terça-feira, 30 de setembro de 2014

A malabarice de Passos Coelho


Chegou à minha caixa de correio esta "Malabarice"!



Um dia, Passos Coelho inventou este termo a propósito de qualquer coisa: "malabarice". Não explicou, mas esta filha do malabarismo e da vigarice, que não existe ainda nos dicionários, foi uma magnífica contribuição para a literatura nacional, que só posso saudar.

"Malabarice" é o que estamos a viver hoje.

"Malabarice" é o secretário-geral do Parlamento apresentar informações falsas para proteger o seu correligionário, quando tem obrigação de prestar informações verdadeiras.

"Malabarice" é Passos Coelho fingir que abdicou de 10% a título de exclusividade quando recebia 15% por ser vice-presidente da bancada, o que o impedia de receber os malabaristas 10%.

"Malabarice" é receber um subsídio de reintegração quando já se tem um trabalho pago e se continua a ocupar o mesmo posto no mesmo trabalho pago.

"Malabarice" era uma empresa que pedia por intermédio de um amigo (Miguel Relvas) um financiamento de 1,2 milhões para formar 1.063 técnicos para 9 aeródromos, dos quais só 3 estavam abertos e tinham dez trabalhadores.

"Malabarice" foi agora a explicação de Passos Coelho para o dinheiro que recebeu da Tecnoforma enquanto declarava exclusividade no Parlamento.

"Malabarice" é dizer que não recebeu qualquer remuneração certa e jogar com palavras, quando se fazia pagar em despesas de representação, que na época era a forma de não pagar imposto.

"Malabarice" é não dizer quanto recebeu nessas despesas de representação.

"Malabarice" é viver com subterfúgios para não pagar impostos e depois impor um colossal aumento de impostos aos trabalhadores e reformados.

"Malabarice" é dizer a todos os outros que vivem acima das suas possibilidades e usar todas as suas próprias possibilidades para não pagar os seus impostos.

 

sábado, 27 de setembro de 2014

Por que é que comer insetos faz sentido?

Um artigo do The Economist explains why eating insects makes sense http://econ.st/1n9eZqd.
Aqui fica o vídeo e o texto, para ver, ler e refletir. 
Muito interessante.



Publicado a 25/09/2014
 
The world's population is projected to reach 11 billion by the end of the century. Feeding that many people will be a challenge, and it is further complicated by the impact of climate change on agriculture. That is why some people advocate an unusual way to boost the food supply and feed people sustainably: by eating less meat, and more insects.

About 2 billion people already eat bugs. Mexicans enjoy chili-toasted grasshoppers. Thais tuck into cricket stir-fries and Ghanians snack on termites. Insects are slowly creeping onto Western menus as novelty items, but most people remain squeamish. Yet there are three reasons why eating insects makes sense.

First, they are healthier than meat. There are nearly 2,000 kinds of edible insects, many of them packed with protein, calcium, fibre, iron and zinc. A small serving of grasshoppers can contain about the same amount of protein as a similar sized serving of beef, but has far less fat and far fewer calories.

Second, raising insects is cheap, or free. Little technology or investment is needed to produce them. Harvesting insects could provide livelihoods to some of the world’s poorest people.

Finally, insects are a far more sustainable source of food than livestock. Livestock production accounts for nearly a fifth of all greenhouse-gas emissions – that’s more than transport. By contrast, insects produce relatively few greenhouse gases, and raising them requires much less land and water. And they'll eat almost anything.

Despite all this, most Westerners find insects hard to swallow. One solution is to use protein extracted from bugs in other products, such as ready meals and pasta sauces. Not having to look at the bugs, and emphasising the environmental benefits, might make the idea of eating insects a bit more palatable. For more video content from The Economist visit our website: http://econ.st/1ytKwbp


O primeiro dia de aulas em Gaza




Quando é que estas crianças, estas famílias, têm um dia de paz, verdadeiramente em paz?
Quando é que a Vida vive, verdadeira«mente, nos dias desta sofredora gente?
Quando é que o orgulho e a arrogância dão lugar a um diálogo sério e fraterno?

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Maria Luís Albuquerque



Um texto de Alfredo Barroso que, a brincar, a brincar, mostra bem a forma como estes governantes nos tratam: inaceitável, tal como o racismo!

 Nazaré Oliveira


 A senhorita Maria Luís é como o armeiro branco da anedota...

«Este governo não tem nada contra os funcionários públicos nem contra os pensionistas», disse a inefável ministra das Finanças, senhorita Maria Luís Albuquerque, explicando que o alargamento da famosa Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) se justifica pela «necessidade de garantir a sustentabilidade das contas públicas».

Esta extraordinária declaração da senhorita Maria Luís fez-me lembrar uma famosa anedota, que, por acaso, me foi contada pela primeira vez pelo Raul Solnado, num jantar de aniversário, há mais de 20 anos, e que reza mais ou menos assim:

Numa cidade do sul dos EUA, um preto entra numa loja de venda de armas, é recebido ao balcão pelo armeiro branco dono da loja, vai olhando para as armas expostas nas vitrinas e vai perguntando:

- O senhor tem uma pistola Beretta?

