Foi há um ano que ficámos chocados por terem sido
raptadas durante a noite 276 meninas na Nigéria. Já tinha havido notícias de
raptos, mas o número nunca fora tão elevado.
Desde então, em vez do resgate das crianças,
soubemos que, pelo contrário, foram raptadas muitas mais e que foram mortas
centenas de crianças e professores em escolas da Nigéria.
Que tempos negros estes em que a violência recrudesce e parece não ter fim!
A chamada comunidade internacional só intervém rapidamente quando há petróleo.
Que mundo este em que vivemos!
E nós, que só temos mesmo a arma da palavra, temos de prosseguir, "numa fiel dedicação à honra de estarmos vivos", como dizia Jorge de Sena, na sua memorável Carta a seus filhos sobre os fuzilamentos de Goya.
(Palavras da Dra Dulce Rocha, que subscrevo inteiramente)