sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Cultura de responsabilidade

Se o regime monárquico, como disse o seu último chefe de governo, suscitava a indiferença do povo, porque durou tão pouco tempo a Primeira República?

Se tinham ideais tão elevados, por que se deixaram os políticos republicanos enredar em conflitos e divisões que acabaram por conduzir o país para uma ditadura?

A resposta terá de ser dada pelos historiadores. Mas é sabido que a instabilidade da Primeira República se ficou a dever, entre outros fatores, à ausência de um elemento fundamental: a cultura da responsabilidade.

É pacífica a conclusão de que a República foi um regime atravessado por querelas e lutas que pouco diziam ao comum dos Portugueses. Lutas que eram perfeitamente secundárias face aos problemas que o País tinha de enfrentar: o analfabetismo e a pobreza, o atraso económico, as desigualdades, a dependência do exterior, a entrada na Grande Guerra, o desequilíbrio das contas públicas.

O essencial não é a discussão e a luta dos políticos. Há cem anos, como hoje, o essencial é a vida concreta das pessoas.





(in discurso do Sr. Presidente da República, dia 5 de Outubro de 2010)




segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Vidago

Trabalho notável do Luís Barreira!

Nem a morte



Meu querido MOUSSE:

Nem a morte separará quem sempre se amou!


 

 
 
Na Serra-Mãe, protegido para sempre ficarás no seu regaço de amor e paz eterna.
Até um dia, meu querido e sempre amado companheiro! Até um dia!
 
 
 
 
 

Já leram o memorando da troika?


Mão amiga fez-me chegar este texto à minha caixa de correio. Aqui fica. Afinal, nunca é demais esclarecer!


 




Já leram o memorando da troika?
Sim, é a minha pergunta de hoje: já leram o memorando de entendimento com a troika, assinado por Portugal em Maio de 2011? Eu li, e em pé de página deixo o link para quem o quiser consultar, na sua tradução oficial. São 35 páginas, escritas num português desagradável e tecnocrático, que têm servido a este governo para justificar tudo.

Ainda ontem, com descaramento, um dirigente do PSD dizia que "este não era o Orçamento do PSD, mas sim da troika"! Ai sim? Então eu proponho a todos um breve exercício de leitura. Tentem descobrir, lendo o memorando, onde é que lá estão escritas as 4 medidas fundamentais pelas quais este governo vai entrar para história de Portugal!
Sim, tentem descobrir onde é que lá está escrito que se deve lançar uma sobretaxa no subsídio de Natal de todos os portugueses (decidida e executada em 2011); cortar os subsídios aos funcionários públicos e pensionistas (decidido e executado em 2012); alterar as contribuições para a TSU(anunciada e depois retirada em Setembro); ou mexer nas taxas e nos escalões do IRS, incluindo nova sobretaxa (anunciados no Orçamento para 2013), e definidos pelo próprio ministro das Finanças como "um aumento enorme de impostos"?
Sim, tentem descobrir onde estão escritas estas 4 nefastas medidas e verão que não estão lá, em lado nenhum.Ao contrário do que este Governo proclama, estas 4 medidas, as mais graves que o Governo tomou, não estão escritas no "memorando com a troika"! Portugal nunca se comprometeu com os seus credores a tomar estas 4 medidas! Elas foram, única e exclusivamente, "iniciativas" do Governo de Passos Coelho, que julgava atingir com elas certos objectivos, esses sim acordados com a "troika".
Porém, com as suas disparatadas soluções em 2011 e 2012, o Governo em vez de melhorar a situação piorou-a. Além de subir o IVA para vários sectores chave, ao lançar a sobretaxa e ao retirar os subsídios, o Governo expandiu a crise económica, e acabou com menos receita fiscal e um deficit maior do que tinha. Isto foi pura incompetência, e não o corolário de um "memorando de entendimento" onde não havia uma única linha que impusesse estes caminhos específicos!
Mais grave ainda, o Governo de Passos e Gaspar, sem querer admitir a sua incúria, quer agora obrigar o país a engolir goela abaixo "um enorme aumento de impostos", dizendo que ele foi imposto pela "troika".
 Importa-se de repetir, senhor Gaspar? É capaz de me dizer onde é que está escrito no "memorando de entendimento" que em 2013 o IRS tem de subir 30 por cento, em média, para pagar a sua inépcia e a sua incompetência?

Era bom que os portugueses aprendessem a não se deixar manipular desta forma primária. Foram as decisões erradas deste Governo que, por mais bem intencionadas que fossem, cavaram ainda mais o buraco onde já estávamos metidos. E estes senhores agora, para 2013, ainda querem cavar mais fundo o buraco, tentando de caminho deitar as culpas para a "troika"?

Só me lembro da célebre frase de Luís Filipe Scolari: "e o burro sou eu?"

