domingo, 29 de janeiro de 2012

Parabéns à Universidade do Minho

PARABÉNS à Universidade do Minho! Parabéns aos seus professores e investigadores!

As nossas universidades não estão nos primeiros lugares dos rankings mas têm feito um trabalho NOTÁVEL ao nível da investigação científica, trabalho esse ao nível dos melhores!
E isto, meus amigos, é que conta! Isto é que vai contar para conseguir combater doenças terríveis como estas!

Estou muito orgulhosa!
Um estudo coordenado por uma investigadora da Universidade do Minho descobriu uma molécula-chave que «abre novas perspectivas» no tratamento de doenças como Parkinson, Alzheimer, hipertensão hereditária e cancro.
«Este estudo abre novas perspetivas no tratamento destas e de outras doenças», sublinha Sandra Paiva, da Escola de Ciências da UM.

Como explica, as células produzem proteínas responsáveis pela entrada dos nutrientes disponíveis ou preferidos e destruindo as proteínas que não são necessárias. Naquele estudo, foi descoberta uma molécula-chave envolvida no processo de destruição de proteínas na célula. «Quando a molécula recebe informação da presença de determinado nutriente, destrói então os transportadores indesejáveis», acrescenta.

Segundo Sandra Paiva, os resultados deste estudo representam «um grande avanço» na compreensão dos mecanismos de degradação de proteínas.

«Os defeitos nestes mecanismos estão associados a doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer, à hipertensão hereditária e ao cancro. Este estudo abre novas perspectivas no tratamento destas e de outras doenças», sublinha.

Lembra que as células de cancro, por exemplo, «necessitam de muita energia e, ao conseguirmos reduzir o número de transportadores, podemos de algum modo privá-las de alimento, tornando-as mais sensíveis à quimioterapia».

Este trabalho utilizou como modelo um microrganismo, a levedura do pão ou da cerveja, que é fácil de crescer em laboratório e partilha uma grande semelhança dos seus genes com os genes em humanos.

A investigação foi realizada por uma equipa coordenada por Sandra Paiva e por Sebastien León, do Instituto Jacques Monod da Universidade de Paris.

A equipa inclui ainda Neide Vieira, Margarida Casal, Carina Cunha e Jéssica Gomes, todas da UMinho, e outros investigadores das universidades de Paris e Madrid.

A investigação acaba de ser publicada no conceituada revista Journal of Cell Biology e foi premiada no 2011 Nature Cell Biology Poster Prize Winners, na Croácia.

Sandra Paiva recebeu o American Club Annual Award 2001 e tem 15 artigos publicados em revistas científicas.

Lusa/SOL

sábado, 28 de janeiro de 2012

Atrás de um grande homem


“A foto da eurodeputada italiana Licia Ronzulli com a filha recém-nascida ao colo durante uma sessão plenária no Parlamento Europeu em Estrasburgo (à esquerda), em outubro de 2010, percorreu o mundo e foi vista como um protesto pelos direitos das mulheres com dificuldade em conciliar a vida laboral e familiar.
Em dezembro de 2011, a bebé Vittoria voltou ao plenário de Estrasburgo (à direita). Um local só para crescidos.”

De facto, as mulheres continuam a ser sacrificadas, se comparadas com os homens, quando se trata da sua vida profissional, esquecendo-se muitos homens (e muitas mulheres também) que a conquista (árdua) da igualdade de género de nada servirá se na prática não for aplicada e respeitada. Por todos.

Apesar da luta incrível que as mulheres têm travado para que essa igualdade deixe de ser mera teorização de um princípio que nunca lhes deveria ter sido negado ao longo da História, na prática, há uma estranha “masculinização” na observância desta e de outras conquistas da mulher que, verdadeiramente, têm entravado a sua entrada, por exemplo, em maior número, na Política, área na qual a mulher, indiscutivelmente, faz muita falta e marca sempre a diferença.

Não quero dizer com isto que se houvesse mais creches, mais jardins de infância, mais infantários, se resolvesse o problema que ainda persiste relativamente ao afastamento da mulher de certas carreiras ou a crítica que às mulheres se faz quando, invocando o acompanhamento dos filhos, necessitam de faltar ao seu trabalho ou (infelizmente) declinam convites para certos cargos. Não.

