Isabel Fernandes - 24 anos |
Portuguesa é melhor voluntária do ano na Europa
No dia 19 deste mês, esta notícia que li no PÚBLICO alegrou-me a alma mas
também me deixou orgulhosa. Orgulhosa e cada vez mais admiradora destas pessoas
que fazem voluntariado, missionárias, católicas, protestantes... brancas,
negras, desta ou daquela nacionalidade, com esta ou aquela profissão, que
abnegadamente, de uma humildade sem limites e de um coração do tamanho do
planeta, completamente entregues à causa humanitária fazem do combate à
pobreza, à exclusão, à indiferença e à solidão, o seu maior objetivo de vida e
o seu caminho para atingir a felicidade dando e dando-se "ao outro",
"aos outros", aos que mais sofrem nos piores sítios do mundo e no
mundo dos esquecidos.
É a entrega total. O dar e receber incondicional, genuíno.
É portuguesa, como tantos outros, mas também podia ser de outra
nacionalidade.
Não interessa de onde são mas onde estão, o que fazem, a quem fazem e em
que condições o fazem. Sim, estes heróis, voluntários como a Isabel Fernandes,
espalhados pelos quatro cantos do mundo, tornam mais leve a dureza da vida para
os que tão esquecidos são e continuam a ser, quer na África, Ásia, América do
Sul...
Com gente fabulosa como esta, cuja ação e trabalho os
torna cada vez mais seres humanos de excelência - os meus heróis -, não abrem
os nossos telejornais nem a sua ação é merecedora de primeira página ou
programa de TV em horário nobre!
Se fosse um treinador, um presidente de um clube de
futebol, um jogador de futebol, uma "madame da alta sociedade" que
trocou de marido, um ator que mudou de namorada, uma atriz que fez a sua 6ª
plástica para corrigir o peito, os lábios, casas dos segredos, programas da
má-língua que vivem da má-língua de uns tantos arvorados em socialite ou,
então, do desespero e boa-fé de quem, certamente a troco de uma promessa ou de
uns euros a sua vida vai expondo, visivelmente humildes, emocionados,
perfeitamente alheados de uma exploração dos sentimentos habilmente preparada
pelo marketing desumano que lhes retira dignidade, mas que não vislumbram, tal o
peso dos media que sobre eles cai, avassalador, até ao mais íntimo dos
desabafos.
Programas, apresentadores, convidados e especialistas
da treta, assuntos da treta, programas para mentecaptos, com apresentadores
(as) mentecaptos (as) que nem falar sabem ou que da cultura só dela sabem o que
no "papel" escrito está, enfim, se fosse (por exemplo) uma destas criaturas,
já todo o país sabia e estava farto de saber.
Parabéns, Isabel! És uma MULHER FANTÁSTICA!
Obrigada, queridos voluntários por esse mundo fora,
portugueses ou não, católicos ou não. Obrigada às ONGs - Organizações
Não Governamentais. Um abraço fraterno para todos.
Sois os meus heróis.
Como disse Isabel Fernandes: “Não necessito de
prémios, porque esses tenho-os sempre no terreno, nos sorrisos e abraços que
recebo ao final do dia. Estou aqui no aeroporto a pensar que sou o rosto de
todos os que trabalhamos para este e outros projetos de voluntariado e que isso
é um orgulho”.
“Se todos dessem um pouco, às vezes um euro por dia, quase o valor de um
café, já faria toda a diferença. E sou a prova de que todas as doações chegam
àquelas crianças e de que vemos os resultados. Por exemplo, quem não tinha
sequer uma casa a que se pudesses chamar casa, agora pode ter uma latrina
melhorada, algo a que damos imensa importância por todas as razões de higiene e
segurança sanitária. E as crianças podem ter uniforme, que é um passaporte para
irem à escola”.
“Morre lentamente,
quem não troca o certo pelo incerto, em busca de um sonho”. Isabel Fernandes socorre-se das palavras do poeta chileno Pablo Neruda
para resumir o seu espírito de missão.
Licenciada em Psicologia mas no desemprego, sabe que África será novamente o seu próximo destino.
Licenciada em Psicologia mas no desemprego, sabe que África será novamente o seu próximo destino.
nazaré oliveira