sábado, 22 de agosto de 2015

É horrível passar por animais acorrentados..




É horrível passar por animais acorrentados... espaços exíguos, escuros...
É horrível viver sem liberdade e carinho, votado à indiferença e à solidão, e tantas vezes dentro de quintas, de grandes terrenos, jardins, hortas, quintais, fábricas, armazéns, moradias ...
Quando os vejo e posso ir ter com eles, levo-lhes uma "festinha", umas palavras de carinho, de atenção...
Aparecem logo os donos, sorrateiramente, por detrás das cortinas ou por entre as portas, com sorrisos amarelos de hipocrisia e a escorrerem perversidade num olhos maus, muito maus, que revelam bem o que vai naqueles corações de pedra.
"Que se passa?", dizem num tom grosseiro e de ameaça...
Tento sensibilizar, esclarecer... Mas aquela gente é dura. Dura e fria como o aço.
Aquela gente não é gente nem nunca o será: são monstros, monstros que vivem do sadismo e da humilhação constante que aos outros infligem, sobretudo aos mais vulneráveis, neste caso, aos cães que acorrentam e que escravizam, sejam cães de guarda sejam as pobres cadelinhas parideiras com as quais assumem fazer negócio, até ao dia em que, precocemente envelhecidas e já sem força sequer para ladrar, são atiradas para a berma da estrada como um farrapo ou mantidas vivas à custa de um prato negro de comida azeda ou de uma pinga de água suja e lodosa.
Esta gente não é gente nem é bicho: são monstros, monstros de rosto humano, bestas assassinas, cruéis, que infernizam a vida dos animais nesta morte lenta a que os obrigam, porque uma vida sem liberdade vida não é.
Pobres animais! Nunca vos esqueço.
Revolta-me não conseguir tirar-vos das mãos dos carrascos que vos têm presos há anos apesar de tantas vezes lhes pedir que vos tratem com dignidade.
Dói tanto ver-vos assim.
Viver não é assim.
Que o dia da liberdade não tarde. Que a paz chegue depressa às vossas vidas, meus peludinhos, mesmo que essa paz em luz tenha de transformar-se para alcançardes a liberdade merecida e viverdes felizes, finalmente, para sempre, numa estrela brilhante que todas as noites me ilumine e me faça sonhar com um mundo melhor.


Nazaré Oliveira