Para ler o memorando vá a:

(http://www.portugal.gov.pt/media/371372/mou_pt_20110517.pdf




Outro artigo muito interessante sobre este assunto pode ser lido aqui: http://bioterra.blogspot.pt/2011/05/memorando-da-troika-em-portugues.html


Testamento vital


A diretiva antecipa a vontade do paciente em matéria de cuidados de saúde

A partir de 16.08.2012, já é possível escolher antecipadamente, em Portugal, que tipo de tratamento médico se pretende ter em caso de doença terminal – por exemplo, se estiver incapacitado, inconsciente ou a viver momentos de extrema agonia e não quiser ser ventilado ou reanimado.

O
testamento vital – Lei n.º 25/2012 publicada a 17 de Julho
permite que determinado paciente deixe expresso se quer ser submetido a qualquer tipo de terapêuticas que lhe prolongue a vida de forma artificial. A declaração é feita no notário e pode ser alterada a qualquer altura, mas tem de ser renovada, já que caduca no período de cinco anos.
A diretiva antecipada de vontade em matéria de cuidados de saúde poder ser feita por qualquer pessoa maior de idade e capaz, ou seja, que não se encontre interdita ou incapacitada devido a problemas de ordem psíquica.

Podem constar do documento disposições que expressem a vontade clara e inequívoca do paciente como não ser submetido a tratamento de suporte artificial das funções vitais, ou a tratamento útil, inútil ou desproporcionado no seu quadro clínico e de acordo com as boas práticas profissionais, nomeadamente no que concerne às medidas de suporte básico de vida e às medidas de alimentação e hidratação artificiais que apenas visem retardar o processo natural de morte; receber os cuidados paliativos adequados ao respeito pelo seu direito a uma intervenção global no sofrimento determinado por doença grave ou irreversível, em fase avançada, incluindo uma terapêutica sintomática apropriada; tratamentos que se encontrem em fase experimental e pode ainda autorizar ou recusar a participação em programas de investigação científica ou ensaios clínicos.

No entanto, apesar do documento ter suporte legal, os médicos podem ignorá-lo em determinados casos excecionais ou podem alegar objeção de consciência.

O testamento vital pode ainda ser formalizado através de documento escrito, assinado presencialmente perante funcionário devidamente habilitado do Registo Nacional do Testamento Vital (RENTEV), apesar de ainda não existir tal estrutura.

Prevê-se que o RENTEV seja criado no ministério com a tutela da área da saúde, com a finalidade de rececionar, registar, organizar e manter atualizada, quanto aos cidadãos nacionais, estrangeiros e apátridas residentes em Portugal, a informação e documentação relativas ao documento de diretivas antecipadas de vontade e à procuração de cuidados de saúde, segundo avança o portal da saúde.
Os documentos serão informatizados para que clínicos lhes tenham acesso.
 
A Declaração tem de ser renovada a cada cinco anos.
 

domingo, 18 de novembro de 2012

O Toro de La Vega - Tordesilhas - Espanha

 

 
 

É frequente surgirem na minha página do Fbook imagens terríveis como esta, tal como as touradas, que obviamente condeno e cuja indignação partilho, no sentido de alertar e consciencializar as pessoas para práticas que em nada têm a ver com a cultura, muito pelo contrário, mas sobretudo para defender os pobres animais da pior besta: o Homem. O homem-sádico, cínico, frustrado, sanguinário, desprezível e abjeto. O homem sem humanidade.

A cultura nunca pode estar ligada a práticas sanguinárias nem ao domínio do outro pela violência e pela repressão, porque o que é cultura é e deve ser a expressão livre de uma humanidade e de um povo, assumidamente respeitador da diferença, vista com a compaixão e o respeito de quem esse outro vê igual a si, alegrando-se pela diversidade e nessa diversidade.

Também nestas imagens, o horror de que foi vítima - o assassinato - do grande resistente e grande mártir, o touro AFLIGIDO.

Até quando, Espanha? Até quando espanhóis? País civilizado? Onde pára a União Europeia e os valores civilizacionais que tanto apregoa? Voltámos ao europocentrismo? Com que Moral se criticam práticas, também elas condenáveis, de tribos africanas ou outras regiões e povos? Sim, com que Moral?

Quando é que põem fim a esta e outras crueldades, a este e outros espetáculos contra seres inocentes e indefesos, sejam humanos ou não humanos?

Nada justifica este horror e estas práticas sádicas e violentíssimas, para diversão e não só. Nada.

Que gente tão desumana, sádica e violenta, esta, tanto a que promove como a que assiste, se cala ou nada faz para tal acabar.

 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Contra a austeridade

No jornal The Guadian de hoje, 14 de Novembro de 2012, dia da greve geral - 1ª Greve Geral Ibéria:
 
Union members and activists in Madrid and Lisbon gather to join a European day of action against austerity measures. Workers in Spain, Greece, Italy and Portugal were all due to hold protests on Wednesday. A 24-hour strike causes transport disruptions, including many cancelled flights