- Não tenho, não senhor!

- E tem uma Walther?

- Não tenho, não senhor!

- E tem uma Smith & Wesson?

- Não tenho, não senhor!

- E tem uma espingarda Remington?

- Não tenho, não senhor!- E tem uma Brownning?

- Não tenho, não senhor!

- E tem uma Kalashnikov?

- Não tenho, não senhor!

- E tem uma pistola-metralhadora UZI 9MM?

- Não tenho, não senhor!

- E tem uma Breda M37?

- Não tenho, não senhor!

- E tem um lança granadas de espingarda Energa m/953?

- Não tenho, não senhor!

- E tem um lança granadas Battlefield 4 MGL?

- Não tenho, não senhor!

- E tem uma BaZuka by runie84?

- Não tenho, não senhor!

- Oiça lá, o senhor tem alguma coisa contra os pretos?

- Tenho, sim, senhor! Uma Beretta, uma Walther, uma Smith & Wesson, uma Remington, uma Brownning, uma UZI 9MM, uma Breda M37, um Energa m/953, um Battlefield 4 MGL, uma BaZuka by runie84, e ainda, se for preciso, um Canhão Sem-Recuo de 106MM!

A senhorita Maria Luís também não tem nada contra os funcionários públicos e contra os pensionistas, a não ser a Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES), os cortes brutais nos salários e nas pensões, o aumento dos impostos e das contribuições para a ADSE, a diminuição dos subsídios de doença e de desemprego, assim como das comparticipações nos medicamentos, o aumento das taxas moderadoras no SNS, etc, etc, etc...

 

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Nos cem anos do início da 1ª Guerra Mundial




No dia 28 de Junho de 1914, o arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, foi assassinado em Serajevo por um nacionalista da Sérvia, o que fez com que, a 28 de Julho de 1914, o Império Austro-Húngaro declarasse guerra à Sérvia.
Iniciava-se assim aq 1ª Guerra Mundial.

«Acabo, no entanto, por achar que a questão mais interessante é saber como é que a Europa chegou ao ponto em que se encontrava em 1914, em que a guerra se tornou mais provável que a paz. Que pensavam os decisores políticos estar a fazer? Por que não recuaram, desta vez, como anteriormente? Por outras palavras, por que falhou a paz?» 
  

in Margaret MacMillan, «A Guerra que Acabou com a Paz»,Temas & Debates/Círculo de Leitores, 2013, p. 33

Ensino artístico nas escolas





Absolutamente de acordo com as palavras de João Mota, encenador, a propósito do início da temporada do Teatro Nacional D. Maria II:

"O ensino artístico faz muita falta nas escolas", disse, defendendo que o teatro e a educação artística proporcionam aos mais novos "instrumentos fundamentais para o crescimento", como a improvisação, a espontaneidade e até o conhecimento da linguagem corporal.
"Chegou o tempo de se pensar seriamente no papel do ensino artístico na educação. O teatro, enquanto arte de afectos, ensina-nos a trabalhar e a respeitar o outro", sublinhou João Mota.
O teatro, a música, a dança...


(notícia da Lusa/SOL aqui)




Para consulta Ministério da Educação:  http://www.dgidc.min-edu.pt/index.php?s=directorio&pid=344

Morte súbita em desportistas


Bruno Castanheira


Li agora a notícia de mais um desportista que nos deixou por morte súbita.

O que se passa no mundo do desporto que, supostamente e naturalmente é exigente na análise clínica destes jovens? No seu acompanhamento médico tão regular?
Que dor para os pais, famílias e amigos! Que dor e que revolta!


