Publicado em 29 de November de 2011.
Até 2050, a população mundial deve passar dos actuais sete mil milhões para nove mil milhões de pessoas, pelo que poderá não ser possível conseguir alimentar toda a população dentro de quatro décadas. Actualmente, o Corno de África é uma das regiões mais afectadas pela fome e desnutrição, mas a situação só tende a piorar e poderá continuar a alastrar-se para outros continentes.
De acordo com a FAO, a agência da ONU para alimentação e agricultura, para alimentar nove mil milhões de pessoas seria necessário uma produção adicional de mil milhões de toneladas de cereais e 200 milhões de toneladas de carne por ano, o que, com as alterações climáticas e a degradação dos recursos hídricos e fundiários não deve ser possível.
A agricultura intensiva tem ajudado a alimentar zonas desnutridas, mas, por outro lado, leva à degradação da terra e dos produtos hídricos, pelo que podem não conseguir contribuir o suficiente até 2050. Um quarto das terras aráveis a nível internacional está altamente degradada, enquanto 8% está moderadamente degradada e 36% está ligeiramente degradada ou estável. Apenas 10% está a melhorar.
Como se tudo isto não bastasse, a escassez da água continua a agravar-se e as terras que antes serviam para agricultura estão agora a ser tomadas pela indústria, o que diminui a produção. Para diminuir a fome e a insegurança alimentar, teria de haver um uso mais intensivo e sustentável da terra e da água, defende a FAO, de acordo com a agência Estado, citada no portal MSN.
Cerca de mil milhões de pessoas estão actualmente desnutridas, sendo 578 milhões na Ásia e 239 milhões na África Subsaariana. Nos países em desenvolvimento, mesmo que a produção agrícola dobre até 2050, 5% da população continuaria desnutrida, ou cerca de 370 milhões.
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