quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Na Grécia da crise


A propósito desta  notícia que li logo pela manhã, pensei, relativamente à Grécia:


Estão mal, muito mal, mas com a nobreza e dignidade necessárias para medidas destas tomarem em defesa dos mais vulneráveis.

 No meio de mais uma crise do capitalismo que trucida os países mais frágeis e os torna (tornou) cada vez mais dependentes dos grandes centros financeiros e políticos mundiais, a Grécia, apesar de tudo, não tem mostrado a arrogância de muitos dos nossos ministros nem da nossa governação, prepotente, tendenciosa, perversa, bem ao jeito de quem está na Política não com espírito de missão e dedicação ao outro, mas, numa posição de subalternidade que em nada honra o orgulho de um país e que em nada enobrece quem por “nós” delegado foi para nos representar em nome de valores como a democracia e a soberania nacional.

Como lacaios à espera da recompensa, perfeitamente esvaziados do QUERER e do SER, estão estupidamente servis a todas as ordens de comando do grande capital, mesmo com o sacrifício e a morte lenta do seu povo, ao qual tudo se lhe pede e tudo se lhe tira, até a vida ou a dignidade com que a vivem.

Formatados no servilismo que os tem caracterizado, moldado e estupidificado, os nossos governantes levarão bem fundo a nossa indignação mas, também, a nossa miséria, a nossa fome.

Servos e senhores. Senhores e servos.

Não se olha a meios para resolver (mais uma vez) os graves problemas sociais que políticas desastrosas assentes num capitalismo devastador e desumano têm provocado.

Não se tem olhado para a História e há quem interessado esteja que dela nos esqueçamos.

Mas as guerras mundiais, ambas despoletadas pela Europa e iniciadas na Europa jamais se esquecerão, como jamais se esquecerá a prepotência de uma Alemanha dos horrores que, sobretudo a partir dos anos 30 do século XX, para sempre nos perturbou.

E essa, foi também uma Alemanha de incumprimentos – a Alemanha de Hitler -, o monstro nazi que, também em nome da grandeza da nação e da conquista de “espaço vital” deixou atrás de si um lastro de sangue que jamais se esquecerá.

No meio da crise actual e do desespero que a mesma tem causado, ainda há quem sensível seja e sensível se mostre perante o pior dos desesperos, que é dar dignidade a quem nem voz tem para se fazer ouvir.
Nazaré Oliveira

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Ajudem a Síria!

Incrível o que se faz! Até nos hospitais!

A Síria dos horrores!

Mais uma vergonha, o que está a acontecer na Síria! O massacre e a tortura dos que heroicamente, reivindicam a LIBERDADE, mas, sobretudo, a DIGNIDADE como país e como povo.

Que vergonha, a posição da Rússia na ONU!
A posição da Rússia e a posição da China.


Vejam a posição do representante da Rússia!

Na O.N.U., os demais membros permanentes - Estados Unidos, França e Reino Unido - tentaram convencer principalmente a Rússia a aceitar a resolução. As negociações duraram toda a semana e continuaram até ao último minuto, ganhando intensidade após a denúncia do massacre em Homs, possivelmente o episódio mais violento desde o início da revolta contra Assad, há 11 meses. "É um dia triste para o Conselho de Segurança, para os sírios e para a democracia", disse o embaixador francês na ONU, Gerard Araud.

Arevés do porta-voz Martin Nesirky, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou que o veto sino-russo à resolução "enfraquece o papel das Nações Unidas e da comunidade internacional neste momento em que as autoridades sírias deveriam escutar uma só voz, pedindo o fim imediato da violência contra o povo sírio".

Pouco antes da votação, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que o ataque em Homs mostrou a "brutalidade impiedosa" de Assad e fez um apelo para que o Conselho de Segurança aprovasse a resolução.

"Assad deve pôr fim agora à sua campanha de assassinatos e de crimes contra o seu próprio povo. Deve dar um passo atrás e permitir que comece de imediato uma transição democrática", afirmou Obama, em comunicado.

Em Munique, onde líderes participaram de uma conferência sobre segurança, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, teve uma discussão acalorada com o chanceler russo, Sergey Lavrov, tentando convencê-lo a apoiar a medida.

O ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, considerou o massacre em Homs de “crime contra a humanidade” e enviou um recado para a Rússia dizendo que “aqueles que bloqueiam a adoção da resolução da ONU estão a assumir uma responsabilidade grave e histórica”.

