domingo, 15 de julho de 2012

Alemanha? Haja vergonha!

Em 1953, a Alemanha de Konrad Adenauer entrou em default, falência, ficou Kaput, ou seja, ficou sem dinheiro para fazer mover a actividade económica do país. Tal qual como a Grécia actualmente.

A Alemanha negociou 16 mil milhões de marcos em dívidas de 1920 que entraram em incumprimento na década de 30 após o colapso da bolsa em Wall Street. O dinheiro tinha-lhe sido emprestado pelos EUA, pela França e pelo Reino Unido.

Outros 16 mil milhões de marcos diziam respeito a empréstimos dos EUA no pós-guerra, no âmbito do Acordo de Londres sobre as Dívidas Alemãs (LDA), de 1953. O total a pagar foi reduzido 50%, para cerca de 15 mil milhões de marcos, por um período de 30 anos, o que não teve quase impacto na crescente economia alemã.

O resgate alemão foi feito por um conjunto de países que incluíam a Grécia, a Bélgica, o Canadá, Ceilão, a Dinamarca, França, o Irão, a Irlanda, a Itália, o Liechtenstein, o Luxemburgo, a Noruega, o Paquistão, a Espanha, a Suécia, a Suíça, a África do Sul, o Reino Unido, a Irlanda do Norte, os EUA e a Jugoslávia.

As dívidas alemãs eram do período anterior e posterior à Segunda Guerra Mundial. Algumas decorriam do esforço de reparações de guerra e outras de empréstimos gigantescos norte-americanos ao governo e às empresas. Durante 20 anos, como recorda esse acordo, Berlim não honrou qualquer pagamento da dívida.

Por incrível que pareça, apenas oito anos depois de a Grécia ter sido invadida e brutalmente ocupada pelas tropas nazis, Atenas aceitou participar no esforço internacional para tirar a Alemanha da terrível bancarrota em que se encontrava.

Ora os custos monetários da ocupação alemã da Grécia foram estimados em 162 mil milhões de euros sem juros. Após a guerra, a Alemanha ficou de compensar a Grécia por perdas de navios bombardeados ou capturados, durante o período de neutralidade, pelos danos causados à economia grega, e pagar compensações às vítimas do exército alemão de ocupação.

As vítimas gregas foram mais de um milhão de pessoas (38 960 executadas, 12 mil abatidas, 70 mil mortas no campo de batalha, 105 mil em campos de concentração na Alemanha, e 600 mil que pereceram de fome). Além disso, as hordas nazis roubaram tesouros arqueológicos gregos de valor incalculável.

Qual foi a reação da direita parlamentar alemã aos atuais problemas financeiros da Grécia? Segundo esta, a Grécia devia considerar vender terras, edifícios históricos e objetos de arte para reduzir a sua dívida.

Além de tomar as medidas de austeridade impostas, como cortes no sector público e congelamento de pensões, os gregos deviam vender algumas ilhas, defenderam dois destacados elementos da CDU, Josef Schlarmann e Frank Schaeffler, do partido da chanceler Merkel. Os dois responsáveis chegaram a alvitrar que o Partenon, e algumas ilhas gregas no Egeu, fossem vendidas para evitar a bancarrota.            

"Os que estão insolventes devem vender o que possuem para pagar aos seus credores", disseram ao jornal "Bild". Depois disso, surgiu no seio do executivo a ideia peregrina de pôr um comissário europeu a fiscalizar permanentemente as contas gregas em Atenas.

O historiador Albrecht Ritschl, da London School of Economics, recordou recentemente à "Spiegel" que a Alemanha foi o pior país devedor do século XX. O economista destaca que a insolvência germânica dos anos 30 faz a dívida grega de hoje parecer insignificante.

No século XX, a Alemanha foi responsável pela maior bancarrota de que há memória", afirmou. "Foi apenas graças aos Estados Unidos, que injectaram quantias enormes de dinheiro após a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, que a Alemanha se tornou financeiramente estável e hoje detém o estatuto de locomotiva da Europa. Esse facto, lamentavelmente, parece esquecido", sublinha Ritsch.             

O historiador sublinha que a Alemanha desencadeou duas guerras mundiais, a segunda de aniquilação e extermínio, e depois os seus inimigos perdoaram-lhe totalmente o pagamento das reparações ou adiaram-nas.            

A Grécia não esquece que a Alemanha deve a sua prosperidade económica a outros países.

Por isso, alguns parlamentares gregos sugerem que seja feita a contabilidade das dívidas alemãs à Grécia para que destas se desconte o que a Grécia deve atualmente.



