawn, que explicita bem este fenómeno a partir do caso inglês – “Os professores e a fabricação de identidades” in A. Nóvoa, A difusão mundial da escola, 2000).

Se os professores são uma das “tecnologias” do sistema educativo (expressão de Martin Lawn) e, por isso mesmo, fortemente regulamentados pelo Estado, então atualmente uma das pretensões do Estado pode ser a de incentivar deliberadamente a destruição da identidade do professor ou, pelo menos, fazer com que o professor se sinta confuso, afastado do processo para o qual é chamado a trabalhar, disperso por múltiplos apelos, cada vez mais burocráticos e distantes da sua formação académica e pedagógica.

Apagar essa identidade (do professor enquanto profissional) pode ter vários objetivos, de entre eles talvez substituí-la por outra menos reivindicativa, menos coesa e confiante. Esta pode ser uma estratégia devidamente refletida e extraordinariamente eficaz para protelar a situação crítica que se vive nas escolas e, por conseguinte, no sistema educativo em geral. E, talvez por isso, se assista ao esquecimento do papel social e cultural que os professores têm numa sociedade democrática, se aumente a carga horária e o número de alunos por turma de uma forma cega, esquecendo as consequências.

Uma forma de manietar os professores é exigir-lhes o que não conseguem por não terem condições objetivas de alcançar. Se agora se acresce a isto o receio de perder o emprego, então temos um meio eficiente de manipular os professores, de criar um professor sem identidade, inseguro e dependente. E contribui-se para destruir de maneira dura e atroz o sistema educativo, a escola pública e a preparação das novas gerações. Estas poderão pagar caro este desprezo de uma política que sobrepõe a contabilidade ao futuro dos mais novos.

09 de janeiro de 2013

A Direção da APH
 
 
 
 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Mandar é que interessa

Antony Gormley - Figura / Escultura 
Tabletes maciços de aço inoxidável soldados sobre estrutura de ferro (Londres Inglaterra UK)




Começou mais um ano. Começou mais uma etapa que, espero eu, seja muito melhor do que a do ano anterior, em todos os aspetos.

Num ano tão difícil como o que acabou há dias, olho para trás e, revoltada,  continuo a questionar-me por que é que, passados 38 anos da Revolução de Abril, Portugal tanto regrediu em campos essenciais, caso do social, do político, do económico-financeiro e até ao nível dos valores e atitudes como Estado e  como Povo.

Já muito pouco sobra daquilo que nos moveu naquela madrugada que eu esperava e muito pouco já esperamos de governos e afins, espezinhados que têm sido direitos adquiridos e corrompido que tem sido o estado social e o estado de direito.

Subverteram-se e subvertem-se constantemente os ideais de Abril.

Temos mais doutores mas nem por isso mais progresso e desenvolvimento. Temos mais gente politizada mas nem por isso melhores políticos. Temos mais experiência democrática mas nem por isso melhor democracia. Temos mais estradas, mais casas, mais automóveis, mais infraestruturas, mas nem por isso mais e melhores condições de vida. Temos maior projeção na comunidade internacional mas nem por isso maior reconhecimento pela mesma. Temos mais escolas e mais professores mas nem por isso mais e melhor educação. Temos mais empresários mas nem por isso mais e melhores investimentos.

Não há um contínuo nas ações que se tomam, nem coerência na sua adoção, nem rigor nem ética nem vontade política.
Nada ou quase nada do que se começa acabado é com vista à satisfação dos objetivos traçados e do bem comum. Mudam-se os governos, mudam-se as vontades, mas não se tem mudado esta atitude de querer fazer singrar, a valer, o país e a sua gente.  

Fala-se muito de empreendedorismo mas verdadeiramente não se apoia o investimento interno nem se facilita quem decidido está a trabalhar, quer na reindustrialização quer na empresarialidade.

Na Política e na Economia, não se ouve quem sabe e quem da experiência ensinamentos colheu. Antes, age-se com a arrogância dos medíocres para quem tudo lhes basta desde que ameaçados não sejam do cimo do seu pedestal.

Não se dá valor ao Conhecimento nem à Razão.

Mandar é que interessa, mesmo sem se saber mandar ou sequer saber o que se manda. Mandar fazer sem nada fazerem, mandar cumprir sem nada ou muito pouco cumprirem, como se o Estado nada tivesse a ver com o indivíduo, como se o Estado, em democracia, fosse dissociável do cidadão, como se o cidadão não existisse ou, a existir, fossem as elites as beneficiárias das suas boas ações.

Mandar é que interessa e, como disse o atual primeiro ministro do meu país, “que se lixem as eleições".

Ao ponto que isto chegou!
 


Nazaré oliveira