sábado, 4 de junho de 2011

Os 100 livros do século segundo o Le Monde

 A listagem Os 100 livros do século do Le Monde é uma lista de livros considerados como os cem melhores do século XX, compilada na primavera de 1999 através de uma sondagem da empresa francesa de distribuição de bens culturais - Fnac - e do jornal parisiense Le Monde.
A partir de uma lista preliminar de 200 títulos criada por livreiros e jornalistas, 17 000 franceses responderam à pergunta "Que livros ficaram na sua memória?"  Fonte deste artigo: Wikipédia.

LISTA (n.º/ Título/ Autor/ Ano)
1 O estrangeiro, Albert Camus 1942
2 Em Busca do Tempo Perdido, Marcel Proust 1913–1927
3 O Processo, Franz Kafka 1925
4 O Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry 1943
5 A condição humana, André Malraux 1933
6 Viagem ao fundo da noite, Louis-Ferdinand Céline 1932
7 As Vinhas da Ira, John Steinbeck 1939
8 Por Quem os Sinos Dobram, Ernest Hemingway 1940
9 O Bosque das Ilusões Perdidas, Alain-Fournier 1913
10 A Espuma dos Dias, Boris Vian 1947
11 O Segundo Sexo, Simone de Beauvoir 1949
12 Esperando Godot, Samuel Beckett 1952
13 O Ser e o Nada, Jean-Paul Sartre 1943
14 O Nome da Rosa, Umberto Eco 1980
15 Arquipélago Gulag, Alexander Soljenítsin 1973
16 Paroles, Jacques Prévert 1946
17 Álcoois, Guillaume Apollinaire 1913
18 O Lótus Azul Hergé 1936
19 Diário de Anne Frank, Anne Frank 1947
20 Tristes Trópicos, Claude Lévi-Strauss 1955
21 Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley 1932
22 Mil Novecentos e Oitenta e Quatro, George Orwell 1949

Obra-prima!


sexta-feira, 3 de junho de 2011

Direitos Humanos - Encontros e Desencontros






Os Descobrimentos marítimos nos séculos XV e XVI, quer dos portugueses quer dos espanhóis, permitiram o encontro do outro, nem sempre fácil, nem sempre pacífico.
Um encontro olhado com a desconfiança de quem não conhece mas com o espanto de quem nada assim vira.
Foi um encontro confronto, como um dia vos disse, parte a parte, feito de preconceitos, de racismo, de prepotência, de discriminações quanto às minorias e etnias…mas também de deslumbramento e receio. Um encontro que levou à escravização do outro e à sua morte, à morte de 20 milhões de seres humanos, sobretudo na altura em que se tornava mais agressivo o tráfico de seres humanos – o tráfico negreiro, o exemplo mais triste e mais sombrio do desrespeito pelos direitos humanos.
De facto, o negro era a peça, era o homem-objecto. Sem protecção jurídica, como uma mercadoria que, apesar de valiosa, era tratada ao mais baixo nível daquilo a que poderíamos chamar desumanidade.
Vozes se levantaram contra tal, caso dos frades Francisco Vitória e António de Montesinos, Bartolomeu de Las Casas e o nosso Padre António Vieira, cujas intervenções apelam ao respeito pelo homem, mesmo o escravo, considerando os horrores em que viviam e a forma como eram explorados.

Com o Humanismo, nos séculos XV e XVI, veiculando a perspectiva antropocêntrica, olha-se para o Homem como o centro do Universo, o centro da Humanidade. E começa a fazer-se luz sobre esta nova forma de olhar a vida, a sociedade, buscando a harmonia e o equilíbrio em tudo o que, de alguma forma, faz emergir os valores mais nobres desse Homem, como a ética social, a procura do Bem comum, a procura do Bem para todos, a felicidade e a procura do bem-estar, o combate às causas que provocam o sofrimento e dor e as razões e princípios que nos devem levar a condenar todo e qualquer obstáculo à plena realização do Homem como ser superior.

Na realidade, para reconhecermos a importância do  Bem comum temos que reconhecer a Pessoa. A Justiça. A Moral.