O que eu penso é que tem de haver uma nova postura das instituições e das políticas face à mulher, à mulher-mãe e, ultimamente, à mulher-mãe-sózinha, à família monoparental, que na prática não existe e que, se existe, prima por uma profunda injustiça que é a subalternização do seu papel como mãe, isto é, a desvalorização do seu papel e função como mãe que na prática mais não é do que a sua penalização como tal, como se ser mãe ou querer ser mãe fosse desde logo um impeditivo para se entrar numa carreira ou se querer entrar e estar na Política, trazendo à baila aquele velho chavão, estúpido e ignorante, que diz que as mulheres são para estar em casa, a coser meias…

Em Portugal, continuamos a não estar muito longe disto. Em certas entrevistas, continua a haver quem pergunte às entrevistadas se tenciona engravidar, se tenciona ter mais filhos…
E mesmo se uma mulher envereda pela sua especialização académica, se se importa com a sua carreira e à mesma se dedica, a primeira das castrações sociais, por estranho que pareça, começa muitas vezes “em casa”!
Em casa e com os vizinhos, com os colegas, agarrados que ainda estão à ideia de que as mulheres, afinal, quando passam à prática, não podem ser como os homens, quero dizer, ter os mesmos direitos e valerem-se deles.

Embora não o confessem, muitos homens dão-se mal com o sucesso profissional das mulheres e com a sua enorme capacidade de trabalho e de resistência!

É urgente esta mudança de mentalidade. Criar mecanismos que deixem as mulheres ser MÃES e que contribuam para que jamais ter filhos possa ser impeditivo de exercer este ou aquele cargo ou abraçar esta ou aquela carreira.
Pelo contrário, que façam com que seja possível conciliar esse amor incondicional e essa responsabilidade que um filho representa, com aquilo que é também legítimo desejar: ter uma carreira, uma profissão, que se quer exercer também com responsabilidade, seja-se deputada, professora, varredora de rua, secretária, polícia, médica, gestora ou outra qualquer.

As mulheres, mulheres-trabalhadoras, continuam a ser as grandes sacrificadas quanto a isto. Sobretudo as mulheres conscienciosas da sua importância, não só em casa mas sobretudo na sociedade.

Já agora: quando ouço que “atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher”, sinceramente, não gosto.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Cry me a river

CRY ME A RIVER - Para ouvir (e sentir) sempre!
Aqui, interpretada por cinco das minhas cantoras favoritas.





Basta de corridas!

Recebi hoje na minha página do Facebook esta imagem e este texto (em espanhol) que publico:

 “Y de repente el toro miró hacia mí. Con la inocencia de todos los animales reflejada en los ojos, pero también con una imploración. Era la querella contra la injusticia inexplicable, la súplica frente a la innecesaria crueldad. Esta vez el me tuvo pìedad a mi y me senti la peor basura del mundo."

Comunidad Gaia
De: Fabian Oconitrillo Gonzalez
BASTA DE CORRIDAS!!!!!!!! FUERON LAS PALABARAS DEL TORERO AL VER QUE EL ANIMAL TUVO PIEDAD DE EL Y LE SUPLICABA QUE HICIERA LO MISMO POR EL!!!!

Que imagen mas fuerte por Dios, xq paises disfrutan del sufrimiento ajeno!!!??

 Realmente…
Pobres seres nas mão da pior besta, que é o Homem! O Homem que maltrata, tortura e mata, para diversão, como os toureiros e outros afins! Mas a luta continua! A luta pela dignidade PARA TODOS os seres, humanos e não humanos. Fazer da tortura e do assassínio um espetáculo envergonha-me. No século XXI, numa altura em que a inovação tecnológica e a investigação científica atingem níveis dos quais me orgulho (se colocados ao serviço do bem estar da Humanidade, claro!), numa altura em que as descobertas constantes nos diferentes domínios do SABER deveriam enriquecer a nossa relação com o MUNDO e com a NATUREZA, à qual pertencemos e sem a qual nada seríamos... olhamos para o outro com a pretensa superioridade de quem pequeno é mas sempre "grande" se acha. Uma "superioridade" que historicamente em dor se tornou, dor gerou e com dor se explica e sente. Seja touradas, nazismo, racismo, xenofobia, ditaduras... a luta continua contra a estupidez e a desumanidade de quem a provoca e promove. SÓ O CONHECIMENTO LIBERTARÁ! O CONHECIMENTO SÉRIO DE QUEM CONVICTAMENTE DEFENDE DIREITOS PARA ANIMAIS HUMANOS E NÃO HUMANOS.

Hoje - Dia Internacional das Vítimas do HOLOCAUSTO

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O marido requeria a entrega e depósito judicial da mulher!





Em 1932, em resposta a uma pergunta de António Ferro sobre qual seria o papel destinado à mulher no novo governo e regime (…) Oliveira Salazar afirmou que «…a mulher casada, como o homem casado, é uma coluna da família, base indispensável de uma obra de reconstrução moral» e «a sua função de mãe, de educadora dos seus filhos, não era inferior à do homem». Segundo ele, devia-se deixar «o homem a lutar com a vida no exterior, na rua… E a mulher a defendê-la, no interior da casa».

