quarta-feira, 17 de julho de 2019

O que muita gente não sabe sobre as touradas




A VIOLÊNCIA DA "TOURADA À PORTUGUESA"

A chamada "tourada à portuguesa" consiste em esconder a parte mais violenta das touradas e a morte efectiva dos animais. Debaixo de um calor intenso, fora do seu ambiente natural e num espaço exíguo onde quase não se podem mexer, nem deitar, 6 touros são transportados até à praça.

Vão ser perfurados com bandarilhas que medem entre 35 a 90 cm de comprimento, com um ferro de 8 cm, um arpão de 4 cm de comprimento e 2 cm de largura
(artigo 51o do DL 89/2014 de 11 de Junho) enfeitadas com papel de seda de variadas cores.
Antes da "corrida" são imobilizados para serem "embolados" (ou seja, para que lhe cortem com uma serra a ponta dos cornos) com recurso a uma bitola com 1,4 cm de diâmetro. Os cornos são revestidos por uma protecção de couro, que lhes retira a noção de distância e protege os cavalos de serem esventrados.

Depois da "lide" os touros são recolhidos para o interior do camião, no caso das praças desmontáveis, puxados por uma corda amarrada à cabeça e a um tractor que os força a entrar no camião. Aí são imobilizados, e arrancadas as bandarilhas pelo "embolador", sem qualquer anestesia nem assistência veterinária. Para arrancar as bandarilhas é necessária a utilização de uma navalha para cortar a carne e fazer sair o arpão, deixando várias lesões no corpo do animal que ainda está vivo, apesar de exausto e em grande stress.

Os touros são transportados nestas condições para o matadouro (destino da esmagadora maioria dos animais, com excepção dos que são "indultados" para reprodução) onde são abatidos, geralmente à 2ª feira. Alguns morrem antes de chegar ao matadouro, devido às lesões, stress, calor, etc.
Ninguém vê, e ninguém permite que se registem estes momentos.

Esta fotografia escapou à "censura" dos que tentam com esforço manter uma "tradição" que já não devia existir, num país onde a maioria dos cidadãos não têm qualquer interesse por ela. Se os portugueses e os vilafranquenses soubessem o que são na realidade as "touradas à portuguesa", o cruel espectáculo não durava mais uma temporada.

Infelizmente, grande parte do sofrimento dos animais, permanece escondido entre as paredes dos camiões, sujas de sangue, e na escuridão dos curros das praças de touros. São cada vez menos os que se esforçam por encontrar argumentos para justificar tamanha crueldade para mero divertimento de uma minoria insensibilizada para o sofrimento destes animais.
As touradas portuguesas são menos cruéis que as outras? Não.




in vilafranquenses anti-tourada




terça-feira, 18 de junho de 2019

The World Of Hans Zimmer







A foto que prova o aquecimento dramático no Ártico




O rápido degelo no mar da Gronelândia tem deixado especialistas em questões ambientais particularmente alarmados. Uma fotografia captada por elementos da Instituto Meteorológico da Dinamarca dá conta dos desafios que os cientistas enfrentam naquele local, onde as temperaturas anormalmente quentes da semana passada transformaram blocos de gelo num autêntico lago.
Todos os anos, investigadores do Instituto Meteorológico da Dinamarca (IMD) deslocam-se à região de Qaanaaq, no noroeste da Gronelândia, e, durante o inverno, instalaram vários instrumentos para medirem e controlarem o gelo marinho na região. "O projeto Steefen é realizado em colaboração com os caçadores em Qaanaaq, muitas pessoas que vivem ainda de forma tradicional nesta região", explica, ao JN, a especialista em questões climáticas Ruth Motrran.
Meses depois de os aparelhos serem colocados, antes da chegada do tempo mais quente e para evitar que o gelo esteja já derretido, os mesmos especialistas regressam ao local para recuperar os "aparelhos caros que de outra forma podem ir parar ao oceano". Este ano, a expedição, que é feita com cães puxados a trenó, foi surpreendida pela quantidade de água já existente no local, tal como demonstra a foto que se tornou popular nas várias redes sociais.
"O gelo que aqui se forma costuma ser bastante espesso", explica a cientista, que aponta um conjunto de justificações para explicar o acontecimento pouco comum: "Na semana passada, registaram-se temperaturas muito quentes na zona da Gronelândia e em grande parte do Ártico, impulsionadas pelo ar mais quente vindo do sul". Esta combinação de fatores contribuiu para o "derretimento de uma grande quantidade de gelo", tanto nos glaciares como no gelo marinho que por esta altura ainda costuma existir. Como o gelo é espesso e com poucas fissuras, a água não é drenada, tornando "mais difícil chegar ao local com o apoio dos cães".
Numa das estações meteorológicas do IMD, que está instalada junto do aeroporto de Qaanaaq, os termómetros chegaram aos 17.3 graus na passada quarta-feira e aos 15 graus na quinta-feira. "São valores muito elevados para esta região. Até no verão!", diz Ruth. A especialista acredita que as temperaturas anormalmente quentes nesta região vão persistir pelo menos mais alguns dias. "Espera-se um declínio geral na duração da estação que permite a formação de gelo no mar em redor da Gronelândia", diz a investigadora.
Disponível em https://www.jn.pt/mundo/interior/a-foto-que-prova-o-aquecimento-dramatico-no-artico-11020653.html


sábado, 15 de junho de 2019

Passear o cão


Quando as pessoas passeiam os seus cães deveriam também pensar nisto.

