quinta-feira, 7 de julho de 2016

A União Europeia é união?



A União Europeia... para os mais inocentes ou para aqueles que mentem descaradamente é uma união de Cidadãos que permite termos uma vida mais confortável e/ou mais próspera. No entanto, a Realidade, por ser mais criativa que a Ficção, prova-nos que não é bem assim.
Ora bem, só no Continente Americano existem 4 Nações Federais que são subdivididas em vários Estados. Temos o Canadá com 13 Estados; temos os Estados Unidos da América com 50 Estados; temos os Estados Unidos do México com 16 Estados e temos a República Federativa do Brasil com 25 Estados. Todas estas 4 Nações decidiram "partir" os seus Territórios em vários Estados apenas por uma mera gestão administrativa, nada mais. 
Agora vamos aos factos. Para isso, vou pedir-vos que assistam ao documentário seguinte que se intitula "The Brussels Business" (clicar no link) e que está somente em inglês. No passado dia 27 de Junho, a RTP 3 transmitiu este documentário a uma hora tardia e nem o colocou no seu Portal Web, o "RTP Play", como é apanágio. A razão!? Depois de 1 hora e 25 minutos de documentário, perceberão...
Agora que já sabem o que é a ERT ou "European Round Table of Industrialists" e depois de clicarem no respectivo link para acederem à sua Página Oficial, começam a perceber o que realmente é este negócio oligárquico chamado "União Europeia". No entanto, decidi alargar-vos um pouco mais os conhecimentos para que possam perceber eventos recentes como os "Panamá Papers" e o "Brexit". 
Na Economia Actual, o Conceito em que Pessoas tinham uma quota parte em Empresas é algo completamente ultrapassado. Com o advento da Economia de Mercado e com o aparecimento das Bolsas, as Grandes Empresas e/ou as Holdings têm a Banca e/ou Financeiras como Principais Accionistas. Assim sendo, quando decidem fazer compras num Hipermercado, quando compram um carro ou quando decidem viajar de avião, não estão a comprar produtos (no sentido clássico do termo), bens e serviços, estão sempre a adquirir Produtos Financeiros.
Quando a Banca e as Empresas Financeiras se mascaram de vendedoras de produtos, bens e serviços e quando facilitam créditos para poderem escoar esses mesmos produtos, bens e serviços, assistimos a uma completa expropriação da pouca riqueza que as Classes Média e Baixa conseguem obter. Por outras palavras, aquilo que na gíria se chama de "Neo-Liberalismo" por somente uma pequena Elite é que beneficia directa ou indirectamente dessa expropriação.
Para cúmulo, a Banca e as Financeiras que são donas de Empresas de Produtos, Bens e Serviços não querem ter grandes lucros porque não querem pagar impostos. Então recorrerm a Offshores. Quando existe uma "corrida desenfreada" a esses Offshores, começam a haver suspeitas e, por conseguinte, geram-se casos como os "Panamá Papers". Ora, sabendo que existe uma expropriação às Classes Média e Baixa e sabendo que estas Holdings não pagam impostos, é natural que comece a faltar liquidez nos Bancos Centrais. Assim sendo, estas Holdings, além de empobrecerem Cidadãos, estão também a empobrecer Nações ao extrair o dinheiro dos seus Bancos Centrais para os seus Cofres Privados.
Assim, chegamos à conclusão que a União Europeia é um "Braço Político" da ERT para possibilitar o empobrecimento das Classes Média e Baixa e para roubar (sim, o termo é mesmo este) os Bancos Centrais. A existência de várias Moedas como o Escudo, a Peseta e o Marco eram um pesadelo logístico para roubar os Bancos Centrais. Para facilitar este roubo, o Braço Político da ERT decidiu criar uma Moeda Única Europeia denominada "Euro" com a desculpa que facilitava as trocas comerciais. Por outras palavras, o objectivo foi atingido com sucesso.
Agora vamos explicar o "Brexit" com base na ERT...
Se repararmos na Lista de Holdings que são Membros na ERT dispensada aqui, reparamos que a Alemanha e a França contribuem com 8 Holdings, o Reino Unido com 6 Holdings e os Países Baixos com apenas 5 Holdings. Todos os outros não passam de 1, 2 ou 3 Holdings, excepto a Itália que tem 4 Holdings. Por outras palavras, temos na ERT uma clara demonstração do Eixo Franco-Alemão que controla a União Europeia.  Se observarmos esta Lista, reparamos que a Suíça está representada com 3 Holdings sem pertencer à União Europeia... Pois bem, a Suíça não pertence à UE por ser um Paraíso Fiscal e, como é sabido, é sempre bom ter um Paraíso destes dentro do nosso "quintal", não é!? Além do mais, convém ter a Nestlé fora de portas mas bem perto por ser a principal responsável pelo "Conflito da Água" e cliente da infame Monsanto.