Para Salazar, os homens e as mulheres não eram encarados como indivíduos mas como membros da família, o núcleo primário «natural» e «orgânico» do Estado Novo corporativo.

As mulheres, que constituíam o «esteio» dessa família tradicional defendida pela ideologia salazarista, tinham sido atiradas pelo regime liberal para o mercado de trabalho onde entravam em concorrência com os homens e, por isso, com o novo regime, deveriam regressar ao «lar». Para defender esse regresso à família e a separação de esferas de actuação entre homens e mulheres, Salazar aparentemente valorizou o papel de mãe e de esposa. Mas a apregoada «superioridade» feminina era derivada da sua função «natural» – portanto biológica.

Como a ideologia salazarista não se pautou pelos conceitos de «cidadania», de «igualdade» e de «liberdade», só aceitou o princípio da «diferença sem a igualdade» em vez «da igualdade na diferença», reservou às mulheres uma esfera própria de actuação – privada e pública – mas não atribuiu ao espaço feminino um valor igual ao do masculino.

(…) As leis que no regime salazarista regularam os direitos políticos das mulheres e a sua situação na família, no trabalho e na sociedade, basearam-se na Constituição de 1933.


Embora afirmando a igualdade de todos os cidadãos perante a lei e negando «o privilégio do sexo», esta incluía uma cláusula que consagrava as excepções ao princípio de igualdade constitucional: «salvo, quanto às mulheres, as diferenças da sua natureza e do bem da família».

(…) O Código do Processo Civil de 1939 reintroduziu o poder concedido ao marido de requerer a entrega e «depósito» judicial da mulher casada. Este possibilitava ao marido, em caso de saída da mulher da casa familiar, exigir judicialmente que ela fosse aí compulsivamente «depositada» em sua casa, como se fosse um fardo.

As mulheres deixaram também de poder exercer comércio, viajar para fora do país, celebrar contratos e administrar bens sem o consentimento do marido. (…) O casamento tornou-se indissolúvel (…) e todos os casados pela Igreja – a larguíssima maioria -, que se separavam, já não se podiam voltar a casar. Esta situação (…) gerou (…) ligações extra-matrimoniais não legalizadas e aumentou o número, já de si grande, dos filhos ilegítimos.

(…) Curiosamente, o Estado Novo foi o primeiro a conceder em Portugal o direito de voto e de elegibilidade às mulheres, embora sob certas condições (…). No entanto, (Salazar) especificou que o voto feminino não tinha sido conquistado pelas mulheres mas «decretado» pelo Chefe.

Texto (parte)  apresentado por Irene Pimentel na sessão de abertura do Congresso Feminista/ 26 de Junho de 2008, in  caminhosdamemoria.wordpress.com

domingo, 22 de janeiro de 2012

Para compreender a linguagem financeira

Achei muito interessante esta publicação no ABC de PPM. De facto, considero cada vez mais necessário que o dito cidadão "comum" tenha um entendimento razoável, mínimo que seja, de assuntos sobre Finanças e Economia. Por razões óbvias, claro!
E a Comunicação Social, sem dúvida, é o grande manual, a grande lição e a grande escola para esse cidadão.
Aqui fica.

Tive hoje a oportunidade de assistir a uma conferência na Universidade de Osaka, em que o orador era o holandês Joris Luyendijk, jornalista e autor de obras recentes sobre as mudanças que o sector da comunicação social está a viver na actualidade. É também o autor de um dos blogues do The Guardian, chamado ‘The Joris Luyendijk Banking Blog – Going Native in the World of Finance’. A intenção do blogue é explicar ao cidadão comum a complexa linguagem do sector financeiro, através do testemunho daqueles que vivem e trabalham no mundo financeiro dia após dia.
Luyendijk salientou que na sua perspectiva hoje vive-se uma guerra entre os políticos e os mercados financeiros. O problema surge quando o nível de responsabilização daqueles que actuam no mercado financeiro é muito menor do que aqueles que actuam nos palcos políticos democráticos. Outro problema surge para a comunicação social, todos sabem que político entrevistar dependendo da problemática que está a ser discutida. Porém quem é que dá a cara pelos mercados financeiros? Normalmente os actores financeiros escondem-se entre influentes firmas de Relações Públicas e não são obrigados a prestar declarações nem a justificarem-se perante os cidadãos do país onde actuam.
Fica aqui a recomendação da leitura da obra aclamada de Luyendijk em inglês "Hello, Everybody!" (UK) or “People Like Us” (US).

in http://abcdoppm.blogs.sapo.pt/