Um artigo muito interessante de Raquel Varela.
Uma reflexão muito pertinente.
O problema do nosso país não são os reformados, eles são parte da solução. Não temos «velhos a mais», temos «jovens a menos». O problema é a total ausência dos jovens na luta social e política. Jovens (entre os 16 e os 25 anos), que estão em casa, a vegetar. Filhos e netos dos reformados que fizeram o Maio de 68 e a revolução de Abril. Os precários, que estão na rua, são adultos, desempregados e dependentes, mas adultos.
Os jovens estão, literalmente, a ver a banda passar, sem fazer parte da música, alvos passivos da história, sujeitos de coisa nenhuma. E pensar que a geração que fazia política na universidade e perdia 1 ou 2 anos, sem pagar propinas, era considerada preguiçosa??!! Trabalhadores, cheios de iniciativa, força emocional, são estes jovens, mortos de medo, incultos, ignorantes, competitivamente convencidos que a política não lhes diz respeito porque eles «pensam pela própria cabeça». 40 a 60% estão desempregados, portanto, no estado animal de comer, dormir e ler 2 parágrafos no facebook, que mais do que isso dá trabalho. Já os avós estão a organizar partidos, associações e manifestações.
Uma reflexão muito pertinente.
O problema do nosso país não são os reformados, eles são parte da solução. Não temos «velhos a mais», temos «jovens a menos». O problema é a total ausência dos jovens na luta social e política. Jovens (entre os 16 e os 25 anos), que estão em casa, a vegetar. Filhos e netos dos reformados que fizeram o Maio de 68 e a revolução de Abril. Os precários, que estão na rua, são adultos, desempregados e dependentes, mas adultos.
Os jovens estão, literalmente, a ver a banda passar, sem fazer parte da música, alvos passivos da história, sujeitos de coisa nenhuma. E pensar que a geração que fazia política na universidade e perdia 1 ou 2 anos, sem pagar propinas, era considerada preguiçosa??!! Trabalhadores, cheios de iniciativa, força emocional, são estes jovens, mortos de medo, incultos, ignorantes, competitivamente convencidos que a política não lhes diz respeito porque eles «pensam pela própria cabeça». 40 a 60% estão desempregados, portanto, no estado animal de comer, dormir e ler 2 parágrafos no facebook, que mais do que isso dá trabalho. Já os avós estão a organizar partidos, associações e manifestações.
Quem estuda movimentos sociais será sempre confrontado com esta variável, a
que devemos procurar responder e que urge compreender. A crise de 2008 tem como
sujeitos sociais uma novidade histórica – os reformados, que nunca até aqui
tinham tido um papel de relevância na luta social -, e tem como ausência,
pela primeira vez desde os anos 60, a juventude.
É verdade que estas palavras são uma caricatura, portanto, uma imagem
deformada. Mas ainda assim, reconheçam, com algo de verdade. Há uma geração
inteira que vai ser queimada, sem futuro, calada, inamovível, imagino, em
frente da televisão ou do computador. Ser empreendedor era começar por tirarem
um curso de memória histórica de organização com os pais, outro de política e
cultura com os avós, e virem para a rua e tornar esta política ingovernável.
Assim, como fizeram todos os utópicos – tantos deles com 18 anos – que nos
deixaram a civilização.