Sérgio Soares, jornalista português

Contra o tráfico humano

Numa altura de grande desespero económico e social, a sociedade oferece o pior dos venenos: a compra da dignidade.

É nossa obrigação lutar contra isto mas, sobretudo, exigir que se criem, a nível nacional e internacional, mecanismos que combatam eficazmente quem destas pessoas se serve para ganhar cada vez mais dinheiro, dinheiro manchado com sangue e lágrimas de quem já vive morrendo, amordaçado que está ao suplício da prostituição, da venda de droga, do tráfico de mulheres e crianças e da escravatura a todos os níveis.

A Marca Publicidade, em parceria com a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género e o Governo Português apresentam em Portugal a Campanha "Coração Azul", uma iniciativa que tem como objetivo alertar e combater sobretudo o flagelo do tráfico de pessoas que atinge anualmente mais de 2.45 milhões de pessoas em todo o mundo.

É urgente defender mas, também, alertar.

Alertar para o perigo de quem à espera sempre está para destruir sonhos e vidas inocentes.

Malditos vampiros!

domingo, 8 de julho de 2012

Professores de Miguel Relvas




Muito pior do que saber que o aluno Miguel Relvas teve as equivalências que teve e que chegou a doutor sem estudar nada ou quase nada, e até mentiu e falseou informações, é saber que houve professores que o avaliaram sem nunca o terem visto naquela escola, como refere o EXPRESSO, havendo até agora um único e corajoso docente - coronel na reserva Almeida Tomé – que diz ter sido seu professor de Geoestratégia, Geopolítica e Relações Internacionais, assumindo que o teve como estudante.

Esses senhores professores que admitiram ao EXPRESSO só terem conhecimento que Miguel Relvas era licenciado neste curso, por esta Universidade, através dos jornais, o que deveriam fazer? O que vão fazer? O que se lhes deveria fazer, a eles e a quem disto há muito SABIA?

Não me venham com conversa! Não há hipótese de conversa alguma quando estamos perante mais um caso de gravíssima falta de profissionalismo e de ética profissional, a imputar à Universidade em geral mas, em particular, aos responsáveis que atribuíram, deste modo, as equivalências a este “aluno”, aos que concordaram com isso, aos que consentiram todas estas decisões, subscrevendo-as e assinando-as, dando despacho a mais uma vergonhosa decisão legislativa que dissemina cada vez mais a injustiça e a falta de Moral e Ética Política, na Educação (neste caso) mas também em tantos e tantos outros setores da nossa vida nacional.

"Era um aluno interessado e até modesto. Via-se que tinha bagagem, mas como tinha muitos afazeres veio pouco às aulas". A falta de assiduidade refletiu-se na nota final.”

O que é isto, meus senhores? Andam a fazer pouco dos professores sérios (que os há!), das Universidades sérias (que as há!) e dos estudantes sérios que a sério estudam!

“Via-se que tinha bagagem” (não sei como!) mas não se viu o que a olhos vistos era “claramente visto”: que era um oportunista e que, valendo-se da sua posição como deputado, solicitara equivalências que, certamente, se o não fosse, não pediria, pois neste país, infelizmente, interessa mais um canudo e um título de doutor ou engenheiro do que assumir com lealdade os compromissos que juraram cumprir naquela que deveria ser a nobre missão de governar e dirigir um país quando para tal foram investidos e mandatados.

Corrupção e compadrio, tráfico de influências e chantagem, manipulação de informações, falsificações, compra de favores, compra de silêncios, ameaças, tudo tem valido neste país, pelo que vemos, lemos, ouvimos, vamos sabendo, nesta ponta do iceberg que revolta e enoja tanto mais quanto mais a vamos vendo emergir.

“(…) mas como tinha muitos afazeres veio pouco às aulas". “A falta de assiduidade refletiu-se na nota final”.

Como? Passou a tudo! Onde estão os critérios de avaliação? Onde estão as provas efetuadas? Os enunciados dessas provas devidamente datados e arquivados e os documentos que se afixam sempre nas Faculdades com esse fim e nessas circunstâncias?
Vergonha, senhores professores que este aluno (e alunos como este) defendem! Vergonha, senhores professores que isto aceitaram!

A coerência e o brio profissional não podem estar sujeitas a pressões de espécie alguma, seja para avaliar um ministro ou o filho do senhor que varre a nossa rua.

Inconcebível este malabarismo pedagógico-político e esta esperteza saloia que tem tomado proporções gigantescas e sido tão frequente no nosso país!