Lavrov, porém, afirmou que a Rússia via dois problemas "cruciais" na resolução da ONU: poucas ressalvas à atuação de grupos armados de oposição e o potencial para prejudicar o diálogo nacional entre as forças políticas.

De acordo com o relatório da Amnistia Internacional, os manifestantes internados em hospitais estatais da Síria estão a ser sujeitos a tortura por parte dos médicos e enfermeiros.

Pacientes de, pelo menos, quatro hospitais geridos pelo Governo, foram torturados e mal atendidos por parte do 'staff'.

Tendo estado envolvidos no tratamento de protestantes feridos durante as manifestações, houve trabalhadores desses hospitais que também foram presos e torturados.

O relatório da organização para os direitos humanos revela que o Governo da Síria está a utilizar este método repressivo como forma de esmagar a oposição.
 
De acordo com o The Guardian, as autoridades sírias parecem ter dado 'carta branca' às forças de segurança para identificarem e torturarem manifestantes feridos e hospitalizados.

Um médico do hospital militar da cidade de Homs garantiu à Amnistia Internacional que viu quatro médicos e mais de vinte enfermeiras a agredir pacientes.
 
Entrevistada pela AI, uma testemunha - que se encontrava na sala de espera do hospital de Tel Kelakh - conta que viu um homem inconsciente ser entregue no hospital após um confronto com as forças de segurança. Ao acordar «estava rodeado de sete ou oito seguranças e de algumas enfermeiras. Quando abriu os olhos e disse: 'Onde estou?', o grupo que o rodeava começou subitamente a agredi-lo».

Neste momento os feridos evitam os hospitais públicos e procuram tratamento em hospitais privados, caso tenham possibilidades para tal, ou em hospitais de campanha mal equipados e com poucas condições.

O alto-comissário da ONU para os direitos humanos calculou que pelo menos 2.600 pessoas já terão morrido na Síria desde Março, mês em que se iniciaram os protestos contra o regime e a subsequente repressão das forças de Bashar al-Assad, presidente do país.

O número foi revelado por Navi Pillay, alto-comissário da ONU para os direitos humanos que sustenta a informação em «fontes credíveis presentes no terreno», ao memo tempo que classifica a situação síria como «ainda terrível» à medida que as forças do regime prosseguem os seus actos de repressão.

A ONU intensifica o seu alerta pois, defende Pillay, o panorama agravou-se «desde que o Conselho de Direitos Humanos e o Conselho de Segurança aprovaram uma resolução na matéria».

As declarações, proferidas esta segunda-feira a partir de Genebra, sede da organização, surge no mesmo dia em que o seu conselho anunciou que três peritos independentes em direitos humanos vão coordenar uma investigação internacional na Síria incidente sobre os abusos de direitos humanos.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

No Dia Mundial da Luta Contra o Cancro




No Dia Mundial da Luta Contra o Cancro, quero homenagear todos os lutam contra este cobarde invasor e destruidor das suas vidas, e quero homenagear, também, todos os que estudam e tentam travar este temível e terrível adversário, procurando a sua cura através de um trabalho e de um estudo que, em Portugal, é "tão esquecido" e tão pouco divulgado nos media, ao contrário dos golos , dos jogos e vidas privadas de alguns futebolistas, treinadores, de alguns dirigentes de clubes, de alguns models, das novelas, da dita socialité, de certos e certas apresentadoras de TV, de certos e certas cantoras "feitas à pressa", de certos atores e atrizes, de muitos e muitos gestores e banqueiros, de muitos e muitos deputados e ministros, enfim, de um triste país, pequeno país, que se encosta às pequenas coisas de mesquinha gente, esquecendo quem GRANDE O FAZ OU VAI FAZENDO, discretamente, humildemente, quase em silêncio!

Uma palavra de apreço, também, para os médicos e enfermeiros que dedicadamente trabalham nos hospitais e que tornam melhores os dias dos doentes oncológicos e os ajudam a suportar uma dor que breve os levará, com um sorriso, com dignidade, mesmo sabendo que o fim do caminho se avizinha e que sempre deles se abeirou, sem esquecer os que fazem do voluntariado nesta área uma forma, também, de amarem e de se darem a quem mais precisa.

