segunda-feira, 8 de julho de 2013

Redes sociais, emoções...



Comunicação nos nossos dias, sobretudo através das redes sociais, é imprescindível e considero-a um dos suportes da sociedade atual cujo quotidiano cada vez mais nela assenta, como fonte de fonte de emoções que causa mas, também, de sentimentos que desencadeia, como referiu António Damásio citado no trabalho de Guilhermina Lobato Miranda na sua obra Emoções e Comunicação Mediada por Computador.
Inclusivamente, aquele cientista chega a falar de emoções “publicamente observáveis”, com as quais concordo absolutamente, numa dialética Homem-Mundo cada vez mais presente e mais estudada, não só pela Psicologia Comportamental e Social, como, também, pela Sociologia do Trabalho e até pela História, “a mestra da Vida”.

Os resultados da investigação de Zembylas. M, em 2008 (Adultlearners’ emotionsinonline learning - DistanceEducation, 29 (1), 71-87), acabam por reforçar também este meu ponto de vista, uma vez que se lhes refere dizendo-as geralmente concetualizadas como componentes privadas da estrutura da personalidade. Este, embora reduzindo a expressão das emoções à dinâmica interna da personalidade do sujeito, também acrescenta que a perspetiva sociológica as conceptualiza como construções sociais e culturais, bem como, Leavit, em 1996, que as considera determinantes pessoais e sociais e construções resultantes da interação/transação do individual e do social, do privado vs público.

 De facto, o Homem vive em sociedade e é no seio da mesma que luta pela sua existência, implicando, tudo isto, um sistema complexo de relações com os seus semelhantes e consigo próprio, nem sempre fácil mas sempre presente, na Era da Globalização e de uma Humanidade cada vez mais à procura de igualdade, justiça e paz.

Ora, isto é causa mas também consequência de um campo vastíssimo de emoções incontornáveis que fazem com que cada vez mais um se aproxime do outro, à distância de um “clique”, de um “like”, de algo que em segundos se escreve, envia, comenta ou partilha, e que de outra forma não o faria, tal o chamamento desta relação comunicacional tão especial que a Internet sobre nós exerce. Efetivamente, a realidade tantas vezes apelidada de virtual acaba por ser a mola real de uma tomada de posição que de outra forma não faríamos ou que muitos não fariam.

E é nesta interação apaixonante que o mundo da Comunicação, por exemplo, a mim, me leva a intervir e a responder, a aceitar o outro mesmo não o conhecendo “na realidade”, mas porque dele tenho um perfil motivacional e psicossocial que a ele me liga e ao qual resposta sempre darei.

Interessante, por exemplo, a este propósito, recordar o que nos move quando aceitamos um amigo no Facebook, quando descobrimos mais seguidores do nosso blogue, quando recebemos petições e causas para abraçar e partilhar, quando através de uma simples resposta encorajamos, sensibilizamos e construímos tantas Praças Tahrir por esse mundo fora.

E é nestas realidades, na resposta a estas realidades, que o meu Querer se descobre e descoberto vai sendo, tornando-se num Ser desejavelmente orientado para o caminho certo, que junto partilho e que em conjunto ajudo a fortalecer.

Henri Laborit dizia que a infelicidade é a inibição da ação e, de facto, neste mundo imenso das emoções e comunicação mediada por computador, é evidente que devemos intervir, quase como um imperativo em nome do Homem, da Vida, quando vemos que dessa intervenção parte de nós feliz alguém fará, porque parte de nós ao outro demos e ao outro sempre nos ligará.

 

Nazaré Oliveira