sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Como o Estado gasta (tem gasto) os dinheiros públicos

De 18/10/2010, imaginem!
 
O jornalista Mário Crespo entrevista o Juiz Conselheiro Prof. Dr. Carlos Moreno sobre as PPP - Parcerias Público Privadas - sobre o tema em questão. No fundo, o que aqui se discute e revela (mais uma vez!) é como o Estado gasta (tem gasto) o nosso dinheiro!
Não deixem de ver.
 

A sacanagem política ou a política da sacanagem


Impressionante esta sacanagem constante aos direitos, liberdades e garantias individuais, institucionalmente apoiada por quem desavergonhadamente se tem servido do poder e da governação para singrar na política, má política fazendo!

Apoiam-se fundações fantasmas, gabinetes fantasmas, gestores públicos sem escrúpulos mas com salários milionários, mordomias, impunidades e benesses oficiais de toda a ordem e feitio a quem do estado se serve ou serviu, esbanjamento do erário público escandalosamente diluído em orçamentos despudoradamente apresentados como inevitáveis e urgentes, apropriação e distribuição de cargos e títulos à boa maneira absolutista e até a manutenção de “lugares cativos” na Política, como se a Política ou a participação na Política um dever não seja ou deva ser, ao serviço do bem comum e do país, ontem como hoje e sempre.

A troika não vê isto nem outras situações de descalabro financeiro e até moral que têm inundado este país, como ervas daninhas, e constituído uma ofensiva brutal aos direitos legitimamente conquistados pelos trabalhadores deste país… porque não quer ver. Melhor, só tem visto o que lhe interessa e só tem ouvido, de forma tendenciosa, claro, uma das partes, exatamente a parte que defende a manutenção destas situações e que, cobarde e impunemente contribuem para que este cada vez maior abismo entre quem trabalha e quem goza com o trabalho dos outros se agigante cada vez mais.

Que se esconde? Que se quer continuar a fingir que não existe ou não se sabe que existe? Onde estão os documentos “negociados” com a troika? Em que moldes foram apresentadas as situações e os problemas e que tipo de soluções foram propostas?

Ouviram-se, efetivamente, os parceiros sociais? Teve-se em conta, efetivamente, esses parceiros sociais? Comprometeram-se os partidos com assento na AR, particularmente, o PS, também ele fator de instabilidade causada pelo seu anterior governo? Ouviram-se, efetivamente, os outros partidos com assento na AR?

“Andámos” a fazer de conta muitos anos mas, agora, já nada disso conta nem mesmo fazer de conta!

 Entrámos no descalabro total com os últimos governos que temos tido. Uma vergonha: fascizantes, medíocres, atentatórios das conquistas de um povo amordaçado que no dia 25 de Abril de 1974 pensou ter-se livrado de vez dos vampiros políticos e dos ladrões engravatados!

Senhor primeiro-ministro, senhores ministros, senhores deputados, senhor presidente da República, senhores ex-presidentes da República, senhores da Igreja Católica, senhores militares, “doutores” deste país: o desespero do nosso povo, que da vida só trabalho conhece e dores tem sentido, entrou no limite da sua capacidade de resistência!

Não vêem isso? Não sentem isso? Não vêem porque não querem ver e não sentem porque a crise nunca vos afetou nem afetará. Tal como à troika.

O povo saiu à rua dia 15 deste mês. Contra a injustiça social, a fome e a miséria que grassam por aí, assustadoramente, e contra as políticas antidemocráticas que  já comprometem a nossa soberania.

A sua luta será imparável como imparável deve ser a defesa das conquistas de Abril e da nossa Constituição.

Como tanto se ouviu (e ainda bem) na fantástica manifestação de Lisboa daquele dia, na qual participei, O POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO mas, por favor, não consintamos mais que subvertam e se apropriem da decisão popular legitimada pelo seu voto, mentindo, ludibriando e abusando de todos os que a custo continuam a sobreviver e a lutar por aquilo a que têm direito:  DIGNIDADE, JUSTIÇA E OPORTUNIDADES IGUAIS PARA TODOS.

Fascismo? Nunca mais!

Bastou. Basta!

 

Nazaré Oliveira

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

"Porca miseria!"

Um excelente artigo de Clara Ferreira Alves de 22 de Outubro de 2007 (EXPRESSO).
Continua atual. "Porca miseria"!
(as frases postas em evidência foram selecionadas por mim e o título é da minha autoria)


Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.

Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia que se sabe que nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado. Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve. Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços do enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura. E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogues, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade. Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa e Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Bragaparques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muito alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos? Vale e Azevedo pagou por todos. Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros. Quem se lembra dos doentes infetados por acidente e negligência com o vírus da sida? Quem se lembra do miúdo eletrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático? Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico? Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana? Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?

Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma. No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém? As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não substancia. E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou? E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu? Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu. E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê? E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára? O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha. E aquele médico do Hospital de Santa Maria suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina? E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.

Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento. Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade. Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusavam, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra. Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de proteções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade. Este é o maior fracasso da democracia portuguesa e contra isto o PS e o PSD que fizeram? Assinaram um iníquo pacto de justiça.

Clara Ferreira Alves 

domingo, 16 de setembro de 2012

"Bardamerda e caladinhos"

Como um patrão (Jorge Rebelo de Almeida, da Conferação de Turismo e presidente do Grupo Vila Galé) classificou a austeridade em 30 segundos, durante o programa de José Gomes Ferreira -"Negócios da Semana", na SIC Notícias.
13 de Setembro de 2012
 


Gostei de ter ouvido este senhor. Com toda a correção e educação, citou uma frase que, de facto, traduz aquilo que eu própria também penso da atualidade política, isto é, de “quem manda em nós” e como manda em nós, mais especificamente, como nos vêem e como querem que sejamos e estejamos: "Bardamerda e caladinhos!"