No entanto, tal como disse o Presidente do Colégio de Oncologia (3.2.2012), é lamentável que continue a não haver um plano nacional que identifique necessidades e meios para diagnosticar e tratar o cancro, lembrando que os doentes andam “perdidos" e sem orientações concretas sobre os tratamentos.
Jorge Espírito Santo (JES), chamou a atenção para o facto de, em Portugal, "a doença oncológica ser o parente pobre" da área da saúde, lembrando que “há muita coisa para fazer”, sobretudo numa altura dramática como a que vivemos, na qual serão (e já estão) a ser duramente e desumanamente tratados estes e outros doentes crónicos, sem meios para continuar os tratamentos, sem dinheiro para a compra de medicamentos, para o aluguer de táxis, ambulâncias, para pagamento de exames auxiliares de diagnóstico específicos, sem falar da fome que grassa já nas suas casas e da falta de condições que a invernia vem agravando, estes, estes pobres doentes condenados, são o pior dos rostos da desgraça à qual o capitalismo selvagem os lançou, o pior dos rostos de uma justiça social e de uma política económica e financeira que continua a não olhar a meios para atingir os seus fins, mesmo que esse fim seja o pagamento de uma dívida para a qual nunca contribuíram, desgraçadamente secundarizados que estiveram, sempre, das luzes da ribalta, sempre negadas, sempre vedadas, até no momento em que uma morte digna seria o mínimo que um país decente deveria facultar para quem sempre dedicado lhe foi e até servil.

Este país não está a ser sério nem justo com as políticas de saúde que tem implementado! Sobretudo para com os doentes oncológicos e os doentes crónicos!
No caso dos doentes oncológicos, a Liga Portuguesa Contra o Cancro - Núcleo Regional Norte (LPCC/NRN)e, refere que Portugal gasta muito menos com um doente oncológico do que a média da União Europeia.

Segundo um estudo divulgado em 2009, a verba aplicada em Portugal em doentes de cancro representava 3.9 por cento do orçamento para a saúde, contrastando com os 8.15 por cento que representam os gastos com as doenças cardiovasculares e, de acordo com os números do INE relativos a 2010, os cancros na laringe, brônquios e pulmão são os que provocam mais mortes em Portugal (4.046), seguindo-se o cancro do cólon (2.650 mortes), do estômago (2.323), do tecido linfático (2.009) e da próstata (1.786 casos mortais registados).

«Os recursos que são consumidos no combate ao cancro - desde a prevenção até aos cuidados paliativos - são muito mais baixos do que o impacto que a doença tem na sociedade», defendeu JES.
Lembrando o «bolo global da área da saúde», o especialista critica o facto de a fatia gasta com o cancro ser «muito mais pequena do que o impacto da doença na sociedade».

Recordo que, segundo dados da Liga Portuguesa Cotra o Cancro, em 2010 morreram 42 mil pessoas, mais 20 por cento do que no ano anterior, e deverá «dentro de cinco a seis anos» tornar-se na principal causa de morte no país, ultrapassando as doenças cardiovasculares.
Três anos passados sobre a divulgação da Carta de Princípios de Coimbra e terminada a vigência dos quatro Planos Oncológicos Nacionais, “não temos nada para os substituir”, disse JES, acrescentando que "não se pode intervir numa área tão importante como o combate ao cancro sem envolver todos os atores: a ordem, as sociedades científicas e os doentes”.

E a sensibilização e sensatez dos nossos políticos, digo eu, quando propõem e, sobretudo, quando votam medidas legislativas que continuam a penalizar quem mais penalizado não pode estar – os condenados com esta doença (o cancro) – e o sofrimento horrível e indescritível dos seus familiares que, em silêncio, sufocam a dor e a raiva de uma morte anunciada.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Uma das notícias mais tristes que li!

Esta é uma das notícias mais tristes que tenho lido!
Ao que levou a pressão que exerceram sobre este homem e sobre o seu companheiro de sempre, o seu cão, que teve de eutanasiar!

Por que é que as pessoas não compreenderam que este homem era um homem de caráter, de valores, para quem "abater o seu amigo" seria, também para ele, o fim?

E foi.

Pôs termo à vida depois de ter sido pressionado a fazer o que fez ao seu (inocente) animal.

Chorei, confesso-vos, como sempre choro quando a revolta de outro modo não posso exteriorizar.


