No dia em que mais uma tragédia aconteceu, desta vez na Turquia, vale a pena reflectir sobre as alterações climáticas e sobre todos os horrores que as mesmas têm provocado e provocarão, enquanto não se tomar consciência da gravidade deste problema e da importância de uma tomada de posição a nível mundial que passe pela adopção de uma Política - Política de Ambiente - verdadeiramente séria para o planeta, a cumprir, na prática, por todos os intervenientes, particularmente os países mais poluidores e com maior capacidade de intervenção a este nível, e que não se fique meramente pelos acordos de ocasião ou tratados, que, na prática, não cumprem ou fingem cumprir.
São cada vez mais frequentes e cada vez mais graves os desastres ambientais que acontecem pelo mundo fora, com consequências terríveis a todos os níveis, sobretudo, as perdas humanas que têm ceifado com os sismos, inundações, seca, tsunamis, furacões, entre outros, e com as fomes e desastres humanitários daí resultantes.
As mudanças climáticas são a maior ameaça ambiental do século XXI, com consequências profundas e transversais a várias áreas da sociedade: económica, social e ambiental. Todos nós, sem excepção, estamos a ser afectados por esta questão: cidadãos comuns, empresas, governos, economias e, mais importante de todos, a natureza.
Sempre foram registadas ao longo dos milhares de anos que o planeta Terra tem. O problema prende-se com o facto de, no último século, o ritmo entre estas variações climáticas ter sofrido uma forte aceleração e a tendência é que tome proporções ainda mais caóticas se não forem tomadas medidas.
A ocorrência de ondas de calor e secas são fenómenos cada vez mais frequentes, e as consequentes perdas agrícolas representam uma ameaça real para as economias mundiais.
No cerne destas mudanças estão os chamados gases de efeito estufa, cujas emissões têm sofrido um aumento acentuado. O CO2 (dióxido de carbono) é o principal gás negativo desses designados de efeito estufa, e são consequência directa do uso/queima de combustíveis fósseis como o carbono, o petróleo e o gás com fins de produção energética.
É, por isso, imprescindível reduzir as emissões deste tipo de gases. Como? Eliminando, progressivamente, o uso massivo dos combustíveis fósseis, substituindo-os pelas energias renováveis, fomentando a poupança de energia e eficiência energética.
A actividade humana foi apontada, em 2007, por cientistas especializados nesta área e reunidos sob o Painel Intergovernamental de Alterações Climáticas, como sendo a principal causa destas mudanças do clima.
Ao mantermos uma atitude inerte e apática perante esta questão, corremos o risco de sermos expostos a eventos climáticos extremos e imprevisíveis (como os que têm vindo a ser noticiados nos últimos tempos) e com efeitos nefastos para todo o mundo!
A temperatura, no século passado, registou um acréscimo de 0,76ºC. A previsão é que no presente suba entre 1,1 a 6,4ºC, dependendo das medidas mitigadoras que sejam encetadas.
Este incremento da temperatura média tida como normal em mais 2ºC pode induzir respostas céleres, imprevistas e não-lineares que podem desencadear danos irreversíveis nos ecossistemas terrestres.
O EFEITO DE ESTUFA
O chamado efeito estufa é um fenómeno natural que permite a existência de vida no Planeta Terra.
É causado por um conjunto de gases que, ao convergirem na atmosfera, provocam uma protecção especial contra os raios solares nocivos e que podem provocar o aquecimento excessivo do planeta. Assim, a Terra consegue manter uma temperatura média global de +15ºC em vez de -18ºC.
Contudo, há mais de uma década, cientistas em todo o mundo ficaram em estado de alerta quando se aperceberam do aumento da temperatura do Planeta a um ritmo sem precedentes. Ao estudarem as causas deste fenómeno encontraram uma relação directa entre o aquecimento global e o aumento das emissões dos chamados gases de efeito estufa provocado pelas sociedades humanas industrializadas.
O principal destes gases é o CO2 (dióxido de carbono) que resulta da queima directa de combustíveis fósseis (carbono, o petróleo e o gás) utilizados na produção de energia e transportes, principalmente.
Desde a Revolução Industrial (finais do Séc.XIX), o CO2 sofreu um incremento de 34%.
Entre outros gases de efeito estufa contam-se o metano e o óxido nitroso, tendo-se introduzido na atmosfera outros gases que antes não existiam, como o CFC e compostos perfluorados. Fazendo com que a concentração de CO2 na atmosfera, nos dias de hoje, supere as registadas nos últimos 20 milhões de anos.
Se o crescimento mundial, o crescimento demográfico e o consumo energético se mantiverem estes níveis, baseando o seu funcionamento na utilização de combustíveis fósseis, e se mantiverem estes graus de consumo, antes de 2050 as concentrações de CO2 terão duplicado para o dobro das registadas antes da Revolução Industrial.
A produção de electricidade é o sector que mais contribui para a emissão de CO2 em todo o mundo, chegando a estar na origem de 37% das emissões mundiais.
Para melhor estudarem estas causas e consequências das alterações climáticas o Painel Intergovernamental para as Mudanças de Clima foi criado em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente). Nele reúnem-se os maiores especialistas de todo o mundo com o objectivo de darem a conhecer aos políticos a informação científica, técnica e económica disponível sobre esta matéria de forma a apetrechá-los de conhecimentos suficientes que os façam tomar medidas mitigadoras.
Sobre DESERTIFICAÇÃO, ler aqui.
Consultas sempre importantes:
http://ec.europa.eu/clima/sites/campaign/index_pt.htm, http://www.apambiente.pt/politicasambiente/AlteracoesClimaticas/Paginas/default.aspx
http://www.siam.fc.ul.pt/Revista VISÃO VERDE