"Retirantes", de Portinari. |
Li esta notícia:
Apesar de nos colocarem a
ferro e fogo, numa austeridade que já está a matar gente à fome e a tornar cada
vez mais próximo o abismo para a democracia portuguesa, vale a pena pôr os
olhos naquele homem – Rafael Correa – um político, um Presidente da República preocupado
verdadeiramente com o seu povo e com a coesão social, sem a qual nenhum país se
desenvolverá, porque interessado sempre se mostrou e parte ativa da mesmo se
tornou, jamais subordinando a soberania aos ditames da Finança Mundial.
Fantástico!
Atuante, sério, numa clara demonstração
de como deve agir quem eleito democraticamente é para prestar um serviço que
todos dele se espera, isento, determinado, cumpridor, Rafael Correa mostra-nos
como fez perante um drama que também viveu mas que nós continuamos a viver,
numa clara tragédia nacional, porque do aniquilamento de um povo se trata.
Clarividente, inteligente, com
sentido de responsabilidade política e sentido de estado, recusou-se a hipotecar
o país e as suas gentes em nome da ditadura financeira e da Economia desumanizante
que se alastra cada vez mais com o apoio de governos como o nosso que, servindo-se
do voto popular, dele fizeram o que muito bem entenderam em nome de um protagonismo
internacional oco, bem visível nos discursos e nos sorrisos com que abraçaram e
abraçam medidas que só aos grandes da Europa têm interessado, mesmo quando alguns
desses grandes nem Moral nem Ética têm tido ao longo da História deste velho
continente, muito pelo contrário.
Com uma subserviência e
obediência cega cada vez mais insuportáveis perante as exigências do FMI, Banco
Central Europeu e Banco Mundial, vivemos em Portugal, isso sim, muito abaixo
das nossas possibilidades de sermos nós próprios senhores do nosso destino.
Desmoralizam-nos. Dececionam-nos.
Infernizam as nossas vidas.
O nosso governo nunca se
mostrou interessado em negociar a dívida mas em cumpri-la. Nunca se mostrou
interessado pelo povo mas em sacrificá-lo.
Vivemos aterrorizados com o presente
porque aterrador se mostra o futuro. Aliás, não vivemos: vamos morrendo
lentamente para que um bando de abutres sobre nós poise e nos sugue cada vez
mais.
Deixaram que de nós fizessem
o que agora já somos: NADA!
Este país está um nojo, um
caos, um autêntico lamaçal onde só se mexe a escumalha que se safa sempre com a
infelicidade dos outros e à custa dos quais sempre enriquece e enriqueceu.
Entregues a gente que se
aproveitou do voto popular para nos representar, estamos prisioneiros de uma
corja que até a soberania vai vendendo para ficar bem na fotografia, salvar a
pele, os amigos, as empresas dos amigos, os gestores amigos, os diretores
amigos, os compadres, os ladrões, os amigos dos ladrões, os advogados desses
ladrões, os criminosos, os defensores desses criminosos, os corruptos, os que
vivem à custa deles, os bancos, os acionistas, os agiotas, os banqueiros, os políticos
sem escrúpulos, os falsos pobres, os falsos justos, os aldrabões e os seus
cúmplices e todos os parasitas que sobrevivem sempre às crises porque delas
proveito sempre tiram e tirarão, nem que para isso vendam a alma e o país ao
Diabo.
Levanta-te, meu povo!
Nazaré Oliveira