Se fosse um simples professor de uma simples escola básica ou secundária, um  simples Conselho de Turma ou até  um simples Conselho Pedagógico a fazer isto a um simples aluno, caíam-lhe logo todos em cima, amedrontados que estão, sistematicamente, com o que possa resultar se a “fundamentação” do professor visado “não lhes bastar” ou “parecer não bastar ao Ministério”, ainda que esse aluno nunca na vida tivesse tido uma classificação positiva que demonstrasse, inequivocamente, que alguma coisa soubesse da sua disciplina, ou mesmo, ainda que assíduo ou fingindo-se assíduo tivesse sido.

Teme-se sempre, inclusive, a posição continuada e obstinada do encarregado de educação que pode sempre recorrer, depois, ao Ministério de Educação, para que o “menino” ou “menina” passem mesmo sem saber, numa clara afronta e desrespeito pelo trabalho de quem, por isso mesmo, o reprovou, e se recusa a passagens meramente administrativas, afinal, ainda em voga.

Mas o aluno Miguel Relvas e quem o avaliou, ultrapassou todos os limites do razoável!

É mais um escândalo na Educação! É mais um escândalo no nosso país! É mais um motivo de risota para a União Europeia e um murro no estômago da nossa democracia.

Nesta como noutras legislaturas, são atropelos a seguir a atropelos: desde licenciaturas feitas, ainda ninguém sabe como nem por quem, até avaliadores que desconhecem os avaliados mas cujas notas, supostamente, lhe atribuíram, passando por despachos feitos à pressa para um qualquer filho(a) de ministro entrar num curso ao qual não acederia se tal relação de parentesco com ele não existisse, tudo tem tido lugar neste país e nestas políticas de educação. Tudo do muito que ainda falta destapar!

Os Gato Fedorento faziam “Uma espécie de Magazine”. Os nossos governos e deputados têm feito uma espécie de Política”.

Vamos consentir que isto fique assim? Mais crimes sem castigo?

Se ainda há vergonha, por favor, demitam quem nos envergonha.



Nazaré Oliveira

Planeta não é sustentável sem controle do consumo e população

Níveis de consumo em países ricos são motivo de preocupação


O consumo excessivo em países ricos e o rápido crescimento populacional nos países mais pobres precisam ser controlados para que a humanidade possa viver de forma sustentável.

A conclusão é de um estudo de dois anos de um grupo de especialistas coordenados pela Royal Society (associação britânica de cientistas).

Entre as recomendações dos cientistas estão dar a todas as mulheres o acesso a planejamento familiar, deixar de usar o Produto Interno Bruto (PIB) como um indicativo de saúde econômica e reduzir o desperdício de comida.

O relatório da Royal Society será um dos referenciais para as discussões da Rio+20, cúpula que acontecerá na capital fluminense em junho próximo.

"Este é um período de extrema importância para a população e para o planeta, com mudanças profundas na saúde humana e na natureza", disse John Sulston, presidente do grupo responsável pelo relatório.

"Para onde vamos depende da vontade humana - não é algo predestinado, não é um ato de qualquer coisa fora (do controle) da humanidade, está em nossas mãos".

John Sulston ganhou renome internacional ao liderar a equipe britânica que participou do Human Genome Project, projeto responsável pelo mapeamento do genoma humano.

Em 2002, ele foi ganhador, junto com outro cientista, de um prêmio Nobel de Medicina, e hoje é diretor do Institute for Science Ethics and Innovation, na Manchester University, em Manchester.


Discussão retomada

Embora o tamanho da população humana da Terra fosse no passado um importante ponto de discussão em debates sobre o meio ambiente, o assunto saiu da pauta de discussões recentemente.


A expansão populacional ameaça a espécie das abelhas, fator não computado no cálculo do PIB

Em parte, isso aconteceu porque alguns cientistas chegaram à conclusão de que a Terra seria capaz de suportar mais pessoas do que o imaginado. Além disso, países em desenvolvimento passaram a considerar a questão como uma cortina de fumaça criada por nações ocidentais para mascarar o problema do excesso de consumo.

Entretanto, o tema voltou à pauta de discussões após novos estudos terem mostrado que mulheres em países mais pobres, de maneira geral, desejam ter acesso ao planejamento familiar, o que traria benefícios à suas comunidades.

Segundo a projeção "média" da ONU, a população do planeta, atualmente com 7 bilhões de pessoas, atingiria um pico de pouco mais de 10 bilhões no final do século e depois começaria a cair.

"Dos três bilhões extra de pessoas que esperamos ter, a maioria virá dos países menos desenvolvidos", disse Eliya Zulu, diretora execuriva do African Institute for Development Policy, em Nairóbi, no Quênia. "Só na África, a população deve aumentar em 2 bilhões".

