Uma real e profunda reforma curricular
Um leitor, a quem, desde já, agradeço, alertou-nos para o facto de no dia 8
deste mês ter sido aprovada na Assembleia da República a "resolução de
abertura de um processo de debate com vista à definição de objetivos para uma
real e profunda reforma curricular":
A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º5 do artigo 166.º da
Constituição, recomendar ao Governo que inicie um processo de reflexão e debate
democrático amplo e alargado a toda a comunidade educativa, de modo a que se
definam objetivos para uma real e profunda reforma curricular.
Aprovada em 8 de janeiro de 2016.
Aprovada em 8 de janeiro de 2016.
O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues
Situando-me na Escola Pública, a escola que é para todos,
- digo sim se essa reforma curricular se traduzir num
compromisso simples e honesto entre o Ministério da Educação, as Escolas e os
Professores em ensinar às crianças e aos jovens o que, para seu próprio bem, a
escola tem o dever de lhes ensinar e de modo que eles efectivamente aprendam.
Será uma "profunda reforma curricular" centrada no "currículo
que se ensina" e no "currículo que se aprende", que nessa
medida, passará despercebida, sem suscitar títulos de jornais, sem se socorrer
de estratégias demagógicas, sem ter ganhos eleitorais.
- digo não se essa reforma curricular se traduzir na recorrente insistência em revogar e homologar mais umas dezenas de documentos curriculares, que se irão juntar às muitas centenas de orientações e de directrizes acumuladas (e esquecidas) na página online da Direcção Geral da Educação. É certo que o "currículo que se determina" tem de se encontrar actualizado, mas também tem de ser estável e, sobretudo, tem de assentar numa reflexão filosófica segura e em conhecimento pedagógico e disciplinar fiável. A determinação política do currículo não pode (não deveria) continuar a depender como depende da orientação partidária de momento e do interesse que lhe está agregado de ostentar a ideia de mudança inequivocamente melhor do que a anterior.
- digo não se essa reforma curricular se traduzir na recorrente insistência em revogar e homologar mais umas dezenas de documentos curriculares, que se irão juntar às muitas centenas de orientações e de directrizes acumuladas (e esquecidas) na página online da Direcção Geral da Educação. É certo que o "currículo que se determina" tem de se encontrar actualizado, mas também tem de ser estável e, sobretudo, tem de assentar numa reflexão filosófica segura e em conhecimento pedagógico e disciplinar fiável. A determinação política do currículo não pode (não deveria) continuar a depender como depende da orientação partidária de momento e do interesse que lhe está agregado de ostentar a ideia de mudança inequivocamente melhor do que a anterior.
in http://dererummundi.blogspot.pt/2016/01/uma-real-e-profunda-reforma-curricular.html