terça-feira, 21 de abril de 2015

Não, não tem de ser assim: milhares de africanos afogados no Mediterrâneo para não morrerem de fome




Não, não tem de ser assim - milhares de africanos afogados no Mediterrâneo para não morrerem de fome, milhões e milhões de europeus humilhados pelo desemprego e milhões de portugueses empobrecidos de mão estendida nas sopas dos pobres.
Os fatalismos nada resolvem exceto salvar ditadores. A economia só faz sentido ao serviço das pessoas. Tudo o mais não tem justificação, nem explicação. É mentira. É egoísmo. É sacar aos mesmos de sempre. É roubar. É matar. É servir-se em vez de servir a comunidade. É perverso.
Não venham com mais cantigas do ceguinho ou vozitas de sereia a dizer que a vida é assim.
Não há céu na terra, eu sei. Mas no país, na Europa, no Mediterrâneo, não há vida, há morte. E é até proibido, é impossível sonhar!


Revejo-me inteiramente neste texto do Dr. Carlos Moreno.
Um texto extraordinário que retrata esta terrível, dramática e impiedosa realidade dos nossos dias.
Está tudo aqui. Tudo!

O valor da Liberdade - diálogos sobre as possibilidades do humano












"O Valor da Liberdade - diálogos sobre as possibilidades do humano" é um documentário da Fundação Francisco Manuel dos Santos e da SIC Notícias sobre liberdade e desenvolvimento.

Nos vários episódios, os convidados pensam e discutem as causas, consequências e dilemas da liberdade. 

A ênfase é colocada no pensamento: original e informado, marcado pelas experiências de vida e de reflexão dos vários protagonistas, entre os quais se contam  nomes sonantes da filosofia, política e economia: Gilles Lipovetsky, Fernando Henrique Cardoso e Dani Rodrik. 

Se gosta de pensar "fora da caixa" esta mini-série interessa-lhe.



Ficha técnica

Autoria, Entrevistas: José Tavares
Autoria, Realização: Joana Pontes
Imagem: Rui Xavier, José Maria Cyrne, João Ribeiro
Som: Armanda Carvalho
Imagem adicional: Rui Branquinho, João Nunes
Montagem, correcção de cor: Rui Branquinho
Pesquisa: Catarina Martins, Maria João Torgal
Pós-produção áudio: Billyboom Sound Design
Genérico: Terra Líquida Filmes
Música: Healing Waters by Olive Musique
Produção: Patrícia Faria/BEST XXI



quinta-feira, 16 de abril de 2015

As meninas da Nigéria






Foi há um ano que ficámos chocados por terem sido raptadas durante a noite 276 meninas na Nigéria. Já tinha havido notícias de raptos, mas o número nunca fora tão elevado.
Desde então, em vez do resgate das crianças, soubemos que, pelo contrário, foram raptadas muitas mais e que foram mortas centenas de crianças e professores em escolas da Nigéria.

Que tempos negros estes em que a violência recrudesce e parece não ter fim!

A chamada comunidade internacional só intervém rapidamente quando há petróleo. 
Que mundo este em que vivemos!

E nós, que só temos mesmo a arma da palavra, temos de prosseguir, "numa fiel dedicação à honra de estarmos vivos", como dizia Jorge de Sena, na sua memorável Carta a seus filhos sobre os fuzilamentos de Goya.



(Palavras da Dra Dulce Rocha, que subscrevo inteiramente)


quarta-feira, 8 de abril de 2015

Heal The World



Um trabalho fantástico de Michael Jackson que adoro ouvir e cantar*. Sempre.

E que mensagem ele transmite! 



*Letra:

''Think about the generations and they say:
- We want to make it a better place
For our children
And our children's children
So that they know
It's a better world for them
And think if they can
Make it a better place?"


