terça-feira, 31 de julho de 2018
Campanha em Marrocos: "Sê um homem e cobre as tuas mulheres"
Logo
pela manhã, esta notícia no DN dava conta de mais uma situação abominável à luz
dos Direitos Humanos e da Igualdade de Género que sempre defenderei:
Em Marrocos, obcecados sexuais
pertencentes a várias organizações conservadoras, incluindo a "consciência
marroquina", a hashtag #konrajoulan ("sê um homem"), lançaram no
facebook a campanha 'Sê um homem e cobre as tuas mulheres', acompanhada
da imagem de uma figura de negro da cabeça aos pés, sobre fundo amarelo, e os
dizeres "sê um homem e não deixes as tuas mulheres
e filhas saírem vestidas de modo pornográfico".
Num dos posts, o primeiro comentário
diz: "Sim, não queremos as nossas mulheres
vestidas de puta.”
A
dura realidade para milhares de mulheres, a dura luta que continua a ser
travada contra culturas e mentalidades que estagnaram ao serviço do homem-macho
e cada vez mais embrutecido pelo poder que julga ter por possuir um pénis e no qual fundamenta a legitimidade das suas monstruosas convicções sobre a relação homem-mulher.
Vangloriando-se e autopromovendo uma virilidade "assente na cobrição" e numa sexualidade claramente amputada de valores e princípios onde não há lugar ao diálogo nem ao prazer mas ao poder e ao autoritarismo assentes no pressuposto de que ser homem e ter um pénis é o bastante para ser superior à mulher, subjuga-a, escraviza-a e esvazia-a completamente da dignidade e do respeito que sistematicamente lhe rouba através da violação, do assédio e obscenidades verbais proferidas e da menoridade cívica e intelectual com que é olhada e tratada.
Vangloriando-se e autopromovendo uma virilidade "assente na cobrição" e numa sexualidade claramente amputada de valores e princípios onde não há lugar ao diálogo nem ao prazer mas ao poder e ao autoritarismo assentes no pressuposto de que ser homem e ter um pénis é o bastante para ser superior à mulher, subjuga-a, escraviza-a e esvazia-a completamente da dignidade e do respeito que sistematicamente lhe rouba através da violação, do assédio e obscenidades verbais proferidas e da menoridade cívica e intelectual com que é olhada e tratada.
Felizmente que há organizações e gente corajosa e
determinada, caso de Betty Lachgar, incansável nas petições e declarações enviadas ao Governo para que findem estas agressões consentidas e institucionalizadas.
E tudo isto num país que continua a ser um dos destinos preferidos dos portugueses mas não o meu.
Um país sobre o qual um inquérito da Unicef em 2014 revelou que mais de 63% das mulheres consideram que "por vezes se justifica" sofrerem algum tipo de violência física por parte dos cônjuges.
E tudo isto num país que continua a ser um dos destinos preferidos dos portugueses mas não o meu.
Um país sobre o qual um inquérito da Unicef em 2014 revelou que mais de 63% das mulheres consideram que "por vezes se justifica" sofrerem algum tipo de violência física por parte dos cônjuges.
Um país no qual um programa da TV estatal mostrou, em 2016, como "disfarçar" com
maquilhagem as marcas dessa violência, um país onde apalpões e piadas obscenas
ditos por homens a desconhecidas na rua são de tal forma "normais"
que os guias de viagem aconselham as turistas a nunca andar sós, a nunca entrar
em cafés (considerados reino masculino) e a ter muito cuidado na praia...
Marrocos, um país aqui
tão perto!
Segundo o PÚBLICO de ontem, esta campanha foi lançada no início de Julho para impedir as marroquinas
de usarem biquíni ou fatos de banho e está a agitar as redes sociais.
'Sê um homem e cobre as tuas
mulheres'?
Majda Avrani, mulher marroquina citada pelo DN, já lhes respondeu:
'Sê um homem e rala-te com o teu cu'.
Nazaré Oliveira
PS:
Não deixem de ler
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/29/internacional/1532873887_330458.html
PS:
Não deixem de ler
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/29/internacional/1532873887_330458.html
segunda-feira, 30 de julho de 2018
Ricardo Robles
Raquel Varela (facebook)
27 de Julho 2018 às 11:54
Rebentou o escândalo Robles, vereador
da capital do Bloco de Esquerda. Comprou por 400 mil, fez 1 milhão de obras
financiadas (fez questão de dizer com a CGD) e quer vender por 5,7 milhões.
Explicou que é tudo legal. E é. Como é legal viver de juros da dívida pública
ou colocar dinheiro em off shores e depois reinvesti-lo aqui na forma de
empréstimos bancários para fazer,por exemplo, obras em casas a ser vendidas -
será o próximo passo empreendedor do vereador do BE? É um escândalo mesmo, e é
indiferente se foi a direita que o colocou cá fora e com que intenções porque
os factos existem, independentemente do mensageiro.
Se a esquerda gastasse 5% do tempo a
estudar a teoria do valor de Marx em vez de dedicar-se a ser uma espécie de
braço da ONU, especializada em palavras bonitas e boas intenções, ninguém tinha
dúvidas porque estamos perante um escândalo. Que no mínimo exigiria a demissão
imediata do vereador eleito. Especulação imobiliária não é vender uma casa e
comprar uma melhor, não é ir a um bom restaurante, não é fazer obras na casa de
férias - tudo isso é fruto de rendimento do trabalho, do nosso trabalho, que
varia consoante a formação e outros factores, e não do trabalho alheio.
