A VIOLÊNCIA DA "TOURADA À PORTUGUESA"
A chamada "tourada à portuguesa" consiste em
esconder a parte mais violenta das touradas e a morte efectiva dos animais.
Debaixo de um calor intenso, fora do seu ambiente natural e num espaço exíguo
onde quase não se podem mexer, nem deitar, 6 touros são transportados até à
praça.
Vão ser perfurados com bandarilhas que medem entre 35 a
90 cm de comprimento, com um ferro de 8 cm, um arpão de 4 cm de comprimento e 2
cm de largura
(artigo 51o do DL 89/2014 de 11 de Junho) enfeitadas com
papel de seda de variadas cores.
Antes da "corrida" são imobilizados para serem
"embolados" (ou seja, para que lhe cortem com uma serra a ponta dos
cornos) com recurso a uma bitola com 1,4 cm de diâmetro. Os cornos são
revestidos por uma protecção de couro, que lhes retira a noção de distância e
protege os cavalos de serem esventrados.
Depois da "lide" os touros são recolhidos para
o interior do camião, no caso das praças desmontáveis, puxados por uma corda
amarrada à cabeça e a um tractor que os força a entrar no camião. Aí são
imobilizados, e arrancadas as bandarilhas pelo "embolador", sem
qualquer anestesia nem assistência veterinária. Para arrancar as bandarilhas é
necessária a utilização de uma navalha para cortar a carne e fazer sair o
arpão, deixando várias lesões no corpo do animal que ainda está vivo, apesar de
exausto e em grande stress.
Os touros são transportados nestas condições para o
matadouro (destino da esmagadora maioria dos animais, com excepção dos que são
"indultados" para reprodução) onde são abatidos, geralmente à 2ª
feira. Alguns morrem antes de chegar ao matadouro, devido às lesões, stress,
calor, etc.
Ninguém vê, e ninguém permite que se registem estes
momentos.
Esta fotografia escapou à "censura" dos que
tentam com esforço manter uma "tradição" que já não devia existir,
num país onde a maioria dos cidadãos não têm qualquer interesse por ela. Se os
portugueses e os vilafranquenses soubessem o que são na realidade as
"touradas à portuguesa", o cruel espectáculo não durava mais uma
temporada.
Infelizmente, grande parte do sofrimento dos animais,
permanece escondido entre as paredes dos camiões, sujas de sangue, e na
escuridão dos curros das praças de touros. São cada vez menos os que se
esforçam por encontrar argumentos para justificar tamanha crueldade para mero
divertimento de uma minoria insensibilizada para o sofrimento destes animais.
As touradas portuguesas são menos cruéis que as outras?
Não.
in vilafranquenses anti-tourada
in vilafranquenses anti-tourada