sábado, 14 de dezembro de 2013

Miguel Macedo: digam-me que não é verdade!




Li agora esta notícia.

A ser verdade, é mais um escândalo, uma vergonha e uma afronta ao nosso humilde e tão sofrido povo.

Mais uma golpada? Por favor, digam-me que não é verdade!

Depois de TUDO o que aconteceu e do que nós vimos, soubemos e sabemos, depois de tudo o que disseram estes senhores, do pedido de demissão de um e da aceitação da sua demissão pelo outro, por favor, digam-me que é mentira o que acabei de ler.

Não, não pode ser verdade.

No meu país, o governo do meu país, que mais não tem feito do que governar para a troika e não para os portugueses, em nome da troika e não em nome dos portugueses, com a cruel e desumana austeridade que aos pobres à miséria cada vez mais condena, com a falta de transparência que tem devastado a nossa Democracia e as suas instituições, com a promíscua cumplicidade entre Governo e Presidente da República, Ministérios, Secretarias de Estado, Gabinetes e "leais conselheiros",  com a maioria da Assembleia da República PSD/CDS e a sua mui e indigna Presidenta, sistematicamente incomodada com um povo que clama justiça porque de fome já vive e com vingança já sonha, com o crescente corte de salários e a aniquilação dos direitos constitucionais e da própria Constituição, com o encerramento de empresas, fábricas, lojas, escolas, com um país hipotecado e sem rumo, chegam-nos mais notícias destas, a nós, cansados que estamos de esperar que se faça Justiça.


Em gestos ensaiados de clara desconsideração para com os governados e de forma acentuadamente ruinosa e ditatorial, tentam a todo o custo fazer-nos crer que é em nome do povo que (ainda) governam porque em nome do povo eleitos foram.
Vergonha! Tenham vergonha!


Querem fazer-nos crer que outras soluções políticas e financeiras possíveis não são, e que as desigualdades  sociais, agora preocupantes, inevitáveis se tornaram e aceitáveis, portanto, devem ser.

Não, não merecem continuar a governar este país (nem outro qualquer). Não servem.
É insaciável a sua fome de poder e corrupta a sua forma de agir.


Despudoradamente sorrindo, agridem-nos a toda a hora dentro dos seus gabinetes, nas suas cadeiras do poder, no corredor do poder e do alto da sua pequenez que em desgraça nos pôs e ao abismo nos empurrou.

Fogem da verdade, da transparência, negam as jogadas de bastidores que todos lhes conhecemos mas que habilmente executam e encobrem, protegidos que estão pelos mais poderosos e nas mãos dos quais lacaios são e serão, esquecidos de um juramento de fidelidade à Pátria e de uma lealdade que só aos seus interesses prometeram.

De forma absolutamente nojenta e desprezível, continuam a não querer ver e a não querer ouvir a crescente onda de desespero que a todos nos tem devastado, com homens e mulheres a reivindicar o que é seu, sejam salários, pensões, reformas, dignidade, com famílias inteiras famintas, gente, muita gente doente sem poder tratar-se, muitos jovens a interromper os seus cursos porque nem dinheiro para o passe os seus pais têm, com gente humilde que na vida cumpridora sempre foi mas a  quem a Vida, agora,  madrasta tem sido e carrasco também.

Já somos um país falido nos valores e na esperança. Um país de ladrões engravatados e de criminosos que o não parecem.


A ser verdade e de acordo com o DN, o ex-diretor da PSP vai ocupar o cargo de oficial de ligação do Ministério da Administração Interna na embaixada portuguesa em Paris, lugar que terá sido criado especialmente para Paulo Gomes.

O salário deverá rondar os 12.000 euros, o triplo do que recebia como director da PSP.

O dito Miguel Macedo, acerca dos acontecimentos que os polícias orgulhosamente protagonizaram naquele dia, em frente à Assembleia da República, afirmara a propósito dos mesmos que "uma imagem de turbulência, violência ou conflito destrói num ápice todos os discursos em favor da segurança", manifestando "compreensão pelos problemas" e "dificuldades" que esta classe atravessa.
Reconheceu, inclusivé, que "um polícia, antes de ser polícia, é um português" e que "sente as adversidades da crise".

Hipócrita! Hipócritas!

Não há pior violência do que aquela que o Governo tem exercido sobre todos nós! Como esta, a ser verdade.


A ser verdade, senhores agentes da autoridade, senhores polícias que legitimamente se indignaram e subiram a escadaria exterior da Assembleia da República naquele célebre dia, de que é que estão à espera para avançar muito mais?




Nazaré Oliveira