sábado, 19 de outubro de 2013

A fome e os poderosos

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Dizem-me sempre que a fome no mundo sempre existirá. Mas eu não concordo. Não concordo porque sei que a fome no mundo, tal como as desigualdades sociais e o fosso cada vez maior entre os que têm tudo e até tudo esbanjam e os que nada têm ou que cada vez mais vão perdendo, depende seguramente dos poderosos, dos que através do poder do capital em tudo mandam e a todos condenam a uma sobrevivência cada vez mais penosa e humilhante.

Veja-se no mundo, no mundo e concretamente nos países de onde são originárias, os montantes e asfortunas multimilionárias que esta gente tem!

Incrível! Tanto dinheiro, tanto poder, tanta falta de vontade para erradicar a pobreza e a fome do mundo! Tanta falta de humanidade, de sensibilidade! Tanta hipocrisia e falsidade! Quanta injustiça!
De acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg, a fortuna somada dos sete mais ricos “imperadores do dinheiro do mundo” chega a 259,9 biliões de Dólares.
Sete!
Com 17% da fortuna destes 7 bilionários, ou seja, 44 biliões de dólares, resolver-se-ia o problema da fome espalhada pelo mundo. Duvidam?
A cada minuto que passa morre uma criança com menos de 5 anos por subnutrição, sem falar da falta de medicamentos básicos.
Que realidade tão cruel, esta, e que horror continuar a assistir a este massacre, a esta tragédia que nos dilacera a alma e o coração e nos faz chorar, gritar, de raiva, de impotência, mas sobretudo de indignação, por sabermos que outra vida seria possível para estes povos, estas crianças, estes inocentes, se vontade houvesse da parte de quem o capital possui mas dele não abdica a favor do outro e da sua condição humana.
14% da população mundial, um em cada seis habitantes, passa fome. Nada come.
Vivemos cada vez mais com os contrastes sociais violentíssimos, com as desigualdades, mas não tem que ser assim. Não tem.
As decisões políticas, a vontade política, os grandes centros de decisão política e financeira têm que agir (deviam agir) prontamente,  em todos os países e lugares da terra onde esta afronta aos mais elementares Direitos Humanos se vai agigantando, olhada como se de uma inevitabilidade se tratasse.
A fome e a pobreza não podem ser olhadas numa perspetiva economicista como se de um negócio ou contrato se trate e dele ganhos se tenham de obter ou lucros não se percam. Não. Tem de haver compaixão, solidariedade, exigência e transparência na Justiça, Relações Internacionais humanizadas e sérias e afastamento dos tiranos que persistem, seja onde for, como ladrões à solta e assassinos sem escrúpulos a mando de um capitalismo selvagem que da globalização se tem servido para nela se engrandecer.
Envergonha-me saber que há milhões e milhões de pessoas que morrem de fome e centenas de pessoas que espatifam numa noite, numa festa, milhares e milhares de dólares ou euros para futilidades, luxúria, mordomias e outras afrontas à pobreza.
Envergonha-me saber que tudo isto podia não acontecer mas acontece.
Sofro com tudo isto mas anima-me a esperança de uma mudança que surgirá e pela qual luto.
De uma mudança e de um novo paradigma para a Humanidade.









Nazaré Oliveira