Homem direto, frontal. Gostei. Absolutamente de acordo!
Dos "outros (as)" estamos nós fartos: dos (as) hipócritas, dos (as) cínicos(as), dos(as) "politicamente corretos”(as), dos lambedores de botas.

O nosso país também seria um país melhor se houvesse gente com responsabilidades governativas (e não só!) que não fugisse à verdade e que não fingisse ser o que nunca conseguirão ser: SÉRIOS.

Vivem de aparências constantemente encenadas nos jogos de poder que manhosa e sistematicamente JOGAM.
 
 
 
nazaré oliveira

Ordenados milionários

http://expresso.sapo.pt/veja-os-rendimentos-de-15-politicos-portugueses-antes-e-depois-de-passarem-pelo-governo=f680329

Não é novidade mas é sempre revoltante voltar a ver aquilo que há muito sabemos: ordenados milionários que descapitalizam o nosso país!
Como é que isto foi sendo permitido?
Estes ordenados, estas "personalidades" (faltam aqui muitas mais!) também foram um dos fatores mais gravosos que levaram o nosso país e as nossas Finanças e Economia a chegar ao estado a que chegaram! Mas, o mais grave é que esta e outra gente como esta passa pela crise de forma perfeitamente incólume e estranhamente intocável em matéria de taxação de impostos, situação que considero das maiores barbaridades que o atual executivo continua a consentir ou a não fazer com a dimensão e alcance que se esperavam pois, dinheiro há, sim, nestes e em tantos outros, sem necessidade dos criminosos saques aos salários de pensionistas e trabalhadores comuns que, estes sim, desgraçadamente vão sucumbindo face à austeridade para que estes lordes continuem como até aqui.
Como é que isto não era previsível?
Vomitando as palavras de sempre e esgrimindo argumentos com que cinicamente criticam quem o mesmo fez ou continua a fazer, falam como quem cospe e salivam de prazer porque nada os perturba na sua sede de protagonismo e de ganância. Nada nem ninguém.
Muitos destes fazem parte da lista dos "nossos" bem-falantes, dos "nossos" costumeiros experts -comentadores, mesmo que só digam trivialidades.
Que triste país com triste gente!
Sempre as mesmas caras de uma CasaNostra prenhe de corrupção e do tráfico de influências que atolou o nosso país e os mais pobres num poço de desesperança e de angústia permanente.
Ainda mais me revoltam quando os ouço ou leio, nas TVs, jornais e rádios, criticando os atuais políticos e as atuais políticas, quando eles próprios foram e são, também, os nossos carrascos e a nossa vergonha.
Falam como se da crise mal lhes tenha vindo!
Não há justiça neste país, não senhora!  Nem justiça nem vontade de a fazer.

nazaré oliveira

Tens razão, GANDHI!


quinta-feira, 6 de setembro de 2012

NOTAS mínimas de entrada para o Ensino Superior


A nota mínima de entrada em Medicina subiu este ano para 18 valores, mais um do que no ano passado, indicam os dados do Ministério da Educação e Ciência (MEC).

De acordo com os resultados da primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior, a nota mais baixa de entrada em Medicina, o curso que tem das médias mais altas a nível nacional, foi 18,02 (em 20), no acesso ao Ciclo Básico de Medicina da Universidade da Madeira.

No ano passado, o mesmo curso teve nota mínima de entrada de 17,82.

As notas de acesso mais altas verificaram-se nos cursos de Medicina da Universidade do Porto: 18,63 na Faculdade de Medicina e 18.55 no Instituto de Ciências Médicas Abel Salazar.

Na Universidade do Minho registou-se a terceira nota mais alta para entrada no curso de Medicina: 18,45.

Para entrar no curso da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, a nota mínima foi 18,35, enquanto em Lisboa a nota mais baixa que permitiu aceder ao curso foi 18,2, na Universidade de Lisboa e 18,12, na Universidade Nova.

Segundo dados do MEC, ficaram colocados 42.243 alunos, o que representa 91 por cento das 46.636 candidaturas válidas.

A área de Ciências Sociais, Comércio e Direito foi a preferida pelos alunos no concurso de acesso ao ensino superior deste ano, com mais de doze mil colocações, segundo dados do Ministério da Educação e Ciência (MEC).

A área de Engenharia, Indústrias Transformadoras e Construção foi a segunda nas preferências dos alunos, com mais de nove mil colocações, seguindo-se Saúde, com cerca de 7500 entradas.

Das áreas principais de classificação dos cursos, a Agricultura foi a menos procurada, registando-se apenas 706 entradas, com cerca de 500 vagas a sobrar para a segunda fase.

Este ano entram 42243 alunos na primeira fase, de entre 46.636 candidatos aceites ao concurso. Em 2010 entraram 45.592 na primeira fase, de 51.842 candidaturas aceites.

Com 53.500 vagas disponíveis no total, sobraram para a segunda fase mais de 3500 vagas quer na área de Ciências Sociais quer de Engenharia.

Enquanto as notas mais altas de entrada se registaram nos cursos de Medicina - a rondar os 18 valores - , no outro lado do espectro estão cursos com médias de entrada inferiores a 10, como Ciências da Educação e Formação na Universidade do Algarve ou Gestão da Qualidade na Universidade de Aveiro.

De 19 a 30 de Setembro decorre a segunda fase do concurso, cujos resultados serão divulgados a 6 de Outubro.

 
por Lusa18 setembro 2011



Já agora, um artigo que escrevi em tempos sobre alunos/entrada em Medicina... médicos estrangeiros requisitados para o nosso país... 
http://suricatina.blogspot.pt/2011/09/alunos-faculdades-de-medicina-medicos.html