O Reino Unido não é uma Offshore e, além do mais, na ERT estão as seguintes Holdings:Vodafone Group; a Centrica PLC; a Rolls Royce (não esquecer que é a maior fornecedora de motores para a Airbus); a ArcelorMittal; a Rio Tinto e a BP. Sabendo isto e sabendo que a decisão do "Brexit" foi uma decisão soberana do Povo Britânico, é de fácil compreenção que a ERT e a União Europeia não queiram ver os lucros destas empresas a sair do Produto Interno Bruto da UE. Por outras palavras, o "Brexit" foi uma autêntica dôr de cabeça que a ERT e a União Europeia querem que morra na Secretaria ou no Parlamento Britânico, onde terá que ser ratificado.
A ERT e Portugal...  
Ao observarmos a Lista de Holdings da ERT, conseguimos facilmente perceber a sua influência dentro das nossas fronteiras. Percebemos facilmente também porque a única Holding Portuguesa a estar presente é a SONAE.
Todos sabemos o que aconteceu à Portugal Telecom quando decidiu sair fora da UE para se juntar à brasileira "Oi", ou seja, foi a sua queda e a consequente queda do Grupo Banco Espírito Santo. Uma pesada multa para Portugal por esse atrevimento. Multa essa que foi encabeçada pelo Governo Neo-Liberal de Pedro Passos Coelho a mando da UE e, sobretudo, a mando da ERT.
Existem outras influências da ERT em Portugal. Todos percebemos a razão da Heineken ter comprado a Central de Cervejas; a razão da SONAE ter lançado a Optimus a pedido da Orange; a razão da LafargeHolcim e da ThyssenKrup terem impulsionado a construção de Super-Centros Comerciais e dos Estádios do Euro'2004 que estão ao abandono; a razão da BP ser a única a ter as Estações de Serviço abertas 24h por dia em pequenas cidades; a razão da esmagadora maioria das empresas usarem bases-de-dados SAP e serem consultadas pela CapGemini; a razão das prateleiras dos supermercados quase só terem produtos Siemens e Philips; a razão do desmantelamento da EDP para que a E.ON, a Engie pudessem vingar; a razão das indústria vidreira da Figueira da Foz ter sido desmantelada em prol da Saint-Gobain; a razão de ter que se implentar um Portal para a Justiça (o Sitius) pela Wolters Kluwer.
Resumindo, ao contrário das 4 Nações Federais Americanas que são genuinamente uniões de Povos e de Cidadãos, a União Europeia é uma União Empresarial que reduz o Cidadão à sua condição de consumidor e de contribuinte. Em Bruxelas não somos vistos como cidadãos mas como escravos numa ditadura neo-liberal que tanto é representada por partidos de centro-esquerda como por partidos de centro-direita. Como partidos como o britânico UKIP e o francês Front National tentam ao máximo resistir às pressões da ERT e de Bruxelas e daí usarem os termos "Independente" e "Nacionalista", são considerados alvos a abater. Quando a UE não consegue fazê-lo, os seus Órgãos tantam ridicularizá-los.
Na Era Medieval, os Monarcas chefiavam os Donos dos Escravos. Cinco séculos se passaram e a escravatura aparenta estar no Passado. Sim, aparenta porque, agora, a Banca e a Finança são donas de Empresas que, por sua vez, são donas de Governos que, por sua vez, legislam leis afim de manter uma "saudável e simpática ditadura e escravatura". 
Termino indicando que é urgente fazer acordar o Valor Humano e o Conceito de Cidadania. É urgente porque não somos escravos e não somos meros contribuintes e consumidores. Somos Cidadãos que, pelo simples facto de existirmos, merecemos o máximo de respeito e a máxima consideração. Não podemos nem devemos determinar economicamente o Valor da Vida mas é isso que está a acontecer mesmo á frente dos nossos olhos pela mão de quem é pago por nós para nos representar. Uma coisa é certa: a bem ou mal, os Valores da Cidadania vão vencer e sobrepôr-se aos Valores da Economia. Repito, será a bem ou a mal...


Nuno Matias
in http://oourico.blogs.sapo.pt/


* Título do artigo da minha autoria.
Nazaré Oliveira