Tenho lido comentários e críticas muito pouco construtivas e muito pouco elegantes sobre a jornalista Fátima Campos Ferreira e o programa Prós e Contras que fez a partir de Angola, dia 16 deste mês.
É lamentável, muito lamentável e até de um profundo cinismo e hipocrisia, que essas críticas venham e continuem a vir de gente que defende a Lusofonia e a cooperação entre os povos, mesmo de jornalistas de jornais ditos conceituados mas que, verdadeiramente, só estão interessados em denegrir quem a paz, a coesão entre os povos e a cordialidade das relações entre eles defende.
Foi isso que a FCF e a RTP foram fazer e permitir: um REENCONTRO. O REENCONTRO.
Mais a mais, quem a critica e quem o programa criticou, que tem feito em prol desse estreitamento de relações que tanto propagandeia? Agarrados que (só) estão a um passado histórico que existiu, estão longe de contribuir, como fez esta equipa e o programa, para um presente que é preciso renovar e incentivar, numa óptica de respeito pela soberania dos povos e pela própria intervenção jornalística que não tem nem deve ser sensacionalista nem catastrófica. Foi um programa que perspectivou um futuro promissor para muitos portugueses e para muitos angolanos que residem em Portugal.
Gostei de sentir isso porque acredito que a História de Portugal e a História de Angola não se resumirá, nunca, só à História do Colonialismo. E o programa mostrou, mesmo pelo nível dos intervenientes e pelos projectos que estão e pretendem levar a cabo, que outra realidade surgirá e está a surgir, sem aves agoirentas, claro, como estas sobre as quais falo.
Estas, esta gente que a critica, só se interessaria se o programa lhes trouxesse o que afinal também nós sabemos, lá como cá, que é a existência de situações menos boas, quer ao nível da governação quer a outros níveis. Mas o programa, que fez jus ao seu tema – Reencontro -, cumpriu-o. E eu gostei. Gostei muito. Fiquei orgulhosa. Das palavras à música, dos sons às cores…sentimos África. Torcemos por África, pelos angolanos e pelos portugueses.
Aprendi muita coisa. Descobri e refecti muita coisa importante para esse estreitamento de relações entre Portugal e Angola mas, particularmente, descobri que vale a pena esse estreitamento de relações. Afinal, estavam à de quê? De lavagem de roupa suja, de azedumes e da já habitual arrogância portuguesa?
Há pessoas que só olham para o jornalismo sensacionalista e não para o jornalismo sensacional que se faz e que, hoje em dia, é também um parceiro fundamental para o diálogo intercultural e civilizacional que em muito vai contribuir para a mudança de paradigma que tanto se apregoa, e até, para relações diplomáticas mais profícuas entre países, nesta “aldeia global” que o jornalismo e os jornalistas ajudam a crescer.
“A missão histórica e civilizadora” da qual Salazar tanto falava (ver o seu Acto Colonial), parece que ainda mexe muito com certa gente!
Que pena!
Nem nós merecemos esta gente nem deste modo Portugal será o que mundialmente se espera que sejamos (sobretudo na União Europeia): um interlocutor privilegiado nas relações com os países africanos (PALOP)!
Nazaré Oliveira