Chegou à minha caixa de correio esta "Malabarice"!
Um dia, Passos Coelho inventou este termo a propósito de qualquer coisa:
"malabarice". Não explicou, mas esta filha do malabarismo e da
vigarice, que não existe ainda nos dicionários, foi uma magnífica contribuição
para a literatura nacional, que só posso saudar.
"Malabarice" é o que estamos a viver hoje.
"Malabarice" é o secretário-geral do Parlamento apresentar
informações falsas para proteger o seu correligionário, quando tem obrigação de
prestar informações verdadeiras.
"Malabarice" é Passos Coelho fingir que abdicou de 10% a título
de exclusividade quando recebia 15% por ser vice-presidente da bancada, o que o
impedia de receber os malabaristas 10%.
"Malabarice" é receber um subsídio de reintegração quando já se
tem um trabalho pago e se continua a ocupar o mesmo posto no mesmo trabalho
pago.
"Malabarice" era uma empresa que pedia por intermédio de um
amigo (Miguel Relvas) um financiamento de 1,2 milhões para formar 1.063
técnicos para 9 aeródromos, dos quais só 3 estavam abertos e tinham dez
trabalhadores.
"Malabarice" foi agora a explicação de Passos Coelho para o
dinheiro que recebeu da Tecnoforma enquanto declarava exclusividade no
Parlamento.
"Malabarice" é dizer que não recebeu qualquer remuneração certa
e jogar com palavras, quando se fazia pagar em despesas de representação, que
na época era a forma de não pagar imposto.
"Malabarice" é não dizer quanto recebeu nessas despesas de
representação.
"Malabarice" é viver com subterfúgios para não pagar impostos e
depois impor um colossal aumento de impostos aos trabalhadores e reformados.
"Malabarice" é dizer a todos os outros que vivem acima das suas
possibilidades e usar todas as suas próprias possibilidades para não pagar os
seus impostos.