Mas o século XVI também trouxe a loucura das perseguições religiosas…das perseguições movidas pelo espírito e Tribunal da Inquisição e do Índex, particularmente contra os protestantes e contra aqueles que apelidavam de heréticos.
Ninguém escapou ao olhar terrível da Inquisição. No entanto, não podemos deixar de recordar que um Lutero e um Calvino, por exemplo, já condenavam a forma como desumanamente se eliminavam e calavam os que pretendiam a liberdade de culto no seu tempo. E a forma corrupta e opressora como se arquitectava a sociedade de então, no mais completo desrespeito por aquela que era (é) a grande mensagem de Jesus Cristo “são todos iguais aos olhos de meu Pai”!
Até os homens de ciência foram perseguidos. Livreiros, intelectuais, professores… caso de Gil Vicente, Damião de Góis…
Utilizavam a tortura e faziam-se condenações à morte baseadas em denúncias a maior parte das vezes anónimas! Sem julgamento justo! Sem direito à inocência! Sem direito à defesa! Como alguém disse, “a suspeição era o princípio do fim”.
Os condenados não chegavam a saber por que é que os acusavam e, se mostrassem arrependimento, prisioneiros ficavam.
Em Portugal, século XVI, os judeus sofreram horrores com isto: os mais elementares direitos eram-lhes retirados por causa de professarem a sua religião. Inclusive o direito à vida. A circularem livremente sem que alguém os espiasse e condenasse arbitrariamente.
Documentos históricos datados de Abril de 1506, falam de um trágico acontecimento em Lisboa, motivado por uma afirmação que um deles fizera, durante uma missa, de que a luz que um crucifixo reflectia não era de origem divina! Foi morto de imediato e, nesse dia, por causa disso, mataram-se quase 2000 cristãos-novos!
Vivia-se a medo!

Fim dos chumbos?

(Artigo escrito em Junho de 2010)


Quando li esta notícia…
A ministra da educação, Isabel Alçada, afirmou “(…) a possibilidade de os alunos com mais de 15 anos retidos no 8º ano pularem para o 10º através de exames (…) não pode ser encarada como facilitismo, mas antes como um incentivo aos jovens para se esforçarem. (…) Não é uma medida que tenha nada a ver com facilitismo, pelo contrário: mantém a exigência porque o exame é o mesmo, mas dá àqueles que por alguma razão tiveram uma repetência que não lhes permitiu completar o ano na idade própria, a hipótese de estudarem, de se prepararem e apresentarem a exame (…) o que importa é que as pessoas estudem e se esforcem, queiram ir mais longe - isto é uma possibilidade e eu espero que esta alteração incentive os jovens a que continuem a estudar e se esforcem (…). Se estudarem e tiverem vontade, a vontade move o mundo. Se os jovens quiserem e se esforçarem, para alguns será possível. (…) Não há a limitação de estarem inscritos ou não. Só precisam da autorização do encarregado de educação”. Deus nos acuda!
E é assim que se querem fazer reformas importantes na educação? Importantes? A continuar este tipo de política educativa, no mais completo desrespeito, quer pelo professor quer pelos alunos verdadeiramente empenhados em todo o processo de aprendizagem, está a defender-se descaradamente o facilitismo e a abrir-se cada vez mais a porta àqueles que desde sempre, salvo raras excepções, vão à escola para passear-se, para dar cabo do trabalho dos outros, para desestabilizar, para entrarem na sala de aula quando lhes apetece, negando os apoios que a escola faculta e, muitos deles, completamente desorientados pela inércia e falta de autoridade parental, assumindo atitudes e comportamentos claramente marginais…
O que se pretende, Senhora Ministra? “Fazer de conta”? Fingir que se aprende? Desprestigiar quem ensina e verdadeiramente trabalha? Desvalorizar aqueles jovens que de facto estão interessados em aprender? Mostrar que todos os meios servem para se obterem taxas de sucesso, ainda que fictícias?
Incentivar? Incentivar quem não quer trabalhar? E como é que esses alunos “pulando do 8º para o 10º” vão adquirir os pré-requisitos fornecidos pelo 9º ano, fundamentais na aprendizagem de conteúdos a leccionar durante o secundário, por exemplo, no 12º ano de História A?

Parabéns Arquitecto Souto Moura!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Para o Hamza


Síria, Sírias...a barbárie até quando?


Quando peguei no jornal e, de imediato, olhei para a fotografia do menino de 13 anos - Hamza - torturado e morto pelo regime sírio, senti uma vontade enorme de me juntar aos milhares e milhares de pessoas, de mães, que choram os seus filhos assassinados pelos ditadores e por regimes de terror, caso da Síria e de tantas Sírias que por aí se escondem...
E desejei estar lá, na multidão, sedenta de justiça e preparada para um combate que é global e urgente e que a todos nós diz respeito: a defesa dos Direitos Humanos. A defesa da Vida.
A luta contra a barbárie.
Segundo a notícia, o corpo de Hamza Ali al-Khateeb, de 13 anos, foi torturado pela polícia síria de tal maneira que o seu rosto ficou desfigurado. O corpo do menino tinha buracos de balas e de queimaduras de cigarros no peito, pescoço partido, maxilar desfeito e pénis cortado.

"A tortura é habitual na Síria. Não é algo novo nem estranho. O que é especial em relação a Hamza é que ele só tinha 13 anos. Era uma criança. Foi isso que chocou todos os sírios, mesmo os que ainda não decidiram se querem ou não participar nos protestos", disse numa entrevista por Skype ao Washington Post Razan Zeitouneh, um advogado de direitos humanos que está escondido em Damasco. 01.06.2011 - 14:52 Por Sofia Lorena, PÚBLICO

A REVOLUÇÃO NÃO PODE ESPERAR! NEM A JUSTIÇA!