"Temos de investir em planejamento familiar nesses países - (desta forma,) damos poder às mulheres, melhoramos a saúde da criança e da mãe e damos maior oportunidade aos países mais pobres de investir em educação".

O relatório recomenda que nações desenvolvidas apoiem o acesso universal ao planejamento familiar - o que, o estudo calcula, custaria US$ 6 bilhões por ano.

Se o índice de fertilidade nos países menos desenvolvidos não cair para os níveis observados no resto do mundo - alerta o documento - a população do planeta em 2100 pode chegar a 22 bilhões, dos quais 17 bilhões seriam africanos.


Ultrapassando Fronteiras

O relatório é da opinião de que a humanidade já ultrapassou as fronteiras planetárias "seguras" em termos de perda de biodiversidade, mudança climática e ciclo do nitrogênio, sob risco de sérios impactos futuros.


Pesquisadores recomendam o controle de natalidade em países em desenvolvimento
Segundo a Royal Society, além do planejamento familiar e da educação universal, a prioridade deve ser também retirar da pobreza extrema 1,3 bilhão de pessoas.

E se isso significa um aumento no consumo de alimentos, água e outros recursos, é isso mesmo o que deve ser feito, dizem os autores do relatório.

Nesse meio tempo, os mais ricos precisam diminuir a quantidade de recursos materiais que consomem, embora isso talvez não afete o padrão de vida.

Eliminar o desperdício de comida, diminuir a queima de combustíveis fósseis e substituir economias de produtos por serviços são algumas das medidas simples que os cientistas recomendam para reduzir os gastos de recursos naturais sem diminuir a prosperidade de seus cidadãos.

"Uma criança no mundo desenvolvido consome entre 30 e 50 vezes mais água do que as do mundo em desenvolvimento", disse Sulston. "A produção de gás carbônico, um indicador do uso de energia, também pode ser 50 vezes maior".

"Não podemos conceber um mundo que continue sendo tão desigual, ou que se torne ainda mais desigual".

Países em desenvolvimento, assim como nações de renda média, começam a sentir o impacto do excesso de consumo observado no Ocidente. Um dos sintomas disso é a obesidade.


PIB

A Royal Society diz que é fundamental abandonar o uso do PIB como único indicador da saúde de uma economia.

Em seu lugar, países precisam adotar um medidor que avalie o "capital natural", ou seja, os produtos e serviços que a natureza oferece gratuitamente.

"Temos que ir além do PIB. Ou fazemos isso voluntariamente ou pressionados por um planeta finito", diz Jules Pretty, professor de meio ambiente e sociedade na universidade de Essex.

"O meio ambiente é de certa forma a economia... e você pode discutir gerenciamentos econômicos para melhorar as vidas de pessoas que não prejudique o capital natural, mas sim o melhore", completa.

O encontro do Rio+20 em junho deve gerar um acordo com uma série de "metas de desenvolvimento sustentável", para substituir as atuais metas de desenvolvimento do milênio, que vem ajudando na redução da pobreza e melhoria da saúde e educação em países em desenvolvimento.

Não está claro se as novas metas vão pedir o compromisso de que os países ricos diminuam seus níveis de consumo.

Governos podem ainda concordar durante o encontro no Rio a usar outros indicadores econômicos além do PIB.


Richard Black, da BBC News, atualizado em 26 de abril, 2012 - 13:45 (Brasília) 16:45 GMT

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Starry starry night

Das composições mais lindas - de Don McLean - que tenho escutado e que continuo a escutar sempre, com muito prazer.
Foi-me dada a conhecer pelo meu querido amigo Nílton, que a tocava e cantava maravilhosamente!
Pena é que não consiga encontrar uma gravação deste tema com melhor qualidade técnica!



Neste vídeo, como fundo musical de trabalhos de Van Gogh, a qualidade da gravação é muito melhor, permitindo, ao mesmo tempo, apreciar trabalhos fabulosos deste genial pintor.


O nascimento do Homem



Atualizadíssimo e rigorosíssimo, proporcionando uma informação completa, apoiada numa vasta e muito bem selecionada bibliografia, suscitador de outras reflexões e aprofundamentos, este livro é, teria de ser por isto mesmo, tão bem escrito, tão fluente, o autor tão entusiasmado com o seu tema, que se lê com o interesse, com o prazer dum romance.
A partir das mais recentes descobertas dos especialistas, Robert Clarke traça a história, admirável, e não raro comovente, do desenvolvimento da Humanidade.
A emergência da linguagem, a invenção dos utensílios, a criação de culturas, fundam esse desenvolvimento pautado pelo advento do fogo, da arte, da agricultura, da metalurgia, da arquitectura e da escrita.

Ed. Gradiva