Um texto do Pe. e Professor João Vila-Chã.
Imagens selecionadas por mim.
(…) desejo, se me permitem, voltar a
o terrível escândalo que é a brutal violência desencadeada em nome do Islão
pelos terroristas que estão no comando do autointitulado, e que por ninguém
deve ser reconhecido, «estado islâmico», na Síria e
no Iraque.
O vídeo
da decapitação de James Foley, jornalista de Boston, de apenas 40 anos, há
meses capturado na Síria, constitui hoje a enésima recordação da dimensão do
problema a que temos de fazer frente.
O
terrorismo que se acha justificado pela religião, e mata em nome de Deus, é,
talvez, a realidade mais patológica que neste momento afeta a humanidade.
Decapitar
seres humanos aos gritos de «Allahu Akbar», para já não mencionar as práticas
de genocídio atualmente em curso no norte do Iraque, é simplesmente a maior
obscenidade de que algum ser humano se pode fazer culpado.
Os
terroristas do IS têm de ser parados; as suas ações de dementes ou possessos
têm de ser urgentemente estancadas; a comunidade internacional tem de demonstrar
a sua capacidade de proteger a humanidade dos perseguidos, estejam eles onde
estiverem. Nesse sentido, alegro-me que o Primeiro-Ministro da Itália esteja a
preparar, ou até mesmo já efetuando, uma visita relâmpago a Bagdad, presumo que
em ordem a demonstrar que a Itália está disposta a fazer a sua parte neste
«imbróglio» que é a situação no Médio Oriente.
As
soluções para problemas deste tipo nunca são fáceis de encontrar; contudo, uma
coisa deve permanecer clara: tolerar ações como as desses (bem mais numerosos
do que seria de esperar) terroristas e fanáticos que são os militantes do
«estado islâmico» da Síria e do Iraque, é algo doravante absolutamente
intolerável e que, por isso, deve ser combatida com a maior firmeza possível
por parte de todos os Estados de Direito.
Mais que
tudo, é urgente que os líderes das
comunidades islâmicas espalhadas pelo mundo demonstrem, por uma vez, onde estão
as suas prioridades: na Paz que o Alcorão também reclama, ou no consentimento
de justificações ambíguas ao serviço do revanchismo religioso, perfeitamente
indigno e sem razão alguma que se possa aceitar.