Conforme noticia hoje o Correio da Manhã, com o País a braços com uma crise, o Governo deu aumentos milionários às administrações de três empresas estatais, todas elas com prejuízos.
Os presidentes e os vogais da Carris e da CP viram os respetivos vencimentos aumentados em mais de 50%, enquanto no porto de Lisboa as atualizações rondaram os 30%. A situação foi denunciada ontem por Marques Mendes, ex-líder do PSD.
José Manuel Rodrigues, presidente da Carris, foi quem teve o maior aumento salarial, 65%, passando a receber 6.923,26 euros.
A mesma percentagem de subida teve os vogais da empresa de transportes públicos que ficaram a auferir 6.028,52 euros.
Em 2008, a Carris apresentou um prejuízo de 17 milhões de euros e em 2009 esse montante ascendeu aos 41 milhões de euros. Na CP, os prejuízos ascenderam em 2008 aos 190 milhões de euros, mas isso não impediu a atualização do vencimento de José Benoliel em 52%, para 7.225,60 euros.
Os vogais da administração viram os seus salários aumentados em quase 60% para 6719,81 euros.
A atualização ocorreu em Julho de 2009, tendo, no final desse ano, a CP apresentado prejuízos de 217 milhões de euros.
Na Administração do Porto de Lisboa, os aumentos foram menores, mas igualmente milionários: Natércia Cabral, a presidente, passou a ganhar 6.357,48 euros e os vogais 5438,52 euros, uma subida de 34% e de 29%, respetivamente.
Incrível este descalabro e esta roubalheira! Estes crimes sistematicamente cometidos e impunes, a maioria deles escondidos do povo e bem guardados nos bolsos dos que sorrindo nos exploram e humilham, desde governantes e deputados que isto permitem, passando pelo Tribunal Constitucional, Tribunal de Contas, Presidente da República e outros que tais, que calando consentem ou com mão branda justiça julgam fazer.
Como é que o povo não se há-de revoltar!
Pena é que não se revolte a sério nas ruas, na Assembleia da República, tirando do poder e das empresas do Estado quem do poder se tem aproveitado para as suas clientelas partidárias e clubes de amigos.
Isto não pode continuar porque já é a grande criminalidade a controlar o nosso país, criminalidade que já não é só a dos colarinhos brancos mas também a dos que sedentos de poder tudo fazem para o ter, estejam onde estiverem, matando, roubando, violando as mais elementares regras do Estado de Direito e destruindo de forma vil e inadmissível a Constituição Portuguesa.
Quais Máfias instaladas, ameaçadoras e intimidatórias, cruéis e desumanas, esta gente que ainda está nas empresas do estado, no governo, e mesmo os que já lá estiveram e dele continuam injustamente a comer cada vez mais e de forma cada vez mais contrastante com o comum dos cidadãos, absolutamente atentatória aos direitos humanos e, neste caso, às desigualdades sociais que se acentuam de forma assustadora e preocupante, esta gente tem de ser combatida.
Combatida e punida. Exemplarmente.
E assim se vai afundando Portugal mas não eles.
E assim se destroem vidas e se rouba quem pobre sempre foi.
E assim se mata e se fere um país, lentamente, com a crueldade e o cinismo de quem insensível sempre foi à dor alheia e indiferente aos compromissos com o povo se mantém.
Nazaré Oliveira