Nazaré Oliveira

1/28/2012 7:12 AM PST BY TMZ STAFF
Struggling Soap ActorCommits Suicide AfterEuthanizing Beloved Dog
Nick Santino and his beloved dog


A soap actor killed himself this week on his 47th birthday ... hours after he was forced to put his beloved dog to sleep under pressure from his Manhattan condo.

According to the NY Post the building had a ban on pit-bulls, but Nick Santino's dog had been grandfathered in ... which didn't sit well with some of the neighbors. Some claimed the dog was loud and aggressive, but others said building management was just harassing Santino ... trying to force him to get rid of the dog.

Santino had Rocco put to sleep on Tuesday -- for some reason he felt that was his only option.

According to the paper, a tearful Santino brought dog treats to the doorman and said, "Give these to the other dogs. Rocco is no more."

Later that day Santino left a suicide note that read, "Today I betrayed my best friend and put down my best friend ... Rocco trusted me and I failed him. He didn't deserve this."

Santino -- who has appeared on "All My Children" and "The Guiding Light" -- OD'd on pills early the next morning.

Rocco was cremated and friends told the Post Santino will be too.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

domingo, 29 de janeiro de 2012

Prós e Contras em Angola


Tenho lido comentários e críticas muito pouco construtivas e muito pouco elegantes sobre a jornalista Fátima Campos Ferreira e o programa Prós e Contras que fez a partir de Angola, dia 16 deste mês.

É lamentável, muito lamentável e até de um profundo cinismo e hipocrisia, que essas críticas venham e continuem a vir de gente que defende a Lusofonia e a cooperação entre os povos, mesmo de jornalistas de jornais ditos conceituados mas que, verdadeiramente, só estão interessados em denegrir quem a paz, a coesão entre os povos e a cordialidade das relações entre eles defende.

Foi isso que a FCF e a RTP foram fazer e permitir: um REENCONTRO. O REENCONTRO.

Mais a mais, quem a critica e quem o programa criticou, que tem feito em prol desse estreitamento de relações que tanto propagandeia? Agarrados que (só) estão a um passado histórico que existiu, estão longe de contribuir, como fez esta equipa e o programa, para um presente que é preciso renovar e incentivar, numa óptica de respeito pela soberania dos povos e pela própria intervenção jornalística que não tem nem deve ser sensacionalista nem catastrófica. Foi um programa que perspectivou um futuro promissor para muitos portugueses e para muitos angolanos que residem em Portugal.

Gostei de sentir isso porque acredito que a História de Portugal e a História de Angola não se resumirá, nunca, só à História do Colonialismo. E o programa mostrou, mesmo pelo nível dos intervenientes e pelos projectos que estão e pretendem levar a cabo, que outra realidade surgirá e está a surgir, sem aves agoirentas, claro, como estas sobre as quais falo.

Estas, esta gente que a critica, só se interessaria se o programa lhes trouxesse o que afinal também nós sabemos, lá como cá, que é a existência de situações menos boas, quer ao nível da governação quer a outros níveis. Mas o programa, que fez jus ao seu tema – Reencontro -, cumpriu-o. E eu gostei. Gostei muito. Fiquei orgulhosa. Das palavras à música, dos sons às cores…sentimos África. Torcemos por África, pelos angolanos e pelos portugueses.

Aprendi muita coisa. Descobri e refecti muita coisa importante para esse estreitamento de relações entre Portugal e Angola mas, particularmente, descobri que vale a pena esse estreitamento de relações. Afinal, estavam à de quê? De lavagem de roupa suja, de azedumes e da já habitual arrogância portuguesa?

Há pessoas que só olham para o jornalismo sensacionalista e não para o jornalismo sensacional que se faz e que, hoje em dia, é também um parceiro fundamental para o diálogo intercultural e civilizacional que em muito vai contribuir para a mudança de paradigma que tanto se apregoa, e até, para relações diplomáticas mais profícuas entre países, nesta “aldeia global” que o jornalismo e os jornalistas ajudam a crescer.

“A missão histórica e civilizadora” da qual Salazar tanto falava (ver o seu Acto Colonial), parece que ainda mexe muito com certa gente!

Que pena!

Nem nós merecemos esta gente nem deste modo Portugal será o que mundialmente se espera que sejamos (sobretudo na União Europeia): um interlocutor privilegiado nas relações com os países africanos (PALOP)!

Nazaré Oliveira