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Uma descoberta sem precedentes acaba de ser divulgada em uma das mais respeitadas revistas científicas do mundo, a Nature.
Um grupo de cientistas encontrou vasos do sistema linfático que antes
passaram despercebidos para os cientistas e que percorriam o sistema
nervoso central.
Este achado vai mudar os livros, já que
acreditava-se que o sistema linfático não ultrapassava a barreira
hematoencefálica, uma estrutura de células que impede que certas
substâncias cheguem ao cérebro.
Apesar de o sistema linfático estar muito
bem mapeado através de todo o corpo, antes deste estudo pensava-se que,
quando chegavam no cérebro, os vasos eram interrompidos. Esta nova
descoberta vai ser muito boa para realmente saber o que acontece em
doenças do sistema nervos central, como o Alzheimer, esclerose múltipla e
até mesmo o autismo.
Agora os cientistas podem testar
mecanicamente, como em todo o resto do corpo, a relação entre o sistema
nervoso central e o sistema imune. O que antes parecia impossível de
estudar, agora é uma realidade.
Mas como as coisas passaram sem ser
percebidas durante muitos anos? Os pesquisadores que publicaram o artigo
afirmaram que o método de preparação das lâminas para observar os vasos
foi essencial. Antigamente, não se fazia ideia de que os vasos
linfáticos estariam ali e por isso não existia um procedimento correto
para encontra-los.
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Nesta nova descoberta, os pesquisadores
prepararam lâminas para ver ao microscópio as meninges, membranas que
separam e protegem os vasos sanguíneos que alimentam o cérebro, sem
remover o osso do crânio no momento de fixar as células, numa espécie de
banhos químicos que mantêm íntegros os tecidos.
Após separar cérebro da meninge mais
profunda, a pia-máter, todos os constituintes ficavam sem danos, ao
contrário dos métodos anteriores, onde a fixação do material ocorria
quando as meninges já haviam sido separadas do osso do crânio.
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Os pesquisadores observaram um padrão
similar de rede de vasos que formavam as células imunes observadas nas
lâminas preparadas. Eles testaram estas regiões para vasos linfáticos e
foi exatamente o que encontraram. Os pesquisadores revelaram que, ao ver
pela primeira vez isto, eles ficaram muito empolgados, porém,
continuaram a testar para confirmar a hipótese de que existia uma
ligação entre o sistema imune e o cérebro.
Agora, após esta incrível de descoberta,
os trabalhos dos cientistas que estudam o cérebro só vão aumentar.
Existem várias perguntas sobre doenças que afetam o sistema nervoso
central e que com esta novidade podem ser resolvidas.
Fonte: Medical Express e Nature
6.06.2015