domingo, 14 de outubro de 2012

Manual novo para Portugal

Não resisto!
Com a devida vénia, aqui publico um artigo de J. Norberto Pires, lido há pouco no seu blogue
http://re-visto.com/isto, que também sigo, com o título "Manual do medíocre imbecil e politicamente correcto".
Categoria!

 


Os medíocres imbecis são em regra politicamente correctos e desonestos. Têm o hábito de se promoverem uns aos outros e de afastarem com todas as suas forças malévolas os competentes e honestos, porque sabem muito bem que estes são, e serão sempre, uma ameaça à sua ensimesmada mediocridade e incompetência.

Embora nunca o admitam – porque lhes faltam obviamente as necessárias inteligência, lucidez e humildade -, os medíocres sabem bem lá no fundo que não sabem nada de nada. Desprovidos de argumentos para combater as ideias dos seus adversários inteligentes, fogem do debate aberto e franco de ideias como o diabo da cruz. Usam e abusam contudo da maledicência rasteira, ridicularizando amiúde os seus opositores com piadas ad hominem de mau gosto, de preferência à boca fechada, nos círculos restritos dos seus congéneres.

A esperteza saloia que os caracteriza permite-lhes farejar como ninguém dinheiro e postos “de trabalho” que não exijam muito suor, mas que lhes confiram o estatuto social necessário para se pavonearem de motorista em carros de alta cilindrada. Sim, porque a cilindrada do carro é, nos cérebros mirradinhos destes imbecis, directamente proporcional à sua pretensa importância política e social.

A sua medíocre esperteza saloia permite-lhes ainda perceber que, para atingirem os seus objectivos mesquinhos têm de manter cuidadosamente uma atitude servil, oportunista e hipócrita para com quem aqueles que estão no poder. Assim, continuam a rastejar desavergonhadamente na babugem dos partidos ou das ditas sociedades discretas, na esperança de que chovam convites para cargos cada vez mais importantes e mais bem pagos.

Enchem a boca com a necessidade de combater a corrupção, mas estão sempre ao lado dos corruptos e não abdicam de receber montantes obscenos do erário público em troca de cargos meramente representativos. Enchem a boca com a solidariedade – eles sabem que é conveniente ter pelo menos o nome ligado a instituições de apoio social -, mas desprezam sobranceiramente os pobres e a pobreza.

Haverá com certeza imbecis desta envergadura em todo o lado, mas em Portugal a permanência e a elevada percentagem de condes de Abranhos é directamente proporcional ao nosso endémico analfabetismo cívico e político.