No dia 12 deste mês, a LUSA
noticiava que a Inspeção-geral das Atividades Culturais (IGAC) tinha concedido pela
primeira vez autorização excecional para um espetáculo com touro de morte, na
vila medieval de Monsaraz, no Alentejo.
A autorização excecional por parte da IGAC «surge na sequência de duas
decisões em tribunal que já tinham transitado em julgado», conforme declaração
do presidente daquela câmara.
Decisões em tribunal… Autorizações especiais da Inspeção
geral das atividades culturais… VERGONHOSO! Tanto que há para fazer nos
tribunais, tanto que há para inspecionar culturalmente neste país e anda esta
canalhada a apoiar espetáculos de morte e a promove-los!
VERGONHOSO o trajeto cultural que este pequenino país vai
trilhando, para um retrocesso cada vez mais acelerado que nos distanciará irremediavelmente
dos grandes valores humanistas e das boas práticas morais e cívicas pelas quais
a harmonização da sociedade inevitavelmente deveria passar.
Mas o mais odioso e mais intragável é saber que há gentinha
que ADORA e TEM PRAZER com este espetáculo sádico e de morte! Morte de
inocentes!
Num cada vez mais apregoado estado de direito, pelos nossos
deputados ou pessoas com responsabilidades políticas e sociais, é nojento e
abominável o caráter de exceção que dão
a tantas leis e criminosa a ligeireza com que as promulgam e deixam (mandam) cumprir. Como esta.Como a de Barrancos.
E continuará o descalabro, neste e noutros aspetos, enquanto não tomarem o
poder forças políticas verdadeiramente interessadas no progresso do país, não
só económico mas também moral, cívico e cultural.
Não baixemos os braços.
A mudança partirá sempre de cada um de nós e da força das nossas convicções.
A mudança partirá sempre de cada um de nós e da força das nossas convicções.
Miserável gente, esta, instalada nos poderes que corrompe ou
que se deixa comprar e vender a troco de sangue, dor e miséria cultural, como
são este e outros espetáculos com animais.
Miserável e perigosa. Demoníaca.
Pobre gente, aquela que isto consente a troco de uma paz cinzenta,
conscientemente instalada na inércia dos seus dias, ferindo fatalmente uma
cultura de paz entre todos os seres, aqui como no resto do mundo.
E que Igreja esta, a igreja colaboracionista de má memória! A
Igreja do terror!
Nazaré Oliveira