"O que era tabu generalizado na europa, isto é, pôr em causa e discutir politicamente a austeridade, passou à História em todos os países e instâncias europeias graças à pedrada no charco da Grécia. Nem a Alemanha foi capaz de o impedir e até já veio a terreiro discuti-la.
Nada ficará como dantes, sobretudo se os eleitores chamados a votar em vários países europeus em 2015 fizerem ouvir as sua vozes sem medos. Portugal incluído.
Sempre que os cidadãos podem melhorar a vida os seus representantes devem exultar e não ficar enxofrados. O futuro de milhões de pessoas empobrecidas à força tem agora mais hipóteses de ser um pouco melhor. Não se trata realmente de uma brincadeira de criança!"
Completamente de acordo com as suas palavras, estimado Professor Carlos Moreno.
A vitória do Syriza e a forma como o novo governo grego se tem movimentado na busca de soluções e consensos que conduzam a uma política europeia séria e justa para os mais pequenos e os mais pobres, não é mais do que a constatação de que, de facto, outra política e outras ideias eram possíveis e sê-lo-ão, com toda a certeza.
Surge agora a oportunidade de travar uma situação que nos devastou a todos e de impedir que uma Europa prepotente nos continue a condenar a uma vida sem esperança e a um servilismo absolutamente abjeto, cruel e sem limites.
Renasce agora a esperança numa nova política e numa nova forma de fazer política.
Renasce agora a esperança numa nova geração de políticos que olhem para o outro como um igual a si, um outro que lhes delegou o poder e que por isso neles confia.
Vamos lá ver, agora, graças à pedrada no charco dada pela Grécia, se o povo de rastos desta Europa a quem revolveram as entranhas, se torna mais forte, mais combativo, mais confiante, mais interveniente e mais crítico na definição e construção do seu caminho.
Crescerá agora, em nós, essa vontade de enfrentar sem medo o próprio medo e de olharmos para a vida com mais ânimo?
É indiscutível que renasceu a esperança em milhares e milhares de cidadãos europeus. A esperança numa política de rosto humano e de uma europa verdadeiramente solidária.
Não tenham medo da esquerda.
Não tenham medo da mudança mas do medo que não vos deixa mudar.
Nazaré Oliveira