quinta-feira, 21 de março de 2013

Viva a Primavera! Viva a Poesia!


Viva a Poesia e a Primavera!
Três magníficos poemas sobre a Primavera de três magníficos poetas portugueseses:







Depois do Inverno, morte figurada,

A primavera, uma assunção de flores.

A vida

Renascida

E celebrada

Num festival de pétalas e cores.

 

Miguel Torga

 

Olhos postos na terra, tu virás

no ritmo da própria primavera,

e como as flores e os animais

abrirás as mãos de quem te espera.

 

Eugénio de Andrade

 
 
Era preciso agradecer às flores

Terem guardado em si,

Límpida e pura,

Aquela promessa antiga

Duma manhã futura.

 

Sophia de Mello Breyner

 

quarta-feira, 20 de março de 2013

Quem provocou esta austeridade está na boa!

Intervenção a não perder!
Dá que pensar, sim, que quem a fez esteja (bem) à margem do sofrimento que a maldita (nos) tem provocado! E isso é uma monstruosidade e uma impunidade que não pode nem deve continuar.
Esta injustiça, absolutamente abominável numa sociedade que se diz democrática, já há muito que reclama por uma resposta forte e inequívoca de todos nós mas, sobretudo, dos nossos representantes.
Infelizmente, muito poucos desses representantes têm sido dignos do voto que lhes delegámos! A começar pelo Presidente da República.
Estamos ainda muito mansos e muito  contemplativos.
Quando chegará o DIA D?
 


 

domingo, 10 de março de 2013

Excelente intervenção na Assembleia da República!



Uma intervenção de Ana Drago. Excelente!

Parabéns, Ana Drago!

Parabéns pela lucidez e inteligência desta intervenção, mas, sobretudo, obrigada, Ana Drago, pela forma absolutamente realista, séria e digna com que o drama dos mais pobres é aqui tratado, drama dos que já a custo sobrevivem.

Afinal, é e continua a ser o drama de todos os que, como eu, fomos e continuamos a ser roubados indecente e injustamente nos nossos direitos, liberdades e garantias fundamentais, constitucionalmente adquiridas, em nome de interesses políticos que, seguramente, ao nosso país bem não trazem nem paz social deixam antever.

Governa-se a pensar na troika, a pensar nos bancos, para a troika e para os bancos.

Esquece-se o país e o povo.

A arraia-miúda, claro!
 
 
 

 

sábado, 9 de março de 2013

Maria da Fonte


Em jeito de homenagem às mulheres, ontem, hoje e sempre! Em todo o mundo!



MARIA DA FONTE

 
 

Mais do que uma revolta, MARIA DA FONTE significa e sempre significará a revolta das mulheres contra a tirania e a injustiça.
Habitualmente ligada à revolta popular ocorrida no Minho e assim chamada por ser oriunda de Fonte Arcada, dá-se na primavera de 1846 contra o governo cartista presidido por Costa Cabral, sobretudo, contra as leis da saúde de novembro de 1845 que, entre outras disposições, proibiam os enterramentos nas igrejas como sempre se fizera até aí, confinando-os aos cemitérios.

De facto, as mulheres minhotas protestaram pela primeira vez em 19 de março na aldeia de Santo André de Frades, concelho de Póvoa do Lanhoso, quando, após obrigarem o pároco a sepultar na igreja uma mulher recentemente falecida, as autoridades decidiram exumar o corpo no cumprimento da lei. Logo os sinos tocaram a rebate e um grupo de camponesas obrigou à fuga das autoridades com risco das próprias vidas e, de uma forma aparentemente espontânea e genuinamente popular, os protestos foram-se repetindo até meados de abril quando passaram a ser direcionados para os funcionários da Fazenda que faziam um levantamento de bens para efeitos do lançamento de impostos.
 
Num misto de anarquia e defesa de dignidade, houve em Vieira do Minho novos protestos mas assumindo já o carácter de uma revolta, com mulheres a assaltarem a Administração e a destruírem os arquivos, depressa se alastrando esta pelo resto do Minho e Trás-os-Montes.

Mas esta revolta foi muito mais do que isto: foi o culminar das tensões sociais resultantes das guerras liberais, exacerbadas pelo grande descontentamento popular gerado, entre outros motivos, pelas novas leis que se lhe seguiram de recrutamento militar e por alterações fiscais prejudiciais ao povo.

A instigadora dos motins iniciais terá sido essa mulher do povo chamada Maria, e que, por ser
daquela freguesia de Fontarcada, ficou com a alcunha de Maria da Fonte e, como a fase inicial do movimento insurrecional teve uma forte componente feminina acabou por ser esse o nome dado à revolta. O próprio Costa Cabral reconheceu que esta sublevação em curso no Minho foi uma revolução diferente de todas as outras, porque todas as outras revoluções tinham tido, de alguma forma, um princípio político, mas, esta, era feita por mulheres (e homens) de saco ao ombro, foice na mão, ancinhos, paus, alavancas, chuços, espingardas e tudo o que podiam apanhar para dar cabo dos que os oprimiam.

Para ele, era uma revolta “sem chefe”, com duas mil e quatrocentas a três mil pessoas, armadas daquele modo, mas foi muito mais do que isso: foi a voz do povo que se fez ouvir através da voz de mulheres, centenas e centenas de mulheres que da vida o duro trabalho sentiam mas também o da injustiça e da desigualdade social.
Maria da Fonte representou e ainda representa a Mulher Portuguesa simples, destemida, e que se for preciso em armas pegará contra a injustiça e contra a opressão, assumindo com coragem e determinação o confronto popular contra “os cabrais”.

Daquele e do nosso tempo.


 

Passos Coelho o disse!




Se nós temos um Orçamento e não o cumprimos, se dissemos que a despesa devia ser de 100 e ela foi de 300, aqueles que são responsáveis pelo resvalar da despesa também têm de ser civil e criminalmente responsáveis pelos seus atos e pelas suas ações.
Não podemos permitir que todos aqueles que estão nas empresas privadas ou que estão no Estado fixem objetivos e não os cumpram.

Sempre que se falham os objetivos, sempre que a execução do Orçamento derrapa, sempre que arranjamos buracos financeiros onde devíamos estar a criar excedentes de poupança, aquilo que se passa é que há mais pessoas que vão para o desemprego e a economia afunda-se.
Não se pode permitir que os responsáveis pelos maus resultados andem sempre de espinha direita, como se não fosse nada com eles.

Quem impõe tantos sacrifícios às pessoas e não cumpre, merece ou não merece ser responsabilizado civil e criminalmente pelos seus atos?

 Pedro Passos Coelho

 Excertos de discurso - exigindo uma "nova cultura de responsabilidade" - proferido num jantar do PSD/Barcelos (citado no Público de 06.11.2010 e nunca desmentido).