Nazaré Oliveira


Reguengos de Monsaraz, terra de morte




 No dia 12 deste mês, a LUSA noticiava que a Inspeção-geral das Atividades Culturais (IGAC) tinha concedido pela primeira vez autorização excecional para um espetáculo com touro de morte, na vila medieval de Monsaraz, no Alentejo.
A autorização excecional por parte da IGAC «surge na sequência de duas decisões em tribunal que já tinham transitado em julgado», conforme declaração do presidente daquela câmara.
Decisões em tribunal… Autorizações especiais da Inspeção geral das atividades culturais… VERGONHOSO! Tanto que há para fazer nos tribunais, tanto que há para inspecionar culturalmente neste país e anda esta canalhada a apoiar espetáculos de morte e a promove-los!
VERGONHOSO o trajeto cultural que este pequenino país vai trilhando, para um retrocesso cada vez mais acelerado que nos distanciará irremediavelmente dos grandes valores humanistas e das boas práticas morais e cívicas pelas quais a harmonização da sociedade inevitavelmente deveria passar.
Mas o mais odioso e mais intragável é saber que há gentinha que ADORA e TEM PRAZER com este espetáculo sádico e de morte! Morte de inocentes!
Num cada vez mais apregoado estado de direito, pelos nossos deputados ou pessoas com responsabilidades políticas e sociais, é nojento e abominável o caráter  de exceção que dão a tantas leis e criminosa a ligeireza com que as promulgam e deixam (mandam) cumprir. Como esta.Como a de Barrancos.
E continuará o descalabro, neste e noutros aspetos, enquanto não tomarem o poder forças políticas verdadeiramente interessadas no progresso do país, não só económico mas também moral, cívico e cultural.
Não baixemos os braços. 
A mudança partirá sempre de cada um de nós e da força das nossas convicções.
Miserável gente, esta, instalada nos poderes que corrompe ou que se deixa comprar e vender a troco de sangue, dor e miséria cultural, como são este e outros espetáculos com animais. 
Miserável e perigosa. Demoníaca.
Pobre gente, aquela que isto consente a troco de uma paz cinzenta, conscientemente instalada na inércia dos seus dias, ferindo fatalmente uma cultura de paz entre todos os seres, aqui como no resto do mundo.
E que Igreja esta, a igreja colaboracionista de má memória! A Igreja do terror!


Nazaré Oliveira 

*foto do Jornal Digital 12.9.14

sábado, 13 de setembro de 2014

Portugal e a dívida pública



"Se cada vez se corta mais e mais em salários e pensões e mais empresas públicas se vendem e a dívida pública, mesmo assim, continua a subir, sobra um vocábulo: Incompetência!"


Absolutamente de acordo, Dr. Carlos Moreno! Já agora, alguns dados mais objetivos que selecionei:




 


A dívida pública na óptica relevante para Bruxelas aumentou 9,6 mil milhões de euros face ao final do ano passado. A meta para o final do ano assumida pelo Governo é de 130,2%. 
A dívida pública contabilizada na óptica de Maastricht, isto é a utilizada como referência nas instituições europeias, atingiu os 134% do produto interno bruto (PIB), ou 223,3 mil milhões de euros no primeiro semestre, revelam dados do Banco de Portugal.

Este valor representa um aumento de 1,2 pontos percentuais face à dívida de 132,8% do PIB registada no primeiro trimestre, então nos 220,7 mil milhões de euros. Este ano a dívida pública aumentou 9,6 mil milhões de euros.

O valor no final de Junho é superior à meta planeada para final do ano - 130,2% do PIB - e representa um aumento de quase 5 pontos percentuais face aos 128,9% do final de 2013. O objectivo do Governo de obter uma inversão na trajectória crescente do peso da dívida pública no PIB tem vindo a ser adiado desde o ano passado. Deverá agora acontecer em 2015, inscreveu o ministério das Finanças no Documento de Estratégia Orçamental. 

BES não afecta, mas dívida já estava na almofada

A injecção de dinheiro na recapitalização do Novo Banco não afectará o valor da dívida pública, pois os 3,9 mil milhões de euros já estavam incluídos na almofada financeira que Governo acumulou para apoiar a saída do programa de ajustamento sem um programa cautelar. Este dinheiro, que representa quase metade dos depósitos das instituições públicas, dá um contributo relevante para o elevado "stock" de dívida.

De facto, descontando o valor dos depósitos, e obtendo-se assim uma medida de endividamento líquido, a dívida pública na óptica de Maastricht atinge os  122,4% do PIB ou 204,1 mil milhões de euros, isto é menos, 19,2 mil milhões de euros. Mesmo assim acima da barreira psicológica assumida durante a crise europeia de 120% do PIB, a partir da qual a situação orçamental tende a ser classificada como perigosa.

A redução desta almofada financeira será crucial para o início da redução do "stock" de dívida pública planeado para 2015 e anos seguintes. Os 3,9 mil milhões de euros que serão injectados no Novo Banco, embora não aumentam a dívida já assumida, podem atrasar este ritmo de redução, caso o pagamento ao Estado não seja feito nos próximos anos. O plano do Governo e do Banco de Portugal é, no entanto, que tal aconteça este ano.

Dívida pública total já é de 165,1% do PIB

Uma outra medida do endividamento público também divulgada pelo banco central considera todas as entidades públicas não financeiras, mesmo aquelas que não são admitidas no perímetro contabilístico das regras europeias. Estão lá, por exemplo, algumas empresas públicas e créditos comerciais assumidos por entidades públicas. Neste caso o endividamento do sector público não financeiro é de 275 mil milhões de euros, calcula do Banco de Portugal.

Este valor representa um aumento de 3,9 mil milhões de euros face aos 271,1 mil milhões de euros no final de 2013. Em 2011 o endividamento segundo este indicador era de 240,1 mil milhões de euros, ou 140% do PIB.




Dívida pública continua a subir e atinge 134% do PIB no primeiro semestre
21 Agosto 2014, 11:53 por Rui Peres Jorge | rpjorge@negocios.pt