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pela manhã, esta notícia no DN dava conta de mais uma situação abominável à luz
dos Direitos Humanos e da Igualdade de Género que sempre defenderei:
Em Marrocos, obcecados sexuais
pertencentes a várias organizações conservadoras, incluindo a "consciência
marroquina", a hashtag #konrajoulan ("sê um homem"), lançaram no
facebook a campanha 'Sê um homem e cobre as tuas mulheres', acompanhada
da imagem de uma figura de negro da cabeça aos pés, sobre fundo amarelo, e os
dizeres "sê um homem e não deixes as tuas mulheres
e filhas saírem vestidas de modo pornográfico".
Num dos posts, o primeiro comentário
diz: "Sim, não queremos as nossas mulheres
vestidas de puta.”
A
dura realidade para milhares de mulheres, a dura luta que continua a ser
travada contra culturas e mentalidades que estagnaram ao serviço do homem-macho
e cada vez mais embrutecido pelo poder que julga ter por possuir um pénis e no qual fundamenta a legitimidade das suas monstruosas convicções sobre a relação homem-mulher.
Vangloriando-se e autopromovendo uma virilidade "assente na cobrição" e numa sexualidade claramente amputada de valores e princípios onde não há lugar ao diálogo nem ao prazer mas ao poder e ao autoritarismo assentes no pressuposto de que ser homem e ter um pénis é o bastante para ser superior à mulher, subjuga-a, escraviza-a e esvazia-a completamente da dignidade e do respeito que sistematicamente lhe rouba através da violação, do assédio e obscenidades verbais proferidas e da menoridade cívica e intelectual com que é olhada e tratada.
Vangloriando-se e autopromovendo uma virilidade "assente na cobrição" e numa sexualidade claramente amputada de valores e princípios onde não há lugar ao diálogo nem ao prazer mas ao poder e ao autoritarismo assentes no pressuposto de que ser homem e ter um pénis é o bastante para ser superior à mulher, subjuga-a, escraviza-a e esvazia-a completamente da dignidade e do respeito que sistematicamente lhe rouba através da violação, do assédio e obscenidades verbais proferidas e da menoridade cívica e intelectual com que é olhada e tratada.
Felizmente que há organizações e gente corajosa e
determinada, caso de Betty Lachgar, incansável nas petições e declarações enviadas ao Governo para que findem estas agressões consentidas e institucionalizadas.
E tudo isto num país que continua a ser um dos destinos preferidos dos portugueses mas não o meu.
Um país sobre o qual um inquérito da Unicef em 2014 revelou que mais de 63% das mulheres consideram que "por vezes se justifica" sofrerem algum tipo de violência física por parte dos cônjuges.
E tudo isto num país que continua a ser um dos destinos preferidos dos portugueses mas não o meu.
Um país sobre o qual um inquérito da Unicef em 2014 revelou que mais de 63% das mulheres consideram que "por vezes se justifica" sofrerem algum tipo de violência física por parte dos cônjuges.
Um país no qual um programa da TV estatal mostrou, em 2016, como "disfarçar" com
maquilhagem as marcas dessa violência, um país onde apalpões e piadas obscenas
ditos por homens a desconhecidas na rua são de tal forma "normais"
que os guias de viagem aconselham as turistas a nunca andar sós, a nunca entrar
em cafés (considerados reino masculino) e a ter muito cuidado na praia...
Marrocos, um país aqui
tão perto!
Segundo o PÚBLICO de ontem, esta campanha foi lançada no início de Julho para impedir as marroquinas
de usarem biquíni ou fatos de banho e está a agitar as redes sociais.
'Sê um homem e cobre as tuas
mulheres'?
Majda Avrani, mulher marroquina citada pelo DN, já lhes respondeu:
'Sê um homem e rala-te com o teu cu'.
Nazaré Oliveira
PS:
Não deixem de ler
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/29/internacional/1532873887_330458.html
PS:
Não deixem de ler
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/29/internacional/1532873887_330458.html