There's a place in your heart
And I know that it is love
And this place could be
Much brighter than tomorrow
And if you really try
You'll find there's no need to cry
In this place you'll feel
There's no hurt or sorrow
There are ways to get there
If you care enough for the living
Make a little space
Make a better place

Heal the world
Make it a better place
For you and for me
And the entire human race
There are people dying
If you care enough for the living
Make it a better place
For you and for me
If you want to know why
There's love that cannot lie
Love is strong
It only cares of joyful giving
If we try we shall see
In this bliss
We cannot feel fear or dread
We stop existing and start living
Then it feels that always
Love's enough for us growing
So make a better world
Make a better world

Heal the world
Make it a better place
For you and for me
And the entire human race
There are people dying
If you care enough for the living
Make a better place
For you and for me
And the dream we were conceived in
Will reveal a joyful face
And the world we once believed in
Will shine again in grace
Then why do we keep strangling life
Wound this earth, crucify its soul
Though it's plain to see
This world is heavenly, be God's glow
We could fly so high
Let our spirits never die
In my heart I feel
You are all my brothers
Create a world with no fear
Together we'll cry happy tears
See the nations turn their swords
Into plowshares
We could really get there
If you cared enough for the living
Make a little space
To make a better place

Heal the world
Make it a better place
For you and for me
And the entire human race
There are people dying
If you care enough for the living
Make a better place
For you and for me [3x]
There are people dying
If you care enough for the living
Make a better place
For you and for me [2x]
You and for me
(Make a better place) [3x]
You and for me
(Heal the world we live in)
You and for me
(Save it for our children) [4x]

terça-feira, 7 de abril de 2015

A Finlândia vai acabar o ensino por disciplinas






A Finlândia já tem um dos melhores sistemas de educação do mundo, que ocupa as posições de topo na matemática, nas línguas e na ciência dos prestigiados rankings PISA da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico. Somente países do oriente, como a Singapura e a China conseguem superar o país nórdico.
Políticos e especialistas em educação de todo o mundo olham para o país como um exemplo e tentam replicar nos seus sistemas de ensino o sucesso que lhe reconhecem.
Mas a Finlândia não está a descansar nos seus louros. Está a preparar a maior reforma na educação de sempre, abandonando o tradicional ensino por disciplinas e implementando um ensino por tópicos. Algumas disciplinas principais, como Literatura Inglesa e Física, já estão a ser eliminadas das turmas de 16 anos em escolas da capital Helsínquia.
Em vez disso, os jovens finlandeses estão a aprender por tópicos, como a “União Europeia”, que engloba a aprendizagem de economia, história, línguas e geografia. Num ponto de vista mais profissional, um aluno que queira especializar-se em restauração opta por um curso que inclui matemática, línguas (para clientes estrangeiros), competências de escrita e habilidades de comunicação oral.
Ou seja, nada de uma hora de história, seguida de uma hora de química e de uma hora de matemática. A ideia é eliminar uma das maiores interrogações dos estudantes: “porque tenho de aprender isto?”. No novo modelo finlandês, todos os assuntos leccionados estão interligados e existem motivos práticos para os aprender.
“Aquilo de que precisamos agora é de um tipo de educação diferente que prepare as pessoas para o mercado de trabalho”, explicou Pasi Silander, responsável pelo desenvolvimento da cidade de Helsínquia, ao jornal The Independent, salientando que com os avanços tecnológicos algumas formas de ensino deixaram de fazer sentido. “Os jovens já usam computadores avançados. No passado, os bancos tinham muitos funcionários a fazer cálculos, mas agora tudo mudou. Temos, portanto, de fazer as mudanças na educação necessárias para a indústria e sociedade modernas.”
A maioria dos professores sempre leccionou disciplinas individuais ao longo das suas carreias e por isso são muitos os que se opõem a estas mudanças. Não é difícil percebermos porquê: o novo sistema é muito mais colaborativo, forçando os profissionais de diferentes áreas a juntarem-se para definir o plano curricular. Marjo Kyllonen, responsável pela educação na capital finlandesa e um dos autores desta reforma, baptizou o novo modelo de “co-teaching” e assegura que os professores que concordarem com ele vão receber bónus salariais.
Cerca de 70% dos professores das escolas básicas de Helsínquia ja foram preparados para o novo modelo, de acordo com Silander. “Mudámos mesmo a mentalidade. É ligeiramente difícil convencer os professores a entrar na nova abordagem e a dar o primeiro passo… mas aqueles que o fizeram dizem que não conseguem voltar atrás.”
O novo sistema de ensino finlandês está a ser “testado” em Helsínquia, mas a intenção dos responsáveis da capital é que este seja aplicado em todo o país por volta de 2020.

(foto: Wikipedia)