Especulação imobiliária é rentismo parasitário. Vou ser didáctica. O valor é
distribuído a partir da produção real em renda, juro e lucro. Mas todo o valor
tem origem no trabalho produtivo real. Se eu ficar a olhar para 6 milhões de
notas e cuidar delas como o Zé das Medalhas, dar-lhes beijinhos e festinhas,
cantar-lhes ao ouvido, 24 horas depois ou 24 anos depois eu tenho 6 milhões de
notas. Nada mais. Dinheiro não faz dinheiro. Esse capital só se amplia se
passar pela produção real. Para gerar uma mais valia de 4 milhões de euros é
preciso esmifrar até ao tutano milhares de trabalhadores produtivos,
industriais e outros, aqui ou na China - dinheiro que aqui chega para pagar
estes especuladores Lisboetas ou Parisienses via Bancos. Na verdade Lisboa
torna-se uma cidade insuportável mas o custo maior da especulação é a
intensificação da exploração do trabalho produtivo que tem que pagar estes
super-lucros - esse problema é tão ou mais grave do que a descaracterização da
cidade e mesmo a falta de casas para quem trabalha. É levar os trabalhadores do
mundo industrial - à escala mundial - à exaustão para fazer com que de 1 milhão
se passe para 5 milhões. Robles propõe-se na verdade viver como António Mexia
ou qualquer accionista de um Banco, à custa de (muito) trabalho alheio.
E não, a esquerda não é monástica. Não
faz votos de pobreza. Viver bem do trabalho, com qualidade de vida, é urgente,
precisamos de bem-estar e qualidade de vida sim. Mas viver de especulação é uma
imoralidade. Legal, pois claro. Mas Robles tentou lavar a alma, explicando que
as obras tiveram empréstimo de um banco público - a CGD, falida, recapitalizada
com o dinheiro do SNS e da educação, assim é mais bonitinho o negócio. E, por
fim, fez um acto de caridade, aluga uma das casas por 170 euros a uma pobre
família, quem sabe se a uma família de um trabalhador produtivo?...Oh Dear,
muito obrigada Senhor! Bem hajas pelo teu acto! Nós vos agradecemos. Do
socialismo na gaveta ao socialismo no caixão.
Escusado será dizer que a direita tem
pouco a queixar-se - criaram o monstro de que tudo é vendável, incluindo o
direito à habitação e à cidade, inventaram a laboração contínua nas fábricas
explicando que «tem que ser» porque «o país precisa», ou seja, as casas que se
vendem por magia por 5 vezes mais de um dia para o outro são a tortura da linha
de montagem de tipos que trabalham de sábado a sábado. O que é impressionante é
que alguém de esquerda ouse desconhecer isto e ainda se arrisque a justificar o
injustificável.
sábado, 28 de julho de 2018
quinta-feira, 26 de julho de 2018
Meus queridos touros!
Como
é possível, meu Deus, alguém defender, promover e ir ver esta crueldade sem
limites, esta dor inimaginável de um ser que nada fez de mal, que merece viver
com dignidade, tal como eu, como nós?
Gente
diabólica...
Reparem
no focinho daquela gentalha, a começar pelo do toureiro... Olhem quanto sofrimento
na expressão deste nobre animal...
Lutarei
sempre por vocês, queridos touros, até ao dia da vossa libertação destas bestas
que vos infernizam a vida e nos dilaceram a alma.
Nazaré
Oliveira
quarta-feira, 18 de julho de 2018
O governo português e a sua visão de democracia e equidade
O governo continua a dizer, a teimar,
a mentir...
Não há dinheiro para pagar
a quem deve?
Não há dinheiro para
devolver o que retiraram injusta e descaradamente aos professores (9 anos e
mais de 4 meses) e outros trabalhadores, mas há dinheiro para estas mordomias,
estas elites financeiras, assim, despudoradamente, como se tudo isto fosse
indispensável e absolutamente vital para o país.
Segundo anuncia o PÚBLICO de hoje,
dezenas de altos quadros da empresa que herdou a gestão das dívidas do BPN têm
ao seu dispor carros topo de gama, com várias regalias associadas, pagando o Estado
a dois antigos responsáveis do núcleo duro de José Oliveira Costa um salário
mensal em torno dos 12.600 euros.
“A empresa pública Parvalorem atribuiu a um
grupo de altos quadros da empresa, ex-responsáveis do antigo BPN, 23 “viaturas
familiares” topo de gama, a quem paga ainda o combustível até 300 euros por
mês, bem como seguros e parques de estacionamento. As conclusões constam da
auditoria da Inspecção Geral das Finanças à Parvalorem, que identifica práticas
salariais em linha com as que estavam em vigor no BPN, antes da nacionalização
(...) existem
situações que superam os 6700 euros que o Presidente da República aufere
mensalmente (...) 67 trabalhadores levam para casa menos de 1500 euros e 64
recebem entre 1500 euros e três mil euros. Os restantes 44 ex-bancários
têm salários acima dos três mil euros: 29 auferem entre três mil e cinco mil
euros; 13 entre cinco mil e 10 mil euros. E há dois casos que se destacam a
superar os 10 mil euros. Trata-se do ex-administrador do BPN Armando Pinto, que
na Parvalorem dirige os serviços jurídicos, e do ex-director de informática de
Oliveira Costa, Carlos Venda, que Francisco Nogueira Leite manteve no cargo,
ambos com vencimentos a rondar os 12.600 euros.”
... Sem falar dos perdões de dívidas de 159 milhões e em prejuízos anuais superiores a 100 milhões de euros!
Mais um caso a merecer a profunda reflexão
dos eleitores.
Que dizem os partidos que têm “aguentado”
este governo (o BE e o PCP)?
E o Presidente da República?
Onde pára a decência, a ética política
e a transparência que tanto apregoam?
Nazaré Oliveira
Ler também https://www.publico.pt/2018/07/08/economia/noticia/estado-da-bonus-de-meio-milhao-a-antiga-equipa-de-oliveira-costa-no-bpn-1837244
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