Infelizmente, continuo a ver muita gente com os animais à solta, mesmo animais de grande porte, fazendo com que outros acabem por se afastar com os seus animais, que levam à trela, temendo brigas entre eles (que acontecem e muitas vezes com um final infeliz).

Só pensam em si.
Esquecem-se que muitos animais, caso de cães resgatados da rua e em condições traumáticas brutais, dificilmente vão socializar como desejaríamos, porque até de outros cães receberam maus-tratos.

Quanto aos cocós que os donos fingem não ver para não terem de os apanhar, até porque lhes dá jeito que os seus animais andem soltos e tantas vezes fora do seu alcance, é uma vergonha aquilo a que tenho assistido! 

É uma vergonha aquilo que vejo, quer em passeios quer na relva dos jardins públicos.


Que fazer a esta gente?






Refugiados

Disponível em https://www.publico.pt/2017/06/19/mundo/noticia/numero-de-pessoas-deslocadas-em-todo-o-mundo-bate-recordes-1776141 (consultado dia 15.06.2019)



Disponível em https://oglobo.globo.com/mundo/de-onde-vem-os-refugiados-por-que-17480704 (consultado dia 15.06.2019)

Disponível em https://sicnoticias.pt/especiais/afeganistao-capital-dos-errantes/2019-01-28-Os-refugiados-em-Portugal-e-no-mundo (consultado dia 15.06.2019)







Todos os que fogem da guerra, da fome, da miséria, da intolerância, e procuram uma vida em paz e com dignidade, todos têm direito a um abraço fraterno (asilo) e  todos devem dá-lo.
"Hoje eles, amanhã nós!" 
Os Direitos Humanos, a sua defesa, não se pode ficar por meras palavras. É preciso ação, ação e seriedade nas relações políticas e na diplomacia internacional.



Para os que se interessam por este tema, esta realidade, consultar:

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Os alunos não podem continuar a ser meros recebedores de informação


Os alunos não podem continuar a ser meros recebedores de informação e nós, professores, não podemos continuar a ser meros funcionários’, não reflexivos e, ainda por cima, velhos e cansados.


Perante os acontecimentos da última semana, hoje escrevo com poucas certezas sobre o futuro da educação em Portugal. Após trinta anos de carreira numa escota da zona oriental da cidade de Lisboa onde, como em muitas outras, todos os contrastes da sociedade urbana se refletem, sei que irei continuar a trabalhar com uma população cada vez mais multifacetada, com graves carências socioeconómicas, famílias disfuncionais, vivendo em habitações precárias, com encarregados de educação na maior parte das vezes sem qualquer qualificação ou habilitação literária. É neste contexto de anacronismos e assimetrias que eu e milhares de professores por este país fora trabalhamos.
O ordenado de um professor deveria permitir-lhe - pagas as contas básicas obrigatórias (renda, transportes, alimentação, etc.) — um plafond para cultura (livros, cinema, teatro: concertos), uma vez que considero ser este um dos principais poderes de um professor. Num mundo em que tudo está acessivel através de um dique, é na cultura vivida. experienciada e partilhada que um professor pode fazer a diferença na vida dos nossos alunos, especialmente daqueles que a ela não têm acesso direto.
A única certeza que julgo possuir é esta: não é viável continuarmos alheios à necessidade de reculturaçãoda escola pública, através de novas formas de debate, ambicionando uma criatividade irreverente que nos permita a todos, alunos, professores, pais e outros parceiros, uma forma de viver mais feliz numa sociedade mais justa. Utopia, dirão. Não me parece A gestão curricular exige mudanças e adaptações urgentes, de forma a relançar o elo entre a escola e a sociedade numa perspetiva de adequação aos seus destinatários. A escola deveria ser capaz de proporcionar, paralelamente às aprendizagens comuns a todos, uma diferenciação que permita colmatar as diferenças cognitivas e culturais dos indivíduos. E sabem que mais? Isto não ocorre através de grelhas decorrentes de novos decretos.
A escola tem a obrigação de dotar os indivíduos de ferramentas que lhes permitam aprender ao longo da vida e não apenas durante os anos da sua escolaridade obrigatória. Numa época em que os processos de acesso à informação e ao conhecimento estão facilitados, qual será então a função do professor? A nova escola de que necessitamos exige que se ultrapassem todas as tradicionais resistências à mudança. Os alunos não podem continuar a ser meros recebedores de informação e nós, professores, não podemos continuar a ser meros funcionários’, não reflexivos e, ainda por cima, velhos e cansados. Parece-me claro que a qualidade da educação poder ser o único veículo que permitirá a Portugal competir numa Europa global e num mundo em que, cada vez mais, se valoriza o papel fulcral desempenhado pelas capacidades dos indivíduos para a resolução de problemas e adaptação a novas realidades e desafios.
É do conhecimento geral que uma sociedade iletrada falhará nos seus propósitos individuais, sociais e vocacionais. O mundo em que vivemos e a realidade que nos circunda não é exatamente aquela que se vive e se aprende nas escolas. Só de forma muito sincopada a mudança tem vindo a acontecer. E os seus efeitos também só a muito longo prazo surgirão. Importa que as escolas consigam dar o salto qualitativo para uma educação que viabilize a criatividade, a transformação, a criação e o saber, através de aprendizagens válidas e significativas para os alunos, contextualizadas e passiveis de transferência para novos contextos, de preferência reais. Resta-me deixar uma breve nota informativa aos políticos de Portugal: nada disto acontecerá sem os professores!

10.05.2019